“Entregará a realeza a Deus-Pai, para que Deus
seja tudo em todos”
Leituras: Ezequiel 34,
11-12.15-17; Salmo 22 (23), 1-2a.2b-3,5-6; Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios
15, 20-26.28; Mateus 25, 31-46.
COR LITÚRGICA: BRANCA OU DOURADA
Animador: Estamos na
última semana do Ano litúrgico, e vamos concluí-la com esta festa de Cristo,
Rei do Universo. E a liturgia de hoje nos convida a comporta-se como Deus; agir
como Deus, que se preocupa com cada um; de modo especial com aquele que tem a
vida ameaçada de algum modo. Lembramos, também hoje, do dia do leigo, que vivendo
o sacerdócio comum de todos os batizados, ajudam a cristificar o mundo,
iluminando a consciência das pessoas, libertando-as da escravidão do pecado, e
reconhecendo Jesus na prática da misericórdia.
1. Situando-nos brevemente
Esta
solenidade já fora preparada pela celebração do 33º Domingo do Tempo Comum, na
semana passada. Estamos, portanto, dentro do mesmo quadro de final de ano
litúrgico, na perspectiva escatológica da segunda vinda de Cristo. Com isso, ao
mesmo tempo que finalizamos um ano litúrgico, a solenidade de Nosso Senhor
Jesus Cristo Rei do Universo dá início ao próximo ano, com o Tempo do Advento,
que nos prepara para a segunda vinda do Cristo.
Após
um ano, celebrando e meditando a partir do caminho traçado pelo Evangelho de
Mateus, somos chamados a uma parada para reflexão. Mateus nos apresentou Jesus
como Filho de Deus, descendente de Davi, que veio cumprir toda a justiça do
Reino do Pai, que constituiu um novo povo, da nova eterna aliança, selada agora
pelo sangue do Filho de Deus, o Messias esperado, com aqueles que aderiram a
ele.
É
tempo, então, de refletir: como fizemos este caminho celebrativo e histórico de
descoberta e proximidade do Filho de Deus, o Filho do Homem? Assumimos o seu
Evangelho, vivendo a partir dos seus preceitos, tornando-o Senhor e Rei de
nossas vidas e, por isso, de todo o universo? Sobre o que seremos julgados
quando ele vier em sua glória?
2. Recordando a Palavra
A
temática da segunda vinda de Jesus é agora apresentada por ele de forma
definitiva e carregada da sua tônica de julgamento. Ele virá em sua glória,
revestido de todo o poder que lhe foi dado no céu e sobre a terra. Sua glória
consistiu em sua fidelidade ao projeto do Pai. Por isso está assentado à sua
direita e “há de vir a julgar os vivos e os mortos” (credo).
A
partir da figura do pastor, Jesus elucida este momento decisivo da história da
salvação: a parusia. Ele “se assentará em seu trono glorioso” (Mt 25,31), pois
é rei. Deste lugar de realeza e de soberania sobre “todos os povos da terra”
(Mt 25,32) que estarão diante dele, Jesus separará uns dos outros e os julgará.
A
uns dará a herança do Reino, a outros, os separará definitivamente do seu meio,
pois participarão do “castigo eterno” (Mt 25,46). Portanto, ele julgará como
pastor e como rei.
3. Atualizando a Palavra
Ainda
hoje a realeza de Cristo não se enquadra na compreensão de realeza em muitas
culturas ou mesmo na lógica do mundo. Sua realeza passa, necessariamente, por
sua condição de pastor, rei e juiz.
Como
pastor, Jesus revelará o seu constante cuidado para com suas ovelhas, seu povo;
como rei, usará de sua autoridade para o julgamento. Dessa forma, fará cumprir
a justiça pela qual deu a própria vida.
O
critério do julgamento para a participação em sua glória, recebendo a herança
do Reino, será o amor pro seus irmãos (Cf. Mt 25, 40), os “pequeninos” (v.45). O
julgamento terá como referência, portanto, não uma ação arbitrária do monarca
sobre seus súditos.
Mas
o julgamento terá como referencial as relações humanas no trato para com os
pequenos, pobres e excluídos. Ele, o Messias, Rei e Senhor, virá um dia para
fazer cumprir a justiça aos seus pequeninos.
São
João Crisóstomo (séc.V), em uma de suas homilias, ao referir-se a esta passagem
do Evangelho de Mateus, faz um exigente comentário. Vejamos:
“Queres
honrar o corpo de Cristo? Não o desprezes quando nu; não o honres aqui com
vestes de seda e abandones fora no frio e na nudez o aflito. Pois aquele que
disse: Isto é o meu corpo (Mt 26,26) e confirmou com o ato a palavra, é o mesmo
que falou: Tu me viste faminto e não me alimentaste (cf. Mt 25,35); e: O que
não fizeste a um destes mais pequeninos, não o fizeste a mim (cf. Mt 25,45).
Este não tem necessidade de vestes, mas de corações puros, aquele, porém,
precisa de grande cuidado....
Que
proveito haveria, se a mesa de Cristo está coberta de taças de ouro e ele
próprio morre de fome? Sacia primeiro o faminto e, depois, do que sobrar,
adorna sua mesa. Fazes um cálice de ouro e não dás um copo de água? Que
necessidade há de cobrir a mesa com véus tecidos de ouro, se não lhe concederes
nem mesmo a coberta necessária? Que lucro haverá? Dize-me: se vês alguém que
precisa de alimento e, deixando-o lá, vais rodear a mesa, de ouro, será que te
agradecerá ou, ao contrário, se indignará? Que acontecerá se ao vê-lo coberto
de andrajos e morto de frio, deixando de dar as vestes, mandas levantar colunas
douradas, declarando fazê-lo em sua honra? Não se julgaria isto objeto de
zombaria e extrema afronta?
Pensa
também isto a respeito de Cristo, quando errante e peregrino vagueia sem teto.
Não o recebes como hóspede, mas ornas o pavimento, as paredes e os capitéis das
colunas, prendes com cadeias de prata as lâmpadas, e a ele, preso em grilhões
no cárcere, nem sequer te atreves a vê-lo. Torno a dizer que não proíbo tais
adornos, mas que com eles haja também cuidado pelos outros. Ou Melhor, exorto a
que se faça isto em primeiro lugar. Daquilo, se alguém não o faz, jamais é
acusado, isto porém, se alguém o negligencia, provoca-lhe a Geena e fogo
inextinguível, suplício com os demônios. Por conseguinte, enquanto adornas a
casa, não desprezeis o irmão aflito, pois ele é mais preciosos que o templo”
(Das Homilias sobre Mateus, de São João Crisóstomo, bispo. Hom. 50,3-4, in
Liturgia das Horas vol IV, p. 155-157.
4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
A
justiça a ser realizada torna, então, os que viveram os valores do Reino, em
parceiros de Cristo, o Senhor. Eles são chamados de “benditos de meu Pai”. Sua
atitude foi a de cuidar dos prediletos do Reino de Deus, os “pequeninos”,
vivendo o que aprenderam de Jesus: o amor.
São
benditos e herdarão o Reino, porque são justos: deram de comer e beber aos que
estavam com fome e com sede, acolheram os estrangeiros, vestiram os que estavam
nus, cuidaram dos doentes, visitaram os prisioneiros.
Eles
não são julgados benditos por Jesus apenas porque praticaram obras de caridade.
São assim julgados, porque viram e acolheram os pequenos como sendo o próprio
Jesus. “Então os justos lhe perguntarão: “Senhor, quando foi que te vimos com
fome e te demos de comer?” (Cf. Mt 25, 37-39).
Foi
assim que o Senhor Jesus agiu, “desde a criação do mundo” (Mt 25,34) e
prefigurado nas ações de Deus ao seu povo exilado na Babilônia, foi ele mesmo
procurar suas ovelhas dispersas e tomar conta delas, fazendo-as repousar,
procurando a ovelha perdida, reconduzindo a extraviada, enfaixando a da perna
quebrada, fortalecendo a doente e vigiando a ovelha gorda e forte (Cf. Ez 35,
15-16 – primeira leitura).
Quantas
vezes durante o ano litúrgico fomos escutando as narrativas das ações de Deus
em seu Filho Jesus Cristo, que transforma a história, porque é seu Senhor? A
cada domingo, não excluindo o caminho feito na semana, fomos contemplando um
Jesus que, tendo preparado para nós mesa farta (Salmo Responsorial) – pão da
Palavra e da Eucaristia – , foi iluminando a nossa mente e coração, indicando
os caminhos a serem seguidos e as
exigências do Evangelho a serem radicalmente assumidas?
Então,
um dia, chegará o julgamento: “Quanto a vós, minhas ovelhas, - assim diz o Senhor
Deus – eu farei justiça entre uma ovelha e outra, entre carneiros e bodes” (Ez
34,17). Aos que estiverem à sua direita, o Rei dirá: “Vinde, benditos de meu
Pai” Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do
mundo!” (Mt 25,34). A eles, que pertencem a Cristo, por ocasião de sua vinda,
participarão também da sua ressurreição (Cf. 1Cor 15,23)
E
aos que estiveram à sua esquerda, o Rei lhes dirá: “Afastai-vos de mim,
malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos”
(Mt 25,41). Este será o fim, pois ele destruirá todo poder e força e entregará
a realeza a Deus Pai (cf. 1Cor 15,24). “Pois é preciso que ele reine, até que
todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés. O último inimigo a ser
destruído é a morte” (1Cor 15, 25-26). Um dia, Deus será tudo em todos!
Jesus
Cristo é o vencedor da morte e do pecado. Nele e através dele, o Filho amado de
Deus, o Rei do universo, por seu mistério pascal, realizando a redenção da
humanidade (prefácio), levará todas as criaturas à libertação de toda
escravidão, para que sirvam à sua majestade e o glorifiquem eternamente (oração
do dia).
O
Cordeiro que foi imolado, por isso, “é digno de receber o poder, a divindade, a
sabedoria, a força e a honra. A ele glória e o poder através dos séculos”
(antífona de entrada). Um dia entregará ao Pai o seu Reino, confiado a ele.
“Reino eterno e universal: reino da verdade e da vida, reino da santidade e da
graça, reino da justiça, do amor e da paz” (prefácio).
Oração dos fiéis:
Presidente:
Rezemos ao Pai para que por meio de Cristo, Rei do
Universo , possa dar ao mundo a sua paz, num clima de justiça e de busca do
reino definitivo.
1. Pai, em nome de Cristo,
rei injustamente condenado à morte, suplicamos:
Todos: Lembre-se de todos os que sofrem condenações injustas.
2. Pai, em nome de Cristo
rei libertador, pedimos:
Todos: Olhe pelos pobres e oprimidos pela ganância dos poderosos.
3. Pai, em nome da realeza
de Cristo, rezemos:
Todos: Livre nosso povo da exploração, corrupção e deslealdade.
4. Pai, em nome de Cristo,
rei servidor, pedimos:
Todos: Faça com que sejamos julgados, não pelos nossos merecimentos, mas
segundo sua misericórdia.
5. Pai, em nome de Cristo,
Senhor do universo, suplicamos:
Todos: Que todos os leigos possam viver segundo a sua vontade.
6. Pai, em nome de Cristo,
rei doador da vida:
Todos: Faça com que nossos dizimistas possam sentir alegria na doação
material que fazem para a nossa comunidade.
Presidente: Senhor, que sobre todas
as pessoas resplandeça a luz de seu Filho, Rei do universo.
Todos: Amém.
III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Oferecendo-vos
estes dons que nos reconciliam convosco, nós vos pedimos, ó Deus, que o vosso
próprio Filho conceda a paz e união a todos os povos. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:
Presidente: Alimentados
pelo pão da imortalidade, nós vos pedimos, ó Deus, que, gloriando-nos de
obedecer na terra aos mandamentos de Cristo, Rei do Universo, possamos viver
com ele eternamente no reino dos céus. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
ATIVIDADES DA SEMANA
Dia 21 de novembro – sexta-feira: Crisma na Paróquia Nossa Senhora do
Belém – Padre Valdinei – Descalvado – 19h30min.
Dia 22 de novembro – sábado:
5º Encontro das Comunidades
da Diocese de Limeira – 08h30 ate 12h30min com almoço – Nossa Senhora Aparecida
(Padre Newton) Araras; Crisma na Paróquia São Sebastião – Padre Alexander –
Limeira – 19h00.
Dia 23 de novembro –
domingo: Crisma na
Paróquia São Paulo Apóstolo – Padre Rodrigo – Limeira – 09h00; Crisma na
Paróquia São Judas Tadeu – Padre Daniel – Araras – 18h30min.
Dia 24/25 novembro: Reunião da Comissão de Catequese do Regional
Sul 1
Dia 26 de novembro – quarta-feira: Reunião as sub-região – Americana –
09h00; Aniversário Natalício do Bispo; Missa na Comunidade Nossa Senhora das
Graças – Padre Felipe – Americana – 19h30min.
Dia 27 de novembro – quinta-feira: Conselho de Presbítero – São Pedro –
Engenheiro Coelho – 09h00; Almoço com os padres – aniversário do bispo –
Engenheiro Coelho; Abertura da Novena de Nossa Senhora Desatadora dos nós –
Padre Manoá – Americana – 19h30min.
Dia 28 de novembro – sexta-feira: Atendimento na residência episcopal –
09h00 ate 11h00; Crisma na Paróquia Santa Josefina Bakhita – Padre Renato –
Nova Odessa – 19h30min.
BÊNÇÃO E
DESPEDIDA:
Presidente: O Senhor
esteja convosco. Todos: Ele está no meio
de nós.
Presidente: Conceda, ó Deus, a teus fiéis a
bênção desejada, para que nunca se afastem do caminho e da verdade anunciadas
por teu Filho Jesus Cristo, Senhor Rei do Universo. Todos: Amém.
Presidente: Abençoe-vos
o Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo. Todos: Amém.
Presidente: Ide em
paz e que o Senhor vos acompanhe. Todos:
Graças a Deus.