Liturgia Diária Comentada 27/02/2013
2ª Semana da Quaresma - 2ª Semana do Saltério
Prefácio da Quaresma - Ofício do dia do Tempo da Quaresma
Cor: Roxo - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Salmo 37,22-23 Não me abandoneis jamais, Senhor, meu deus,
não fiqueis longe de mim! Depressa , vinde em meu auxílio, ó Senhor, minha
salvação.
Oração do Dia: Ó Deus, conservai constantemente vossa família na prática das boas
obras e, como nos confortais, agora com vossos auxílios, conduzi-nos aos bens
eternos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: Jr 18,18-20
Vinde, ataquemo-lo.
Naqueles dias, disseram eles: “Vinde para conspirarmos juntos contra
Jeremias; um sacerdote não deixará morrer a lei; nem um sábio, o conselho; nem
um profeta, a palavra. Vinde para o atacarmos com a língua, e não vamos prestar
atenção a todas as suas palavras”.
Atende-me, Senhor, ouve o que dizem meus adversários. Acaso pode-se
retribuir o bem com o mal? Pois eles cavaram uma cova para mim. Lembra-te de
que fui à tua presença, para interceder por eles e tentar afastar deles a tua
ira. - Palavra do Senhor.
Comentando a Liturgia: A história é cheia de exemplos
de inocentes que sofrem e de justos perseguidos ou obrigados a calar por homens
que se sentem perturbados em suas consciências. Nestes continua a história de
Cristo, traído pelos seus, perseguido pelos poderosos, condenados à morte de
cruz.
A Oração de Jesus, semelhante à de Jeremias pelo sentido que exprime e
pela confiança com que se dirige ao Pai, já não pede vingança, mas perdão. E
sua paixão, tão semelhante à sorte que coube a Jeremias, não leva mais o grito
da humanidade incapaz de compreender a dor, mas torna-se motivo de conforto
para os homens provados pelo sofrimento e angústia da morte, porque Cristo nos
salvou por sua morte.
A cruz, depois de Jesus Cristo, torna-se símbolo de vida; não perde a
dureza, mas já não é destituída de significado.
Salmo: 30,5-6.14.15-16 (R. 17b)
Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus!
Retirai-me desta rede traiçoeira, / porque sois o meu refúgio protetor!
/ Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, / porque vós me salvareis, ó
Deus fiel!
Ao redor, todas as coisas me apavoram; / ouço muitos cochichando contra
mim; / todos juntos se reúnem, conspirando / e pensando como vão tirar-me a
vida.
A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio, / e afirmo que só vós sois o
meu Deus! / Eu entrego em vossas mãos o meu destino; / libertai-me do inimigo e
do opressor!
Evangelho: Mt 20,17-28
Eles o condenarão à morte.
Naquele tempo, enquanto Jesus subia para Jerusalém, ele tomou os doze
discípulos à parte e, durante a caminhada, disse-lhes: Eis que estamos subindo
para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos sumos sacerdotes e aos
mestres da Lei. Eles o condenarão à morte, e o entregarão aos pagãos para
zombarem dele, para flagelá-lo e crucificá-lo. Mas no terceiro dia
ressuscitará.
A mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos e
ajoelhou-se com a intenção de fazer um pedido. Jesus perguntou: “Que queres?”
Ela respondeu: “Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à
tua direita e outro à tua esquerda”. Jesus, então, respondeu-lhe: “Não sabeis o
que estais pedindo. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?” Eles responderam:
“Podemos”.
Então Jesus lhes disse: “De fato, vós bebereis do meu cálice, mas não
depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é
quem dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou”. Quando os
outros dez discípulos ouviram isso, ficaram irritados contra os dois irmãos.
Jesus, porém, chamou-os, e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações
têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. Entre vós não deverá ser assim.
Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; quem quiser ser o
primeiro, seja vosso servo. Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido,
mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho (Antônio Carlos Santini / Com. Católica Nova
Aliança): O amor é assim. Vive para morrer. Morre para que o outro viva. E
acha o seu sentido profundo quando gasta a vida pelo bem do outro. Jesus
assevera: “Ninguém tem maior amor do que quem dá a vida por seu amigo.” (Jo 15,
13.)
As hipóteses freudianas sobre o homem apontam na direção oposta:
afirmação de si mesmo, busca de realização pessoal, recusa de toda ascese,
abandono às próprias inclinações e a repulsa por todo sacrifício. Freud e o
Evangelho são antípodas. E acolhida a sua psicologia, minguou nossa capacidade
de doação, a disposição para o altruísmo, para uma vida centrada no outro.
Sempre mais egoístas, roubamos do amor seu sopro de eternidade para viver com
mesquinhez as realidades terrestres.
Na Encíclica “Deus é amor”, Bento XVI diz: “A verdadeira novidade do
Novo Testamento não reside em novas idéias, mas na própria figura de Cristo,
que dá carne e sangue aos conceitos – um incrível realismo. Na sua morte de
cruz, cumpre-se aquele virar-se de Deus contra si próprio, com o qual Ele se
entrega para levantar o homem e o salvar: amor na sua forma mais radical. O
olhar fixo no lado transpassado de Cristo, de que fala João (cf. 19, 37),
compreende o que serviu de ponto de partida a esta Carta Encíclica: “Deus é
amor” (1Jo 4, 8). É lá que esta verdade pode ser contemplada. E começando de
lá, pretende-se agora definir em que consiste o amor. A partir desse olhar, o
cristão encontra o caminho do seu viver e amar.” (DCE, 12.)
Em notável coerência, Jesus vive o que ensinou. Rebaixa-se, humilha-se e
entrega-se à morte ignominiosa, entre dois malfeitores, para remir com seu
sangue a humanidade decaída. João resume o sentido de sua entrega: “Tanto Deus
amou o mundo, que lhe entregou seu Filho unigênito, para que todo o que nele
crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3, 16.)
Os mártires testemunham que esse amor é possível. Tendo provado um amor
eterno (experiência totalizante que a tudo mais relativiza) entregam a vida com
alegria, entre hinos de louvor, pedindo a Deus que seja clemente com seus
algozes.
Há pequenos martírios em nossa vida. A mãe sofre os incômodos da
gravidez e as dores do parto para gerar vida nova. O pai caleja as mãos para
prover a família. O médico se expõe ao contágio ao cuidar o enfermo. A mestra
se sacrifica pelos alunos, mesmo com baixo salário. E tanta gente simples
valoriza amigos e vizinhos, e acolhe o migrante que passa... São, assim, um
Evangelho vivo. Dão a vida e sabem servir...
Eu seria capaz de doar a minha própria vida? Já descobri uma missão que
justifique essa aposta?
INTENÇÕES PARA O MÊS DE FEVEREIRO:
Geral – Famílias migrantes: Que as famílias de migrantes
sejam amparadas e acompanhadas em suas dificuldades, sobretudo as mães.
Missionária – Vitimas das guerras e conflitos: Que os que
sofrem por causa das guerras e conflitos sejam protagonistas de um futuro de
paz.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo da Quaresma (CNBB-DL/2011): Vai da quarta-feira de Cinzas até
a missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a celebração da
Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a
dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou
preparação do Batismo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais
frequência a Palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração
do mistério pascal” (SC 109).
· Durante este tempo, é
proibido ornar o altar com flores, o toque de instrumentos musicais só é
permitido para sustentar o canto. Excetuam-se o Domingo Laetare (4º
Domingo da Quaresma), bem como as solenidades e festas.
· A cor do tempo é
roxa. No Domingo Laetare, pode-se usar cor-de-rosa. (IGMR nº308f)
· Em todas as Missas e
Ofícios (onde se encontrar), omite-se o Aleluia.
· Nas solenidades e festas
somente, como ainda em celebrações especiais, diz-se o Te Deum e o
Glória.
· As memórias
obrigatórias que ocorrem neste dia podem ser celebradas como memórias
facultativas. Não são permitidas missas votivas (devoção particular).
· Na celebração do
Matrimônio, seja dentro ou fora da Missa, deve-se sempre dar a bênção nupcial;
mas admoestem-se os esposos que se abstenham de demasia pompa.
Cor Litúrgica: ROXO - Simboliza a preparação, penitência ou
conversão. Usada nas missas da Quaresma e do Advento.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo