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terça-feira, 25 de agosto de 2015

CARTA AOS GALATAS

19 - CARTA AOS GALATAS
A importância da Carta aos Gálatas (Gl) para a teologia e a prática comunitária é muito grande. Ela é rica em temas fundamentais para a compreensão da vida cristã, como liberdade cristã, fé, “carne” e “es­pírito”, tradição (Antigo Testamento) e novidade cristã, igualdade em Cristo, frutos do Espírito etc.

Através dos temas citados dá para percebermos a preocupação de Paulo em manter seus fiéis na pureza da fé, buscando consertar-lhes a liberdade que ganharam em Cristo, a qual, somente, há de permitir desabrochar neles os dons espirituais, e antes de todos a caridade.
1-CONHECENDO AS COMUNIDADES DA GALÃCIA
A carta aos gálatas é bela e importantíssima para entender os grandes temas teológicos de Paulo e a razão de ser do cristianismo. O fio condutor é a liberdade entendida em seus diversos aspectos: da escravidão, da lei, das obras da carne e de toda e qualquer diferença, seja racial, de gênero ou outras questões, pois "não há mais diferença entre judeu e grego, entre escravo e homem livre, entre homem e mulher, pois todos vocês são um só em Jesus Cristo" (3,28).
Os muros da divisão e da escravidão são derrubados para se instaurarem a igualdade, a liberdade e o amor. "Cristo nos libertou para que sejamos verdadeiramente livres..." (5,1).
Em relação à data que foi escrita, há grandes discussões, uns colocam logo no início, quando Paulo começou a escrever, ou seja, por volta de 51-52, outros colocam que, "sem dúvida alguma, de Éfeso, entre os anos 54-56 foram escritas a carta aos Gálatas e a primeira aos Coríntios".
Mas onde fica a Galácia? Primeiro que a Galácia é uma região e não uma cidade, tanto é que Paulo manda essa carta "às igrejas da Galácia" (cf. 1,2). Antes, ele havia enviado carta "à igreja dos tessalonicenses" (cf. 1 Ts 1,1), "à igreja de Deus que está em Corinto" (cf. 1 Cor 1,2). Observe que ele diz "igrejas", no plural, sendo várias e uma região.
Historicamente, há um exército de celtas da mesma origem étnica que os celtas da França e da Grã-Bretanha convidados por Nicomedes I, Rei da Bitímia (278 a.C.), para combater, em seu nome, a fim de que toda a Bitímia o reconhecesse como soberano. Terminada a missão, os celtas se estabeleceram no norte da Ásia Menor e eram chamados de gauleses ou gálatas pelos gregos e latinos. Daí o nome de Galácia. Embora mantivessem a língua celta, muitos aprenderam um pouco do grego. Em 64 a.C., os gálatas apoiaram os romanos e o general Pompeu na guerra contra Mitridates V, e, com isso, receberam a recompensa de Pompeu, que designou a Galácia como reino cliente e expandiu suas fronteiras para incluir regiões ao sul e ao leste. Em 25 d.C., Augusto reorganizou o reino gálata, que passou a ser província romana, e a Galácia incluía o território original (norte da Ásia Menor), mais outras regiões: Frígia, Pisídia, Listra, Derbe etc., mas sob a autoridade de um governador romano.
A grande pergunta que parece não ter uma resposta satisfatória é se esta carta aos gálatas ou à região da Galácia era para toda província romana, incluindo a Galácia do Norte, onde os celtas se estabeleceram no início e a Galácia do Sul, devido às fronteiras expandidas como província romana em 25 d.C. Paulo escreveu às "igrejas da Galácia", possivelmente a toda província romana da 2
Galácia (hoje Turquia), que era uma província rural, grande produtora de cereais, com grandes fazendas de ovelhas, onde a lã era um produto importante.
E foi durante a sua segunda viagem missionária que Paulo foi a Galácia (cf. At 16,6). Mas, ao que tudo indica, foi pela providência divina, pois vai dizer: “... que foi por causa de uma doença física que eu os evangelizei na primeira vez. E vocês não me desprezaram nem me rejeitaram, apesar do meu físico ser para vocês uma provação. Pelo contrário, me acolheram como a um anjo de Deus ou até como a Jesus Cristo. Onde está a alegria que vocês experimentaram então? Pois eu dou testemunho de que, se fosse possível, vocês teriam arrancado os próprios olhos para me dar” (4,13-15).
Não sabemos qual foi essa doença e nem Paulo fala. Além do mais, ele viajava e trabalhava muito, o que leva a crer que, dificilmente, ela o prejudicou posteriormente. O fato de ele afirmar que, se fosse possível, eles teriam "arrancado os próprios olhos" para lhe dar pode até ser que fosse uma doença nos olhos, mas nada foi comprovado. O importante é que Paulo foi muito bem acolhido pelos pagãos - uma outra realidade e modo de ser e pensar diferente -, sendo que alguns deles falavam grego, o que foi possível a comunicação.
Paulo teve vários problemas com os judeu-cristãos, que foram à Galácia e quiseram implantar a Lei de Moisés e a circuncisão como normas para serem cristãos e seguirem a Igreja de Jerusalém. Devido a isso, Paulo vai escrever o resultado da assembleia de Jerusalém, sobre a Lei, a escravidão e, principalmente, sobre o que consiste em a verdadeira liberdade de Cristo.
2. ASSEMBLEIA EM JERUSALÉM E PAULO COMO APÓSTOLO DOS GENTIOS (2,1-10)
A Igreja cristã nascente tinha muitas dúvidas, dificuldades, perseguições. Jesus Cristo não tinha deixado normas ou tratados, mas tinha deixado o exemplo de sua vida seu amor, sua partilha, sua crucificação, sua morte e ressurreição, e, claro, tinha pedido para os discípulos irem ao mundo inteiro pregar o evangelho, e prometido estar com eles todos os dias até o fim do mundo (cf. Mt 28,20). O exemplo maior era o amor e a entrega da própria vida por causa do evangelho.
Tanto Paulo como os demais discípulos e discípulas de Jesus estavam dando o melhor de si para se manterem fiéis aos ensinamentos do Filho de Deus. No anúncio aos judeus e pagãos, foram surgindo dúvidas, mal-entendidos, imposições e pontos de vista diferentes. Assim sendo, foi necessário fazer uma assembleia em Jerusalém - uns chamam de "concílio(?)" -, uma reunião entre Paulo, Bamabé, Tito - possivelmente outros que estavam evangelizando os pagãos - Tiago, Pedro e João, além de outros que estavam evangelizando os judeus. A data dessa assembleia, se tomarmos Lucas, deu-se por volta de 49, mas se tomarmos Paulo, foi por volta de 51. A conversão de Paulo ocorreu por volta do ano 34 e nisso Lucas também concorda. Acontece que Paulo mesmo diz que  logo após foi para a Arábia e depois Damasco. "Três anos mais tarde, fui a Jerusalém para conhecer Pedro, e fiquei com ele quinze dias". Nessa ocasião, conhece também Tiago (cf. Gl 1,11-24). Paulo diz que, catorze anos depois, volta a Jerusalém (cf. G12,1). Então, 34 - ano da conversão - mais três anos que passou na Arábia e Damasco para ir a Jerusalém, já estamos no ano 37, e mais 14 anos, chegamos ao ano 51.
Parece ter havido grandes discussões e debates, pois Paulo fala em falsos irmãos, intrusos para espionar, e em continuar firme para não se submeter a essas pessoas (cf. 2,1-5).
Paulo chama de "notáveis" os representantes da Igreja de Jerusalém e diz: "No que se refere àqueles mais notáveis - pouco me importa o que eles eram então, porque Deus não faz diferenças entre as pessoas - esses mesmos notáveis nada mais me impuseram" (2,6). Isso também deve ser questionado hoje em nossa Igreja. Será que existem "notáveis" pelo cargo que ocupam? O que dizer da "hierarquia da Igreja", já que Deus não faz diferença entre as pessoas? O próprio Jesus disse que entre os governadores das nações existe o poder, mas entre seus seguidores não deverá ser assim: quem quiser ser grande, deve tomar-se o servidor de todos, pois o Filho do Homem não veio para ser servido, e sim para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos (cf. Me 10,43-45).
O Espírito Santo agiu e as pessoas abriram seus corações nessa assembleia, e a grande pergunta sobre se os cristãos deveriam ser circuncidados e seguirem a Lei de Moisés foi respondida: judeu é judeu e cristão é cristão, embora os cristãos só foram expulsos das sinagogas dos judeus após a reunião em Jâmnia, no ano 85.
Vamos ler o que Paulo diz: “...viram que a mim fora confiada a evangelização dos não circuncidados, assim como a Pedro fora confiada a evangelização dos circuncidados. De fato, aquele que tinha agido em Pedro para o aposto lado entre os circuncidados também tinha agido em mim a favor dos pagãos. Por isso Tiago, Pedro e João, considerados como colunas, reconheceram a graça que me fora concedida, estenderam a mão a mim e a Barnabé em sinal de comunhão: nós trabalharíamos com os pagãos, e eles com os circuncidados. Eles pediram apenas que nos lembrássemos dos pobres, e isso eu tenho procurado fazer com muito cuidado” (2,7-10).
Bonito é ver que a Igreja de Jerusalém reconhece a graça concedida e estende a mão em sinal de comunhão. Ela iria evangelizar os judeus, e Paulo e Barnabé, os pagãos. Mas existem diferenças entre pagãos e gentios? Entre Israel e as nações? Há vários termos e significados usados e muitas opiniões, mas, de modo geral, para descomplicar: ''Gentios' é a tradução comum da palavra gregaethné, que em Paulo e alhures no NT é empregado com referências às nações, com exceção de Israel"." Assim, fica evidente que existe diferença entre Israel, que, após Esdras, se autodenominava "puro", e todas as outras nações, onde viviam os gentios ou pagãos, como "impuros". Então, dizer que Paulo é o apóstolo das nações, gentios ou pagãos é a mesma coisa. Lembrando que, no português, a palavra "gentio" deriva do latim gens, que significa "nação". Porém, uma dúvida: esse texto, por diversas vezes, menciona que Pedro e a Igreja de Jerusalém evangelizariam os circuncidados, e Paulo e Barnabé evangelizariam os não circuncidados ou pagãos. E a grande questão era se para ser cristão tinha de ser ou não circuncidado. Afinal, o que é circuncisão? 4
2.1 - A CIRCUNCISÃO
Para entender o rito e a importância da circuncisão podemos dizer que Deus faz uma aliança com  Abraão: “Quanto a você, observe a aliança que faço com você e com seus futuros descendentes. Circuncidem a carne do prepúcio. Este será o sinal da aliança entre mim e vocês. Quando completarem oito dias, todos os meninos de cada geração serão circuncidados [ ... ]. Todo homem não circuncidado, cujo prepúcio não for circuncidado, será afastado do povo e de você, por ter violado a minha aliança (Gn 17,9.11-12.14).
Abraão foi circuncidado com 99 anos (cf. Gn 17,24). João Batista foi circuncidado (cf. Lc 1,59), Jesus foi circuncidado (cf. Lc 2,21), e Paulo diz: "Fui circuncidado no oitavo dia, sou israelita de nascimento... " (FI 3,5). Mas, afinal, em que consiste a circuncisão e como é feita? O rito consistia em cortar a pele que envolve a parte final do pênis, também chamada de prepúcio e que hoje popularmente chamamos de "operação de fimose", que é feita como procedimento de higiene. Vários outros povos também faziam a circuncisão, não como aliança dos judeus, mas como rito de iniciação e por acreditarem que ela facilitava as relações sexuais.
Na época dos Macabeus (c. 175 a.C.): "Foi assim que construíram em Jerusalém uma praça de esportes de acordo com os usos pagãos. Disfarçaram a circuncisão e renegaram a aliança sagrada..." (lMc 1,14-15). Era costume entre os gregos, em algumas atividades esportivas, atletas competirem completamente nus, e muitos jovens judeus sentiam-se envergonhados e disfarçavam a circuncisão, pois era motivo de gozação e de piada.
A partir dessa assembleia, decidiu-se que não era mais preciso fazer a circuncisão para ser cristão, mesmo os judeus, que se tomavam cristãos, também não precisavam. Agora, para os judeus, ela era obrigatória, pois era um sinal de que pertencia ao povo da Aliança. A circuncisão vai sendo incorporada como um diferencial religioso e, no Exílio, ajudou a manter sua identidade perante os outros povos. Para ser cristão, bastava ser batizado e ter fé em Jesus Cristo.
3. A LIBERDADE EM JESUS (5,1-6)
Ao lado da vida e do amor, a liberdade toma-se essencial e imprescindível em qualquer ser humano. A liberdade gera alegria, conquistas, e nos possibilita lutar pelos nossos sonhos e ideais. A escravidão gera o ódio, mata os sonhos e impede o ser humano de ser ele mesmo. Conversando com um presidiário, ele dizia: "Isto daqui não é vida, sem liberdade é melhor morrer".
John Stuart Mill dizia: "A única liberdade que merece este nome é a de buscar o nosso próprio bem segundo a nossa própria maneira, enquanto não tentamos privar os outros da sua ou impedir seus esforços para obtê-la". Além do nosso próprio bem, acredito que deveríamos buscar o bem do outro, dentro do possível, conforme Jesus nos ensinou e, para isso, mostrou que a liberdade tem de estar acompanhada do amor.
Paulo é firme e diz: “Cristo nos libertou para que sejamos verdadeiramente livres. Portanto, fiquem firmes e não se submetam de novo ao jugo da escravidão. Eu, Paulo, declaro: se vocês se fazem circuncidar Cristo de nada adiantará para vocês. E a todo homem que se faz circuncidar, eu declaro: agora está obrigado a observar toda a Lei. Vocês que buscam a justiça na Lei se desligaram de Cristo e se separaram da graça.
Nós, de fato, aguardamos no Espírito a esperança de nos tornarmos justos através da fé, porque, em Jesus Cristo, o que conta não é a circuncisão ou a não circuncisão, mas a fé que age por meio do amor: (5,1-6).
A liberdade e a escravidão estão diante de nossos olhos e de nossas decisões. O que escolher vai depender do coração de cada um. Paulo mostra que a liberdade é um dom de Deus, em que a fé age por meio do amor. E, se Cristo nos libertou, é para que sejamos verdadeiramente livres.
4. OBRAS DA CARNE E FRUTOS DO ESPÍRITO (5,13-26)
Mas se a liberdade constitui, juntamente com a vida e o amor, a razão de ser e viver de qualquer ser humano, temos de tomar cuidado para que ela não nos leve a qualquer escravidão e não nos leve à libertinagem. Aqui, vamos voltar um pouco quando Paulo diz: “Gálatas insensatos! Quem foi que os enfeitiçou? Vocês que tiveram diante dos próprios olhos uma descrição clara de Jesus Cristo crucificado! Respondam-me somente uma coisa: foi por causa da observância da Lei que vocês receberam o Espírito ou foi porque vocês ouviram a mensagem de fé? Vocês são tão insensatos a ponto de ter começado com o Espírito e agora terminar na carne?” (3,1-3).
Deixar Jesus e voltar à Lei é escravidão, da mesma forma que fazer tudo o que quer é libertinagem. Aristóteles já dizia que a virtude não está nem no excesso e nem na falta, ela está no meio-termo. Não é fazer tudo o que vem à mente, ou como alguns coríntios diziam: "Posso fazer tudo o que quero", e Paulo responde: "Sim, mas nem tudo me convém". Novamente: "Posso fazer tudo o que quero", e Paulo: "Mas não deixarei que nada me escravize" (cf. 1 Cor 6,12). Escrevendo aos gálatas, vai dizer: “Irmãos, vocês foram chamados para serem livres. Que essa liberdade, porém, não se tome desculpa para vocês viverem satisfazendo a carne. Pelo contrário, coloquem-se a serviço uns dos outros através do amor. Pois toda a Lei encontra a sua plenitude num só manda- mento: "Ame o seu próximo como a si mesmo". Mas, se vocês se mordem e se devoram uns aos outros, tomem cuidado! Vocês vão acabar destruindo-se mutuamente.
Por isso é que lhes digo: vivam segundo o Espírito, e assim não farão mais o que a carne deseja. Porque a carne tem desejo que está contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; os dois estão em conflito, de modo que vocês não fazem o que querem. Mas, se forem conduzidos pelo Espírito, vocês não estarão mais submetidos à Lei. Além disso, as obras da carne são bem conhecidas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, discórdia, ciúme, ira, rivalidade, divisão, sectarismo, inveja, bebedeira, orgias e outras coisas semelhantes. Repito o que já disse: os que fazem essas coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé, mansidão e domínio de si. Contra essas coisas não existe lei. Os que pertencem a Cristo crucificaram a carne junto com suas paixões e desejos. Se vivemos pelo Espírito, caminhemos também sob o impulso do Espírito. Não sejamos ambiciosos de glória, provocando-nos mutuamente e tendo inveja uns dos outros (5,13-26).
Os frutos do Espírito são contrários às obras da carne. Como entender Espírito e carne? É uma longa discussão e muito complicado se formos olhar os mínimos detalhes e os debates intermináveis entre os estudiosos. Para simplificar, vamos às origens. A Bíblia nos diz que: "Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus ele o criou; e os criou homem e mulher" (Gn 1,27); "Então Javé Deus modelou o homem com a argila do solo, soprou-lhe nas narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivente" (Gn 6, 2-7). Com o sopro de vida de Deus, o homem tornou-se um ser vivente. No hebraico, o termo que designa isso é nephesh ou nefesh.
Resumindo, o homem representa aqui a humanidade: homem e mulher, é um ser vivente, é uno. Na cultura grega, o homem é divido em corpo (soma) e alma (psyche). São modos diferentes de entender o homem e a mulher. Platão chegou a dizer "que o corpo era a prisão da alma". Para os gregos, a alma é imortal e pertence ao mundo espiritual, e o corpo é mortal e pertence ao mundo material. Só para ilustrar e dar um exemplo, de acordo com a mentalidade grega, "a prática sexual é uma atividade do corpo; por isso, não exerce influência sobre a alma".
De modo geral, "os hebreus concebiam o homem como um corpo animado, ao passo que os gregos concebiam o homem como um espírito encarnado"." Feito esse esclarecimento, vamos voltar ao texto e tentar entender o que Paulo quis dizer em relação aos frutos do Espírito e às obras da carne. O tema principal é a liberdade e, para isso, é necessário seguir os frutos do Espírito, o que implica dizer que não se podem tomar escravos da Lei e nem praticar as obras da carne, ou seja: "fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, discórdia, ciúme, ira, rivalidade, divisão, sectarismo, inveja, bebedeira, orgias e outras coisas semelhantes" (5,19-21). Por outro lado, "o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé, mansidão e domínio de si" (5,22-23).
Paulo, com esse texto, concebe o ser humano como uno, de acordo com a mentalidade hebraica. Esses dois modos de agir referem-se aos comportamentos diferentes que se fazem presentes no ser humano, que pode praticar o bem ou o mal. Mas já que estamos falando de ser humano (homem e mulher), o que Paulo entende por corpo, carne, alma e espírito? Para isso, vamos colocar apenas algumas passagens e definir de uma maneira geral. Caso contrário, ficaria muito cansativo e complicado.
5- Como fazer Lectio Divina com a Carta aos Gálatas
No cristianismo da pós-modernidade, pululam doutrinas desfocadas, estranhos, vazias do essencial e cheias de acessórios que, sem dúvida, confundem muitos cristãos; somente um retorno, como regresso necessário, à pureza original, assegura a credibilidade do evangelho dentro do mundo desorientado e carente da genuína liberdade da fé em que vivemos. Aos "insensatos gálatas", Paulo teve de recordar qual era o evangelho anunciado desde o princípio. Aos cristãos do século 21, lembra-nos que somente 'permitindo que Jesus Cristo habite em nós, em toda a sua plenitude, é que podemos chegar a compreender sua boa-nova: o Reinado de Deus, capaz de dar vida sem fim, aproximou-se de nós.
5.1 - Exercício de Lectio Divina para a Carta aos Gálatas
"Liberdade cristã e vida no Espírito" GÁLATAS 5,1-26
Leitura: Paulo encontrava-se provavelmente em Éfeso quando lhe chegaram notícias de que suas comunidades da Galácia se encontravam imersas em uma grave crise de identidade cristã. Na realidade, a crise havia sido provocada a partir de fora: certos pregadores do evangelho haviam chegado à região gálata, os quais punham em dúvida a validade e a legitimidade do anúncio do evangelho feito por Paulo, a quem acusavam de falsear a mensagem e de pregar um evangelho mutilado. Os agitadores, chamados "judaizantes", afirmavam que o autêntico evangelho era o que mandava observar fielmente a Lei de Moisés, inclusive o rito da circuncisão. Paulo toma consciência do perigo que isto representa, pois está em jogo a essência e o futuro do cristianismo. Por esta razão é que levanta sua voz contra aqueles que pretendem converter a vida cristã em uma religião formalista, apegada a ritos e a práticas exteriores, como o judaísmo fariseu de seu rompo. A fé cristã não podia transformar-se em uma "seita" judaica. Paulo reage provavelmente para combater aquela tendência empobrecedora e escravizante.
Não podendo ir pessoalmente enfrentar a situação, resolve fazê-lo por escrito. Enquanto a lei escraviza, e é apenas um recurso pedagógico para escravos, a fé em Cristo, ao contrário, faz-nos livres, porque nos faz filhos e herdeiros das promessas de Deus (d. 3.26-29). Aceitar a Cristo e segui-lo devotamente não é, pois, um cumprir por mandato, mas, antes, uma resposta de fidelidade e de amor, no âmbito da liberdade dos filhos de Deus. Paulo não se cansa de repetir: "Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres. Por isso, continuem firmes como pessoas livres e não se tornem escravos novamente" (5.1). No entanto, esta liberdade em relação à lei não significa, de modo algum, desprezo pelas boas obras; é exatamente o contrário: devemos dar-lhes o justo valor que lhes corresponde como consequência da graça que atua em nós, visto que "o que importa é a fé que age por meio do amor" (5.6). Com efeito, quem vive animado pela fé e se deixa conduzir pelo Espírito Santo expressará concretamente, em sua vida, os frutos desse mesmo Espírito.
Desta maneira, encontramos neste capítulo 5 o fruto maduro das considerações paulinas acerca da liberdade cristã e da novidade radical do evangelho em relação à lei e às tradições judaicas. A obra libertadora de Cristo foi definitiva e irrevogável; contudo, quem voluntariamente a rechaça pode permanecer na escravidão antiga. Somos chamados a viver na liberdade, mas não obrigados a responder. E se trata de uma liberdade dinâmica, jamais acabada, sempre em construção. .
As duas maneiras de viver que o apóstolo desenvolve são as seguintes: segundo o Espírito ou segundo a carne. Estas duas alternativas representam a aceitação ou não da proposta de liberdade que nos formula o Senhor. Quem se deixa inserir no mistério pascal de Cristo e permite ser guiado pelo Espírito Santo vive na liberdade dos filhos de Deus. Em contrapartida, quem se fecha em seu egoísmo e volta as costas para Deus e para os seus semelhantes vive na escravidão de seu próprio pecado. E quem opta por viver a liberdade cristã deve mostrá-la em todos os âmbitos e dimensões de sua existência.
Meditação
Cristo deu-nos liberdade para que sejamos livres". Esta firme convicção de são Paulo apoia a premente exortação a que não nos deixemos escravizar novamente. O que entendo por liberdade?
Que características e exigências acarreta o fato de que tal liberdade seja "cristã"? Acaso a liberdade é "fazer o que quero"? Ou não será, antes, "querer o que faço"? O ideal de libertinagem proposto pela sociedade de consumo, em que se diferencia da liberdade cristã? Em minhas práticas religiosas, deixo-me escravizar pelo ritualismo e pelo fundamentalismo?
A verdadeira liberdade exige do crente uma conduta moral responsável de acordo com a vontade de Deus, e não com os critérios humanos egoístas. Até que ponto se manifestam em meu comportamento prático os frutos do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio? (Gl 5.22-23)
Ou, ao contrário, prevalecem ainda em mim os sinais de uma vida segundo a carne: imoralidade sexual, impureza, ações indecentes, adoração de ídolos, feitiçarias, inimizades, brigas, ciumeiras, acessos de raiva, ambição egoísta, desunião, divisões, invejas, bebedeiras, farras e outras coisas parecidas com essas? (Gl 5.19-21)
Quem foi libertado pela obra de Cristo na cruz não pode contentar-se em desfrutar dessa liberdade de modo individual; deve comprometer-se na busca de ambientes familiares e sociais cada vez mais livres e justos. Em que medida me empenho em ajudar meus irmãos a obter a libertação de todas aquelas escravidões que os oprimem e que se opõem ao evangelho de Cristo?
Oração
Deus, Pai misericordioso, louvo-te e bendigo-te pela obra libertadora de teu Filho, Jesus Cristo, em benefício de toda a humanidade. Dou-te infinitas graças, Jesus, porque também me sinto redimido e resgatado da escravidão do pecado.
Pai, dá-me a luz e a força do Espírito Santo para não recair naquelas realidades que me degradam como pessoa, que me colocam em situação de discordância e de ruptura da fraternidade com meus semelhantes e que, por isso, são ofensa à tua divina majestade.
Permita que eu possa conduzir minha existência cristã segundo os parâmetros do evangelho e as inspirações do Espírito santificador.
Encha-me com a decisão e a valentia necessárias para comprometer-me efetivamente com a libertação de meus semelhantes; que eu possa lutar denodadamente contra todas aquelas escravidões, opressões, injustiças e marginalizações que ferem a dignidade e os direitos de meus irmãos mais pobres e humildes.
Contemplação
No cálido e sereno ambiente da oração, contemplo a grandeza e a bondade do Senhor, que me libertou em Cristo do pecado e me fez seu filho e herdeiro.
Ação
Com que atitude concretas posso mostrar minha liberdade cristã? Como posso cooperar na libertação das pessoas vítimas da opressão e da justiça?

Pe. Raimundo Aristide da Silva
http://www.padreray.com.br/inicio/blog/23-19-CARTA-AOS-GALATAS.html

"A catequese não prepara simplesmente para este ou aquele sacramento. O sacramento é uma consequência de uma adesão a proposta do Reino, vivida na Igreja (DNC 50)."

Documento Necessário para o Batismo e Crisma

Certidão de Nascimento ou Casamento do Batizando;

Comprovante de Casamento Civil e Religioso dos padrinhos;

Comprovante de Residência,

Cartões de encontro de Batismo dos padrinhos;

Documentos Necessários para Crisma:

RG do Crismando e Padrinho, Declaração de batismo do Crismando, Certidão ou declaração do Crisma do Padrinho, Certidão de Casamento Civil e Religioso do Padrinho/Madrinha e Crismando se casados.

Fonte: Catedral São Dimas

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Reflexão

REFLEXÃO

A porta larga que o mundo oferece para as pessoas é a busca da felicidade a partir do acúmulo de bens e de riquezas. A porta estreita é aquela dos que colocam somente em Deus a causa da própria felicidade e procuram encontrar em Deus o sentido para a sua vida. De fato, muitas pessoas falam de Deus e praticam atos religiosos, porém suas vidas são marcadas pelo interesse material, sendo que até mesmo a religião se torna um meio para o maior crescimento material, seja através da busca da projeção da própria pessoa através da instituição religiosa, seja por meio de orações que são muito mais petições relacionadas com o mundo da matéria do que um encontro pessoal com o Deus vivo e verdadeiro. Passar pela porta estreita significa assumir que Deus é o centro da nossa vida.

reflexão sobre o Dízimo

A espiritualidade do Dízimo

O dízimo carrega uma surpreendente alegria no contribuinte. Aqueles que se devotam a esta causa se sentem mais animados, confortados e motivados para viver a comunhão. O dízimo, certamente, não é uma questão de dinheiro contrariando o que muitos podem pensar. Ele só tem sentido quando nasce de uma proposta para se fazer a experiência de Deus na vida cristã. Somos chamados e convocados a este desafio.

Em caso contrario, ele se torna frio e distante; por vezes indiferente. A espiritualidade reequilibra os desafios que o dízimo carrega em si. "Honra o Senhor com tua riqueza. Com as primícias de teus rendimentos. Os teus celeiros se encherão de trigo. Teus lagares transbordarão de vinho" (Pr 3,9-10). Contribuir quando se tem de sobra, de certa forma, não é muito dispendioso e difícil. Participar da comunhão alinha o desafio do dízimo cristão.

Se desejar ler, aceno: Gn 28, 20-22; Lv 27, 30-32; Nm 18, 25-26 e Ml 3, 6-10.

Fonte : Pe. Jerônimo Gasques

http://www.portalnexo.com.br/Conteudo/?p=conteudo&CodConteudo=12

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