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sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Homilia do 4º DOMINGO DO ADVENTO – Ano “C”

 Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira, SP


23 de dezembro de 2018


“Bendita és tu entre as mulheres” Lc 1, 42b

Leituras: Miquéias 5, 1-4a; Salmo 79 (80); Carta aos Hebreus 10,5-10; Lucas 1, 39-45.

COR LITÚRGICA: ROXA
Animador: Nesta Eucaristia, lembramos a visita que Maria fez a Isabel. Isso é um ato de amor e mostra quanto ela viveu o dom da fé. O Papa Francisco em sua Bula “Misericordiae Vultus” – sobre a Misericórdia diz: “Escolhida para ser Mãe do Filho de Deus, Maria foi preparada desde sempre, pelo amor do Pai, para ser Arca da Aliança entre Deus e os homens. Guardou, no seu coração, a misericórdia divina em perfeita sintonia com o seu Filho Jesus. O seu cântico de louvor, no limiar da casa de Isabel, foi dedicado à misericórdia que se estende ‘de geração em geração’ (Lc 1, 50). Também nós estávamos presentes naquelas palavras proféticas da Virgem Maria. (MV 24).


Oração do Dia: Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossos corações para que, conhecendo pela mensagem do Anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição. Por N. S. J. C. ...
T.: Amém.

1. Situando-nos
Neste quarto domingo abre-se para nós o clarão do amanhecer, anunciando a chegada do Sol nascente na figura de duas mulheres grávidas e na expectativa de um novo parto da salvação de Deus.

Neste domingo, nosso pensamento volta-se para a Mãe da Misericórdia. A doçura do seu olhar nos acompanhe neste Ano Santo, para podermos todos nós redescobrir a alegria da ternura de Deus (cf. Misericordiae Vultus).

Irrompe em nossa humanidade de modo fascinante a atuação definitiva do amor compassivo de Deus. O acendimento das quatro velas nos confirma a achegada plena da luz no seio bendito de Maria, a cheia de graça.

Maria torna-se habitação viva de Deus entre nós. Como portadora da salvação, põe-se a caminho e, no encontro serviçal e gratuito com Isabel, experimenta a alegria da realização das promessas de Deus.

A antífona da entrada: “Céus, deixai cair orvalho das alturas, e que as nuvens façam chover justiça: abra-se a terra e germine a salvação” (Is 45,8) nos introduz na alegre certeza da vinda da salvação que marca a liturgia deste domingo.

Mesmo na alucinação das compras natalinas, atordoados pelos anúncios de um Natal esvaziado pelo consumismo, a humanidade e o cosmos chamam esperançosos pelo Reino e se enternecem diante da simplicidade, da gratuidade e do serviço desinteressado, expressão de amor e da fidelidade de Deus que conduz a nossa história.

2. Recordando a Palavra
Isabel, cujo nome significa “Deus é plenitude”, ficou por cinco meses em retiro respeitoso, conforme nos diz Lucas 1,24, diante da sua gravidez: ação de Deus retirando-lhe a humilhação. Seu silêncio foi quebrado pela jovem prima Maria, no sexto mês de gestação e Isabel abre-se para esse encontro: duas mulheres, duas crianças, primeira e segunda aliança se abraçam e se entrelaçam. Encontro misterioso entre João e Jesus que provoca ação de graças cantada por Maria. João antes de nascer, cheio do Espírito Santo, é chamado para ser profeta.

Abraão e Maria – pai e mãe da fé. Pela fé de Abraão inicia-se uma caminhada de promessas e de fidelidade. Pela fé e fidelidade de Maria cumprem-se as promessas. Maria apressadamente põe-se a caminho nas montanhas de Judá, cenário do projeto tribal, entra na casa de Zacarias e Isabel, saudando-a. Isabel ouve a saudação e a resposta vem de suas entranhas, ficando plena do Espírito Santo. E aquela senhora idosa grita com a vivacidade de uma criança, abençoando Maria; “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”!

Isabel profetiza unindo três elementos presentes em Maria: a fé, a maternidade e o Messias. Crendo, Maria tornou possível o cumprimento da promessa de Deus através dela.

Maria louva a Deus que cumpre suas promessas aliando pessoas como Isabel, Zacarias e ela mesma, a “Serva do Senhor”.  “A minha alma proclama a grandeza do Senhor, meu espírito festeja a Deus, meu salvador, porque olhou a humilhação de sua escrava”. Maria reconhece que este é o estilo de Deus: onde há pequenez, fraqueza, impossibilidade humana, Ele realiza seu projeto, tão longamente esperado e preparado.

A primeira leitura, do livro de Miquéias, fala do rebento da casa de Davi, o pastor messiânico, que virá de Belém (Casa do pão) de Éfata, terra de Judá. Belém é cidade pequena, sem importância, mas é de onde virá o Messias.

O mundo novo que Jesus vem propor é um dom de amor de Deus. O nome de Jesus é “a Paz”: Ele vem apresentar uma proposta de um “reino” de paz e de amor, não construído com a força das armas, mas construído e acolhido nos corações humanos mais simples e pobres.

O Salmo 79 (80) é uma súplica coletiva: “convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, e sobre nós iluminai a vossa face! Se voltardes para nós, seremos salvos!” O povo clama a Deus, chamando-o de Pastor de Israel, pedindo que cuide de seu rebanho, que é o Reino do Norte. Pede que o Senhor visite a vinha, mas reconhece que não foi Deus que abandonou a vinha, mas o rebanho que se afastou do Pastor.

A carta aos Hebreus apresenta Jesus como quem supera a instituição cultual do Antigo Testamento. O único fato salvador que obtém o perdão de uma vez por todas é o sacrifício de Jesus, que entregou totalmente sua vida, seu corpo e seu sangue. É necessário que os homens acolham esta proposta com disponibilidade e obediência – à imagem de Jesus Cristo – num “sim” total ao projeto de Deus.

3. Atualizando a Palavra
Deus se encarna em lugar social concreto para reconstruir a humanidade, a sociedade e o mundo. É em um pequeno resto de Israel, no meio dos pobres, dos marginalizados e excluídos, como Maria, Isabel, Zacarias e João que Deus faz sua morada. A salvação nasce dos pobres e os primeiros cristãos vibravam com essa boa notícia. A Trindade entra na casa dos pobres humilhados que esperam a libertação.

Os nomes das personagens envolvidas nesta cena são reveladores: Jesus = Deus salva; João = Deus é misericórdia; Isabel = Deus é plenitude; Zacarias = Deus se lembrou; Maria = a amada. Os pobres proclamam a misericórdia de Deus que se lembra deles. Deus vem morar com eles, porque os ama, trazendo-lhes a plenitude da salvação.

É nos pequenos e pobres das periferias, das roças, nos indígenas, nos ribeirinhos, nos marginalizados e nos desprezados de hoje que Jesus se encarna, devolvendo-lhes a esperança e a paz. Em nossas pequenas comunidades, é que faz coisas grandes, em lugares pouco importantes, é que Deus realiza coisas extraordinárias.

Conforme anunciado por Miquéias, a salvação não vem da capital, do lugar do poder dos grandes, mas vem da graça. O poder de Deus manifestada através dos pequenos trará a plenitude dos bens, a paz para todos os povos.

A figura modelar deste quarto domingo do Advento é Maria. Ela nos ajuda a contemplar o mistério do Natal – do Deus que se faz servo – à luz do seu “sim”. Sigamos o exemplo de Maria, fazendo do nosso coração um “presépio acolhedor”, descobrindo que o Natal é obra gratuita da bondade divina, e procurando ser fiéis aos projetos de Deus revelados pelos acontecimentos de nossa história.

Maria acreditou e pela sua fé nas palavras do anjo dá o consentimento para que seja realizada nela a Vontade de Deus. É uma Palavra Criadora! Nos preparamos para celebrar o Natal e somos convidados como comunidade cristã a acreditar na Palavra de Deus como Palavra Criadora.

Podemos perguntar-nos onde está surgindo essa vida nova que o Espírito está gerando no nosso mundo hoje? Há muitas situações que no seu interior levam uma esperança de vida, onde o sofrimento e a injustiça não são aquilo que está triunfando. É uma vida que se engendra em segredo e não é possível percebê-la de imediato. A Palavra é criadora e expande-se pelos rincões do mundo inteiro. Só há uma condição: acreditar nela assim como Maria e comunicar sua alegre presença “depressa”, sem fronteiras.

4. Ligando a Palavra com a ação eucarística
Nesta celebração, somos visitados pela presença amorosa do Senhor que nos faz exaltar de alegria pela salvação. A Palavra reacende em nós o desejo de ajustar nossos projetos ao projeto de Deus.

Exultamos de alegria, reconhecendo a semente bendita da compaixão de Deus presente em nossa vida, na luta dos pequenos, e na condução de nossa história.

Por isso, em ação de graças, expressamos comunitariamente nossa adesão ao Senhor. A exemplo de Maria, apresentemos amorosamente ao Pai nossa vida, nossos sonhos, como oferenda espiritual, a serviço da salvação. Ao comungar, recebemos o alimento que nos fortalece para “prepararmos com maior empenho os caminhos para o novo Natal do Senhor”, pedimos na oração depois da comunhão.

Tendo participado da “Eucaristia e pelo poder do Espírito Santo, os fiéis levarão no seu próprio corpo aquilo que Maria carregou no seu ventre. Como ela, deverão ‘apressadamente’ fazer o bem ao próximo. As suas boas ações, realizadas a exemplo de Maria, surpreenderão, então, os outros com a presença de Cristo, fazendo com que dentro deles exista um estremecer de alegria” (CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS. Diretório Homilético. Edições CNBB, 2015, n. 109).

“Escolhida para ser a Mãe do Filho de Deus, Maria foi preparada desde sempre, pelo amor do Pai, para ser Arca da Aliança entre Deus e os homens. Guardou, no seu coração, a misericórdia divina em perfeita sintonia com o seu Filho Jesus. O seu cântico de louvor, no limiar da casa de Isabel, foi dedicado à misericórdia que se estende ‘de geração em geração’ (Lc 1,50)” - (Misericordiae Vultus, n. 24).

PRECES DOS FIÉIS
Presidente: Certamente na caminhada que Maria fez até chegar à casa de Isabel muito rezou e louvou a Deus. Imitando Maria é que vamos também elevar a Deus nossas preces e orações.
1. Vem Senhor e proteja a Igreja, mantendo-a unida no caminho da salvação. Peçamos:
T.: Cantado -  Ó vem Senhor, não tardes mais, vem saciar nossa sede de paz.
2. Vem Senhor e converta os governantes para que possam dar exemplos de amor e de responsabilidade. Peçamos:
3. Vem Senhor e faça reinar o amor e o respeito nesta cultura tão marcada pela falta de ética e pela violência. Peçamos:
4. Vem, Senhor e ajude a transformar nosso modo de agir, levando-nos a uma verdadeira conversão. Peçamos:
(Outras intenções)
Presidente: Acolhei nossos pedidos, ó Pai, neste dia que a alegria cresce em nós por causa da proximidade do Natal de Jesus. Favorecei-nos com o dom da alegria e da paz para que o Natal seja um encontro com Jesus realizado na fraternidade. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presid.: Ó Deus, que o mesmo Espírito Santo, que trouxe a vida ao seio de Maria, santifique essas oferendas colocadas sobre o vosso altar. Por Cristo, nosso Senhor.
T.: Amém.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO:
Presid.: Ó Deus todo-poderoso, tendo nós recebido o penhor da eterna redenção, fazei que, ao aproximar-se a festa da salvação, nos preparemos com maior empenho para celebrar dignamente o mistério do vosso filho. Que vive e reina para sempre.
T.: Amém.

Bênção Final para o Advento:
PR: O Senhor esteja convosco.
AS: Ele está no meio de nós.
PR: Que o Deus onipotente e misericordioso vos ilumine com o advento de seu Filho, em cuja vinda credes e cuja volta esperais, e derrame sobre vos as suas bênçãos.
AS: Amém!
PR: Que durante esta vida ele vos torne firmes na fé, alegres na esperança e solícitos na caridade.
AS: Amém!
PR: Alegrai-vos agora pela vinda do salvador feito homem, sejais recompensados com a vida eterna, quando vier de novo em sua glória.
AS: Amém!
PR: Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho + e Espírito Santo.
AS: Amém.
PR: A alegria do Senhor seja a vossa força. Ide em paz, e que o Senhor vos acompanhe.
AS: Graças a Deus.

"A catequese não prepara simplesmente para este ou aquele sacramento. O sacramento é uma consequência de uma adesão a proposta do Reino, vivida na Igreja (DNC 50)."

Documento Necessário para o Batismo e Crisma

Certidão de Nascimento ou Casamento do Batizando;

Comprovante de Casamento Civil e Religioso dos padrinhos;

Comprovante de Residência,

Cartões de encontro de Batismo dos padrinhos;

Documentos Necessários para Crisma:

RG do Crismando e Padrinho, Declaração de batismo do Crismando, Certidão ou declaração do Crisma do Padrinho, Certidão de Casamento Civil e Religioso do Padrinho/Madrinha e Crismando se casados.

Fonte: Catedral São Dimas

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Reflexão

REFLEXÃO

A porta larga que o mundo oferece para as pessoas é a busca da felicidade a partir do acúmulo de bens e de riquezas. A porta estreita é aquela dos que colocam somente em Deus a causa da própria felicidade e procuram encontrar em Deus o sentido para a sua vida. De fato, muitas pessoas falam de Deus e praticam atos religiosos, porém suas vidas são marcadas pelo interesse material, sendo que até mesmo a religião se torna um meio para o maior crescimento material, seja através da busca da projeção da própria pessoa através da instituição religiosa, seja por meio de orações que são muito mais petições relacionadas com o mundo da matéria do que um encontro pessoal com o Deus vivo e verdadeiro. Passar pela porta estreita significa assumir que Deus é o centro da nossa vida.

reflexão sobre o Dízimo

A espiritualidade do Dízimo

O dízimo carrega uma surpreendente alegria no contribuinte. Aqueles que se devotam a esta causa se sentem mais animados, confortados e motivados para viver a comunhão. O dízimo, certamente, não é uma questão de dinheiro contrariando o que muitos podem pensar. Ele só tem sentido quando nasce de uma proposta para se fazer a experiência de Deus na vida cristã. Somos chamados e convocados a este desafio.

Em caso contrario, ele se torna frio e distante; por vezes indiferente. A espiritualidade reequilibra os desafios que o dízimo carrega em si. "Honra o Senhor com tua riqueza. Com as primícias de teus rendimentos. Os teus celeiros se encherão de trigo. Teus lagares transbordarão de vinho" (Pr 3,9-10). Contribuir quando se tem de sobra, de certa forma, não é muito dispendioso e difícil. Participar da comunhão alinha o desafio do dízimo cristão.

Se desejar ler, aceno: Gn 28, 20-22; Lv 27, 30-32; Nm 18, 25-26 e Ml 3, 6-10.

Fonte : Pe. Jerônimo Gasques

http://www.portalnexo.com.br/Conteudo/?p=conteudo&CodConteudo=12

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