Liturgia Diária Comentada 14/03/2013
4ª Semana da Quaresma - 4ª Semana do Saltério
Prefácio da Quaresma - Ofício do dia do Tempo da Quaresma
Cor: Roxo - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Salmo 104,3-4 Exulte o coração dos que buscam a Deus. Sim,
buscai o Senhor e sua força, procurai sem cessar a sua face.
Oração do Dia: Nós vos pedimos, ó Deus de bondade, que corrigidos pela penitência
e renovados pelas boas obras, possamos perseverar nos vossos mandamentos e
chegar purificados às festas pascais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: Ex 32,7-14
Aplaque-se a tua ira e perdoa a iniquidade do teu povo.
Naqueles dias, o Senhor falou a Moisés: “Vai, desce, pois corrompeu-se o
teu povo, que tiraste da terra do Egito. Bem depressa desviaram-se do caminho
que lhes prescrevi. Fizeram para si um bezerro de metal fundido, inclinaram-se
em adoração diante dele e ofereceram-lhe sacrifícios, dizendo: ‘Estes são os
teus deuses, Israel, que te fizeram sair do Egito!’”
E o Senhor disse ainda a Moisés: “Vejo que este é um povo de cabeça
dura. Deixa que minha cólera se inflame contra eles e que eu os extermine. Mas
de ti farei uma grande nação”. Moisés, porém, suplicava ao Senhor seu Deus,
dizendo: “Por que, ó Senhor, se inflama a tua cólera contra teu povo, que
fizeste sair do Egito com grande poder e mão forte? Não permitais, te peço, que
os egípcios digam: ‘Foi com má intenção que ele os tirou, para fazê-los perecer
nas montanhas e exterminá-los da face da terra’. Aplaque-se a tua ira e perdoa
a iniqüidade do teu povo.
Lembra-te de teus servos Abraão, Isaac e Israel, com os quais te
comprometeste por juramento, dizendo: ‘Tornarei os vossos descendentes tão
numerosos quanto às estrelas do céu; e toda esta terra de que vos falei, eu a
darei aos vossos descendentes como herança para sempre’. E o Senhor desistiu do
mal que havia ameaçado fazer a seu povo. - Palavra do Senhor.
Comentando a Liturgia: Diante de Deus aparece Moisés
como o grande intercessor em favor do povo pecador. Opondo-se a Deus, disposto
a recomeçar nele a história da Salvação, consegue a continuação da ação
salvífica de Deus e faz-se plenamente solidário com o povo.
O verdadeiro pecado do povo não é tanto a idolatria quanto a ruptura da
aliança, que se fundava na promessa recíproca de fidelidade. Por isso Deus diz
a Moisés: “o teu povo” e não “o meu povo. Moisés, que preferiu ser solidário
com o seu povo e sofrer a mesma sorte, é figura de Cristo, solidário conosco.
Salmo: 105, 19-20. 21-22. 23
(R. 4a)
Lembrai-vos de nós, ó Senhor, segundo o amor para com vosso povo!
Construíram um bezerro no Horeb / e adoraram uma estátua de metal; /
eles trocaram o seu Deus, que é sua glória, / pela imagem de um boi que come
feno.
Esqueceram-se do Deus que os salvara, / que fizera maravilhas no Egito;
/ no país de Cam fez tantas obras admiráveis, / no Mar Vermelho, tantas coisas
assombrosas.
Até pensava em acabar com sua raça, / não se tivesse Moisés, o seu
eleito, / interposto, intercedendo junto a ele, / para impedir que sua ira os
destruísse.
Evangelho: Jo 5,31-47
Há alguém que vos acusa: Moisés, no qual colocais a vossa esperança.
Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: Se eu der testemunho de mim
mesmo, meu testemunho não vale. Mas há um outro que dá testemunho de mim, e eu
sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro. Vós mandastes mensageiros
a João, e ele deu testemunho da verdade. Eu, porém, não dependo do testemunho
de um ser humano. Mas falo assim para a vossa salvação.
João era uma lâmpada que estava acesa e a brilhar, e vós com prazer vos
alegrastes por um tempo com a sua luz. Mas eu tenho um testemunho maior
que o de João; as obras que o Pai me concedeu realizar. As obras que eu faço
dão testemunho de mim, mostrando que o Pai me enviou. E também o Pai que me
enviou dá testemunho a meu favor. Vós nunca ouvistes sua voz, nem vistes sua
face, e sua palavra não encontrou morada em vós, pois não acreditais naquele
que ele enviou.
Vós examinais as Escrituras, pensando que nelas possuís a vida eterna.
No entanto, as Escrituras dão testemunho de mim, mas não quereis vir a mim para
ter a vida eterna! Eu não recebo a glória que vem dos homens. Mas eu sei que
não tendes em vós o amor de Deus. Eu vim em nome do meu Pai, e vós não me
recebeis. Mas, se um outro viesse em seu próprio nome, a este vós o
receberíeis. Como podereis acreditar, vós que recebeis glória uns dos outros e
não buscais a glória que vem do único Deus?
Não penseis que eu vos acusarei diante do Pai. Há alguém que vos acusa:
Moisés, no qual colocais a vossa esperança. Se acreditásseis em Moisés, também
acreditaríeis em mim, pois foi a respeito de mim que ele escreveu. Mas se não
acreditais nos seus escritos, como acreditareis então nas minhas palavras? - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho (Padre Jaldemir Vitório / Jesuíta): Os
adversários de Jesus tentavam deturpar o sentido de suas ações. No parecer
deles, as obras de Jesus não tinham relevância, por não existir nenhuma
instância que pudesse dar-lhe base de sustentação. Que possuía ele, de
especial, para justificar sua intimidade com Deus? Quem podia garantir não ser
ele um charlatão como tantos outros, cujas histórias de milagres corriam o
mundo? Quais seriam suas reais intenções, ao se colocar numa posição tão
elevada, como senhor da vida humana?
A argumentação de Jesus, para fundamentar sua ação, não chegou a
sensibilizar os seus adversários. Ele apelava para o testemunho dado pelo Pai:
para servi-lo é que fora enviado. Sua ação estava na mais estreita sintonia com
o Pai. Para entendê-la, era suficiente reportar-se ao Pai.
Para Jesus, mesmo as Escrituras falavam a seu favor. Se seus inimigos fossem
capazes de lê-las, de maneira conveniente, sem dúvida, haveriam de descobrir
que, nas entrelinhas, elas apontam para o Messias-Filho de Deus.
A glória de Jesus não provém de nenhum ser humano. É o Pai quem o
glorifica. Por isso, ele não teme fazer frente a seus adversários, uma vez que
querem impedi-lo de cumprir sua missão. Com a força que lhe vem do Pai, Jesus
segue em frente.
INTENÇÕES PARA O MÊS DE MARÇO:
Geral – Respeito à natureza: Que cresça, o respeito à
natureza, obra de Deus confiada a nossa responsabilidade.
Missionária – Bispos, Sacerdotes e Diáconos: que os Bispos,
Padres e Diáconos sejam incansáveis anunciadores do Evangelho até os confins da
Terra.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo da Quaresma (CNBB-DL/2011): Vai da quarta-feira de Cinzas até
a missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a celebração da
Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a
dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou
preparação do Batismo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais
frequência a Palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração
do mistério pascal” (SC 109).
· Durante este tempo, é
proibido ornar o altar com flores, o toque de instrumentos musicais só é
permitido para sustentar o canto. Excetuam-se o Domingo Laetare (4º
Domingo da Quaresma), bem como as solenidades e festas.
· A cor do tempo é
roxa. No Domingo Laetare, pode-se usar cor-de-rosa. (IGMR nº308f)
· Em todas as Missas e
Ofícios (onde se encontrar), omite-se o Aleluia.
· Nas solenidades e
festas somente, como ainda em celebrações especiais, diz-se o Te Deume o
Glória.
· As memórias
obrigatórias que ocorrem neste dia podem ser celebradas como memórias
facultativas. Não são permitidas missas votivas (devoção particular).
· Na celebração do
Matrimônio, seja dentro ou fora da Missa, deve-se sempre dar a bênção nupcial;
mas admoestem-se os esposos que se abstenham de demasia pompa.
Cor Litúrgica: ROXO - Simboliza a preparação, penitência ou
conversão. Usada nas missas da Quaresma e do Advento.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo