Um
dos estados de vida que é santificado por Nosso Senhor Jesus Cristo
é o estado matrimonial. Assim como Jesus abençoa um Sacerdote com
uma Sacramento especial, assim também abençoa o homem e a mulher
que se unem para formar uma família. Para isso Jesus instituiu o
Sacramento do Matrimônio, ou Casamento.
1)
Do Casamento Natural ao Sacramento do Matrimônio
Deus
criou nossos primeiros pais como esposos e os uniu para toda a vida.
Deste modo, Deus instituiu o casamento natural
Por
isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e
já não são mais que uma só carne (Gn
2,24); quando Jesus veio ao mundo para nos salvar, elevou este
casamento natural à dignidade de Sacramento, ou seja, deu a esta
união do homem e da mulher um valor sagrado, com as graças
correspondentes para a missão que recebem. Por isso, São Paulo
compara o casamento à união de Jesus Cristo com a sua Igreja,
esposa de Cristo. Assim como Jesus ama a Igreja e morre por ela, os
esposos amam-se e vivem um pelo outro. (Efésios, V,22)
2)
O nome e a finalidade do Casamento
Este
Sacramento recebe o nome de Matrimônio, ou seja, função de ser
mãe, significando a grandeza e o valor da maternidade. Onde se diz
"maternidade" leia-se "filhos". Hoje em dia a
instituição familiar está sendo destruída pelo neo-paganismo. O
pior é que muitos padres, querendo parecer modernos, têm vergonha
de pregar o verdadeiro matrimônio. Inverteram os fins do Matrimônio
para ficar de acordo com o mundo.
Mas
basta examinarmos as características próprias do casamento para
compreendermos que quando a Igreja ensina que o fim principal do
casamento são os filhos, ela está simplesmente sendo verdadeira,
não tem medo da verdade porque sabe que só a Verdade é fonte de
verdadeira liberdade. É assim que devemos ensinar que:
– o
fim principal do casamento é a procriação
– o
amor mútuo é também um fim, porém subordinado, no sentido de
depender do fim principal. Assim também o equilíbrio da
concupiscência que proporciona o casamento.
Se
os fins forem invertidos, como faz o Novo Catecismo da Igreja
Católica, abre-se as portas para todas as aberrações e para a
destruição da família. Vejam no quadro abaixo as razões:
Diferenças
entre o casamento católico e união livre atual
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Casamento
Católico
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União
livre
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Os
dois se unem para formar uma sociedade, a família. Não é uma
soma, mas algo de novo com características próprias.
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Os
dois se unem para fazer uma experiência em comum. Soma de
interesses particulares.
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Se
é uma sociedade, então a família tem objetivo próprio e os
meios para alcançá-los.
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Não
sendo uma sociedade, cada um tem seu objetivo próprio. O meio de
alcançá-lo é o outro. É a origem das brigas e desavenças.
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Toda
sociedade é voltada para o seu próprio crescimento. Ela busca
necessariamente os frutos.
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Os
interesses particulares de cada um não exigem frutos exteriores.
Os filhos são “programados” quando há interesse dos dois em
tê-los.
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Sendo
uma sociedade, solenemente constituída diante de Deus e da
Igreja, os dois são obrigados a cumprir as regras do contrato.
Daí o bem da Fidelidade.
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Não
sendo uma sociedade, as regras são puramente pessoais, promessas
feitas um ao outro, laços frágeis que se rompem com facilidade.
A fidelidade é fictícia.
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Toda
sociedade supõe a intenção de perdurar no tempo. Daí a
indissolubilidade do casamento decretada por Deus.
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Uma
experiência é em si mesma uma realidade passageira, temporária,
mesmo se este tempo chega a ser longo.
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Os
membros dessa sociedade unem seus esforços e interesses pelos
objetivos e frutos da sociedade. É o fundamento do verdadeiro
amor.
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Os
pares unidos experimentalmente se amam por paixão sentimental que
é passageira e sujeita a variações. Não é verdadeiro amor por
falta de fundamento sólido.
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A
família é um todo, o casal e os filhos são suas partes. O bem
do todo é mais importante do que o bem das partes. Cada um deve
renunciar ao seu próprio interesse quando este for contrário ao
interesse do todo.
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A
união sem vínculo matrimonial é um amontoado de interesses
particulares impostos como supremos. Mais cedo ou mais tarde
haverá choques de interesses.
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Quando
dois jovens resolvem se casar devem preparar-se com muito cuidado
para receber este Sacramento. Devem procurar se conhecer para ver se,
de fato, estão prontos para viver o resto de suas vidas na companhia
um do outro, se existe verdadeiro amor entre eles e não pura paixão
sentimental, que logo desaparece. Por isso devem rezar, pedir luzes a
Deus, ouvir os conselhos dos pais e do diretor espiritual.
Fundando
uma nova família com a bênção divina, os dois devem medir a
grande responsabilidade que assumem diante de Deus e a grande graça
de receber esta missão especial de colaborar com Deus na Criação
de novos dos seus filhos, de levá-los à Fé pelo Santo Batismo, de
educá-los e amá-los de modo verdadeiro, exigindo sempre o caminho
reto e a vida religiosa.
3)
O Ministro, a Matéria e a Forma
O
ministro do Sacramento do Matrimônio são os próprios noivos. O
Padre é a testemunha principal, que assiste a este juramento solene
que os noivos fazem diante de Deus. Este juramento é um contrato que
os dois assinam, pelo qual eles selam esta união para toda a vida,
com a finalidade de ter os filhos que Deus quiser lhes dar.
A
matéria do Sacramento é a aceitação do contrato.
A
forma do Sacramento são as palavras que eles dizem para significar
que aceitam o contrato: o "sim".
Como
para todos os Sacramentos dos vivos, os noivos devem estar em estado
de graça para se casar, de modo a poder receber todas as graças do
Sacramento. Para isso, devem fazer uma boa Confissão antes da
cerimônia e se aproximar da Santa Comunhão juntos.
4)
A Cerimônia
O
Padre começa fazendo o anúncio do casamento e pedindo que, se
alguém souber de algo que impeça os noivos de se casarem que o diga
nesta hora, sob pena de pecado mortal.
Depois
o Padre lê para o noivo a fórmula do contrato: "Sr. NN aceita
a Sra. NN aqui presente como legítima esposa, conforme manda a Santa
Madre Igreja, até que a morte vos separe? R/Sim."
Lê
para a noiva a mesma fórmula e ela responde o Sim.
Então
o Padre cobre as mãos dos noivos com a estola e eles dizem, um
depois do outro: "Eu, NN, recebo a vós, NN, por minha legítima
esposa (por meu legítimo esposo), conforme manda a Santa Madre
Igreja Católica, Apostólica, Romana."
Em
seguida o Padre completa: "Eu vos uno no Matrimônio, em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém." Benze as alianças e
reza as orações finais.
Durante
a Missa, o sacerdote dá a Bênção nupcial.
Pelo
Sacramento do Matrimônio, Jesus Cristo une os esposos num vínculo
santo e indissolúvel, ou seja, que nunca poderá ser desfeito, a não
ser pela morte de um dos dois. O divórcio é condenado no Evangelho.
Jesus Cristo instituiu o Sacramento do Matrimônio e quis que fosse
indissolúvel, para proteger os filhos e preservar as famílias, base
da sociedade cristã. As famílias católicas, protegidas e
fortalecidas pela graça do Sacramento, vivendo pela Fé profunda que
os pais transmitem aos filhos, pela oração que todos fazem uns
pelos outros e para Deus, tendo o Sagrado Coração de Jesus e Nossa
Senhora como centro de todos os interesses e atenções, conseguirá
atravessar todas as dificuldade da vida presente, ajudando uns aos
outros a alcançar o Céu.
Recomendamos
a leitura da Encíclica Casti Connubii, de Pio XI, de 31/12/1930.
Fonte:
http://www.capela.org.br/Catecismo/matrimonio.htm