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quinta-feira, 22 de junho de 2017

Homilia da SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

DIOCESE DE LIMEIRA
SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
23 de junho de 2017
“Coração acolhedor e restaurador”

Leituras: Deuteronômio 7, 6-11; Salmo responsorial 102 (103), 1-2.3-4.6-7.8.10; Primeira de Carta de João 4, 7-16 e Mateus 11, 25-30.

COR LITÚRGICA: BRANCA

Animador: Nós somos um povo consagrado, um povo escolhido por Deus, porque temos a alegria de conhecer e ter em nossos corações os pensamentos do coração de Deus. Pensamentos de amor, que nos convidam a descansar na paz e na alegria. Peçamos, pois, a graça de termos um coração semelhante ao Coração de Jesus.


1. Situando-nos brevemente
Mais uma vez o aspecto litúrgico desta festa possui uma matriz devocional, onde a Igreja com sua sabedoria e firmeza doutrinal concentra sua atenção na essência teológica.

A divina humanidade de Cristo simbolizada pelo seu Coração misericordioso encontra seu respaldo nas Escrituras. Mas é nas revelações privadas que se encontra um eco mais prático desta teologia, pois é através dela que o povo de Deus mais se identifica.

A memória devocional do Coração de Jesus parece germinar nos claustros beneditinos a começar pelos místicos e teólogos Anselmo de Aosta (+1109) e Bernardo de Claraval (+1153). Seguem neste caminho místico espiritual as monjas cistercienses Mectilde de Harckborn (+1229), Lutgarda Awyerte (1246) e Gertrudes de Helfta (+1303). Por incrível que pareça as experiências místicas destas religiosas de clausura é durante os atos litúrgicos, fonte permanente da espiritualidade da Igreja.

As revelações de Cristo e por vezes da Virgem Maria centralizam toda atenção ao simbolismo do Coração de Jesus cheio de amor e de misericórdia pela humanidade. Mas se destaca ainda no mundo medieval o cardeal e doutor da Igreja, Boaventura de Bagnoregio (+1274) que na sua obra Vitis Mysticis dá grande ênfase ao aspecto devocional do Coração de Cristo. Assim também a célebre mística terciária Catarina de Sena (+1381) que nos leva a conhecer suas experiências místicas nas quais Cristo oferece o amor do seu Coração. A grande mística medieval, Gertrudes de Hefta é mais conhecida por ter suas revelações privadas mais divulgadas pelo monge de cartucho Landberg (+1539) e o beneditino Luís de Blois (+1566).

Com Francisco de Sales e sua espiritualidade começa-se a difundir maior profundidade a esta devoção, onde fez divulgar à nova congregação, juntamente com a co-fundadora Joana de Chantal. Tal impulso de espiritualidade no período da Escola Francesa foi o alicerce para que na ordem das Visitandinas surgisse a grandeza desta devoção.

O século XVII estava minado com os pensamentos renascentistas, humanistas, da pseudo-reforma, do iluminismo, do jansenismo e da futura Revolução Francesa que distanciavam o homem de Deus. É dentro da clausura feminina que mais uma vez a devoção ao Coração de Jesus é motivada a fim de que a humanidade o celebre, o reconheça e que Ele seja honrado.

É com a religiosa visitandina francesa Margarida Maria Alacoque (+1690) que esta devoção toma dimensões universais graças à intervenção do seu confessor e impulsionador o jesuíta Cláudio de la Colombiere (+1682). Jesus aparece para ela e insiste em que a Igreja dedique ao seu Coração uma festa especifica logo após a festa de Corpus Christi. Esta festa só vem a ser reconhecida e estendida a toda a Igreja graças ao sacerdote Joao Eudes (+1680) que para sua congregação institui uma festa própria.

A festa foi aprovada primeiramente na Polônia e na Espanha, pelo Papa Clemente XIII em 1765. E somente em 1856, Pio IX estendeu a festa do Coração de Jesus a toda a Igreja. Em 1889, foi elevada à categoria litúrgica por Leão XIII, que também nos deixou o documento Annum sacrum a respeito desta devoção. Ele consagra o mundo ao Coração de Cristo por iniciativa da bem-aventurada Maria do Divino Coração de Jesus zu Vichering (+1899), religiosa alemã da Congregação do Bom Pastor.

No século XX, Pio XI escreve um documento importante, a carta Miserentissimus Redemptor sobre a necessidade de “atos de reparação” ao Amor não amado de Cristo. É, com o Papa Pacelli que temos o documento mais profundo e o sentido teológico desta devoção com sua carta encíclica Haurietis Aquas, de 1956. Paulo VI a elevou à categoria de solenidade, e nos convida a aproximar-nos do Coração de Cristo e beber com alegria da fonte de salvação.

Para a Igreja a festa do Amor divino, é a continua memória do Deus-Amor evocada nas Escrituras que 8000 vezes assinala o Coração com o sentido de todo do ser humano em sua plenitude.

2. Recordando a Palavra
Na Solenidade do Coração de Jesus, a primeira leitura nos envolve com a beleza da narrativa de Moisés que se concentra na lembrança do povo de Israel que passa ser um povo eleito, abençoado. Mas esta escolha de predileção apela a uma condição, a uma comunidade modelo para outros povos A escolha pela comunidade Israel não é pelas suas qualidades, mas pelo amor misericordioso de Deus.

Como neste ano não teremos a celebração da memória do Imaculado Coração de Maria, não podemos não deixar um espaço a esta memória mariana, intrinsecamente relacionada com o do Coração de Jesus. Deve-se passar obrigatoriamente por uma porta, o Coração de Maria. A humanidade de Jesus depende do “sim” de Maria e, por sua vez, de sua humanidade imaculada.

No livro Missas de Nossa Senhora o n.28 é dedicado ao Imaculado Coração de Maria. Na introdução explicativa do formulário encontramos o significado preciso esta memória: “designa a pessoa a Santíssima Virgem, seu ser íntimo e único, centro e fonte de vida interior, de entendimento e memória, da vontade e maior, o coração indiviso com que amou a Deus e aos irmãos, e se doou à obra salvadora do Filho”.

3. Atualizando a Palavra
A segunda leitura é toda voltada ao tema do Amor. A carta de São João mostra a essência de Deus-Amor e a essência do homem, embora pecador. Mas a presença de Deus no pecador é realçada “pelos dons do Espírito”. Portanto, o Amor é o motor propulsor das relações Deus-Homens-Deus. Ora, a natureza de Deus, sendo Amor, é a que deve regar a vida dos homens.

Na liturgia da memória do Imaculado Coração de Maria, inseparável da solenidade do Coração de Jesus, o livro Missas de Nossa Senhora, n. 28 nos propõe como opção da leitura do Evangelho Lc 11, 27-28, quando relata o elogio de uma mulher do povo à maternidade de Jesus. Ele exalta antes a escuta da Palavra (Lc 2, 19.51) e a sua prática (Lc 1,27) iniciada em Maria, sua Mãe.

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
A beleza da mensagem evangélica de Mateus é de um alcance extraordinário e pouco evidenciado em nossas assembleias, onde é muito mais levada para o lado sentimental do que o propriamente realístico da mensagem.

Entrando em contradição com a lei judaica, tão reprovada por Jesus, onde fardos pesados são impostos ao povo, o jugo do Senhor Jesus é doce e suave. Mas por quê? Porque a lei é o Amor e não as normas rígidas em que muitas vezes nos debruçamos e fecham todas as possibilidades aos (às) irmãos (ãs) que caem. Mas o anúncio é aos pequenos, simples, humildes, aos que querem crescer aos grandes, arrogantes, prepotentes a mensagem não encontra feedback.

O que Jesus anunciou foi o que em resumo a carta de São João nos advertiu anteriormente. Contudo, o convite de Jesus vai além de qualquer regra estabelecida pelos homens, pois é uma lei eterna e, se ocorrer o contrário, o que Ele nos deixou não se sustenta.

Mas qual relação entre o Coração de Jesus e o Coração de Maria que ilumina este Ano Mariano? Ora, Mateus evidencia que na oração de agradecimento de Jesus ao Pai por ter revelado os mistérios do Reino aos pequenos vai diretamente à Serva do Senhor. A grandiosidade do mistério da salvação revelado a Maria na anunciação e todo o seu percurso íntimo na vida de Jesus Cristo nos mostra que ela é a “cheia de graça” (Lc 1,26).

O evangelista Lucas, em 2, 19.51, evidencia que o Coração de Maria é um sacrário onde se concentram as revelações de Deus aos pequenos. Desta escuta ativa e não passiva como poder correr conosco é encorajada a prática. Mais ainda, no Magnificat, Lucas põe na boca da Virgem Maria o mesmo que Cristo futuramente vai agradecer ao Pai por ter ocultado aos sábios e inteligente, mas revelado aos humildes.

Oração da Assembleia
Presidente: Com nosso coração humano transbordando de fé e de confiança no Deus da vida, elevemos a Ele nossas preces, clamando:
Todos: Deus de amor, atendei-nos.

1. Deus ama-nos amor infinito! Para que ninguém viva triste e ferido neste mundo, pois pode contar sempre com o amor de Deus, rezemos ao Deus de amor:

2. O amor tudo transformai! Para que sejam transformados o coração e a atitude das pessoas que pensam e praticam maldades, rezemos ao Deus do amor:

3. O amor une-nos como irmãos! Para que haja união em nossas comunidades e sejamos de verdade uma Igreja viva, atuante e presente no mundo, rezemos ao Deus de amor:

4. O Apostolado da Oração tem uma grande missão! Para que todos os membros do Apostolado da Oração supliquem ao Senhor pelas necessidades de todos os homens e mulheres, rezemos ao Deus de amor
(Outras intenções)

Presidente: Assisti-nos, ó Deus, com vossa infinita misericórdia, e dai-nos progredir em vosso amor. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA
Oração sobre as oferendas:
Presidente: Considerai, ó Deus, o indizível amor do Coração do vosso amado Filho, para que nossas oferendas vos agradem e sirvam de reparação por nossas faltas. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

Oração depois da comunhão
Presidente: Ó Deus, que este sacramento da caridade nos inflame em vosso amor e, sempre voltados para o vosso Filho, aprendamos a reconhecê-lo em cada irmão. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

Agenda do Bispo Diocesano:
Dia 22 de junho – quinta-feira: Missa no Seminário Maior São João Maria Vianney, às 18h00 em Campinas, encerramento do semestre.

Dia 23 de junho – sexta-feira: Missa com os restos mortais do Mons. Alberto Veloni, na Par. Sagrado Coração de Jesus, às 09h30, e colocação em novo local na Igreja matriz, Conchal, SP.

Dia 24 de junho – sábado: Crisma – Nossa Senhora Aparecida, Pe. Antônio Ramildo, às 19h30, na cidade de Cosmópolis, SP.

Dia 25 de junho – domingo: Missa dos 50 anos das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras, às 10h00, Matriz Senhor Bom Jesus dos Aflitos, Pirassununga, SP; e Missa de Encerramento da 3ª. Etapa da Escólica no Centro Diocesano de Limeira (CDL), às 16h00, Limeira, SP.

BÊNÇÃO E DESPEDIDA
Presidente: O Senhor esteja convosco!
Todos: Ele está no meio de nós.

Presidente: Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo!
Todos: Amém.

Presidente: Ide em paz, e o Senhor vos acompanhe.

Todos: Graças a Deus.

"A catequese não prepara simplesmente para este ou aquele sacramento. O sacramento é uma consequência de uma adesão a proposta do Reino, vivida na Igreja (DNC 50)."

Documento Necessário para o Batismo e Crisma

Certidão de Nascimento ou Casamento do Batizando;

Comprovante de Casamento Civil e Religioso dos padrinhos;

Comprovante de Residência,

Cartões de encontro de Batismo dos padrinhos;

Documentos Necessários para Crisma:

RG do Crismando e Padrinho, Declaração de batismo do Crismando, Certidão ou declaração do Crisma do Padrinho, Certidão de Casamento Civil e Religioso do Padrinho/Madrinha e Crismando se casados.

Fonte: Catedral São Dimas

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Reflexão

REFLEXÃO

A porta larga que o mundo oferece para as pessoas é a busca da felicidade a partir do acúmulo de bens e de riquezas. A porta estreita é aquela dos que colocam somente em Deus a causa da própria felicidade e procuram encontrar em Deus o sentido para a sua vida. De fato, muitas pessoas falam de Deus e praticam atos religiosos, porém suas vidas são marcadas pelo interesse material, sendo que até mesmo a religião se torna um meio para o maior crescimento material, seja através da busca da projeção da própria pessoa através da instituição religiosa, seja por meio de orações que são muito mais petições relacionadas com o mundo da matéria do que um encontro pessoal com o Deus vivo e verdadeiro. Passar pela porta estreita significa assumir que Deus é o centro da nossa vida.

reflexão sobre o Dízimo

A espiritualidade do Dízimo

O dízimo carrega uma surpreendente alegria no contribuinte. Aqueles que se devotam a esta causa se sentem mais animados, confortados e motivados para viver a comunhão. O dízimo, certamente, não é uma questão de dinheiro contrariando o que muitos podem pensar. Ele só tem sentido quando nasce de uma proposta para se fazer a experiência de Deus na vida cristã. Somos chamados e convocados a este desafio.

Em caso contrario, ele se torna frio e distante; por vezes indiferente. A espiritualidade reequilibra os desafios que o dízimo carrega em si. "Honra o Senhor com tua riqueza. Com as primícias de teus rendimentos. Os teus celeiros se encherão de trigo. Teus lagares transbordarão de vinho" (Pr 3,9-10). Contribuir quando se tem de sobra, de certa forma, não é muito dispendioso e difícil. Participar da comunhão alinha o desafio do dízimo cristão.

Se desejar ler, aceno: Gn 28, 20-22; Lv 27, 30-32; Nm 18, 25-26 e Ml 3, 6-10.

Fonte : Pe. Jerônimo Gasques

http://www.portalnexo.com.br/Conteudo/?p=conteudo&CodConteudo=12

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