(Jr 31,3), para conhecermos a alegria de viver em plenitude que Deus
criou tudo e nos deu a vida.
Ao contemplarmos a criação descobrimos que o amor divino é um amor
absolutamente desinteressado, verdadeiramente incompreensível e inominável .
Deus nos ama até mesmo antes de existirmos , não nos ama pelas nossas
qualidades; é o seu amor que cria tudo o que somos e temos.
O amor divino preveniu os homens sem nenhum mérito da parte deles:
“Nisto consiste o amor: não fomos nós que primeiro amamos a Deus, mas foi ele
quem primeiro nos amou” (1 Jo 4, 8-10).
O amor proveniente de Deus cria a pessoa humana do nada e a torna capaz
de amar.
No entanto, deus que é amor e cria o homem numa explosão de amor, não
se contenta em apenas criar o homem; ele quer amar mais e mais e cria o homem para
que o mesmo entre como filho, com todos os diretos, na sua família.
É tão verdade que somos filhos do Pai, segundo a graça santificante,
que nos da seu próprio Espírito, para nos deixar invadir, impregnar,
transformar por Ele(Gl 4,6-7).
Deus se dá inteiramente a nós, está próximo de nós, habita em nosso
coração, por Jesus Cristo.
Se já não merecíamos existir, quanto mais nos tornamos verdadeiramente
filhos de Deus.
Mas o somos de fato (1Jo 3,1).
Se nosso nascimento já é um dom absolutamente gratuito de Deus, nosso
renascimento nas águas do batismo é uma graça mais maravilhosa ainda, pois esta
vida nova, em Cristo Jesus, nos leva a sermos libertados do pecado “mortos ao
pecado, porem vivos para Deus” (Rm 6, 3-11).
A ultima palavra do amor de Deus! a misericórdia.
Está gratuidade do amor de Deus diz a sua última palavra através do
perdão de deus.
O que testifica a gratuidade do amor divino e nos manifesta até onde
ele pode ir é a fidelidade constante do amor de Deus por nós apesar de nosso
pecado.
A nossa miséria não o impede de derramar sobre nós todo o seu coração
de Pai ( Lc 11, 20-24).
O pecado do homem, mesmo o mais horrendo, não tem o poder de paralisar
a ação amorosa de Deus sobre a sua vida.
A voz de tua súplica Ele te fará misericórdia assim que ouvir, Ele
atenderá “(Is 30, 18-19).
O amor de Deus pelo homem assume um
caráter particular o da misericórdia, que se inclina sobre os
miseráveis, para aliviá-lo, cura-los, enriquece-los. Deus, o próprio amor
infinito, quer remediar a indigência do homem: a sua bondade cura a sua
malícia; a sua força, a fragilidade; a sua firmeza, a insegurança.
Em meio ao pecado do homem, que o afasta e o torna inimigo de Deus, o
amor misericordioso do senhor encontra ainda uma razão para continuar a ama-lo
e disso se utiliza para leva-lo a
conversão.
Deus está sempre disposto e pronto a abraçar o pecador, com afeto ainda
maior, quando este se retrata do seu pecado.
O amor infinito e incondicional de Deus não poderia nos amar menos em
algum momento de nossa vida, mesmo no momento em que tivéssemos desmerecido.
A misericórdia de Deus pelos homens é incansável! Deus nos ama apesar
de tudo!
Não desanima com nossa vida medíocre; somos desde o nosso nascimento
objeto da ternura do amor de Deus, que não nos ama porque temos valor, pois nos
ama antes de existirmos, como também seu amor subsiste apesar de nossos
pecados.
Deus nos ama gratuitamente.
Nunca poderemos impedir Deus de nos amar.
Este amor infinito,
incondicional e gratuito de Deus se manifesta de maneira definitiva e concreta
através de Jesus Cristo (Jo 3, 16-17).
Deus dá uma prova suprema de amor, entregando seu próprio Filho a morte
para nos salvar.
Deus que se dá! Deus ama de tal modo os homens que vem habitar no meio
deles, através de seu Filho amado, vem dar-se-lhes inteiramente, vem permitir
lhes viver, com Jesus, uma vida de filhos de Deus.
Deus que perdoa os homens através de seu Filho único, que continua a
amar-nos, até mesmo na hora em que o torturamos, ridicularizamos e o pregamos
na cruz.
É como se Deus nos dissesse através de Jesus: “Nada me impedirá de
ama-los”.
Jesus, concluindo a revelação começada na antiga lei, veio nos garantir
a realidade do amor do Pai.
Jesus, com sua vida e ensinamento, completou a revelação da
misericórdia infinita de Deus.
O amor de deus atinge o homem através de Jesus Cristo.
É Jesus quem derrama nos homens o amor do Pai, amando-os com o mesmo
amor com que o Pai o ama: “Como o Pai me ama, assim também eu vos amo”(Jo
15,9).
A plena manifestação do amor do Pai está no Messias que realiza e
encarna, de modo mais sublime, tudo o que os profetas anunciaram: “ O espírito
do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a Boa Nova
aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a
redenção aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos,
para publicar o ano da graça do Senhor”. (Lc 4, 17-19).
Somente Jesus tem poder da salvação universal, que não se limita a
curar as misérias de um pequeno povo, mas as da humanidade inteira.
Jesus é o poderoso Salvador de todos.
A obra redentora de Jesus é
sinal concreto do amor do Pai pelo homem, que um dia o havia rejeitado ao
inclinar-se para o mal.