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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Homilia da Festa do Batismo do Senhor - 10 de Janeiro

BATISMO DO SENHOR - 10 de janeiro de 2016

Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira, SP



“Tu és meu Filho amado; eu hoje te gerei!” (Sl 2,7)
Leituras: Isaías 42, 1-4.6-7; Salmo 29 (28); Atos dos Apóstolos 10, 34-38; Lucas 3, 15-16.21-22.

COR LITÚRGICA: BRANCA
Animador: Concluindo as comemorações da manifestação do Senhor do ciclo do Natal, celebramos hoje a festa do Batismo do Senhor. A partir do Batismo Jesus inicia a sua missão, assim como todos nós que somos a igreja. Nos lembra o Papa Francisco, em sua Bula sobre a Misericórdia Divina: “A Igreja tem a missão de anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do evangelho, que por meio dela deve chegar ao coração e à mente de cada pessoa” (MV 12).
1. Situando-nos
A festa do Batismo do Senhor, prolongamento da Epifania, conclui o Tempo de Natal e abre o Tempo Comum. Recordamos, neste domingo do Batismo de Jesus, a manifestação pública de sua adesão ao Pai e a missão que lhe foi confiada, como Filho amado e fiel.

O povo que já não suportava o peso da dominação, viva na expectativa pelo Messias libertador. O ungido que haveria de libertar o povo das opressões e estabelecer novas relações.

O “banho de Jesus” nas aguas do Jordao encerra todo o itinerário que o Filho amado do Pai, deverá percorrer, como Servo, como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Expressa toda sua “simpatia”, sua disposição de mergulhar, assumindo profundamente nossa humanidade, num acreditável ato de solidariedade que o leva até a cruz. É o sinal profético da caminhada em direção à Páscoa: revelação plena e definitiva de Deus e de seu Espírito, no serviço à justiça, dando a vida plena libertação da humanidade.

Abramos os ouvidos do coração para acolher a voz do Pai, que ressoa dentro de nós, e que declara nossa missão: “tu és minha filha muita amada, tu és meu filho muito amado.

2. Recordando a Palavra
O Batismo de Jesus é tido como uma segunda epifania aos judeus e à comunidade dos cristãos.

E Evangelho de Lucas lembra que o povo estava na expectativa e se perguntava se João seria o Messias, João toma a palavra dizendo que ele batiza com águam as viria o mais forte e ele não se considera digno de desatar as correias de sua sandália. O Messias vem revestido de toda autoridade. Ele batizará com fogo e com o Espírito Santo. O Batismo de João (com agua) era a preparação para uma realidade maior e definitiva. Jesus cumprirá as profecias inaugurando a plenitude dos bens messiânicos.

Jesus vem ao Jordão para ser batizado juntamente e no meio com o povo. Identificou-se com seu povo Israel. Jesus se faz batizar como um pecador comum. O Salvador se solidariza com quem deve ser salvo. Jesus, depois de batizado, colocou-se em oração, o céu se abriu, o Espírito desceu sobre ele em forma de pomba e do céu veio uma voz dizendo: “Tu és o meu Filho amado; eu hoje te gerei!”. Este filho também “o servo, o eleito ao qual o Pai dá toda a sua afeição”. Jesus recebe o duplo testemunho: do Pai e do Espírito. O Espírito se manifesta em imagem; o Pai, na voz que vem do céu proclamando Jesus como Filho, Messias e Servo amado. Ele dá novo sentido ao rito do batismo: o que era sinal de preparação para a achegada de um novo tempo, para Jesus é plenitude de justiça – é enfrentar sua missão. 

Depois de mergulhar nas aguas, Jesus permanece em oração. Enquanto rezava: “O céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma visível, como pomba”. Exatamente neste momento de intensa solidariedade com os pecadores, acontece a grandiosa epifania Trinitária. A voz do Pai trovejou do céu, anunciando: ‘Este é o meu Filho amado, no qual eu pus o meu agrado’” (CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS. Diretório Homilético. Brasília: Edições CNBB, 2015, n.133).

A primeira leitura nos apresenta o “servo” de Deus que alimentou a esperança do povo durante o exílio babilônico. O cântico faz ressoar a eleição desse predileto para levar aos povos o verdadeiro conhecimento do Deus de misericórdia e fidelidade. O “servo” receber a missão de anunciar a todos a misericórdia e a fidelidade de Deus. Para isso recebe o Espírito do Senhor.

O Salmo 28 (29) é um hino de louvor que proclama Deus como o Senhor do universo, mais poderoso que os elementos da natureza. Deus é aliado que abençoa o seu povo com a paz. Sete vezes se repete a expressão “voz do Senhor”: Jesus Cristo é a voz de Deus, que se rebela a toda humanidade!

A segunda leitura ala do início da pregação do apostolo Pedro que representa o anúncio do Evangelho nos primeiros tempos do cristianismo. Pedro fala de Jesus de Nazaré como acontecimento que trouxe a Boa-Nova da paz e como “Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos”. Por meio de ações salvadoras, Cristo anunciou o amor misericordioso de Deus aos mais necessitados.

3. Atualizando a Palavra
Há quem se pergunte: Jesus precisava ser batizado? se ele era o Filho de Deus, porque foi pedir para ser batizado por João Batista?

João Batista, vindo do deserto, estava pregando o Batismo de penitencia às margens do rio Jordão. Jesus se aproxima e pede para ser batizado a exemplo de muitos que acorriam ao profeta. O Batista tenta impedi-lo, mas Jesus insiste em ser batizado junto com o povo. A insistência revela a sua intenção: ser solidário com os pecadores. Ele veio para solidarizar-se com a humanidade. Pretende estar onde eles estão. Paulo apóstolo afirma: “aquele que não cometeu nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós” (2Cor 5,21).

Um elemento que não deve passar despercebido é o fato de que o Espírito desce sobre Jesus enquanto ele estava sendo batizado. Jesus é aquele que reza. Na oração ele procura mergulhar na vontade do Pai. O Pai, por sua vez, concede o Espírito àqueles que pedirem. No Evangelho de Lucas é intensa a atuação do Espírito. Jesus inicia sua missão sob a ação do Espírito (cf. Lc 4,1.18). “Portanto, podemos afirmar que o Espírito Santo é a grande reposta de Deus à oração do povo e de Jesus”. No Filho amado de Deus, “a esperança orante do povo tem sua resposta definitiva. E a resposta de Deus é tão forte e sentida, que o Espírito desce sobre Jesus em forma visível, como pomba” (BORTOLINI, Op. Cit., p.521).

“Tu és meu Filho amado; eu, hoje te gerei!”. Isto é para nós palavra confortadora que só podemos ouvir quando estamos em profunda oração! Em Cristo somos filhas muito amadas e filhos muito amados, gerados a cada dia pela misericórdia e bondade do Pai!

O mergulho nas aguas do Jordão consagra a Jesus na missão de Servo do Senhor (cf. Is 42,1). Jesus assume a missão de ser o servo que, investido pelo Espírito de Deus, promoverá o direito entre as nações. Em Jesus, o Pai reafirma a aliança com toda a humanidade.

“O Batismo de Jesus é modelo também para o nosso. No Batismo, descemos com Cristo nas águas da morte, onde são lavados os nossos pecados. E, depois de sermos imersos com Ele subiremos das águas e ouviremos – com força e potência – a voz do Pai, que dirigida também a nós, nas profundezas dos nossos corações, pronuncia um novo nome para cada um de nós. ‘Amado! EM quem ponho, meu agrado’. Percebemos este nome como nosso não em virtude das boas obras por nós realizadas, mas porque Cristo, no seu amor sem limites, desejou intensamente compartilhar conosco a sua relação com o Pai” (CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS. Diretório Homiléticos: Edições CNBB, 2015, n.137).

4. Ligando a Palavra com a ação eucarística

Mergulhados nas águas que comunicam o Espírito, revivemos hoje nossa consagração batismal, pela qual fomos incorporados a Cristo “para sermos interiormente transformados por Ele” é o que pedimos na oração do dia.

Como povo sacerdotal, assembleia de batizados, proclamamos pela Eucaristia as maravilhas daquele que nos chamou das trevas à sua luz e aceitamos ser mergulhados com Cristo no mistério de sua entrega filial ao Pai.

Acolhemos em oração o Espírito que nos é entregue e, na voz do Pai, recebemos a confirmação de sermos seus filhos amados com a missão de sermos luz para as nações e alegres anunciadoras da Boa-Nova do Reino.

Celebrando a Eucaristia, vivemos o núcleo da vida batismal, entrando em comunhão com Deus, com os nossos irmãos, com os cosmos, dando sentido pascal à vida. Ouvindo Jesus, o Filho amado, prolongamos no mundo sua missão, de serviço à justiça com suavidade e mansidão, “fazendo o bem e curando a todos” para que todos vivam de fato, como filhos amados de Deus, concluímos na oração após a comunhão.

PRECES DOS FIÉIS
Presidente: A gratidão é o primeiro sentimento que deve nascer em nós da graça batismal. Vamos louvar e agradecer a Deus pelo nosso Batismo.
1. Renovando nossas promessas batismais, Senhor, pedimos tua graça para testemunhar, com a força da voz e sem medo, a boa nova da salvação que Jesus Cristo nos trouxe e da qual participamos desde o dia de nosso Batismo. Peçamos:   
Todos: Ajudai-nos sempre a fazer o bem, Senhor.

2. Renovando nossas promessas batismais, Senhor, nós vos suplicamos reconhecer que a criação é obra de tua bondade e sabedoria e que só Tu és o Deus único e verdadeiro. Peçamos:

3. Renovando nossas promessas batismais, Senhor, nós vos pedimos a graça de viver neste mundo com equilíbrio, promovendo a justiça e a piedade e nossa sociedade. Peçamos:

4. Renovando nossas promessas batismais, Senhor, nós vos suplicamos a graça de viver na mesma identidade de Jesus Cristo, como teus filhos amados e deixando-nos conduzir pelo Espírito que mora em nós. Peçamos:

5. Renovando nossas promessas batismais, Senhor, nós vos pedimos a graça de formar uma comunidade que vive autenticamente o Evangelho e promove os valores do teu Reino. Peçamos:
(Outras intenções)

Presidente: Ó Deus, ouvi as preces de teus filhos e filhas, que batizados na água em nome da Trindade, foram imersos em tua graça. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Recebei, ó Pai, as oferendas que vos apresentamos no dia em que revelastes vosso Filho, para que se tornem o sacrifício do Cordeiro que lavou em sua misericórdia os pecados do mundo. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

ORAÇÃO PÓS-COMUNHÃO:
Presidente: Nutridos pelo vosso sacramento, dai-nos, ó Pai, a graça de ouvir fielmente o vosso Filho amado, para que, chamados filhos de Deus, nós o sejamos de fato. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

V. RITOS FINAIS
BÊNÇÃO E DESPEDIDA:

Presidente: Deus, que vos concedeu a graça de celebrar o Batismo de seu Filho Jesus Cristo, derrame sobre vós a paz e a alegria.
Todos: Amém.
Presidente: Cristo, que depois do seu batismo iniciou sua obra evangelizadora, vos conceda a graça de serem evangelizadores em nossa comunidade.
Todos: Amém.
Presidente: O Espírito Santo, que ungiu Jesus Cristo neste dia do Batismo do Senhor, ilumine vossos passos e vos faça dignos da filiação divina.
Todos: Amém.

Presidente: (Dá a bênção e despede a todos com carinho)

"A catequese não prepara simplesmente para este ou aquele sacramento. O sacramento é uma consequência de uma adesão a proposta do Reino, vivida na Igreja (DNC 50)."

Documento Necessário para o Batismo e Crisma

Certidão de Nascimento ou Casamento do Batizando;

Comprovante de Casamento Civil e Religioso dos padrinhos;

Comprovante de Residência,

Cartões de encontro de Batismo dos padrinhos;

Documentos Necessários para Crisma:

RG do Crismando e Padrinho, Declaração de batismo do Crismando, Certidão ou declaração do Crisma do Padrinho, Certidão de Casamento Civil e Religioso do Padrinho/Madrinha e Crismando se casados.

Fonte: Catedral São Dimas

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Reflexão

REFLEXÃO

A porta larga que o mundo oferece para as pessoas é a busca da felicidade a partir do acúmulo de bens e de riquezas. A porta estreita é aquela dos que colocam somente em Deus a causa da própria felicidade e procuram encontrar em Deus o sentido para a sua vida. De fato, muitas pessoas falam de Deus e praticam atos religiosos, porém suas vidas são marcadas pelo interesse material, sendo que até mesmo a religião se torna um meio para o maior crescimento material, seja através da busca da projeção da própria pessoa através da instituição religiosa, seja por meio de orações que são muito mais petições relacionadas com o mundo da matéria do que um encontro pessoal com o Deus vivo e verdadeiro. Passar pela porta estreita significa assumir que Deus é o centro da nossa vida.

reflexão sobre o Dízimo

A espiritualidade do Dízimo

O dízimo carrega uma surpreendente alegria no contribuinte. Aqueles que se devotam a esta causa se sentem mais animados, confortados e motivados para viver a comunhão. O dízimo, certamente, não é uma questão de dinheiro contrariando o que muitos podem pensar. Ele só tem sentido quando nasce de uma proposta para se fazer a experiência de Deus na vida cristã. Somos chamados e convocados a este desafio.

Em caso contrario, ele se torna frio e distante; por vezes indiferente. A espiritualidade reequilibra os desafios que o dízimo carrega em si. "Honra o Senhor com tua riqueza. Com as primícias de teus rendimentos. Os teus celeiros se encherão de trigo. Teus lagares transbordarão de vinho" (Pr 3,9-10). Contribuir quando se tem de sobra, de certa forma, não é muito dispendioso e difícil. Participar da comunhão alinha o desafio do dízimo cristão.

Se desejar ler, aceno: Gn 28, 20-22; Lv 27, 30-32; Nm 18, 25-26 e Ml 3, 6-10.

Fonte : Pe. Jerônimo Gasques

http://www.portalnexo.com.br/Conteudo/?p=conteudo&CodConteudo=12

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