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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Homilia do 33º Domingo do Tempo Comum - Dia 13 de novembro de 2016

Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira, SP


“Será uma ocasião para dardes testemunho”
(Lc 21,13)

Leituras: Malaquias 3, 19-20a; Salmo 97; Segunda Carta de São Paulo aos Tessalonicenses 3, 7-12; Lucas 21, 5-19.

COR LITÚRGICA: VERDE

Animador: Nesta Eucaristia, Jesus nos diz claramente que é pela constância e persistência que alcançaremos a salvação, pois precisamos permanecer fiéis aos seus ensinamentos. Ninguém alcança a salvação por si só, ela só é possível por meio de Jesus. Permanecendo firmes é que iremos ganhar a vida futura.

1. Situando-nos brevemente
Estamos nos aproximando do final deste ano litúrgico. A Palavra de Deus, que neste domingo ouvimos, nos faz pensar sobre a história do mundo e a história de Salvação. Muitas vezes, desanimamos, dizemos que está tudo perdido, que este mundo não tem mais jeito. Essa não é uma atitude cristã.

O cristão, e já antes dele o judeu, considera a história como uma trajetória horizontal, em que o tempo tem desenvolvimento linear, a história caminha sob a guia de Deus, para um ponto bem definido: o Reino de Deus.

É este Reino, ponto de chegada da história da humanidade, que nos é anunciado na Liturgia da Palavra deste 33º domingo do Tempo Comum, já nos preparando para as festas de Cristo Rei no próximo domingo.

2. Recordando a Palavra
Olhando para o texto do profeta Malaquias (século V a.C.), sabemos que esta perícope de hoje é parte de uma unidade literária maior: o sexto oráculo deste profeta. Este oráculo nos fala do triunfo da justiça divina.

O israelita fiel objeta e interroga, pondo em questão o valor de suas boas ações: não vale a pena servir a Deus e observar os mandamentos; o justo sofre neste mundo enquanto o malvado prospera, tentando a Deus impunemente.  

Malaquias responde a esta objeção assegurando que Deus não abandona ao que serve e teme. Isso se observará no “Dia que há de vir”. “Eis que virá um dia” é uma expressão tipicamente profética para chamar a atenção dos ouvintes para o futuro, despertando neles a expectativa de um tempo melhor.

A imagem do fogo (dia abrasador como fornalha) que abrasa e consome o arrogante é clássica, na literatura profética, para indicar o juízo de Deus ao malvado: será completamente aniquilado. Para o justo, ao contrário, começa então uma era de paz e de prosperidade. Como o sol matinal rompe a obscuridade da noite, assim a próxima manifestação do Senhor iluminará este mundo de trevas em que lutam e se debatem os justos.

O Salmo 97 canta a alegria da vinda do Senhor como juiz da terra inteira, que julgará com justiça. “Exultem as montanhas diante do Senhor, pois ele vem julgar a terra”. Só pode exultar quem viveu conforme a justiça de Deus. Para estes, sua vinda será motivo de júbilo, para os outros, de terror e de aniquilamento total.

Paulo escreve aos tessalonicenses, porque alguns deles, devido à espera da parusia iminente, isto é, o pensamento de que o mundo duraria pouco, descuidam-se das ocupações humanas normais, sobretudo do trabalho, e vivem às custas dos outros.

Chegamos ao Evangelho. O texto de hoje confirma que a parusia – segunda vinda de Cristo – não será imediata. As perseguições não estão fora do que Cristo anunciou. Não há como fixar a data do fim dos tempos. Os discípulos do Senhor não estão abandonados.

Jesus anuncia a destruição do templo. O primeiro templo (de Salomão) foi destruído em 586 a.C. Diz que também o segundo templo (construído em 515 a.C.) seria destruído como anuncio do fim do mundo. Ele não dá uma resposta direta, mas falta das catástrofes que fazem pensar no fim; entre estas, a ruína do templo. Porém, ‘o fim não vem em seguida’ (no tempo de Lucas o templo já estava em ruínas).

Não se deve ir atrás de qualquer fanático se dizendo o Messias. As catástrofes são apenas lembretes, sinais. Significam que Deus julga a História. Ele tem a última palavra, para a qual nos preparamos, com o coração desperto e sóbrio, na fidelidade no dia-a-dia, como também na perseguição (Johan Konings. Liturgia Dominical. Petrópolis, Vozes, 2003, p.475).

Apesar de sua linhagem apocalíptica, há que ter em conta que nosso texto não é nenhuma descrição do fim do mundo. O centro do relato está no início do versículo 12: “Antes disso tudo, porém [...]”. Lucas quer explicar que não se sabe quando ocorrerá o fim do mundo.

Quando os discípulos perguntavam a Jesus Cristo quando virá o dia, a resposta consiste em dizer que devem suceder muitas coisas que parecerão indícios do fim, sem o ser ainda. O que importa, pois, não é conhecer a data da segunda vinda de Cristo, mas ter claro que, antes de tudo isso, os discípulos serão perseguidos por causa do Evangelho.

Jesus quer agora inspirar confiança e dar ânimo a seus discípulos. Se eles serão levados aos tribunais por sua causa, é lógico que Jesus não os abandonará nesta ocasião.  Por isso lhes promete ser ele mesmo o advogado e dar-lhes aquela sabedoria de que vão necessitar.

Sua causa, que é a mesma causa de Jesus, chegará a uma vitória: o Evangelho se propagará a todo o mundo. Também Jesus foi levado ante os tribunais, padeceu e morreu sob Pôncio Pilatos, mas ressuscitou e seus apóstolos pregaram o Evangelho por força da Ressurreição.

Mesmo que sejamos mortos por causa do Evangelho, nossa vida permanece intacta pela ação de Deus, que nos livra da morte eterna.

O importante é que o cristão perseguido está nas mãos de Deus. Ele o salvará. A seu modo. Por seus caminhos. Vale notar que a perseguição é ocasião de um testemunho mais firme, glorioso, irresistível. Jesus foi o primeiro perseguido, e ele é quem é perseguido nos discípulos. Com o testemunho de doação da própria vida, os cristãos mostram a grandeza daquele que seguem: nem a morte os pode separar dele.

A fé possui a certeza de que Deus não abandona o mundo às forças do mal. O sofrimento que vemos deve ser encarado como as dores de um pastor, não como abandono e absurdo.

3. Atualizando a Palavra
Como estamos por finalizar o ano litúrgico e nos dispomos, desde já, a começar em breve o Advento, é oportuna a recomendação que nos faz o apostolo Paulo para que não pensemos que a vida espiritual do cristão se aliena ao mundo e só se mantém pela esperança da vinda do Senhor. Olhamos para os sofrimentos do tempo presente, que todos nós enfrentamos e assumimos, com o horizonte da esperança: a justiça divina.

No entanto não entendemos essa justiça como vingança de um Deus que vai cobrar daqueles que não lhe obedeceram e retribuir aos bons. A justiça de Deus é a fidelidade à sua própria palavra: levará a criação à plenitude.

Toda morte, dor, sofrimento, divisão e fome será superada. Mesmo que passemos por dificuldades, somos homens e mulheres de esperança. Nossa esperança é a vitória de Jesus Cristo sobre a morte, já manifestada a nós por sua ressurreição.

Mas atenção: a vitória de Cristo sobre o pecado não é como o final feliz de uma novela, em que no último capítulo tudo dá certo. A vitória de Cristo – da qual poderemos participar – consiste no cumprimento de suas promessas. Ninguém viveu enganado, iludido por Deus. O que ele prometeu, naquele dia o cumprirá.

O cristão sabe que anuncia e trabalha pelo Reino de Deus. Sua missão é anunciar Jesus Cristo, vencedor do mal. Nesse sentido, vale lembrar que o mal existe. Sua pior e mais terrível manifestação é o pecado humano: ao pecar, aderimos voluntariamente ao mal. Ser cristão é buscar a santidade e irradiar essa santidade a todo o mundo.

O Evangelho nos conclama a vivermos uma vida pascal: nada de Jesus está perdido com a Páscoa; nada do cristão pode se perder no caminho de sua cruz e seu fracasso, pois a vida da Páscoa lhe devolve tudo vitoriosamente transformado. Assim como a morte de Jesus parecia um fracasso total, muitas vezes podemos nos pensar vencidos, mas com Cristo nunca perdemos.

Temos que descobrir, neste período da história – que é o nosso período -, a Palavra de Deus que nos chama para adiante.

Não podemos almejar um cristianismo da tranqüilidade em um mundo estruturalmente injusto. Muitos cristãos se encontram perplexos e com a sensação de angústia porque tudo está sendo derrubado. Não é assim! Anteriores épocas de nossa história nos provam que a Igreja desprotegida, com dificuldades e perseguições, teve maior fortaleza, mais liberdade, mais criatividade, maior credibilidade e melhor encarnação nas realidades que trata de evangelizar.

Tudo o que fazemos, enfrentamos e realizamos deve estar ancorado em Cristo: ele nos enviou, o Espírito nos acompanha na missão e é para Deus que caminhamos.

Conta-se sobre S. João Berchmann (+1621) que ele estava brincando, numa hora de recreio, quando lhe perguntaram que faria se um anjo o avisasse que iria morrer de imediato. Ele respondeu: “continuar brincando”. Eis uma bela atitude que pode nos servir de exemplo.

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
“Concedei, Senhor nosso Deus, que a oferenda colocada sob o vosso olhar nos alcance a graça de vos servir e a recompensa de uma eternidade feliz” (oração sobre as oferendas).

A liturgia da missa tem uma série de alusões à eternidade. Ou melhor: a eternidade está no horizonte da celebração eucarística: o sacramento da Eucaristia é uma antecipação do grande banquete do céu.

Na aclamação memorial sempre pedimos: “vinde, Senhor Jesus!”. Estamos vivendo num tempo intermediário. A plenitude dos tempos aconteceu com a vinda de nosso Senhor, sua encarnação, vida e Mistério Pascal.

Após sua ascensão, caminhamos sob a guia do Espírito Santo, esperando que se realize, em nós e no universo inteiro, o que em Cristo já é uma realidade: a glorificação. A glória de Deus é a coroa, o ponto alto de toda a Criação de Deus.

A Palavra nos orienta e a Eucaristia nos sustenta para que não desanimemos nem nos desviemos da meta que temos.

O domingo é o dia da celebração do Mistério Pascal. É, pois, o principal dia de festa. É o dia em que a família de Deus se reúne para “escutar a Palavra e repartir o Pão consagrado, recordar a ressurreição do Senhor na esperança de ver o dia sem ocaso, quando a humanidade inteira repousar diante do Pai”.

A Eucaristia é o sacramento do amor. Este título de uma exortação apostólica de Bento XVI. Santo Agostinho assim comenta o amor em sua relação com a fé e com a esperança, que é o tema deste domingo.

“Queres chegar e não queres caminhar? A visão é a posse; a fé é o caminho. Quem recusa a fadiga do caminho, como pode querer a alegria da posse? A fé não desfalece porque a esperança a sustenta. Elimina a esperança e desfalecerá a fé. Se, ao contrário, à fé e à esperança tirares o amor, de que serve crer, de que serve o esperar, se não há amor? Quem não ama, não pode esperar” (S. Agostinho, Sermão 359A, 1-4. Citado por htpp://mercaba.org./diesdomini).

Que a Eucaristia que celebramos nos torne repletos do amor de Deus para que nossa fé, sustentada pela esperança, nos faça caminhar, sem esmorecer, para Deus.

PRECES DA ASSEMBLÉIA
Presidente: Rezemos ao Pai, para que saibamos distinguir a sua voz que nos chama, em diversos momentos em nossa vida.

1. Senhor, por tua Igreja que permanecendo fiel à tua Palavra, tenha cada vez mais coragem, força e ânimo para anunciar teu reino. Peçamos:
Todos: Senhor, dai-nos a perseverança e a confiança.

2. Senhor, que os governantes saibam discernir o caminho da justiça e da fraternidade para o bem-estar do nosso povo. Peçamos:

3. Senhor, que nossa comunidade saiba respeitar os mais pobres e fracos, mostrando e ensinando que o amor fraternal nos leva a Ti. Peçamos:

4. Senhor, olhai por todos nós aqui reunidos, que sejamos solidários uns com os outros, buscando sempre o bem comum. Peçamos:
(Outras intenções)

Presidente: Fortalecei Senhor, nossa confiança em vós no momento da perseguição, para que permaneçamos firmes e tenhamos a graça de alcançar a vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Concedei, Senhor nosso Deus, que a oferenda colocada sob o vosso altar nos alcance a graça de vos servir e a recompensa de uma eternidade feliz. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:
Presidente: Tendo recebido em comunhão o Corpo e o Sangue de vosso Filho, concedei, ó Deus, possa esta Eucaristia que ele mandou celebrar em sua memória fazer-nos crescer em caridade. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

AGENDA DO BISPO DIOCESANO:
Dia 11 de novembro – sexta-feira: Atendimento na residência episcopal-09h00; Crisma - Paróquia N. Sra. de Fátima – Araras – 19h30min.

Dia 12 de novembro – sábado: Crisma – Paróquia Santa Josefina Bakhita – Nova Odessa – 19h00;
Aniversário mãe do padre Pedro Leandro – jantar em Americana.

Dia 13 de novembro - domingo: Missa – Encerramento do Ano da Misericórdia – Basílica Santo Antônio – Americana – 07h00; Crisma – Menino Jesus (padre Alexander presidirá) – 10h00 – Limeira; Missa – Encerramento do Ano da Misericórdia – Basílica N. Senhora do Patrocínio – Araras – 10h00; Crisma – Nossa Senhora das Graças – Araras- 19h00 – Padre Deivison.

Dia 17 de novembro – quinta-feira: Crisma – São Sebastiao – Leme – 19h30min – Padre Isael.

Dia 18 de novembro – sexta-feira: Atendimento residência episcopal – período da manhã.
Crisma – N. Sra. de Fátima - Limeira – Padre Marcio Marcelo – 19h30min.

Dias 19 de novembro – sábado: Assembleia eletiva – Pastoral da Criança – N. Sra. Aparecida – Porto Ferreira – 08h00 até 16h00; Criação da Paróquia Nossa Senhora das Graças – 19h00 – Araras – Pe. Deivison do Amaral.

Dias 20 de novembro – domingo: Missa – Encerramento do Ano da Misericórdia – Santuário São Sebastião -07h00 - Porto Ferreira; Crisma – São Manoel (Pe. João Luiz presidirá) – 10h00 – Leme; Missa – Encerramento do Ano da Misericórdia – Catedral – Limeira – 10h00; Crisma – Jesus Cristo Bom Pastor – Limeira – 18h00 – Pe. Vitor Minuti.

BÊNÇÃO E DESPEDIDA
Presidente: O Senhor esteja convosco.
Todos: Ele está no meio de nós.

Presidente: Que o Senhor os abençoe e dê a todos vocês a coragem de suportar os problemas do dia-a-dia. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.


Presidente: (Dá a benção despede a todos).

"A catequese não prepara simplesmente para este ou aquele sacramento. O sacramento é uma consequência de uma adesão a proposta do Reino, vivida na Igreja (DNC 50)."

Documento Necessário para o Batismo e Crisma

Certidão de Nascimento ou Casamento do Batizando;

Comprovante de Casamento Civil e Religioso dos padrinhos;

Comprovante de Residência,

Cartões de encontro de Batismo dos padrinhos;

Documentos Necessários para Crisma:

RG do Crismando e Padrinho, Declaração de batismo do Crismando, Certidão ou declaração do Crisma do Padrinho, Certidão de Casamento Civil e Religioso do Padrinho/Madrinha e Crismando se casados.

Fonte: Catedral São Dimas

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Reflexão

REFLEXÃO

A porta larga que o mundo oferece para as pessoas é a busca da felicidade a partir do acúmulo de bens e de riquezas. A porta estreita é aquela dos que colocam somente em Deus a causa da própria felicidade e procuram encontrar em Deus o sentido para a sua vida. De fato, muitas pessoas falam de Deus e praticam atos religiosos, porém suas vidas são marcadas pelo interesse material, sendo que até mesmo a religião se torna um meio para o maior crescimento material, seja através da busca da projeção da própria pessoa através da instituição religiosa, seja por meio de orações que são muito mais petições relacionadas com o mundo da matéria do que um encontro pessoal com o Deus vivo e verdadeiro. Passar pela porta estreita significa assumir que Deus é o centro da nossa vida.

reflexão sobre o Dízimo

A espiritualidade do Dízimo

O dízimo carrega uma surpreendente alegria no contribuinte. Aqueles que se devotam a esta causa se sentem mais animados, confortados e motivados para viver a comunhão. O dízimo, certamente, não é uma questão de dinheiro contrariando o que muitos podem pensar. Ele só tem sentido quando nasce de uma proposta para se fazer a experiência de Deus na vida cristã. Somos chamados e convocados a este desafio.

Em caso contrario, ele se torna frio e distante; por vezes indiferente. A espiritualidade reequilibra os desafios que o dízimo carrega em si. "Honra o Senhor com tua riqueza. Com as primícias de teus rendimentos. Os teus celeiros se encherão de trigo. Teus lagares transbordarão de vinho" (Pr 3,9-10). Contribuir quando se tem de sobra, de certa forma, não é muito dispendioso e difícil. Participar da comunhão alinha o desafio do dízimo cristão.

Se desejar ler, aceno: Gn 28, 20-22; Lv 27, 30-32; Nm 18, 25-26 e Ml 3, 6-10.

Fonte : Pe. Jerônimo Gasques

http://www.portalnexo.com.br/Conteudo/?p=conteudo&CodConteudo=12

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