Que legal! Apresentamos a você algumas linhas sobre os Mandamentos. Eles existem a mais de quatro mil anos e continuam valendo ainda hoje.
Atualmente temos duas versões, mas que, no geral seu conteúdo é o mesmo. Por gentileza os confira em Êxodo 20,1-21a segundo livro da Bíblia Sagrada e no Catecismo da Igreja Católica. Leu? Então, você percebeu que eles são tanto para serem vividos individualmente como coletivamente e socialmente. Viu que neles está a base da religião, da família, da sociedade e da pessoa. Também viu que seus frutos são vida e trazem vida boa, graça, santidade, justiça, solidariedade, bondade, amor, em resumo: a felicidade.
Mas, de que trata os mandamentos? E para quem os são? Estranha às perguntas? Os mandamentos falam de tudo um pouco (Deus, identidade, amor, gente, família, descanso, trabalho, vida, morte, bens, ambição, inveja, poder, posse, sonhos, felicidade…) e são para aqueles que fizeram uma aliança com Deus. Logo, não podemos pedir ao “mundo” que o pratique se este não faz uma aliança com Deus. Não é mesmo? É, por exemplo, como você pode ver aí nos jornais: o sistema (capitalismo) em que vivemos na sociedade de hoje não fez aliança com Deus, logo não vai viver e compreender a “obra” de Deus contida nos Mandamentos. Resultado: rico mais rico, pobre mais pobre, a vida ameaçada, o planeta violentado, a família estragada, muita gente a margem excluída da vida social, etc. Entendeu? Os mandamentos aí não conta. Somos nós que, como cristãos, damos testemunho de Deus e da sua aliança, e que temos que modificar o mundo pela pratica da mesma. Mas para isso precisamos compreender essa aliança e saber que, cada um fazendo a sua parte já é um bom sinal. Mas como disse acima, do que trata os mandamentos?
Os três primeiros nos remetem a Deus. Eles são o princípio de nosso pensar e agir, trata do amor a Deus, a nós mesmos e aos nossos semelhantes; trata da presença de Deus através do seu Nome; e do descanso como sinal concreto de nossa relação mais intima com Ele, o Senhor. O descanso preserva a liberdade e aponta para o grande dia do nosso “estar” com Deus face a face. O que está por trás desses mandamentos? Quais as palavras chaves, as ideias mestras? As palavras forte talvez sejam: amor e identidade. Porque eles nos remetem a um referencial (Deus, o amor, o semelhante) em nossas vidas. Sem referenciais ficamos perdidos, sem rumo, sem direção, se, destino. Eles nos ajudam nisso, compreende?
A chave (ideia mestra) de leitura do quarto mandamento é a família. Ela é o núcleo, a célula primeira da pessoa (individuo) e da sociedade. A garantia de vida estável. E os símbolos forte da família, que orienta, que une, que estabelecem relações afetiva, cordiais são os pais (pai e mãe). Por isso é nosso dever e obrigação amá-los, cuidar deles, zelar, orar/rezar por eles e os ter em grande estima. Porque? Porque são a origem da família. E qual a situação das famílias hoje? O sistema tem demostrado amor, respeito e ajudado a família? O que vemos nas TVs e jornais? E você, que valor tem dado a sua família? Quem vive a aliança assume a família do jeito que Deus pensou!
O quinto mandamento se refere a vida. Sua ideia chave é cuidar da vida. Entender o “não matar” como “cuidar da vida”. Cuidar da vida, da existência, cuidar da vida pessoal, familiar, social, do planeta… percebe? Tudo que fala da vida tem a ver com esse mandamento. Não se trata de só “tirar a vida” entende? Como temos cuidado da vida?
O sexto mandamento tem a ver com a saúde, a saúde sentimental, emocional, psicológica tanto pessoal como da família. Ele nos remete as relações interpessoais entre casais. Quando pessoas e casais não estão bem nas suas relações pessoais, então, o mandamento está em perigo, a aliança será cedo ou tarde, quebrada. Ou quando nós individualmente (como pessoa mesmo) não estamos bem conosco mesmo, seja sentimentalmente, seja psicologicamente ou afetivamente… Precisamos cuidar da saúde. Entender? A Bíblia fala de adultério (casais); o Catecismo de castidade (pessoa) de modo que, quando chegamos a este estado alguma coisa não está bem… tanto o sexto mandamento como o nono mandamento nos apontam para esta realidade: a nossa saúde afetiva, emocional, psicológica, pessoal e interpessoal está ferida e precisa de cura. Percebe? É mais do que o ato em si (castidade, adultério…) tais problemas nos remetem a realidade mais profundas. Quebrar a aliança do sexto e do nono mandamentos mostram que não estamos bem, precisamos de apoio, precisamos de saúde. Compreende?
O sétimo mandamento e o décimo mandamento está em evidencia os bens materiais. Nossa relação com os bens materiais na sociedade em que vivemos. Eles são essenciais à vida digna. A questão de fundo é: como se dá as relações com nossos semelhantes, é a partir das pessoas pelas pessoas ou a partir dos bens que elas possuem? As relações sociais muitas vezes está baseada na posse das coisas gerando injustiças, pobreza, fome, miséria, domínio das pessoas, ambição, corrupção, compra de amizade, de propina, de poder. Tudo isso causa desequilíbrio social a tal ponto de chegar haver roubos, assassínios, sequestros de pessoas e bens, morte mesmo. Senão, vejam os jornais, a TV. Percebe? Veja como as palavras dessa aliança são verdadeiras! A palavra de ordem (a ideia chave) que está por trás desse mandamento é: os bens são necessários à vida e devem ser comum a todos (não furtem); e as relações de posse e poder (não cobiçar, ter mais que, poder mais que, posso, compro) que se alimenta do ter mais para ser mais. Não é isso que vemos ai no sistema de todos os dias? Segundo a lógica da Aliança e a do Mundo: Quem é “ladrão”? O que rouba por motivos justos e de vida, o que lhe foi tirado injustamente; ou Quem rouba “legalmente” por motivo de cobiça comprando tudo com “dinheiro” segundo as regras do próprio sistema? Quem cumpre a “lei” e quem cumpre a “aliança”? Você vê e ler Jornais?
O oitavo mandamento nos fala da integridade das pessoas nas relações interpessoais e sociais. É difícil confiar em alguém, principalmente quando em determinadas situações se precisa ser verdadeiro, honesto, que se assumam responsabilidades. Então, esse mandamento nos abre os olhos para sermos verdadeiros, íntegros, responsáveis. Sermos pessoas de uma palavra só como nos ensinou Jesus (Seja teu sim, sim; teu não, não). Quando isso não ocorre é quase certo, ou melhor é sempre certo que esse “jogo” de verdade/mentira termina prejudicando alguém. Veja as novelas da TV, estão cheias de exemplos. Para a falsidade esse mandamento nos oferece a integridade. O mandamento nos diz de outro modo: seja pessoa integra, honesta, trate as pessoas como gostaria de ser tratado por elas – como bem ensinou Jesus. E ai vai encarar? Topa levar a sério essa aliança? Conhece alguém que é modelo, leva a sério essa proposta?
O nono mandamento (isso porque já falamos do décimo acima) nos fala de posse, do desejo doentio de possuir pra si alguém. E seu endereço é certo: possuir esposa ou esposo de outro/a. Trata da posse de pessoas por um caminho bastante conhecido: a afetividade e mau uso da sexualidade. Mas a coisa é bem mais complicada. O que está em jogo é: a saúde, isso mesmo, a saúde da pessoa e da família. Estaria na raiz da “posse” o “desejo” nos dois sentidos: tanto de conotação sexual (expresso assim: ‘aí se eu te pego’; ‘que gostosa’; ‘bicha/o boa/bom’…), de co-habitar, morar junto, constituir laços familiares de modo escuso, suspeito “escondido” em detrimento de uma outra família já constituída por um dos parceiros ou pelos dois (e como no Brasil existem muitos casos assim…provavelmente você deve conhecer alguém). Nesses casos a família é sempre a mais afetada moral e socialmente, sem falar psicologicamente. Geralmente os motivos de tais relacionamentos frustrados são por motivos afetivos, financeiros, rotina, falta de criatividade, falta de espiritualidade ou porque não levaram a sério sua aliança matrimonial, de modo que uns dos parceiros se sentindo “frágil”, “iludido”, “frio” sai em busca de aventuras. E o argumento mais usado para cometer tais coisas são: “Ninguém é de ninguém”. Mas isso não é de todo verdade. Claro, ninguém pertence a ninguém no sentido de “posse”, mas pertencemos uns aos outros no sentido de sermos responsáveis uns pelos outros por força do amor; e se somos cristãos e povo em aliança, também o somos por força da fé, da nossa aliança com Deus. Veja, como é exigente a aliança? Você conhece casos assim?
Bem, em resumo, é isso aí! Os mandamentos são setas que nos ajudam a viver o plano de Deu em nossa vida pessoal, familiar e social. Resultado: uma vida feliz, uma sociedade mais justa, pessoas mais maduras, santas, responsáveis. Mas isso não depende de Deus, mas de cada um de nós, como pessoa e como coletividade. Não espere que o mundo viva os mandamentos, ele não fez/não faz aliança com Deus. Somos nós que enquanto crentes, que o fazemos, então se temos que mudar o mundo, comecemos por nós mesmos.
Publicado originalmente: http://bibliaecatequese.com/os-10-mandamentos-e-ai-vai-encarar/