Liturgia Diária Comentada 27/03/2013
Semana Santa - 2ª Semana do Saltério
Prefácio da Paixão II - Ofício próprio
Cor: Roxo - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Filipenses 2,10.8.11 Ao nome de Jesus todo joelho se dobre
no céu, na terra e na mansão dos mortos, pois o Senhor se fez obediente até a
morte e morte de cruz. E por isso Jesus Cristo é Senhor na glória de Deus Pai.
Oração do Dia: Ó Deus, que fizestes vosso Filho padecer o suplício da cruz para
arrancar-nos à escravidão do pecado, concedei aos vossos servos e servas a
graça da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade
do Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: Is 50,4-9a
Não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. (3º canto do Servo do
Senhor)
O Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras
de conforto à pessoa abatida; ele me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para
prestar atenção como um discípulo. O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe
resisti nem voltei atrás. Ofereci as costas para me baterem e as faces para me
arrancarem a barba: não desviei o rosto de bofetões e cusparadas.
Mas o Senhor Deus é o meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o
ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei
humilhado. A meu lado está quem me justifica; alguém me fará objeções? Vejamos.
Quem é meu adversário? Aproxime-se. Sim, o Senhor Deus é meu Auxiliador; quem é
que me vai condenar? - Palavra do Senhor.
Comentando a Liturgia: O Servo de Javé não é um
portador de sabedoria humana, nem confia nos recursos da dialética.
Assemelha-se aos pobres analfabetos, que não sabem usar a arma da palavra. Sua
língua é a de discípulo (versículo 4): narra só as coisas que Deus lhe confiou.
Sua força está toda aqui, daqui lhe vem a capacidade de suportar as bofetadas
com um rosto de pedra.
Que o servo Jesus fosse, não apenas um portador da palavra, mas em
verdade a Palavra de Deus, não muda os termos da profecia, antes a leva ao
extremo. Sua paixão foi a conseqüência de sua fidelidade à missão de profeta:
falou, por isso foi crucificado.
Não pode ser outra a missão da Igreja. Deve ela falar a palavra de
salvação, que é palavra recebida do alto. Como para São Paulo, seu falar não se
exprime "em discurso de humana sabedoria, mas em demonstração de espírito
e virtude" (1 Cor 2,4). Por isto, permanece sempre "em religiosa
escuta da palavra de Deus", para ser sua fiel dispensadora.
Salmo: 68, 8-10. 21bcd-22. 31.
33-34 (R. 14cb)
Respondei-me pelo vosso imenso amor, neste tempo favorável, Senhor Deus.
Por vossa causa é que sofri tantos insultos, / e o meu rosto se cobriu
de confusão; / eu me tornei como um estranho a meus irmãos, / como estrangeiro
para os filhos de minha mãe. / Pois meu zelo e meu amor por vossa casa / me
devoram como fogo abrasador; / e os insultos de infiéis que vos ultrajam /
recaíram todos eles sobre mim!
O insulto me partiu o coração; / Eu esperei que alguém de mim tivesse
pena; / procurei quem me aliviasse e não achei! / Deram-me fel como se fosse um
alimento, / em minha sede ofereceram-me vinagre!
Cantando eu louvarei o vosso nome / e agradecido exultarei de alegria! /
Humildes, vede isto e alegrai-vos: / o vosso coração reviverá, / se procurardes
o Senhor continuamente! / Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, / e
não despreza o clamor de seus cativos.
Evangelho: Mt 26,14-25
O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele.
Contudo, ai daquele que o trair.
Naquele tempo, um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes, foi ter
com os sumos sacerdotes e disse: “Que me dareis se vos entregar Jesus?”
Combinaram, então, trinta moedas de prata. E daí em diante, Judas procurava uma
oportunidade para entregar Jesus. No primeiro dia da festa dos Ázimos, os
discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Onde queres que façamos os
preparativos para comer a Páscoa?” Jesus respondeu: “Ide à cidade, procurai
certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou
celebrar a Páscoa em tua casa, junto com meus discípulos’”. Os discípulos
fizeram como Jesus mandou e prepararam a Páscoa.
Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa com os doze discípulos. Enquanto
comiam, Jesus disse: “Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair”. Eles
ficaram muito tristes e, um por um, começaram a lhe perguntar: “Senhor, será
que sou eu?”
Jesus respondeu: “Quem vai me trair é aquele que comigo põe a mão no
prato. O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele.
Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse
nascido!” Então Judas, o traidor, perguntou: “Mestre, serei eu?” Jesus lhe
respondeu: “Tu o dizes”. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho (O Evangelho nosso de cada dia, Ano A, Edições
Paulinas, 1997): A dureza do coração de Judas impediu-o de reconhecer quem, de fato, era
o Messias Jesus. Sua decepção deveu-se ao fato de o Mestre não corresponder às
suas expectativas messiânicas. Sem dúvida, Judas imaginava-o como um Messias
glorioso, cheio de poder, líder de uma revolta contra os romanos, objeto da
admiração popular. Evidentemente, os discípulos haveriam de tirar partido da
situação, se as coisas fossem assim.
O projeto de Judas não encontrou guarida no coração de Jesus. O Mestre
não buscava a própria glória, mas a fidelidade à vontade do Pai. Seu poder era
usado para servir e libertar, e não para oprimir e dominar. Não estava tanto
preocupado com os romanos, quanto com seus próprios compatriotas, que tinham
transformado a religião em instrumento de opressão. Jesus tornara-se objeto da
admiração popular, mas também vítima da perseguição sistemática por parte de seus
adversários.
Nada do que Judas imaginava, acontecia com o Mestre. Daí a sua decepção.
Sua decisão de traí-lo resultou de uma paixão precipitada. Não foi capaz de
abrir mão de seu preconceito com relação a Jesus. Por isso, não vendo
realizar-se o que imaginava, Judas optou por vender o seu Mestre.
A atitude do discípulo traidor repete-se cada vez que os seguidores de Jesus
caem na tentação de medi-lo com os parâmetros que têm na cabeça. É o erro fatal
de quem o desconhece.
INTENÇÕES PARA O MÊS DE MARÇO:
Geral – Respeito à natureza: Que cresça, o respeito à
natureza, obra de Deus confiada a nossa responsabilidade.
Missionária – Bispos, Sacerdotes e Diáconos: que os Bispos,
Padres e Diáconos sejam incansáveis anunciadores do Evangelho até os confins da
Terra.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo da Quaresma (CNBB-DL/2011): Vai da quarta-feira de Cinzas até
a missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a celebração da
Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a
dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou
preparação do Batismo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais
frequência a Palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração
do mistério pascal” (SC 109).
· Durante este tempo, é
proibido ornar o altar com flores, o toque de instrumentos musicais só é
permitido para sustentar o canto. Excetuam-se o Domingo Laetare (4º
Domingo da Quaresma), bem como as solenidades e festas.
· A cor do tempo é
roxa. No Domingo Laetare, pode-se usar cor-de-rosa. (IGMR nº308f)
· Em todas as Missas e
Ofícios (onde se encontrar), omite-se o Aleluia.
· Nas solenidades e
festas somente, como ainda em celebrações especiais, diz-se o Te Deume o
Glória.
· As memórias
obrigatórias que ocorrem neste dia podem ser celebradas como memórias
facultativas. Não são permitidas missas votivas (devoção particular).
· Na celebração do
Matrimônio, seja dentro ou fora da Missa, deve-se sempre dar a bênção nupcial;
mas admoestem-se os esposos que se abstenham de demasia pompa.
Cor Litúrgica: ROXO - Simboliza a preparação, penitência ou
conversão. Usada nas missas da Quaresma e do Advento.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo