Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira, SP
“Fazei
o que ele vos disser”
(Jo
2, 5)
Leituras:
Ester 5, 1b-2; 7,2b-3; Salmo 45 (44), 11-12a.12b-13.14-15a.15b-16 (R/ 11 e 12a);
Apocalipse 12, 1.5.13a.15-16a; João 2, 1-11.
COR LITÚRGICA: branco ou dourado
Animador: Irmãos e irmãs,
desde o ano de 1717, quando foi encontrada a imagem de Nossa Senhora Aparecida,
nas águas do rio Paraíba, Deus tem manifestado seu amor ao povo brasileiro
através do rosto materno da Mãe de Jesus e nossa Mãe. Pelas mãos de Nossa
Senhora Aparecida encontramos Jesus. É o modo como Maria usa suas mãos para
favorecer o encontro com Jesus, seu Filho. Lembramos também, hoje, de todas as
crianças, principalmente daquelas que são abandonadas, esquecidas, exploradas.
Vamos então colocar todas as crianças do Brasil e do mundo sob a proteção de
Nossa Senhora Aparecida.
1. Situando-nos
Hoje, mais uma vez, Deus nos dá a
graça de estarmos aqui reunidos para ouvirmos sua Palavra e participarmos da
Ceia do Senhor, memorial do sacrifício pascal de Cristo. É o fazemos na
solenidade da padroeira do nosso Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Deus, por intermédio de Maria, tem muito a nos dizer e oferecer neste dia.
“Aparecendo em 1717 a pobres
pescadores, que trabalhavam para fartar a mesa dos nobres, Nossa Senhora
Aparecida assume – como seu Filho Jesus – a opção preferencial pelos pobres
marginalizados. Com ela identificam-se todos os que são oprimidos e postos à
margem em nosso país. Além do mais, ela quis aparecer negra, identificando-se,
assim, com os escravos de ontem e de hoje.
Celebrar, portanto, a festa da
padroeira do Brasil, significa redescobrir os valores libertadores aí contidos,
em constante impulso pastoral que visa a concretizar o projeto de Deus em nosso
meio (BORTOLINI, José. Roteiros Homiléticos. Anos A, B, C. Festas e Solenidade.
São Paulo. Paulus, 2006, p.779).
Com Maria, coloquemo-nos ainda à
escuta da Palavra, o Cristo vivo e ressuscitado que nos fala e nos interpela. O
que será que Deus está querendo nos dizer hoje?
2. Recordando a
Palavra
O Evangelho nos fala de um casamento em Caná da Galileia
(Jo 2,1-11). Entre os convidados lá se fez presente a “mãe de Jesus”, bem como
“Jesus e seus discípulos”.
A certa altura da festa, vindo a faltar vinho, Jesus
ouve de “sua mãe” a observação: “Eles não têm vinho”. “Mulher, para que me
dizes isso? A minha hora ainda não chegou” (v.4). E logo “sua mãe” tomou a
iniciativa de avisar o pessoal de serviço: “Fazei tudo o que ele vos disser”
(v.5). De fato, eles obedeceram. A pedido de Jesus, encheram de água, seis
enormes vasilhas de pedra, cada qual com capacidade de mais ou menos cem litros.
Em seguida, a mando de Jesus, fizeram o mestre-sala
provar desta água. Era vinho, e da melhor qualidade (cf. v. 6-10)! E o escritor
do Evangelho, João, finaliza com esta observação: “Este início dos sinais,
Jesus o realizou em Caná da Galileia. Manifestou sua glória, e os seus
discípulos creram nele” (v.11).
A figura de Maria, portanto, aparece aí como “Mulher”
mulher intercessora, “mãe de Jesus” expressando um pedido: “Fazei tudo o que
ele vos disser”.
Remete-se à rainha Ester, outra grande mulher, lá do
Antigo Testamento, como ouvimos na primeira leitura (Est 5, 1b-2; 7,2b-3):
junto ao rei Assuero encantado por sua beleza, ele intercede pelo seu povo
manifestando seu maior pedido e desejo: “Concede-me a vida (...) e a vida do
meu povo” (est 7,3).
Ester é uma figura de Maria que, por sua vez, é figura
da própria Igreja pela qual o divino Rei se encanta. Por isso cantamos hoje o
Salmo 45, cujo refrão soa assim: “Ouve, filha, inclina o ouvido, que agrade ao
rei a tua beleza” (v. 11a.12a).
De fato, é no céu que depois o mesmo evangelista João
vislumbra o “grande sinal” de “uma mulher vestida com o sol, tendo a lua
debaixo dos pés, e, sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas” (Ap. 12,1).
3. Atualizando a
Palavra
Esta “mulher” é sem dúvida Maria imaculada, mas unida a
ela também outra “mulher”, a saber, a jovem Igreja purificada no mistério
pascal de Cristo e coroada com o martírio (testemunho) dos doze apóstolos (doze
estrelas) da qual fazemos parte. Ambas com a mesma missão: “gerar e levar o
Salvador ao mundo e presenciar sua vitória, eis o que Maria e a Igreja têm em
comum.
Destacando a figura de Maria, a Igreja assume, até certo
grau, o que foi a obra de Maria. Isso vale também com relação à proteção da
Pátria, que não é algo mágico, mas algo que se realiza mediante as nossas mãos,
nosso empenho por uma Pátria melhor, mais justa, mais conforme a vontade de
Deus” (KONINGS, J. Liturgia dominical.
Mistério de Cristo e formação dos fiéis. Op. Cit., p. 498).
Nossa Senhora da Conceição Aparecida: esta é a Padroeira
do Brasil, cuja festa celebramos. Popularmente chamam-na de Nossa Senhora
Aparecida. Para a Igreja em geral, temos ainda outra festa da “Imaculada
Conceição”, no dia 08 de dezembro. Ambas celebram no fundo o mesmo mistério de
Maria, criada por Deus imaculada, a saber, no estado original (paradisíaco) do
ser humano, sem mancha, sem mácula, sem pecado, para que também nós, pela fé em
Jesus e engajamento em seu projeto messiânico, entremos no estado original
paradisíaco da graça que havíamos perdido!
Ter a “Imaculada Conceição” de Aparecida como nossa
Padroeira significa uma vocação, um chamado ao povo brasileiro no sentido de
superar um “pecado original” enraizado em nosso inconsciente coletivo, pecado esse
que tem um nome: corrupção.
Sabe Deus se a falta de vinho nas bodas de Caná não foi
também por eventual desvio do produto! Seja como for, a pergunta agora é esta:
como vamos corrigir nossos vícios históricos? Ouvindo a “mãe de Jesus” e nossa
mãe eu, preocupada e pensando nos pobres marginalizados deste país, nos pede e
até implora: “Façam o que meu Filho vos mandar!”.
Ponhamos em prática o que a Mãe pede. Então milagres vão
acontecer. E a família brasileira toda fará festa. A festa da vida que, para
glória de Deus, se expande para dentro da eternidade.
4. Ligando a Palavra
com ação litúrgica
Cumprir-se-á então o que a liturgia de hoje propõe para
o início desta celebração: “Com alegria rejubilo-me no Senhor, e minha alma
exultará no meu Deus, pois me revestiu de justiça e salvação, como noiva ornada
de suas joias” (Antífona de entrada).
E, para que isso tudo aconteça, iniciamos a celebração
com este significativo pedido: “Ó Deus todo-poderoso, ao rendermos culto à
Imaculada Conceição de Maria, Mãe de Deus e Senhora nossa, concedei ao povo
brasileiro que, fiel à sua vocação, e vivendo na paz e na justiça, possa chegar
um dia à pátria definitiva” (Oração do dia).
Então, ouvida a Palavra, professada a nossa fé, feitos
os nossos pedidos, e colocadas as oferendas de pão e vinho sobre o altar para
serem o sagrado memorial do sacrifício de Cristo, entramos em clima de grande
ação de graças ao Senhor, nosso Pai eterno e todo-poderoso. Damos graças pela
Conceição Imaculada de Maria, por Deus assim criada, cheia de graça, para ser a
“mãe” de Jesus. Damos graças, porque, nela Deus nos deu “as primícias da
Igreja, esposa de Cristo, sem ruga e sem mancha, resplandecente de beleza”.
Damos graças, porque, de fato, “puríssima devia ser a
Virgem que nos daria o Salvador, o Cordeiro sem mancha, que tira os nossos
pecados”. Damos graças, porque “escolhida entre todas as mulheres, modelo de
santidade e advogada nossa, ela intervém constantemente em favor do povo”
(Prefácio: Maria e a Igreja).
E, já que Deus é tão bom, sentimo-nos na obrigação de
nos unirmos ao coro da multidão dos anjos e santos do céu – e o fazemos! – Para,
com eles, proclamar e cantar a uma só voz precisamente aquilo que é bem próprio
de Deus: Santo, Santo, Santo – “Santíssimo, portanto” – puro, verdadeiro, sem
mentira e sua glória se espalha por todo o universo.
Enfim, depois de alimentados com o Corpo e o Sangue do
Filho de Deus, elevamos uma última súplica: ”Dai, ó Deus, ao vosso povo, sob o
olhar de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, irmanar-se nas tarefas de cada
dia para a construção do vosso reino”. Que o Reino de Deus aconteça neste chão
brasileiro. Amém.
Oração dos fiéis:
Presidente: Irmãos e
irmãs, elevemos a Deus nossas preces, e que esta oração seja apresentada a Deus
pelas mãos de Maria.
S- Senhor, que nascestes da Virgem,
T-TENDE PIEDADE DE NÓS!
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S- Ó Cristo, Filho de Maria,
T-TENDE PIEDADE DE NÓS!
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S- Senhor, Senhor!
T-TENDE PIEDADE DE NÓS!
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1- S- Virgem do SIM à Palavra,
T- ROGAI POR NÓS!
S- Virgem do risco do amor,
T- ROGAI POR NÓS!
S- Virgem de toda alegria,
T- ROGAI POR NÓS!
Estr.: ROGAI, POR NÓS, Ó MARIA!
|
2- S- Virgem das altas montanhas,
T- ROGAI POR NÓS!
S- Virgem do entusiasmo,
ROGAI POR NÓS!
S- Virgem do irmão caminheiro,
ROGAI POR NÓS!
Estr.: ROGAI, POR NÓS Ó MARIA!
|
3- S- Virgem dos desamparados,
ROGAI POR NÓS!
S- Virgem de todos os lares,
ROGAI POR NÓS!
S- Virgem da paz para o mundo,
ROGAI POR NÓS!
Estr.: ROGAI, POR NÓS Ó MARIA!
|
4- S- Virgem das mãos que se doam,
ROGAI POR NÓS!
S- Virgem do amor tão fecundo,
ROGAI POR NÓS!
S- Virgem do amor consagrado,
ROGAI POR NÓS!
Estr.: -ROGAI, POR NÓS Ó MARIA!
|
5- S- Virgem do amor verdadeiro,
ROGAI POR NÓS!
S- Virgem Rainha da Igreja,
ROGAI POR NÓS!
S- Virgem do amém, do aleluia,
ROGAI POR NÓS!
Estr.: ROGAI, POR NÓS Ó MARIA!
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Final:
S- Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
T-TENDE PIEDADE DE NÓS!
S- Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
T-TENDE PIEDADE DE NÓS!
S- Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
T--DAÍ-NOS VOSSA PAZ, VOSSA PAZ! AMÉM!
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Presidente: Ouvi, ó
Deus, as orações dos que vos suplicam; que vossa Igreja seja purificada do
pecado e vos sirva com generosa prontidão. Por Cristo nosso Senhor.
Todos: Amém.
III. LITURGIA
EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS
OFERENDAS
Presidente: Acolhei, ó Deus, as preces e oferendas apresentadas em honra
de Maria, Mãe de Jesus Cristo, vosso Filho; concedei que elas vos sejam
agradáveis e nos tragam a graça da vossa proteção. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
ORAÇÃO APÓS A
COMUNHÃO:
Presidente: Alimentados com o Corpo e o Sangue de vosso Filho, nós vos
suplicamos, ó Deus: dai ao vosso povo, sob o olhar de Nossa Senhora da Conceição
Aparecida, irmanar-se nas tarefas de cada dia para a construção do vosso reino.
Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
ATIVIDADES DO BISPO
DIOCESANO
Dia
10 de outubro – sábado: Reunião – Catequese com Deficientes – 09h00 – residência
episcopal, Limeira; Crisma – Santuário São Sebastião – Porto Ferreira – 18h00 –
Padre Luís Fabiano Canatta.
Dia 11 de
outubro – domingo: Crisma – Nossa Senhora Rosa Mística – Porto Ferreira –
09h00 – Padre Paulo Henrique; Crisma Paróquia N. Sra. Auxiliadora, às 19h00,
Pe. Jefferson, Americana.
Dia 12 de outubro – segunda-feira:
Missa – Paróquia Nossa
Senhora Aparecida – 08h30min – Padre Reynaldo - Americana.
Dia 15 de outubro – quinta-feira:
Investidura de
Ministros – cidade de Iracemápolis – Jesus Crucificado 19h30min
Dia 16/17/18 de outubro: Assembleia das Igrejas – Itaici,
Indaiatuba, SP.
Dia 18 de outubro – domingo:
Missa – relíquias –
Basílica Santo Antonio – Americana – Padre Leandro – 17h00.
Dia 19 de outubro –
segunda-feira: Reunião – Pastoral da Comunicação CNBB/Sul 1 – 09h00 – na Residência
Episcopal de Limeira.
BÊNÇÃO E DESPEDIDA:
Presidente: O Senhor esteja convosco.
Todos: Ele está no
meio de nós.
Presidente: O Deus de bondade, que pelo Filho da
Virgem Maria quis salvar a todos, vos enriqueça com sua bênção.
Todos: Amém.
Presidente: Seja-vos dado sentir sempre e por toda
a parte a proteção da Virgem, por quem recebestes o autor da vida.
Todos: Amém.
Presidente: E vós, que reunistes, hoje para
celebrar a sua solenidade, possais colher a alegria espiritual e o prêmio
eterno.
Todos: Amém.
Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, Pai
e Filho e Espírito Santo.
Todos: Amém.
Presidente: Ide em paz e que o Senhor vos
acompanhe.
Todos: Graças a Deus.