Liturgia Diária Comentada 12/03/2013
4ª Semana da Quaresma - 4ª Semana do Saltério
Prefácio da Quaresma - Ofício do dia do Tempo da Quaresma
Cor: Roxo - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Isaías 55,1 Vós, que tendes sede, vinde às águas, vós que
não tendes com que pagar, vinde e bebei com alegria.
Oração do Dia: Ó Deus, que a fiel observância dos exercícios quaresmais
prepare o coração de vossos filhos e filhas para acolher com amor o mistério
pascal e anunciar ao mundo a salvação. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: Ez 47,1-9.12
Vi sair água do lado direito do templo, e todos os que esta água tocou
foram salvos.
Naqueles dias, o anjo fez-me voltar até a entrada do Templo e eis que
saía água da sua parte subterrânea na direção leste, porque o Templo estava
voltado para o oriente; a água corria do lado direito do Templo, a sul do
altar. Ele fez-me sair pela porta que dá para o norte, e fez-me dar uma volta
por fora, até a porta que dá para o leste, onde eu vi a água jorrando do lado
direito.
Quando o homem saiu na direção leste, tendo uma corda de medir na mão,
mediu quinhentos metros e fez-me atravessar a água: ela chegava-me aos
tornozelos. Mediu mais quinhentos metros e fez-me atravessar a água: ela
chegava-me aos joelhos. Mediu mais quinhentos metros e fez-me atravessar a
água: ela chegava-me à cintura. Mediu mais quinhentos metros, e era um rio que
eu não podia atravessar. Porque as águas haviam crescido tanto, que se tornaram
um rio impossível de atravessar, a não ser a nado.
Ele me disse: “Viste, filho do homem?” Depois fez-me caminhar de volta
pela margem do rio. Voltando, eu vi junto à margem muitas árvores, de um e de
outro lado do rio. Então ele me disse: “Estas águas correm para a região
oriental, descem para o vale do Jordão, desembocam nas águas salgadas do mar, e
elas se tornarão saudáveis.
Onde o rio chegar, todos os animais que ali se movem poderão viver.
Haverá peixes em quantidade, pois ali desembocam as águas que trazem saúde; e
haverá vida onde chegar o rio. Nas margens junto ao rio, de ambos os lados,
crescerá toda espécie de árvores frutíferas; suas folhas não murcharão e seus
frutos jamais se acabarão: cada mês darão novos frutos, pois as águas que
banham as árvores saem do santuário. Seus frutos servirão de alimento e suas
folhas serão remédio”. - Palavra do Senhor.
Comentando a Liturgia: A passagem é carregada de
expressões simbólicas; seu valor não está no plano das realidades sensíveis e
dos fatos de crônica, e sim no mundo do Espírito e da graça. A volta a Deus
será como um renascer.
O futuro radioso que espera o povo eleito tem sua raiz na renovação
espiritual, em sua santidade, da qual o templo – e o culto – será a fonte
inexaurível: a água que corre do lado direito do templo torna-se um rio. Na
mente de Ezequiel esta imagem se colore de várias realidades. Mas, sobretudo
simbólica, uma prosperidade de ordem espiritual dada à terra por favor de Javé
a seu povo.
Essa graça será dada na pessoa de Cristo, encarnado para nossa salvação:
“Se alguém tem sede, venha a mim e beba; rios de água viva jorrarão do seio
daquele que crê em mim” (Jo 7,37-38). A Eucaristia é a fonte que assegura à
Igreja a exuberância de vida. Não foi sem motivo que o Vaticano II colocou na
base da renovação da Igreja a renovação da liturgia, que tem na Eucaristia sua
fonte. - Palavra do Senhor.
Salmo: Sl 45, 2-3. 5-6. 8-9 (R.
8)
Conosco está o Senhor do Universo! O nosso refúgio é o Deus de Jacó.
O Senhor para nós é refúgio e vigor, / sempre pronto, mostrou-se um
socorro na angústia; / assim não tememos, se a terra estremece, / se os montes
desabam, caindo nos mares.
Os braços de um rio vêm trazer alegria / à Cidade de Deus, à morada do
Altíssimo. / Quem a pode abalar? Deus está no seu meio! / Já bem antes da
aurora, ele vem ajudá-la.
Conosco está o Senhor do universo! / O nosso refúgio é o Deus de Jacó! /
Vinde ver, contemplai os prodígios de Deus / e a obra estupenda que fez no
universo.
Evangelho: Jo 5,1-16
No mesmo instante o homem ficou curado.
Houve uma festa dos judeus, e Jesus foi a Jerusalém. Existe em
Jerusalém, perto da porta das Ovelhas, uma piscina com cinco pórticos, chamada
Betesda em hebraico. Muitos doentes ficavam ali deitados - cegos, coxos e
paralíticos. De fato, um anjo descia, de vez em quando, e movimentava a água da
piscina, e o primeiro doente que aí entrasse, depois do borbulhar da água,
ficava curado de qualquer doença que tivesse.
Aí se encontrava um homem, que estava doente havia trinta e oito anos.
Jesus viu o homem deitado e sabendo que estava doente há tanto tempo,
disse-lhe: “Queres ficar curado?” O doente respondeu: “Senhor, não tenho
ninguém que me leve à piscina, quando a água é agitada. Quando estou chegando,
outro entra na minha frente”. Jesus disse: “Levanta-te, pega tua cama e anda”.
No mesmo instante, o homem ficou curado, pegou sua cama e começou a andar.
Ora, esse dia era um sábado. Por isso, os judeus disseram ao homem que
tinha sido curado: “É sábado! Não te é permitido carregar tua cama”. Ele
respondeu-lhes: “Aquele que me curou disse: ‘Pega tua cama e anda’”. Então lhe
perguntaram: “Quem é que te disse: ‘Pega tua cama e anda’?” O homem que tinha
sido curado não sabia quem fora, pois Jesus se tinha afastado da multidão que
se encontrava naquele lugar.
Mais tarde, Jesus encontrou o homem no Templo e lhe disse: “Eis que
estás curado. Não voltes a pecar, para que não te aconteça coisa pior”. Então o
homem saiu e contou aos judeus que tinha sido Jesus quem o havia curado. Por
isso, os judeus começaram a perseguir Jesus, porque fazia tais coisas em dia de
sábado. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho (Padre Jaldemir Vitório / Jesuíta): A presença de
Jesus era aquilo que faltava para que o paralítico obtivesse a cura desejada. O
imenso desejo de ser curado levou-o, durante 38 longos anos, à piscina de
Betesda, cujas águas, ao pôr-se em movimento, restituíam a saúde ao primeiro
que nelas entrasse. No entanto, por ser paralítico, aquele homem não tinha
agilidade suficiente para antecipar-se aos demais doentes. Resultado:
permanecia ali, curtindo sua esperança de cura, enquanto outros eram
miraculados.
A chegada de Jesus abriu-lhe a inesperada perspectiva de ser curado, sem
necessidade do contato com as águas revoltas. E o milagre aconteceu. A seguir,
obedecendo à ordem de Jesus, ele pegou a cama na qual jazia, e pôs-se a
caminhar, sem dificuldade.
Este fato evangélico ajuda-nos a descobrir um sentido novo, na paixão de
Jesus. Tal qual este doente de Jerusalém, toda a humanidade encontrava-se como
que paralisada por causa do pecado, ansiando, ardentemente, pela libertação.
Por si mesmas, as pessoas não conseguiriam atingir este objetivo. Necessitaram,
pois, da ajuda de Jesus, cuja vida consistiu em colaborar para que todos nós
pudéssemos superar a paralisia do pecado, e caminhar livremente para Deus. Em
última análise, todos somos como o paralítico. Só Jesus, por sua morte e
ressurreição, pode propiciar-nos a libertação.
INTENÇÕES PARA O MÊS DE MARÇO:
Geral – Respeito à natureza: Que cresça, o respeito à
natureza, obra de Deus confiada a nossa responsabilidade.
Missionária – Bispos, Sacerdotes e Diáconos: que os Bispos,
Padres e Diáconos sejam incansáveis anunciadores do Evangelho até os confins da
Terra.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo da Quaresma (CNBB-DL/2011): Vai da quarta-feira de Cinzas até
a missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a celebração da
Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a
dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou
preparação do Batismo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais
frequência a Palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração
do mistério pascal” (SC 109).
· Durante este tempo, é
proibido ornar o altar com flores, o toque de instrumentos musicais só é
permitido para sustentar o canto. Excetuam-se o Domingo Laetare (4º
Domingo da Quaresma), bem como as solenidades e festas.
· A cor do tempo é
roxa. No Domingo Laetare, pode-se usar cor-de-rosa. (IGMR nº308f)
· Em todas as Missas e
Ofícios (onde se encontrar), omite-se o Aleluia.
· Nas solenidades e
festas somente, como ainda em celebrações especiais, diz-se o Te Deume o
Glória.
· As memórias
obrigatórias que ocorrem neste dia podem ser celebradas como memórias
facultativas. Não são permitidas missas votivas (devoção particular).
· Na celebração do
Matrimônio, seja dentro ou fora da Missa, deve-se sempre dar a bênção nupcial;
mas admoestem-se os esposos que se abstenham de demasia pompa.
Cor Litúrgica: ROXO - Simboliza a preparação, penitência ou
conversão. Usada nas missas da Quaresma e do Advento.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo