Liturgia Diária Comentada 23/03/2013
5ª Semana da Quaresma - 1ª Semana do Saltério
Prefácio da Paixão I - Ofício do dia do Tempo da Quaresma
Cor: Roxo - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Salmo 21,20.7 Ó Senhor, não fiques longe de mim! Ó minha
força, correi em meu socorro! Sou um verme, e não um homem, opróbrio dos homens
e rebotalho da plebe.
Oração do Dia: Ó Deus, vós sempre cuidais da salvação dos homens e, nesta
Quaresma, nos alegrais com graças copiosas. Considerai com bondade aqueles que
escolhestes, para que a vossa proteção paterna acompanhe os que se preparam
para o batismo e guarde os que já foram batizados.Por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: Ez 37,21-28
Farei deles uma nação única.
Assim diz o Senhor Deus: “Eu mesmo vou tomar os israelitas do meio das
nações para onde foram, vou recolhê-los de toda parte e reconduzi-los para a
sua terra. Farei deles uma nação única no país, nos montes de Israel, e apenas
um rei reinará sobre todos eles. Nunca mais formarão duas nações, nem tornarão
a dividir-se em dois reinos. Não se mancharão mais com os seus ídolos e nunca
mais cometerão infames abominações. Eu os libertarei de todo o pecado que
cometeram em sua infidelidade, e os purificarei. Eles serão o meu povo e eu
serei o seu Deus.
Meu servo Davi reinará sobre eles, e haverá para todos eles um único
pastor. Viverão segundo meus preceitos e guardarão minhas leis, pondo-as em prática.
Habitarão no país que dei a meu servo Jacó, onde moraram vossos pais; ali
habitarão para sempre, também eles, com seus filhos e netos, e o meu servo Davi
será o seu príncipe para sempre.
Farei com eles uma aliança de paz, será uma aliança eterna. Eu os
estabelecerei e multiplicarei, e no meio deles porei meu santuário para sempre.
Minha morada estará junto deles. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
Assim as nações saberão que eu, o Senhor, santifico Israel, por estar o meu
santuário no meio deles para sempre”. - Palavra do Senhor.
Comentando a Liturgia: A utopia de Ezequiel permitiu
ao povo de Deus não desesperar e depois reconstruir o templo. Paulo VI, na
Octogésima adveniens (n.37), reconhece que o apelo à utopia é "muitas
vezes um cômodo pretexto para quem quer encobrir as tarefas concretas e refugiar-se
em um mundo imaginário... porém, às vezes, estimula a imaginação em
perspectiva, apta a perceber no presente as possibilidades ignoradas aí
inscritas e orientá-las a um futuro novo".
"O Espírito do Senhor - continua - que anima o homem renovado em
Cristo subverte sem descanso os horizontes em que sua inteligência gosta de
encontrar segurança, e desloca os limites nos quais de preferência se
encerraria sua ação; esse homem é habitado por uma força que solicita a
ultrapassar todo sistema e toda ideologia... Animado pelo poder do Espírito de
Jesus Cristo, Salvador dos homens, e sustentado pela esperança, o cristão se
entrega à construção de uma cidade humana, pacifica, justa e fraterna, que seja
uma oferta agradável a Deus".
Em que se transformaria o mundo, se não possuísse homens capazes de
acolher esta mensagem e de crer seriamente que este nosso mundo é chamado a uma
transfiguração? O verdadeiro nome da utopia cristã é "esperança".
Salmo: Jr 31, 10. 11-12ab. 13
(R. Cf. 10d)
O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.
Ouvi, nações, a palavra do Senhor / e anunciai-a nas ilhas mais
distantes: / 'Quem dispersou Israel, vai congregá-lo, / e o guardará qual
pastor a seu rebanho!'
Pois, na verdade, o Senhor remiu Jacó / e o libertou do poder do
prepotente. / Voltarão para o monte de Sião, / entre brados e cantos de alegria
/ afluirão para as bênçãos do Senhor:
Então a virgem dançará alegremente, / também o jovem e o velho exultarão;
/ mudarei em alegria o seu luto, / serei consolo e conforto após a guerra.
Evangelho: Jo 11,45-56
E também para reunir na unidade os filhos de Deus dispersos.
Naquele tempo, muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram
o que Jesus fizera, creram nele. Alguns, porém, foram ter com os fariseus e
contaram o que Jesus tinha feito. Então os sumos sacerdotes e os fariseus
reuniram o Conselho e disseram: “Que faremos? Este homem realiza muitos sinais.
Se deixamos que ele continue assim, todos vão acreditar nele, e virão os
romanos e destruirão o nosso Lugar Santo e a nossa nação”.
Um deles, chamado Caifás, sumo sacerdote em função naquele ano, disse:
“Vós não entendeis nada. Não percebeis que é melhor um só homem morrer pelo
povo do que perecer a nação inteira?” Caifás não falou isso por si mesmo. Sendo
sumo sacerdote em função naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela
nação. E não só pela nação, mas também para reunir os filhos de Deus dispersos.
A partir desse dia, as autoridades judaicas tomaram a decisão de matar
Jesus. Por isso, Jesus não andava mais em público no meio dos judeus.
Retirou-se para uma região perto do deserto, para a cidade chamada Efraim. Ali
permaneceu com os seus discípulos. A Páscoa dos judeus estava próxima. Muita
gente do campo tinha subido a Jerusalém para se purificar antes da Páscoa.
Procuravam Jesus e, ao reunirem-se no Templo, comentavam entre si: “Que vos
parece? Será que ele não vem para a festa?” - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho (Padre Jaldemir / Jesuíta): Não deixa de
ser estranho o fato de o sentido da morte de Jesus ter sido explicitado
exatamente por quem estava tramando eliminá-lo: Caifás. Sem dúvida alguma, o
sumo-sacerdote não tinha a intenção de profetizar a respeito de Jesus. O
evangelista, no entanto, assim o interpretou.
Tudo culminou com a ressurreição de Lázaro. Os sumos-sacerdotes e os
fariseus, reunidos em conselho, decidiram matar Jesus, baseando-se num falso
argumento. Eles temiam pela sobrevivência da nação, se os romanos ficassem
revoltados com os sinais realizados pelo Mestre. Evidentemente, Jesus
representava menos perigo para os romanos do que outros grupos, reconhecidos
como refratários aos dominadores estrangeiros.
Caifás propôs que Jesus fosse eliminado, e, assim, fosse poupada toda a
nação. Eles cuidariam de eliminar o perigo, antes que se acendesse a ira dos
romanos.
Embora o raciocínio do sumo-sacerdote fosse infundado, suas palavras
tinham um quê de verdade. De fato, Jesus haveria de morrer em favor de toda a
humanidade. Seu sacrifício traria benefício para todos, sem exceção. Por sua
morte, ninguém mais estaria fadado à morte eterna. Este seria o sentido último
da cruz.
INTENÇÕES PARA O MÊS DE MARÇO:
Geral – Respeito à natureza: Que cresça, o respeito à
natureza, obra de Deus confiada a nossa responsabilidade.
Missionária – Bispos, Sacerdotes e Diáconos: que os Bispos,
Padres e Diáconos sejam incansáveis anunciadores do Evangelho até os confins da
Terra.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo da Quaresma (CNBB-DL/2011): Vai da quarta-feira de Cinzas até
a missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a celebração da
Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a
dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou
preparação do Batismo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais
frequência a Palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração
do mistério pascal” (SC 109).
· Durante este tempo, é
proibido ornar o altar com flores, o toque de instrumentos musicais só é
permitido para sustentar o canto. Excetuam-se o Domingo Laetare (4º
Domingo da Quaresma), bem como as solenidades e festas.
· A cor do tempo é
roxa. No Domingo Laetare, pode-se usar cor-de-rosa. (IGMR nº308f)
· Em todas as Missas e
Ofícios (onde se encontrar), omite-se o Aleluia.
· Nas solenidades e
festas somente, como ainda em celebrações especiais, diz-se o Te Deume o
Glória.
· As memórias
obrigatórias que ocorrem neste dia podem ser celebradas como memórias
facultativas. Não são permitidas missas votivas (devoção particular).
· Na celebração do
Matrimônio, seja dentro ou fora da Missa, deve-se sempre dar a bênção nupcial;
mas admoestem-se os esposos que se abstenham de demasia pompa.
Cor Litúrgica: ROXO - Simboliza a preparação, penitência ou
conversão. Usada nas missas da Quaresma e do Advento.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo