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sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Homilia : BATISMO DO SENHOR - 13 de janeiro de 2019


DIOCESE DE LIMEIRA

BATISMO DO SENHOR - 13 de janeiro de 2019



Leituras: Isaías 42, 1-4.6-7; Salmo 29 (28), 1a.2-3ac-4.3b.9b10 (R/cf. 11b); Atos dos Apóstolos 10, 34-38; Lucas 3, 15-16.21-22.

COR LITÚRGICA: BRANCA OU DOURADA
Animador: Com a celebração da festa do Batismo do Senhor concluímos todo o Ciclo do Natal. Ao ser batizado, Cristo que se “submeteu” a um ato público de penitência, não se distancia da humanidade pecadora; é um homem com os homens. Vindo a uma humanidade pecadora, identifica-se com ela, mas não é pecador. Não confessa os seus pecados, mas os nossos. Ao celebrarmos hoje o Batismo de Jesus, precisamos renovar o nosso, assumindo nossa missão na obra do Pai, inaugurada por Jesus.


1. Situando-nos
A festa do Batismo de Jesus revela para nós mais uma dimensão de sua encarnação. É a manifestação pública da sua missão. Solidário com o povo, Jesus também entra nas águas do Jordão para receber o batismo.

O seu mergulho na água se liga com seu mergulho na nossa humanidade. Jesus se faz solidário, e mais ainda, Servo e Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele assume nossa condição humana, num ato solidário, que o leva até à Cruz. É uma caminhada que vai em direção à Páscoa.

Podemos nos perguntar se, a partir do Batismo de Jesus, procuramos entender e concretizar o nosso batismo. Se estamos dispostos a “mergulhar” no projeto de Jesus para estabelecer relações humanas construtivas, a começar pela família, no aconchego do lar, na escola, no trabalho, na Igreja, no mundo, com atitudes solidárias e ecumênicas.

Vamos abrir o ouvido do coração para acolher a voz do Pai, que ressoa dentro de nós, e que declara nossa missão: Tu és minha filha muito amada, tu és meu filho muito amado.

2. Recordando a Palavra
O evangelho de Lucas narra o batismo de Jesus que o investe com a plenitude do Espírito, para atuar como Messias, Servo e Filho de Deus. O povo estava na expectativa e perguntava se João não seria o Cristo. O precursor anuncia a palavra de Deus e batiza o povo para acolher o Messias: “eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte” (3,16). As pessoas acorriam a João para receber o batismo como sinal de conversão e de vida nova.

Jesus é o Messias esperado que “batizará com o Espírito Santo e com o fogo”, proporcionando a libertação de todas as formas de opressão, através de sua obra redentora. “Enquanto todo o povo era batizado, Jesus também recebeu o batismo”, solidarizando-se com aqueles que ele veio libertar. O Salvador se une ao povo que procura o batismo como expressão do compromisso como o Reino de Deus.

Depois de batizado, Jesus permaneceu em oração, em comunhão com o projeto do Pai. Enquanto rezava, “o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma visível, como pomba”. Então, ressoou a voz do Pai: “Tu és o meu Filho amado; eu, hoje te gerei” (3,22).

O Espírito desce sobre Jesus de maneira especial, como expressão do amor do Pai que estabelece nele a sua morada. Ele se manifesta na vida de Jesus de forma visível, através das palavras e ações que libertam e salvam.

O Pai unge o seu Filho com o Espírito para a missão libertadora de proclamar o Reino da justiça. Sua unção recorda o Salmo 2,7: “Tu és o meu Filho, eu hoje, te gerei”, ressaltando que ele é o Rei Messias. Mas seu messianismo remete à atuação do Servo do Senhor (cf. Is 42, 1ss). Jesus realiza sua missão como Servo e Filho amado do Pai, enviado para resgatar a dignidade do povo oprimido.

A primeira leitura pertence ao segundo Isaías (caps. 40-55) e salienta que Deus escolhe o Servo, ungindo-o com o seu Espírito, para ser a luz das nações e o libertador dos oprimidos. O Servo realizará a missão com meios pacíficos, em contraste com as forças militares dos reis opressores. Ele implantará a justiça e o direito na terra, através da fidelidade à aliança.

O Senhor chama o Servo “para ser luz das nações, para abrir os olhos os cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas” (42,6-7). A palavra profética fortalece a fé e a esperança do povo exilado na Babilônia. Ilumina e abre os olhos, tornando as pessoas participantes ativas no processo de libertação.

O salmo 29 (28) é um hino de louvor que proclama Deus como o Senhor do cosmos, mais forte do que todos os elementos da natureza. O Senhor abençoa o povo com a paz e sua voz manifesta a salvação. Em Cristo, a voz do Pai se revela a toda a humanidade.

A segunda leitura, dos Atos dos Apóstolos, é o início do discurso de Pedro na casa do centurião Cornélio. Ressalta que “Deus não faz acepção de pessoas”, pois manifestou seu amor a todos através da vida, morte e ressurreição de Jesus. Assim, os gentios são admitidos ao Evangelho sem a obrigação de seguir os costumes da cultura judaica. O essencial é a adesão ao Senhor, manifestada através da prática de sua justiça.

Jesus de Nazaré, o Ungido, o Messias (em hebraico), o Cristo (em grego), “passou a vida fazendo o bem e curando a todos”, pois o Pai estava com ele. Ungido com a força do Espírito de Deus, ele foi enviado como a Boa Nova da paz, o Senhor de todos. Por meio de ações salvadoras, Cristo anunciou o amor compassivo de Deus aos necessitados. Suas testemunhas continuam seu ministério a serviço da vida plena de todas as pessoas.

3. Atualizando a Palavra
A liturgia de hoje recorda o batismo de Jesus, por João Batista, nas águas do Rio Jordão onde ele é manifestado como o Filho amado do Pai. Solidário com os que buscavam a conversão e a vida nova, ele se deixou batizar, enquanto permaneceu em oração. Em sintonia com o povo e com Deus, Cristo ouviu a voz do Pai que o consagrou para cumprir o seu plano de salvação.

Jesus havia acolhido o movimento de João Batista, a voz profética que ressoa, após anos de silêncio. Sobre ele desce a plenitude do Espírito Santo, a força do amor do Pai, para realizar a sua vontade. Assim o Reino, que se manifesta através de seu ministério, expressa o desígnio salvífico de vida plena para toda a humanidade. Quem o segue no caminho do discipulado é impelido a trilhar o seu caminho de justiça e de solidariedade.

Deus se revelou em Jesus, confiando-lhe a missão de Servo e Filho amado. Pelo batismo, mergulhamos no mistério da morte e da ressurreição de Jesus para vivermos a vida nova. Em Cristo, recebemos o Espírito para a missão e fomos adotados/as como filhos e filhas de Deus. Somos gerados a cada dia, pelo amor misericordioso e bondade infinita do Pai, para renovarmos a nossa adesão e o nosso compromisso com o seu Reino.

Iluminados e “banhados em Cristo, somos uma nova criatura! As coisas antigas já se passaram, somos nascidos de novo”. Unidos a Cristo, o Ungido do Pai, nos tornamos continuadores de sua missão profética, sacerdotal e régia. Ele nos confirma no anúncio e testemunho da Boa Nova do Reino, pois “passou a vida fazendo o bem e curando a todos os que estavam sob o poder do mal”.

4. Ligando a Palavra com a ação eucarística
O Domingo é o dia em que a comunidade celebra a alegria de ser povo congregado pelo Senhor. Celebrando a Eucaristia, vivemos o núcleo da vida batismal, da comunhão com Deus e com os irmãos. Revivemos nossa consagração batismal, pela qual fomos incorporados a Cristo, acolhemos, em oração, o Espírito Santo que nos é entregue e, na voz do Pai, recebemos a confirmação de sermos seus filhos amados com a missão de serviço à justiça, à solidariedade e à misericórdia.

“Hoje, nas águas do Jordão, revelaste o novo batismo com sinais admiráveis: pela voz descida do céu ensinastes que o vosso Verbo habita entre os homens. E pelo Espírito Santo, aparecendo em forma de pomba, fizestes saber que o vosso Servo Jesus foi ungido com o óleo da alegria e enviado para evangelizar os pobres” (Prefácio do dia).

PRECES DOS FIÉIS
Presidente: A gratidão é o primeiro sentimento que deve nascer em nós da graça batismal. Vamos louvar e agradecer a Deus pelo nosso batismo.
1. Renovando nossas promessas batismais, Senhor, pedimos tua graça para testemunhar, com a força da voz e sem medo, a boa nova da salvação que Jesus Cristo nos trouxe e da qual participamos desde o dia de nosso Batismo. Peçamos:
Todos: Ajudai-nos sempre a fazer o bem, Senhor!

2. Renovando nossas promessas batismais, Senhor, nós vos suplicamos reconhecer que a criação é obra de tua bondade e sabedoria e que só Tu és o Deus único e verdadeiro. Peçamos:

3. Renovando nossas promessas batismais, Senhor, nós vos pedimos a graça de viver neste mundo com equilíbrio, promovendo a justiça e a piedade em nossa sociedade. Peçamos:
4. Renovando nossas promessas batismais, Senhor, nós vos suplicamos a graça de viver na mesma identidade de Jesus Cristo, como teus filhos amados e deixando-nos conduzir pelo Espírito que mora em nós. Peçamos:

5. Renovando nossas promessas batismais, Senhor, nós vos pedimos a graça de formar uma comunidade que vive autenticamente o Evangelho e promove os valores do teu Reino. Peçamos:
(Outras intenções)

Presidente: Ó Deus, ouvi as preces de teus filhos e filhas que, batizados na água em nome da Trindade, foram imersos em tua graça. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Recebei, ó Pai, as oferendas que vos apresentamos no dia em que revelastes vosso Filho, para que se tornem o sacrifício do Cordeiro que lavou em sua misericórdia os pecados do mundo. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

ORAÇÃO PÓS-COMUNHÃO:
Presidente: Nutridos pelo vosso sacramento, dai-nos, ó Pai, a graça de ouvir fielmente o vosso Filho amado, para que, chamados filhos de Deus, nós o sejamos de fato. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

V. RITOS FINAIS
BÊNÇÃO E DESPEDIDA:
Presidente: Deus, que vos concedeu a graça de celebrar o Batismo de seu Filho Jesus Cristo, derrame sobre vós a paz e a alegria.
Todos: Amém

Presidente: Cristo, que depois do seu batismo iniciou sua obra evangelizadora, vos conceda a graça de serem evangelizadores em nossa comunidade.
Todos: Amém

Presidente: O Espírito Santo, que ungiu Jesus Cristo neste dia do Batismo do Senhor, ilumine vossos passos e vos faça dignos da filiação divina.
Todos: Amém
Presidente: (Dá a bênção e despede a todos)