DIOCESE DE LIMEIRA – SOLENIDADE DA
ASSUNÇÃO DE MARIA
Dia 19 de agosto de 2018
“O meu espírito se alegre em Deus meu
Salvador” (Lc 1,47)
Leituras: Apocalipse 11,19ª;12, 1.3-6ª.10ab; Salmo 44 (45),10bc.11.12ab.16;
1 Coríntios 15,20-27ª; Lucas 1, 39-56.
COR LITÚRGICA: BRANCA ou DOURADA
OUVISTE A
PALAVRA DE DEUS, GUARDASTE EM TEU CORAÇÃO, FELIZ PORQUE CRESTE, MARIA, POR TI
NOS VEM A SALVAÇÃO!
Antífona de Entrada
Grande sinal apareceu no
céu: uma mulher que tem o sol por manto, a lua sob os pés e uma coroa de doze
estrelas na cabeça (Ap 12,1).
Oração do dia
Presid.: Deus eterno e todo-poderoso, que
elevastes à glória do céu, em corpo e alma, a imaculada virgem Maria, mãe do
vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da
sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo.
T.: Amém.
1. Situando-nos
Bendita és tu, Maria!
Hoje, Jesus ressuscitado acolhe a sua mãe na glória do céu… Hoje, Jesus vivo,
glorificado à direita do Pai, põe sobre a cabeça da sua mãe a coroa de doze
estrela.
A primeira leitura nos
apresenta Maria como imagem da Igreja. Desse modo, por meio Maria, a Igreja
gera na dor um mudo novo. E como Maria, participa na vitória de Cristo sobre o
Mal.
O Salmo nos mostra
claramente essa ideia: Bendita és tu, Virgem Maria! A esposa do rei é Maria.
Ela tem os favores de Deus e está associada para sempre à glória do seu Filho.
Na segunda leitura veremos
Maria, nova Eva. Novo Adão, Jesus faz da Virgem Maria uma nova Eva, sinal de
esperança para todos os homens.
E o Evangelho nos
apresenta Maria como Mãe dos crentes. Cheia do Espírito Santo, Maria, a
primeira, encontra as palavras da fé e da esperança: doravante todas as
gerações a chamarão bem-aventurada!
2.
Recordando a Palavra
As visões do Apocalipse
exprimem-se numa linguagem codificada. Elas revelam que Deus arranca os seus
fiéis de todas as formas de morte. Por transposição, a visão do sinal grandioso
pode ser aplicada a Maria.
O livro do Apocalipse foi
composto no ambiente das perseguições que se abatiam sobre a jovem Igreja,
ainda tão frágil. O profeta cristão evoca estes acontecimentos numa linguagem
codificada, em que os animais terrificantes designam os perseguidores. A Mulher
pode representar a Igreja, novo Israel, o que sugere o número doze (as
estrelas).
O seu nascimento é o do batismo
que deve dar à terra uma nova humanidade. O Dragão é o perseguidor, que põe
tudo em ação para destruir este recém-nascido. Mas o destruidor não terá a
última palavra, pois o poder de Deus está em ação para proteger o seu Filho.
Proclamando esta mensagem
na Assunção, reconhecemos que, no seguimento de Jesus e na pessoa de Maria, a
nova humanidade já é acolhida junto de Deus.
3.
Atualizando a Palavra
O Salmo de Maria,
tradicionalmente chamado de Magnificat, por causa da primeira palavra na
tradução latina, é um mosaico de citações de referencias do Primeiro
Testamento.
Ela proclama que Deus
cumpriu uma tríplice derrubada de situações opressoras e falsas para restaurar
o projeto de Deus na humanidade: “No campo religioso”, Deus subjuga a autossuficiência
humana, a soberba. “No campo político”, Deus destituiu do trono os poderosos e
enaltece os humildes, destrói as desigualdades humanas.
“No campo social”, Deus
elimina os privilégios estabelecidos pelo dinheiro e poder. Cumula de bens os
famintos e despede os ricos de mãos vazias, para instaurar uma verdadeira
fraternidade na sociedade e entre os povos, porque todos somos filhos e filhas
de Deus.
Nossa ligação com Maria
existe justamente por ser ela uma entre os pequenos que Deus escolhe. Se houver
muita homenagem a ela e pouco compromisso com os famintos e desamparados,
estaremos fora da obra que Deus realiza em Maria.
Será que temos devoção
verdadeira à Maria do Apocalipse e do Magnificat, profeticamente do lado dos
que nada têm?
Ao dizer: “Porque olhou
para a humilhação de sua serva…”, Maria faz um paralelo entre o Espírito
Criador de Deus e a situação sofrida da mulher oprimida. De um lado o desmando
dos soberbos, ricos e poderosos deste mundo e, de outro, a misericórdia de Deus
que envia seu Filho e revoluciona as relações desumanas e iníquas, elevando os
humildes e dando comida farta aos famintos.
Ele olha a condição
oprimida do pobre, o estado de desgraça, de aflição e humilhação em que vivem
milhões de pessoas e envia Jesus para propor um jeito novo de viver que seja
bom para todos. O que alegra Maria é ser parte integrante do projeto de Deus
para a humanidade – salvação das opressões pessoais, mas também salvação
nacional e de toda a humanidade.
Celebramos esta festa da
Páscoa de Maria dando graças ao Pai que eleva a humilde mulher, Maria de
Nazaré, e nela, nos oferece o sinal da vitória definitiva de toda a humanidade,
pela força da ressurreição de Jesus Cristo.
A bula de definição
dogmática não fala de argumentos bíblicos, pois a Sagrada Escritura não afirma
a Assunção de Maria; mas sim do “último fundamento escriturístico” em que se
baseiam os Santos Padres e teólogos, além do comum sentir do povo cristão. Ou
seja, a Sagrada Escritura apresenta Maria intimamente vinculada à pessoa e obra
do Redentor; então, desta união plena deriva a sua participação no triunfo
glorioso do seu Filho.
Por sua vida e morte Jesus
nos libertou. Por sua vida e morte Maria participou desta obra universal. A
morte propicia ao ser humano um ato de absoluta entrega e amor a Deus. Por isso
a morte permite uma extrema realização humana. A morte liberta a semente de
ressurreição que se esconde dentro da vida mortal. Por isso no momento de sua
morte, Maria ressuscitou.
Não se trata, como em
Jesus, de Ascensão ao céu. Jesus, por própria força, em razão de sua divindade
subiu ao céu, vale dizer, penetrou no Mistério insondável da vida eterna. Maria
porque é criatura foi arrebatada por seu Filho e introduzida na glória celeste.
A Assunção não é obra de Maria, mas obra de seu Filho em favor de sua Mãe.
Acentuamos, especialmente,
a glorificação corporal de Maria. O corpo é mortal, frágil, opaco, pesado,
sujeito a limitações, doenças; este corpo, assim estigmatizado, é
transfigurado. O corpo de Maria só foi instrumento de graça e de bondade. Por
isso ele não ficou entregue à corrupção como o nosso. Foi reassumido e
entronizado no mistério do Deus Uno e Trino
A Assunção significa o
definitivo reencontro entre a Mãe e o Filho. Maria contempla a divindade de seu
Filho Jesus e desfruta de maneira sublime sua “maternidade divina e humana”.
Ela se descobre inserida no mistério da Santíssima Trindade mediante o Espírito
Santo que a fecundou e do Filho Eterno que ela, no tempo, gerou. Embora Mãe
terrena do Filho encarnado, vê-se filha no Filho Eterno e Unigênito do Pai.
Agora na glória dá-se plenamente conta de sua ligação com toda a humanidade e
de sua vinculação com a salvação da humanidade.
Maria vive agora no corpo
e na alma aquilo que nós iremos também viver quando morrermos e formos para o
céu. Todos os que estão no Senhor (2Cor 5,6) participam de sua ressurreição.
Por isso ressuscitamos no Ressuscitado por ocasião de nossa morte.
A festa da Assunção de
Maria diz respeito à vocação definitiva de toda a humanidade, que é um dia
morar com Deus.
A exemplo de Maria e
motivados por sua Assunção, respondemos imediatamente às necessidades dos
irmãos e irmãs? Que espaço ocupam os pobres, as pessoas com deficiência, os
idosos, os abandonados em nossa vida pessoal e comunitária?
4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
Em muitos momentos da
Celebração Eucarística, podemos identificar referencias à Maria: No Ato
Penitencial, pedimos sua intercessão por nós, pecadores: “e peço a Virgem
Maria, aos anjos e santos, e a vós, irmãos e irmãs, que rogueis por mim a
Deus...”.
Na escuta da Palavra de
Deus, na resposta a esta Palavra, é Maria que nos deixa o exemplo, dando seu
sim ao Plano do Pai. Quando fazemos memória da entrega de Jesus na cruz morte e
ressurreição, sempre encontramos a Mãe, silenciosa e fiel, animando os
discípulos, acompanhando a Igreja nascente.
Quando damos graças a
Deus, ouvimos, no eco do ‘Magnificat’, o reconhecimento da sua ação na
história.
Maria é presença em toda a
Liturgia, nos apontando sempre para o seguimento de Jesus, para que caminhemos
na direção do Reino de Deus.
Por isso, na oração do dia
da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora suplicamos: “Deus eterno e
todo-poderoso, que elevastes à glória do céu em corpo e alma imaculada Virgem
Maria, mãe do vosso Filho, dai-nos vivermos atentos as coisas do alto, a fim de
participarmos da sua glória”.
Sobre as
oferendas
Presid.: Suba até vós, ó Deus, o nosso
sacrifício, e, pela intercessão da virgem Maria, elevada ao céu, acendei em
nossos corações o desejo de chegar até vós. Por Cristo, nosso Senhor.
T.: Amém.
Antífona da
comunhão:
Todas as gerações me
chamarão bem-aventurada, porque o Poderoso fez em mim grandes coisas (Lc
1,48s).
Oração
Pós-Comunhão
Presid.: Ó Deus, que nos alimentastes com o sacramento da salvação,
concedei-nos, pela intercessão da Virgem Maria elevada ao céu, chegar à glória
da ressurreição. Por Cristo, nosso Senhor.
T.: Amém.
BÊNÇÃO
SOLENE
P. O Senhor esteja convosco!
T. Ele está no meio de nós.
P. O Deus de bondade, que pelo Filho da Virgem Maria quis salvar a
todos, vos enriqueça com sua bênção.
T. Amém.
P. Seja-vos dado sentir sempre e por toda parte a proteção da
Virgem, por quem recebestes o autor da vida.
T. Amém.
P. E vós, que vos reunistes
hoje para celebrar sua solenidade, possais colher a alegria espiritual e o
prêmio eterno.
T. Amém.
P. Abençoe-vos Deus
todo-poderoso, Pai e Filho † e Espírito Santo.
T. Amém.
Diác.: A alegria
do Senhor seja a vossa força; ide em paz e o Senhor vos acompanhe.
T. Graças a Deus!