O papa Francisco presidiu no domingo, 31, a missa de encerramento da 31º Jornada Mundial da Juventude (JMJ), realizada na Cracóvia, na Polônia, desde o último dia 25. Cerca de 1,5 milhão de pessoas do mundo inteiro participaram da celebração.
Em sua homilia, Francisco recordou o Evangelho que fala do encontro entre Jesus e Zaqueu, em Jericó. “Jesus não se limita a pregar ou a saudar alguém, mas atravessa a cidade. Em outras palavras, Jesus quer se aproximar da vida de cada um, percorrer o nosso caminho até o fim, para que a sua vida e a nossa se encontrem concretamente”, disse o papa.
O pontífice, explicou que o encontro com Jesus transformou a vida de Zaqueu, que era o chefe dos Publicanos, isto é, dos cobradores de impostos. “Zaqueu era um rico, colaborador dos odiados romanos; era um explorador do povo, uma pessoa que, pela sua má reputação, nem devia sequer aproximar-se do Mestre. Porém, este encontro com Jesus mudou a sua vida, como poderia acontecer com cada um de nós”, afirmou.
De acordo com o papa, Zaqueu teve que enfrentar alguns obstáculos para encontrar Jesus: a baixa estatura, a vergonha paralisante e a multidão murmurante. “Começando pelo primeiro obstáculo, a sua baixa estatura, Zaqueu não conseguia ver o Mestre, porque era baixinho. Também hoje podemos correr o risco de ficar distante de Jesus, porque não nos sentimos à altura, porque temos uma baixa estima de nós mesmos. Esta é uma grande tentação, que não tem a ver apenas com a autoestima, mas com a fé”, enfatizou o papa.
“Jesus assumiu a nossa humanidade e o seu coração nunca se afastará de nós, o Espírito Santo quer habitar em nós, somos chamados à alegria eterna com Deus. Eis a nossa estatura, a nossa identidade espiritual: não aceitar-nos e viver descontentes e de modo negativo significa não reconhecer a nossa verdadeira identidade. Deus nos ama como somos e nenhum pecado, defeito ou erro lhe fará mudar de ideia”, disse. Francisco afirmou ainda que para Jesus ninguém é inferior e distante, ninguém é insignificante. “Deus conta conosco pelo que somos, não pelo que temos; ele nos aguarda com esperança, acredita em nós e nos ama!
O segundo desafio de Zaqueu foi enfrentar a vergonha de subir em uma árvore para ver Jesus. “Podemos imaginar o que aconteceu no coração de Zaqueu, antes de subir ao sicômoro: deve ter havido uma grande luta; por um lado, uma curiosidade boa: conhecer Jesus; por outro, o risco de fazer um papelão”, disse. O papa explicou aos jovens, que por Zaqueu ser um personagem público, um líder, um homem de poder, sabia que ao subir à arvore, faria um papelão, mas que apesar disso, ele venceu a vergonha porque a atração por Jesus era mais forte. “Ele estava pronto a tudo, porque Jesus era o único que poderia livrá-lo do pecado e da infelicidade. Quando ele o chamou, desceu imediatamente e colocou-se em jogo”, disse.
Por fim, depois da baixa estatura e da vergonha paralisante, Francisco explicou o terceiro obstáculo que Zaqueu teve de enfrentar - a multidão murmurante - que o bloqueou e o criticou, dizendo que Jesus não devia entrar na casa dele, porque ele era um pecador. “Em suma, enquanto a multidão criticava e julgava Zaqueu, Jesus levantou seu olhar para ele, um olhar que vai além dos defeitos e pecados. Assim, ele entrevê o bem futuro, não se resigna perante a obstinação, mas busca o caminho da unidade e da comunhão; Jesus não se detém nas aparências das pessoas, mas olha seu coração”.
“Com este olhar de Jesus, vocês podem criar uma nova humanidade, sem esperar recompensa, mas buscando o bem, felizes de ter um coração puro e lutando, de modo pacífico, pela honestidade e justiça. Não sejam superficiais, desconfiem das aparências mundanas. Mas, tenham um coração que vê e transmite o bem, sem cessar. Contagiem o mundo com a alegria que receberam gratuitamente de Deus”, enfatizou Francisco.
Na conclusão da homilia, o papa recordou as palavras de Jesus a Zaqueu. “Desça depressa, pois hoje vou ficar na sua casa”. Logo, Francisco, disse que a JMJ começa hoje e continua nas casas dos jovens que participaram. “O Senhor não quer ficar apenas nesta bela cidade ou nas belas recordações, mas agir em suas vidas: no estudo, no trabalho, nas amizades, nos afetos, nos projetos e nos sonhos. Tudo, porém, deve realizar-se na oração, na Palavra de Deus, no Evangelho! Respondamos a Jesus que nos chama por nome. Façamos memória, agradecidos, do que vimos e ouvimos aqui”, exortou o papa.
JMJ 2017
Ao término da celebração eucarística de encerramento da JMJ, o papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus no Campus Misericordiae, anunciando oficialmente que a próxima JMJ será no Panamá. “A Providência divina sempre nos precede. Ela já decidiu onde será a próxima etapa desta grande peregrinação iniciada, em 1985, por São João Paulo II! Por isso, é com alegria que lhes anuncio que a próxima JMJ, depois das duas em âmbito diocesano, se realizará no Panamá, em 2019”, disse.
Com informações da Rádio Vaticano
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