Dom
Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo
Diocesano de Limeira, SP
"O
que Deus uniu, o homem não separa” (Mc 10,9)
Leituras:
Gênesis 2, 18-24; Salmo 128 (127), 1-2.3.4-5.6 (R/ cf. 5); Carta aos
Hebreus 2, 9-11; Marcos 10, 2-12 (mais breve).
COR
LITÚRGICA: VERDE
Animador:
Com esta celebração damos início ao mês missionário, lembrando
sempre que esta é a função de cada batizado: ser anunciador da
Palavra de Deus. Hoje, somos convidados a dar graças a Deus pela
vida e por nossas famílias, dando-nos possibilidades de construir
relações de fraternidade e paz.
1.
Situando-nos
“Bendito
seja Deus que nos uniu no amor de Cristo”, foi o que todos vocês
disseram em alto e bom tom logo no início desta celebração. Em
outras palavras, proclamamos que o que está acontecendo aqui é pela
obra de Deus. Ele nos reuniu. Ele nos fala pela sua Palavra. Ele nos
prepara e gratuitamente um banquete, o seu banquete nupcial para
todos nós. Em outras palavras, ele nos mostra e traz para nossos
corpos toda a amorosa paixão que tem por nós.
Ouvindo
a Palavra e celebrando a paixão-morte-ressurreição de Jesus e o
dom do seu Espírito, acontece aqui, por obra de Deus, a renovação
da eterna e definitiva aliança entre Deus e a humanidade no mistério
da Páscoa do Senhor Jesus. Aliança esta biblicamente representada
pela realidade simbólico-sacramental do casamento entre um homem e
uma mulher; realidade sagrada, portanto, mas nem sempre entendida nem
respeitada, principalmente por quem baseia seu viver exclusivamente
em leis forjadas por padrões da mente humana.
A
Palavra de Deus vem hoje nos trazer uma luz neste sentido.
Retomemo-la. Deixemo-nos conduz por seu espírito.
2.
Recordando a Palavra
Já
vimos nos domingos anteriores como Jesus vem enfrentando
resistências, principalmente por parte das autoridades religiosas de
então. Não viam a hora de poder pegar Jesus em alguma armadilha por
eles bem arquitetada.
Tão
escravos e dependentes, viviam padrões legalistas meramente humanos.
Não conseguiam ver, e muito menos admitir, na pessoa daquele humilde
Jesus de Nazaré o próprio Deus se “casando” com a humanidade.
Daí
a pergunta capciosa de alguns fariseus, baseando-se numa lei do tempo
de Moisés: é permitido ao homem divorciar-se de sua mulher? Pode ou
não ao pode? A lei diz que pode! (Mc 10,2-4).
Jesus,
sabiamente, não se deixa envolver pela questão meramente legal. Ele
vai à raiz das questões: Se a lei permitiu tal tipo de
procedimento, foi para atender à “dureza do coração de vocês”,
resultante do afastamento do coração de Deus. Foi porque vocês de
desconectaram do projeto original de Deus em relação ao ser humano
(cf. primeira leitura)!
Como
lembra Jesus: Desde o começo da criação Deus os fez homem e
mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão
uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne.
Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe” (v.6-9).
Aos
discípulos, depois, Jesus explica em particular que o divórcio
significa “adulteração” de uma relação e, por isso mesmo,
fora do plano de Deus. O projeto de Deus é que todas as relações
humanas – começando pelo casamento, é claro – sejam de amor,
compaixão, perdão: verdadeiras. Pois Deus é assim em relação a
nós! Por isso se entende que, logo em seguida, Jesus se “aborrece”
com os discípulos por repreenderem as crianças trazidas para que as
tocasse.
Como
que a dizer: deixem elas vir, e, quanto a vocês, voltem a ser como
elas, e então experimentarão o sentido do Reino de Deus como
relação humana pura, sem falsidade, sem adulteração. Isso que é
bênção! Por isso cantamos o Salmo 128, cujo refrão soa assim: O
Senhor te abençoe de Sião, cada dia de tua vida (cf. v.5)
Trata-se
de uma bênção, porque, como diz a carta aos Hebreus, na segunda
leitura (Hb 2, 9-11), tanto Santificador (Jesus), quanto os
santificados (seus discípulos) descendem do mesmo ancestral (Deus
Pai) (cf. v.11).
3.
Atualizando a Palavra
Nos
domingos passados vimos Jesus ensinando qual é o caminho do Filho do
Homem: sofrimento, cruz e ressurreição. Ao mesmo tempo, Ele veio
nos explicando em que consiste ser discípulos e seguir Jesus. E,
nesse contexto de hoje Ele vem nos mostrar que também um casamento
fiel faz parte do seguimento de Jesus, do discipulado.
E
quem é este Jesus? É o Messias que vem restaurar as coisas conforme
o projeto mais original de Deus. Também no que diz respeito ao
matrimônio. Tinha que ser assim mesmo. Assim Deus o quis desde a
criação... “Outra coisa é quando um governo civil admite o
divórcio: o governo não é o Messias... Tem de fazer como Moisés:
dar uma legislação para a fraqueza, para ‘dureza de coração’,
para limitar o estrago...”! (KONINGS, J. Liturgia dominical.
Mistério de Cristo e formação dos fiéis. Op. cit., p.331).
“O
projeto de fidelidade absoluta no amor faz o matrimônio cristão um
sinal eficaz do amor de Deus para o seu povo: um sacramento. Em
Efésios 5, 22-33, Paulo relaciona o amor de esposo e esposa com o
amor que Cristo tem para a Igreja e chama isso de grande mistério ou
sacramento. Ora, nesse mistério de amor está presente o caminho de
Cristo: assumir a cruz nos passos de Jesus” (Ibidem, p. 331-332).
Hoje,
coincidentemente, inicia-se em Roma o Sínodo sobre a família,
convocado pelo Papa Francisco. Muita discussão, muita reflexão e
oração, certamente. Momento eclesial de suma importância, na busca
de amadurecimento evangélico e pastoral sobre a realidade da
família. Momento abençoado, pois possibilitará a todos e todas
tomarem uma consciência mais aprofundada de que “o matrimonio,
quando bem conduzido em amor inquebrantável, é uma forma de seguir
Jesus no caminho do dom total”. (Ibidem, p. 332). E Deus é esse
dom total.
4.
Ligando a Palavra com ação litúrgica
Por
isso que iniciamos esta celebração lembrando esta belíssima oração
bíblica: “Senhor, tudo está em vosso poder, e ninguém pode
resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a
terra, e tudo que eles contêm; sois o Deus do Universo” (Est 1,
9.10-11) (Antífona de entrada).
E,
então, concluímos os ritos iniciais desta missa pedindo a esse
“Deus eterno e todo-poderoso que, no seu imenso amor de Pai, nos
concedeu mais do que merecemos e pedimos, que ele derrame sobre nós
a sua misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e
dando-nos mais do ousamos pedir” (Oração do dia). Em outras
palavras, que nos disponhamos a viver o jogo do seu Reino, pura
dádiva sua já presente nos sinais sacramentais desta celebração.
Enfim,
depois de participarmos da Ceia memorial a nova e “eterna”
aliança – portanto, indestrutível – selada no sangue derramado
do Senhor Jesus, elevamos a Deus este caloroso pedido de renovação
para o nosso discipulado: “Possamos, ó Deus onipotente, saciar-nos
do pão celeste e inebriar-se do vinho sagrado, para que sejamos
transformados naquele que agra recebemos”
Que
esta Eucaristia abençoe, renove e fortaleça, sobretudo os
vocacionados à vida matrimonial. Amém!
Oração
dos fiéis:
Presidente:
Como família de Deus reunida nessa assembleia, elevemos nossas
preces ao Pai para que abençoe cada um de nós e, de modo
particular, as nossas famílias.
1.
Senhor, que a Igreja, a grande família de Deus, possa viver a sua
missão conscientizando os batizados, para a ação evangelizadora.
Peçamos:
Todos:
(cantado) Abençoa,
Senhor, as famílias, Amém! Abençoa, Senhor, a minha também.
2.
Senhor, que os governantes sejam coerentes em seus atos, promovendo
os valores da família. Peçamos:
3.
Senhor, que as famílias bem constituídas sejam testemunhas vivas da
felicidade familiar e conjugal na sociedade. Peçamos:
4.
Senhor, olhai com carinho para as famílias desestruturadas e os
casais em crise, ajudando-os a recomeçar a vida conjugal e familiar.
(Outras
intenções)
Presidente:
Ó Deus, que criastes o homem e a mulher a tua imagem e semelhança,
abençoe e proteja nossas famílias afastando delas a divisão e a
indiferença. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos:
Amém.
III.
LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO
SOBRE AS OFERENDAS
Presidente:
Acolhei,
ó Deus, nós vos pedimos, o sacrifício que instituístes e, pelos
mistérios que celebramos em vossa honra, completai a santificação
dos que salvastes. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos:
Amém.
ORAÇÃO
APÓS A COMUNHÃO:
Presidente:
Possamos,
ó Deus onipotente, saciar-nos do pão celeste e inebriar-nos do
vinho sagrado, para que sejamos transformados naquele que agora
recebemos. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos:
Amém.
ATIVIDADES
DO BISPO DIOCESANO
Dia
03 de outubro – sábado: Encontro
Vocacional – propedêutico – Limeira; Missa – Novena Paróquia
Nossa Senhora Aparecida (Barra Velha) - Ilhabela – 19h30min.
Dia
04 de outubro – domingo: Encontro
Vocacional – propedêutico – Limeira; Missa de posse de Pároco
do Padre Júlio – 08h00 - Sagrado Coração de Jesus – Conchal,
SP; Missa – São Benedito – Leme - 19h30min – Padre Paulo
Henrique Manhe.
Dia
06 de outubro – terça-feira: Reunião –
Conselho Episcopal – residência episcopal – 09h00.
Dia
07 de outubro – quarta-feira: Reunião –
dos bispos do Sub-regional – Piracicaba – 09h00.
Dia
08 de outubro – quinta-feira: Gravar
Milícia – 09h20min; Missa – Novena de Nossa Senhora Aparecida –
Padre Amauri – Limeira – 19h30min.
Dia
09 de outubro – sexta-feira: Missa
– Novena de Nossa Senhora Aparecida – Padre Newton - Araras –
19h30min;
Dia
10 de outubro – sábado: Crisma
– Santuário São Sebastião – Porto Ferreira – 18h00 – Padre
Luís Fabiano Canatta.
Dia
11 de outubro – domingo: Crisma
– Nossa Senhora Rosa Mística – Porto Ferreira – 09h00 –
Padre Paulo Henrique.
BÊNÇÃO
E DESPEDIDA:
Bênção
para as famílias
Presidente:
Ó
Deus, que criaste o homem e a mulher à tua imagem e semelhança e
lhes entregaste o universo inteiro, para que cuidassem dele com
sabedoria. Abençoa os casais de nossa comunidade, fortaleça sua
união, ajuda-os a superarem os conflitos, para que em tudo teu nome
seja glorificado. Por Cristo, Senhor nosso.
Todos:
Amém.
Presidente:
Senhor
nosso Deus, enriquecei teus filhos e filhas para que possam sempre
viver a harmonia do amor conjugal. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos:
Amém.
Presidente:
O Senhor esteja convosco.
Todos:
Ele está no meio de nós.
Presidente:
Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo.
Todos:
Amém.
Presidente:
Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
Todos:
Graças a Deus.