Liturgia Diária Comentada 16/02/2013
Sábado depois das Cinzas - 4ª Semana do Saltério
Prefácio da Quaresma - Ofício do dia do Tempo da Quaresma
Cor: Roxo - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Salmo 68,17 Atendei-nos, Senhor, na vossa grande misericórdia;
olhai-nos, ó Deus com toda a vossa bondade.
Oração do Dia: Ó Deus eterno e todo-poderoso, olhai com bondade a nossa fraqueza
e estendei, para proteger-nos, a vossa mão poderosa. Por nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: Is 58,9b-14
Se acolheres de coração aberto o indigente, nascerá das trevas a tua
luz.
Assim fala o Senhor: Se destruíres teus instrumentos de opressão, e
deixares os hábitos autoritários e a linguagem maldosa; se acolheres de coração
aberto o indigente e prestares todo socorro ao necessitado, nascerá nas trevas
a tua luz e tua vida obscura será como o meio-dia.
O Senhor te conduzirá sempre e saciará tua sede na aridez da vida, e
renovará o vigor do teu corpo; serás como um jardim bem regado, como uma fonte
de águas que jamais secarão. Teu povo reconstruirá as ruínas antigas; tu
levantarás os fundamentos das gerações passadas: serás chamado reconstrutor de
ruínas, restaurador de caminhos, nas terras a povoar.
Se não puseres o pé fora de casa no sábado, nem tratares de negócios em
meu dia santo, se considerares o sábado teu dia favorito, o dia glorioso,
consagrado ao Senhor, se o honrares, pondo de lado atividades, negócios e
conversações, então te deleitarás no Senhor; eu te farei transportar sobre as
alturas da terra e desfrutar a herança de Jacó, teu pai. Falou a boca do
Senhor. - Palavra do Senhor.
Comentando a Liturgia: A leitura de Isaias mostra-nos
a meta a que tende o caminho que compreendemos: "O Senhor dar-te-á eterno
repouso..." Quer introduzir-nos no sábado eterno. Celebrando o sábado, o
homem reconhece e festeja a presença de Deus no mundo e no tempo. Por seis dias
entrega-se às obras da criação; no sétimo dá-se totalmente à obra maior: à
adoração e ao louvor.
Desta sorte o homem se descobre livre, senhor de todo o criado. Vive uma
antecipação da eternidade, uma experiência de paraíso. O Domingo cristão diz
tudo isso de modo ainda mais evidente que o sábado hebraico, porque recorda a
ressurreição de Cristo, princípio da nova criação, da paz e do repouso de Deus.
Cumpre, porém, lembrar que reconhecer e festejar a salvação vinda de
Deus só se torna eficaz para aqueles que fazem próprios os sentimentos de Deus,
seguem os seus caminhos, dão-se a si mesmos, para que no mundo se realize cada
dia mais a passagem para a festa eterna.
Salmo: 85, 1-2. 3-4. 5-6 (R.
11a)
Ensinai-me os vossos caminhos e na vossa verdade andarei.
Inclinai, ó Senhor, vosso ouvido, escutai, pois sou pobre e infeliz!
Protegei-me, que sou vosso amigo, e salvai vosso servo, meu Deus, que espera e
confia em vós!
Piedade de mim, ó Senhor, porque clamo por vós todo o dia! Animai e
alegrai vosso servo, pois a vós eu elevo a minh’alma.
Ó Senhor, vós sois bom e clemente, sois perdão para quem vos invoca.
Escutai, ó Senhor, minha prece, o lamento da minha oração!
Evangelho: Lc 5,27-32
Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores para a conversão.
Naquele tempo, Jesus viu um cobrador de impostos, chamado Levi, sentado
na coletoria. Jesus lhe disse: “Segue-me”. Levi deixou tudo, levantou-se e o
seguiu. Depois, Levi preparou em casa um grande banquete para Jesus. Estava aí
grande número de cobradores de impostos e outras pessoas sentadas à mesa com
eles.
Os fariseus e seus mestres da Lei murmuravam e diziam aos discípulos de
Jesus: “Por que vós comeis e bebeis com os cobradores de impostos e com os
pecadores?” Jesus respondeu: “Os que são sadios não precisam de médico, mas sim
os que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a
conversão”. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho (Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica
Nova Aliança): Não foi tanto com os olhos do corpo, mas com o olhar interior de
seu amor que Jesus viu Mateus em sua banca de cobrador de impostos, observa
Beda, o Venerável [+735]. O santo monge continua sua reflexão:
“Ele viu o publicano, amou-o, escolheu-o e lhe disse: ‘Segue-me!’ – quer
dizer, imita-me. Ao pedir que o seguisse, Jesus convidava menos a caminhar após
ele do que a viver como ele, ‘pois aquele que diz permanecer no Cristo deve
também viver como Ele mesmo viveu’ (1Jo 2,6).
Mateus se levantou e o seguiu. Nada de espantoso que o publicano, ao
primeiro chamado imperioso do Senhor, tenha abandonado sua busca de lucros
terrestres e, desprezando os bens temporais, tenha aderido àquele que ele via
desembaraçado de toda riqueza. É que o Senhor, que o chamava do exterior por
sua palavra, tocava-o no mais íntimo de sua alma e ali derramava a luz da graça
espiritual para que o seguisse.
Como Jesus estivesse à mesa, em casa, numerosos publicanos e pecadores
assentaram-se com ele e seus discípulos. A conversão de um único publicano
abriu o caminho da penitência e do perdão a muitos publicanos e pecadores... Na
verdade, um belo presságio! Aquele que deveria ser, mais tarde, apóstolo e
doutor entre os pagãos, arrasta atrás de si, quando de sua conversão, os
pecadores ao caminho da salvação. E este ministério, que iria desempenhar após
haver progredido na virtude, ele o assume desde os primeiros inícios de sua
fé...
Tentemos compreender mais profundamente o acontecimento aqui relatado.
Mateus não apenas ofereceu ao Senhor um banquete corporal em sua morada
terrestre, mas, bem mais que isso, ele preparou um festim na casa de seu
coração, por sua fé e seu amor, como testemunha aquele que diz: ‘Eis que estou
à porta e bato; se alguém ouve a minha voz e abre, eu entrarei em sua casa e
seremos, eu com ele e ele comigo’. (Ap 3,20.)
Sim, o Senhor está à porta e bate quando ele torna nosso coração atento
à sua palavra, seja pela boca do homem que ensina, seja por uma inspiração
interior. Nós abrimos a porta ao chamado de sua voz quando damos livre
assentimento a suas advertências interiores ou exteriores, e quando pomos em
prática aquilo que compreendemos que devíamos fazer.”
Hoje, Cristo continua chamando. Ele insiste em bater à porta...
INTENÇÕES PARA O MÊS DE FEVEREIRO:
Geral – Famílias migrantes: Que as famílias de migrantes
sejam amparadas e acompanhadas em suas dificuldades, sobretudo as mães.
Missionária – Vitimas das guerras e conflitos: Que os que
sofrem por causa das guerras e conflitos sejam protagonistas de um futuro de
paz.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo Comum: O Tempo Comum começa no dia seguinte à Celebração da Festa do
Batismo do Senhor e se estende até a terça-feira antes da Quaresma. Recomeça na
segunda-feira depois do domingo de Pentecostes e termina antes das Primeiras
Vésperas do 1º Domingo do Advento NALC 44.
Cor Litúrgica: ROXO - Simboliza a preparação, penitência ou
conversão. Usada nas missas da Quaresma e do Advento.
Tempo da Quaresma (CNBB-DL/2011): Vai da quarta-feira de Cinzas até
a missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a celebração da
Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a
dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou
preparação do Batismo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais
frequência a Palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração
do mistério pascal” (SC 109).
· Durante este tempo, é
proibido ornar o altar com flores, o toque de instrumentos musicais só é
permitido para sustentar o canto. Excetuam-se o Domingo Laetare (4º
Domingo da Quaresma), bem como as solenidades e festas.
· A cor do tempo é
roxa. No Domingo Laetare, pode-se usar cor-de-rosa. (IGMR nº308f)
· Em todas as Missas e
Ofícios (onde se encontrar), omite-se o Aleluia.
· Nas solenidades e
festas somente, como ainda em celebrações especiais, diz-se o Te Deum e
o Glória.
· As memórias
obrigatórias que ocorrem neste dia podem ser celebradas como memórias
facultativas. Não são permitidas missas votivas (devoção particular).
· Na celebração do
Matrimônio, seja dentro ou fora da Missa, deve-se sempre dar a bênção nupcial;
mas admoestem-se os esposos que se abstenham de demasia pompa.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo