D. Emmanuel
Para que Retiro? É necessário fazer Retiro?
Numa longa caminhada, numa peregrinação
haverá momentos que os caminhantes deverão parar um pouco para reabastecer suas
energias. Faz-se uma parada estratégica para encontrar mais disposição, e poder
caminhar com mais vigor.
Por isso também a importância do Retiro.
Ele nos afasta das realidades mundanas que nos sufocam. Tira-nos da vida
cotidiana e nos coloca de telespectador de nossa vida. Ao invés de estarmos
vivendo sufocado, nos tira das realidades nos colocando do outro lado. Momento
para nosso autojulgamento auto-analise. Lugar que não só nos formamos, mas
também nos transformamos. Oportunidade de nossa transformação. A partir do
momento que dermos abertura para isso.
Se julgarmos que um Retiro não nos leva a
avaliar nossa vida, é por falta e abertura de nosso coração. Até mesmo por
petulância, orgulho e fechamento de nosso coração.
Na equipe temos oportunidades de mostrarmos
que somos alguém. Porque nossas máscaras vão dando lugar para nossa verdadeira
face. Vai-se transparecendo quem somos. Vemos se somos o joio ou o trigo, a
flor ou o espinho, aprendemos a falar ou a calar.
Não podemos querer transformar o mundo ao
nosso redor sem transformar a nós mesmos. Momento de autoconhecimento.
Interiorização. Colocarmo-nos em solidão para que entremos em comunhão.
Retiro momento para se retirar de si e
atirar-se ao outro. Esvaziar-se para o outro adentrar em nosso coração. Dar
espaço ao outro em nossa vida.
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Momentos fundamentais no Retiro:
- Generosidade:
Deus faz sua parte. Devemos fazer a nossa.
Deus nos fala e nós devemos ouvir. Abrir
não só o ouvido, mas o coração.
Quem faz o Retiro é o OUVINTE e não o
pregador. Se não se entregar para vivenciar tais momentos,
não é culpa daquele que Deus usa para
pregar, mas da dureza de coração.
- Silêncio:
Silenciar não só a boca, mas nosso coração inquieto. O maior silêncio se faz em
nosso interior. O silêncio é a linguagem de quem ama. Ele pode ser sonoro, onde
só Deus nos fala. Não há expressão de palavras, mas de sentimentos. Escutar o
outro é dar-lhe existência. Onde o Dever de Sentar-se se torna difícil se não
soubermos ouvir. Silenciar para que o outro fale. Exige humildade, doação,
gesto de pequenez. Maria soube fazer isso muito bem. Silenciar-se.
Espelhemo-nos na Mãe de Jesus.
- Obediência:
significa: ouvir de baixo
Ob – de baixo
Audire – ouvir (um fala o
outro escuta – abaixar-se para ouvir). Nivelar-se.
A obediência vertical reflete hierarquia,
alguém que manda o outro obedece. Mas quando a obediência se dá na horizontal é
sinal de atos sem interesses, é igualar-se ao outro, é doação. Não querendo
superioridade, mas humildade e equilíbrio.
O esposo deve amar sua esposa como Cristo
amou sua igreja e se entregou por ela.
Se não fazemos os PCEs é porque não
causamos alegria ao outro. Quando um é motivo de alegria para o outro, criamos
o tempo necessário para realização dos PCEs.
Devemos ter cuidado. Se não há Dever de
Sentar-se é sinal que a relação está gasta, não está sadia. Devemos saber FALAR
COM O OUTRO e não PARA O OUTRO.
Aqueles que não vão ao Retiro sem
justificativas, estão evitando verdades. O Retiro é para corajosos e para
aqueles que estão dispostos a transformarem-se e que tomam atitudes.
É fundamental a relação de almas no relacionamento.
Não basta a relação carnal. Se este tipo de relação fosse a mais importante, as
prostitutas seriam as mulheres mais felizes do mundo.
Devemos respeitar as dimensões do outro, as
limitações e compartilharmos o que temos de bom.
Não devemos ser muro um para o outro e sim
ponte. Ser pontífice. Caminho.
Devemos respeitar nosso cônjuge, porque ele
é o templo do Espírito Santo. Um santifica o outro.
A oração pode ser no silêncio e nosso
coração ouvirá a voz de Deus.
Calar e falar são tão importantes quanto o
ar que respiramos. No Retiro temos a oportunidade de falar e de calar, dar a
vez ao outro. É questão de gentileza saber ouvir, dar existência ao cônjuge.
Falar com e não falar para. Horizontabilidade, onde não há
superioridade e sim igualdade.
Retiro momento de solidão conosco mesmos.
Para termos autoconhecimento. Interiorizarmos em nós mesmos, para nos
conhecermos melhor e assim doar isso ao nosso cônjuge. O outro não nos
decepciona, nós é que criamos expectativas da pessoa. Queremos que seja o que
nós esperamos e não aquilo que pode ser. Quem não assume a vida de Equipe, não
tem compromisso, por isso não devemos criar expectativas para que alguém faça
ou não alguma coisa. Quem assume faz por si só. Ou se dá valor, este procura
fazer. Demonstra interesse. Mas, não faz porque queremos... Não devemos esperar
que alguém seja aquilo que nunca foi.
HOMEM
!
! Quando o homem fala ou
vice-versa, deve ser na horizontabilidade e não
MULHER na verticalidade. Para não falar PARA e sim falar COM a pessoa.
Na Horizontabilidade há dignidade, isso
exige humildade, despojamento, descer para escutar. Humildade significa que somos de origem HUMUS
da terra, esterco, não podemos ser orgulhosos.
A vida do casal não se avalia pelos anos de
convivência, mas pelas ações recíprocas. Pelas atitudes de doação, de
esvaziamento um para com o outro. Jesus amou sua igreja e se entregou por ela.
É assim nosso amor? Entregamos nossa
vida ao nosso cônjuge? E na Equipe?
Se nos amarmos individualmente, a nós
mesmos, saberemos amar o outro e doar nosso amor. Assim como o filho pródigo
entrou em si mesmo. Viu seu fracasso e reconheceu seu erro. Valorizando a si
mesmo, sentiu que em sua casa teria ainda seu espaço. Não teve dúvida que seria
melhor a si voltar. E o PAI o esperava ansiosamente, não ouvindo suas
desculpas, mas valorizando sua volta. Quando debruçou sobre seu filho
recebendo-o com festas. A importância de querer voltar e buscar o melhor...
Temos facilidade de falar dos outros, mas
de nós mesmos temos dificuldades.
Quando amamos o outro vemos o nosso reflexo
nele. O amor é ver no outro o reflexo de si mesmo. Assim cuidaremos melhor um
do outro.
É mais fácil renunciar aquilo que temos do
que aquilo que somos. Temos bens materiais podemos desfazer deles. Mas
esvaziar-nos de nossa intolerância, arrogância, falta de humildade é mais
difícil. Não aceitamos, mas queremos que o outro o faça.
Devemos nos amar com nossas diferenças,
elas nos unem ainda mais, se soubermos ter o respeito necessário. Devemos
valorizar o TU, o Eu constituído dele formando o NÓS, comunidade estabelecida.
O casamento único sacramento que forma uma comunidade. Os demais são
individuais.
Nosso amor é excludente, já o de JESUS É INCLUDENTE.
Devemos amar como ELE incondicionalmente. O sinal distintivo do cristão (casal)
é o amor: Vejam como eles se amam.
O Dever de Sentar-se acontece facilmente
quando namorados, conversam horas e horas, arrumam assuntos, inventam... Por
que não quando casados? Devemos deixar de idealidade e enfrentar a realidade. É
o outro quem vai mostrar quem realmente somos. Por isso devemos nos amar como
somos. O amor deve ser num todo, não em partes. “Devemos amar alguém não porque
tem uma parte atraente, e sim porque a parte atraente tem esse alguém.
Não devemos nunca desanimar.
DESANIMAR significa: DES: sem – animar: alma ... quem desanima torna-se sem alma.
Evitar o desânimo, evita a depressão. Ter
criatividade na convivência.
Se alguém te magoou não o leve nos ombros,
porque vai se tornar muito pesado. Leve-o no coração. Não importa o que te
fizeram, mas o que você pode fazer com o que te fizeram. Apesar da mágoa
podemos tirar proveito de alguma coisa, se agirmos com amor. O amor sem
renúncia não é amor. Amor é doação, e não condição. O amor cristão ultrapassa a
emoção e vai para o comportamento, na ação. Jesus morrendo na cruz ainda disse
ao Pai para perdoar porque não sabiam o que estavam fazendo.
Estudo:
Lc 6, 27-35.
Como é nosso amor? Que tipo de amor é o
nosso como equipista? Condicionado? Eu te amo se...
Isso não é amor. É egoísmo.
Amamos como Jesus vem nos ensinando?
Estamos valorizando a fala do outro? Estamos calando para ouvir o outro? Amar
incondicionalmente... É doar-se inteiramente.
O Dever de Sentar-se só é possível com amor
agápico. Uma palavra amável pode ser sinal de redenção para o outro. Devemos
olhar para nosso cônjuge como se fosse a 1ª. vez, não deixar que vire rotina.
Devemos possuir um coração humilde, pobre, que sabe aceitar as pequenas coisas.
“Se soubéssemos quem são os pobres, nós os serviríamos de joelhos”. Podemos ter
um prisioneiro dentro de casa, se impedirmos que nosso cônjuge caminhe. A maior
expressão do amor é o perdão. O CRISTO mais próximo de nós equipista é nosso CÔNJUGE.
Para educarmos bem nossos filhos, eles
devem ser preparados 18 anos antes do nascimento, ou seja, temos de nos educar
primeiro, para depois podermos educar nossos filhos. Devemos falar para os
olhos deles e não para os ouvidos. Temos de dar exemplos através de
atitudes e gestos carinhosos, para que possamos demonstrar a eles a importância
do matrimônio. Temos o privilégio de sermos equipistas, onde temos o apoio uns
dos outros. Desde que, cada um de nós dê abertura e peça apoio, a Equipe
estará pronta a estender a mão, a ouvir suas súplicas e compartilhar de
experiências vividas. Poderá aconselhar...
É muito importante a participação nas
reuniões com preparo, fazer com amor e não mecanizada. Unidos, vivenciando com
alegria. Valorizando a oportunidade desse chamado.
Devemos fazer das pedras, dos carvões
atirados, pérolas para nossa vida.
Os Santos transformam as desgraças em
graças. São Paulo disse: “quando estou fraco é que me sinto forte
Façamos como as rosas que nascem do
esterco, mas exalam perfume.
Por isso o perdão foi feito para nós, para
lapidar nosso desentendimento trivial e nos fazer crescer sempre.
Temos de ser cuidadosos, porque nas
pequenas pedras é que tropeçamos. Elas que nos fazem cair.
Estudo:
Jo 13, 1-16
Eu estou lavando os pés de meu cônjuge?
MARIA
nas ENS
O próprio CRISTO É MARIANO.
O cristão verdadeiro é mariano.
Maria é a primeira discípula. Antes de
receber seu Filho no ventre ela o recebeu na Fé. Ela é filha do próprio filho.
Criatura que deu a vida ao Criador.
Cheia
de graça:
favorecida diante de Deus. Ela é o novo Israel. Ela fala, no magnificat em nome
de Israel. Ela profetiza que todas as gerações a chamarão de Bendita.
Pela desobediência de Eva entrou o pecado. Pela obediência de Maria-AVE recebemos a SALVAÇÃO. Maria se intitula como escrava se abre à
graça de Deus. Esvazia-se de si mesma e se entrega à vontade de Deus. Enche-se
das promessas do Criador. Entrega sua vida e silencia seu coração.
MULHER:
Da
Anunciação
– presépio. Maria recebeu em sua carne o corpo de Jesus. O Verbo se fez
carne...
Da
Paixão:
Estava de pé aos pés da cruz. Demonstrando fé na palavra de Deus. Prontidão.
Coragem, força e disponibilidade para vontade de Deus. Fé.
De PENTECOSTES: Maria presente no
nascimento da igreja. Recebendo o Espírito Santo, reunida com os apóstolos.
Demonstrando a importância da união. Juntos, formando uma Equipe.
Quanto mais mariano formos, mais cristãos
seremos. Devemos imitar Maria.
Santa Teresinha disse: “Eu sou mais
importante que Maria. Porque tenho uma Mãe para recorrer às minhas dificuldades
e ela não tem.” Ela quis demonstrar a grandiosidade de Maria, que sempre
silenciou seu coração, nunca preocupou em aparecer. Ao contrário sempre ouvia
seu Filho e respeitava-O.
Uma
Mãe nunca ofusca os olhos do filho. Ao contrário, o engrandece.
Assim como Maria disse seu SIM, devemos
dizer SIM a Deus na Equipe.
Antes de nos engrandecermos em ser
equipistas, devemos ser servos como Maria, que nunca fez questão de privilégios
em ser a Mãe do Salvador. Termos o cuidado em não sermos EUQUISPISTA e sim EQUIPISTA.
Devemos fazer como Maria no Magnificat: A
minha alma engrandece o Senhor, o meu espírito exulta em Deus meu Salvador. Ela
eleva sempre Deus e não ela.
A recitação do terço é a reflexão do
Evangelho com fundo musical, através da Ave-Maria. Que Nossa Senhora seja nosso
modelo de serviço, de humildade, para sermos servidores um do outro, Marido e
Mulher. Mais ouvindo que falando. Doando-se mutuamente.
Grandiosidade
de Maria – Paralelo com o Filho
- Santo o Filho – Santa a Mãe
- Sem pecado o Filho – Pura imaculada a Mãe
- Profetizado o Filho – Profetizada a Mãe
- Uma espada traspassou o coração do Filho
– Traspassado o coração da Mãe
- Cheio do Espírito Santo o Filho –
Concebida pelo Espírito Santo a Mãe
- Bendito o Filho – Bendita a Mãe
.................................................
- Ascensão do Filho – Assunção da Mãe .
Estudo:
Lc 24, 13-35 – Discípulos de Emaús
1º. Dia da semana: Domingo (palavra que vem de dominus – domínio – Senhor)-Dia do
Senhor.
Dois
discípulos saem de Jerusalém e vão para uma cidadezinha desconhecida
Emaús.
Jesus se aproxima e começa a caminhar com
eles. Jesus quer que relatem o que aconteceu que os tornaram desolados, sem
esperanças. Eles questionam a Jesus se é o único que não ouviu falar do
acontecido... Assim é conosco, Jesus caminha sempre ao nosso lado nos momentos
difíceis, querendo ouvir nossas dores, nossas preocupações, nossas súplicas ...
Os discípulos estavam com vergonha, afinal
acreditaram no Messias, mas este morreu, por isso abandonam a Jerusalém que
seria o lugar da esperança. Eles estavam com aspecto sombrio, cabisbaixos.
No caminho Jesus passa a interpretar o Evangelho para eles desde o antigo
testamento (Moisés) até a morte e
ressurreição de Cristo. Jesus a todo tempo fala sobre Ele (Liturgia da Palavra).
Eles pedem a Jesus para permanecer com
eles, pois já era tarde e a noite aproximava. Eles expressavam não só a noite
externa, mas a escuridão da fé em seus corações. Não conseguiam enxergar com os
olhos da fé. Então Jesus entrou para ficar com eles e fazerem a Refeição (Altar da Consagração).
Através da PALAVRA nosso coração queima e a
partir da Eucaristia nossos olhos se abrem.
Reconheceram Jesus ao partir o Pão. Quando
Ele proferiu suas palavras e deu a eles para comerem e distribuiu da mesma
forma o vinho para eles beberem, Jesus ficou invisível. A partir do momento que
consagrou o Pão e o Vinho ali estava materializado seu corpo, não tinha
necessidade de ficar em pessoa. Pois se transformou no que é mais sagrado para
nós cristãos. O Pão e o Vinho: Verdadeiro corpo de Cristo. Agora revitalizados
com a EUCARISTIA, nosso principal alimento, eles encorajam, recebem a força de
Jesus e sentiram necessidade de voltarem a Jerusalém e levarem a boa notícia, a
confirmação da ressurreição de Jesus. Há nesse momento a conversão. Mudaram de
direção. Ao invés de permanecerem em Emaús (como estavam) voltam, mudam a
direção, há conversão de seus corações. Eles vão para onde estavam os 11
discípulos. Procuram a comunidade, a união (Buscar sempre a Equipe).
Assim acontecem com os casais que passam
por momentos difíceis, ao invés de permanecerem em equipe, se excluem, ficando
mais fracos para resistirem à caminhada.
Passagem que relata os momentos da MISSA.
Devemos aproveitar em participarmos com mais dedicação à missa, é o mínimo que podemos fazer. E pedir a JESUS: fica conosco Senhor.
A importância de permanecermos em Equipe,
para não corrermos o risco dos discípulos de Emaús, que ficaram cegos na fé, e tiveram suas chamas
apagadas, quando deixaram os 11 e partiram para Emaús fugindo da realidade,
sentindo desamparados, porque desacreditaram. Ninguém é tão bom que seja melhor
que todos juntos. “Um domingo sem Missa, é uma semana sem Deus”.
Temos o privilégio de ter o maior contato
possível com Deus, quando o criador entra na criatura através da Eucaristia.
Somos como os veículos que precisam de combustível para se locomoverem. Se não
nos alimentarmos da eucaristia não conseguiremos caminhar como cristãos.
Ser mártir é dar testemunho. Ninguém pode
sê-lo se não demonstrar através de ações. Como equipistas devemos dar
testemunho cumprindo os PCEs. Fazendo como serviço do casal a caminho do
Senhor.
O Retiro é para aqueles que têm coragem de
transformação. Que querem mudar e aceitam a palavra de Jesus. Não fogem
procurando desculpas para não participarem. Só aqueles que se entregam ao
movimento buscam reforço para uma transformação para melhorar como equipista.
A principal pregação é a do testemunho,
começando dentro de nossas casas. Através de gestos, falando para os olhos.
A perfeita alegria se consiste em aceitar a
vontade plena de Deus.
Para quem participou do RETIRO pode-se
dizer: O PODEROSO FEZ EM MIM
MARAVILHAS...
R- Retirar-se para o
outro
E- Engrandecer o
outro
T- Transformar-se
para o outro
I- Idealizar-se para
o outro
R- Realizar-se no
outro
O- Orar com o outro e
S- Subirem juntos aos
céus, agradecendo a Jesus e a Maria. Essa sim será nossa ALEGRIA.