Este sacramento é também chamado de Sacramento da Penitência, da Conciliação, da Conversão e da Confissão.
Mas antes de falarmos de perdão ou Reconciliação precisamos lembrar o que é pecado:
· É realizar um ato que não agrada a Deus;
· É agir contra a vontade de Deus;
· É agirmos como Adão e Eva, ou seja, contra a vontade de Deus;
· É querer organizar a vida sem Deus, como fizeram Adão e Eva;
· É dizer não a Deus e fazer o que quiser de livre e espontânea vontade;
· É desobedecer aos mandamentos de Deus.
Vejamos agora os tipos de pecado:
· Pecado original; aquele cometido por Adão e Eva e que passou para nós pela geração. Este pecado se apaga com o Batismo;
· Pecado mortal ou pecado Grave: é fazer um ato que contraria a vontade de Deus. Isto mata em nós a amizade de Deus. Este pecado apaga-se somente com a confissão. Quem comete pecado mortal não pode tomar a comunhão, somente após confessar-se;
· Pecado venial ou pecado leve: é uma pequena ofensa a Deus. Este se paga com o ato de contrição. Não impede de receber confissão. Exemplo: contar mentira, ter discussão, etc.
Para que haja um pecado mortal é preciso que ocorra o pleno conhecimento de que o ato contraria a vontade de Deus.
O autor do ato deve ter firme propósito de realizar aquele ato, mesmo sabendo que contraria gravemente a vontade de Deus e o ato envolve matéria grave.
Exemplo: o 5º mandamento diz não matarás. A pessoa que conscientemente tira a vida de um ser humano se coloca frontalmente contra a lei de Deus.
O perdão existe por que Deus é amor. No Antigo Testamento Deus deixa claro que a todos perdoará as faltas sem guardar lembranças. (Jr 31, 34 “Procura conhecer o SENHOR ! Do menor ao maior, todos me conhecerão – oráculo do SENHOR. Já terei perdoado suas culpas, de seu pecado nunca mais me lembrarei.”
A oração que Jesus nos ensinou, nos mostra que devemos pedir perdão ao Pai “Pai nosso... perdoai nossos pecados”.
Temos ainda os ensinamentos de Jesus em parábolas, como por exemplo, Lc 15,11-24, filho pródigo.
Jesus entrega aos seus apóstolos o poder de perdoar.
Encontramos em– a forma que devemos ser perdoados. “20 Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então, se alegraram por verem o Senhor. 21 Jesus disse, de novo: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou também eu vos envio”. 22 Então, soprou sobre eles e falou: “Recebei o Espírito Santo. 23 A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, lhes serão retidos”. (Jo. 20, 21-23)
Este poder Divino de perdoar os pecados os apóstolos o transmitiram a outros, e assim acontece sucessivamente até hoje. Na Igreja Católica encontramos este poder divino de perdoar os pecados.
Após estas ponderações podemos dizer que o Sacramento da Penitência (confissão), que também é conhecido como Sacramento da Conversão, é assim chamado, porque realiza sacramentalmente o convite de Jesus para que voltemos ao Pai.
Penitência por consagrar um esforço pessoal e eclesial de se arrepender.
Confissão porque ocorre a declaração dos pecados diante do Clérigo (Sacerdote) de Deus, que concede o Pedrão e a paz conforme determinado por Jesus (Jo. 20, 21-23).
Reconciliação porque permite ao pecador receber novamente o amor daquele que reconcilia, ou seja, dá o amor de Deus.
Aquele que busca viver do amor Misericordioso de Deus está pronto para responder ao seu apelo; “24 deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão. Só então, vai apresentar a tua oferenda”. (MT 5,24)
É através deste Sacramento que Deus reconhece nossas faltas, limitações, etc.
Para receber o perdão de Deus é preciso:
1. Arrependimento sincero por ter ofendido a Deus;
2. Propósito de nunca mais pecar, ou de evitar o pecado.
Como já vimos o perdão será dado pelo Sacerdote após a Confissão, em nome de Cristo. É o próprio Cristo que perdoa, na pessoa do sacerdote.
Aquele que diz “eu me confesso diretamente a Deus, não ao padre”, comete um grande erro. Pois quem estabelece o modo de se dar o perdão é Deus. Por isso Jesus estabeleceu o sacramento do Perdão.
Quem se confessa diretamente a Deus, nunca terá certeza de receber o perdão. Esta certeza teremos quando o sacerdote diz: “Eu te absolvo de teus pecados: em nome do Pai, do filho, do Espírito Santo”.
È fácil dizer eu me confesso a Deus, a pessoa confessou a Deus seu pecado, mas não restituiu nada, será que Deus perdoou seu pecado?
Jesus disse: “... 28 Em verdade, vos digo: tudo será perdoado às pessoas, tanto os pecados como as blasfêmias que tiverem proferido. 29 Aquele, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado; será réu de um ‘pecado eterno’”. 30 Isso, porque diziam: “Ele tem um espírito impuro”.
O pecado contra o Espírito Santo consiste na recusa ao perdão de Deus. A partir do momento em que não há arrependimento não pode haver perdão. Quem recusa o perdão de Deus não está arrependido, por isso não tem condição de receber o perdão.
O católico, para obedecer aos mandamentos da Igreja, deve se confessar uma vez ao ano, na ocasião da Páscoa. Porém é bom se confessar sempre que cometer um pecado grave.
Para uma boa confissão é preciso:
· Exame de consciência: examinar-se para encontrar os pecados;
· Arrependimento dos pecados, feito interiormente;
· Propósito de evitar o pecado daí para frente;
· Confissão dos pecados ao sacerdote;
· Penitência (cumprir o que o padre manda fazer ou rezar)
È bom saber que nosso Deus nos acolhe com um grande abraço, um abraço infinito, misericordioso e cheio de amor ao perdoar nossos pecados.
Fontes:
Catecismo da Igreja Católica;
Bíblia CNBB;
manual da Fé - 14ª Edição - Crisma e Primeira Eucaristia para Adultos - Frei Battistini.