Liturgia Diária
Comentada 11/05/2013
6ª Semana da Páscoa - 2ª Semana do Saltério
Prefácio pascal - Ofício do dia
Cor: Branco - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: I Pedro 2,9 - Povo resgatado por Deus, proclamai suas
maravilhas: ele vos chamou das trevas à luz admirável, aleluia!
Oração do Dia: Ó Deus, inspirai aos nossos corações a prática das boas obras para
que, buscando sempre o que é melhor, vivamos constantemente o mistério pascal.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: At 18,23-28
Apolo demonstrava com as Escrituras que Jesus é o Messias.
Paulo permaneceu algum tempo em Antioquia. Em seguida, partiu de novo,
percorrendo sucessivamente as regiões da Galácia e da Frígia, fortalecendo
todos os discípulos. Chegou a Éfeso um judeu chamado Apolo, natural de
Alexandria. Era um homem eloquente, versado nas Escrituras. Fora instruído no
caminho do Senhor e, com muito entusiasmo, falava e ensinava com exatidão a
respeito de Jesus, embora só conhecesse o batismo de João.
Então, ele começou a falar com muita convicção na sinagoga. Ao escutá-lo,
Priscila e Áquila tomaram-no consigo e, com mais exatidão, expuseram-lhe o
caminho de Deus. Como ele estava querendo passar para a Acaia, os irmãos
apoiaram-no e escreveram aos discípulos para que o acolhessem bem. Pela graça
de Deus, a presença de Apolo aí foi muito útil aos fiéis. Com efeito, ele
refutava vigorosamente os judeus em público, demonstrando pelas Escrituras que
Jesus é o Messias. - Palavra do Senhor.
Comentando a Liturgia: O episódio de hoje é significativo, pela atitude
de Áquila e Priscila em face de Apolo. Teriam podido opor-se a ele, combatê-lo,
porquanto pregava ainda o batismo de João e, de qualquer forma, não formava
parte do grupo dos cristãos..., até mesmo lhes fazia concorrência com seu saber
e vigor.
Ao contrário, com muita franqueza chegam-se a Apolo e lhe expõem as
lacunas de sua doutrina. O resultado desse comportamento límpido e honesto foi
ganharem um irmão, em vez de fazerem um inimigo, e o espírito da comunidade se
reforçou na comunhão e no ímpeto apostólico, em vez de se meter em vãs
denúncias, nos ciúmes e na descortesia.
A passagem destaca indiretamente o importante papel dos leigos na
evangelização. Leigo é Apolo, leigos são os dois cônjuges, como eram leigos os
primeiros irmãos que, banidos da comunidade de Jerusalém pela perseguição, se
tornam o primeiro fermento missionário da Igreja, primitiva, fora da Palestina.
Salmo: 46, 2-3. 8-9. 10 (R. 8a)
O Senhor é o grande Rei de toda a terra.
Povos todos do universo, batei palmas, gritai a Deus aclamações de
alegria! Porque sublime é o Senhor, o Deus Altíssimo, o soberano que domina
toda a terra.
— Porque Deus é o grande Rei de toda a terra, ao som da harpa acompanhai
os seus louvores! Deus reina sobre todas as nações, está sentado no seu trono
glorioso.
— Os chefes das nações se reuniram com o povo do Deus santo de Abraão,
pois só Deus é realmente o Altíssimo, e os poderosos desta terra lhe pertencem!
Evangelho: Jo 16,23b-28
O Pai vos ama, porque vós me amastes e acreditastes.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Em verdade, em verdade
vos digo: se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, ele vo-la dará. Até
agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis; para que a vossa alegria
seja completa. Disse-vos estas coisas em linguagem figurativa. Vem a hora
em que não vos falarei mais em figuras, mas claramente vos falarei do Pai.
Naquele dia pedireis em meu nome, e não vos digo que vou pedir ao Pai
por vós, pois o próprio Pai vos ama, porque vós me amastes e acreditastes que
eu vim da parte de Deus. Eu saí do Pai e vim ao mundo; e novamente parto do
mundo e vou para o Pai”. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho (Antonio Carlos Santini / Com.
Católica Nova Aliança): Sim, Deus tem por todos nós um amor
incondicional. Deus não nos ama porque nós somos bonzinhos, mas porque Ele é
bom. Ele nem mesmo esperou que nós o amássemos, pois, como diz São João em uma
de suas Cartas, “Deus nos amou primeiro”. (1Jo 4,19.)
No entanto, no Evangelho de hoje, Jesus nos apresenta uma “razão” para o
Pai ter por nós um amor de predileção: “É o próprio Pai que vos ama, por vós me
terdes amado e haverdes acreditado que Eu vim de junto de Deus”. O discípulo
convive com Jesus, chega a amá-lo e, por isso, desperta ainda mais o amor do
Pai. Curiosamente, a fé desperta o amor...
Claro que o Pai já nos amava bem antes. Afinal, Deus ama tudo o que ele
criou, mesmo os filhos rebeldes, conforme ficou explícito na parábola do filho
pródigo, ou melhor, do “Pai amoroso” (cf. Lc 15, 11ss.). Entre o Artista e as
obras por ele criadas há um amor de “paternidade”. Mesmo aqueles que pintam
para vender suas telas, experimentam certo sentimento de perda ao se desfazerem
delas. E nós não somos telas pintadas: somos criaturas vocacionadas à filiação!
Decerto, há uma gradação no amor de Deus por suas criaturas: não amaria
no mesmo grau uma rocha, um colibri e um bebê. Este último é dotado de uma alma
imortal (exclusiva dos humanos), “capaz de Deus”, e veio à vida como alguém
chamado à amizade e à comunhão com Deus em um patamar que está fora do alcance
dos seres irracionais. Esta descoberta ajuda a entender que o Filho de Deus
tenha morrido por nós, para a nossa salvação.
O amor e a fé andam juntos. Quem ama, aposta sua vida no amado. Aliás,
como se lê no título de um livro do teólogo suíço Hans Urs von Balthasar, “só
quem ama merece nossa fé, nossa confiança”. A criança confia nos pais quando se
sente amada por eles. Na tradução de von Balthasar, São João diz: “Reconhecemos
o amor de Deus por nós e, então, pudemos crer”. (1Jo 4, 16.)
Nossos atos de fé – em especial aqueles que se manifestam por nossas
escolhas, nosso abandono à missão apresentada por Deus – “estimulam” o amor de
Deus por nós. É isso que os mestres espirituais tentam dizer quando afirmam:
“Deus não se deixa vencer em generosidade!” Amor pede amor. Amor puxa pelo
amor.
Que posso fazer para mostrar ao Pai que eu amo a Jesus.
INTENÇÕES PARA O MÊS DE MAIO:
Geral – Responsáveis pela Justiça: Que os responsáveis por
administrar a justiça ajam sempre com integridade e consciência reta.
Missionária – Seminários: Que os Seminários, em particular
os que se encontram em Igreja de missão, formem pastores segundo o Coração de
Cristo, inteiramente dedicados ao anúncio do Evangelho.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo Pascal: Os cinquenta dias entre o Domingo da Ressurreição e o Domingo de
Pentecostes sejam celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia
de festa, ou melhor, “como um grande Domingo” (Santo Atanásio; conforme NALC
22).
Os Domingos deste tempo sejam tidos como Domingos da Páscoa e, depois do
Domingo da Ressurreição, sejam chamados 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º Domingos da
Páscoa. Os oito primeiros dias do Tempo Pascal formam a Oitava da Páscoa e são
celebrados como solenidades do Senhor (NALC 24). O oitavo dia é constituído
pelo domingo seguinte a Páscoa. A oitava da Páscoa tem precedência sobre
quaisquer outras celebrações.
Qualquer solenidade que coincida com um dos domingos da Páscoa tem sua
celebração antecipada para o sábado; se, porém, ocorrer durante a oitava da
Páscoa, fica transferida para o primeiro dia livre que se seguir a oitava. As
festas celebram-se segundo a data do calendário; quando ocorrerem em domingo do
Tempo Pascal, omitem-se nesse ano.
Diz-se o Glória durante a Oitava da Páscoa, nas solenidades e festas, já
o Credo só nas solenidades. O Círio Pascal permanece junto ao altar por todo o
Tempo Pascal, isto é, da noite de Páscoa ao Domingo de Pentecostes, e acende-se
em todas as Missas dominicais.
O Domingo de Pentecostes encerra este tempo sagrado de cinquenta dias
(NALC 23). No Brasil, celebra-se no 7º Domingo da Páscoa e solenidade da Ascensão
do Senhor.
Cor Litúrgica: BRANCO - Simboliza a alegria cristã e o
Cristo vivo. Usada nas missas de Natal, Páscoa, etc... Nas grandes solenidades,
pode ser substituída pelo amarelo ou, mais especificamente, o dourado.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo