Liturgia Diária Comentada 18/03/2013
5ª Semana da Quaresma - 1ª Semana do Saltério
Prefácio da Paixão I - Ofício do dia do Tempo da Quaresma
Cor: Roxo - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Salmo 55,2 - Tende piedade de mim, Senhor, pois me atormentam;
todos os dias me oprimem os agressores.
Oração do Dia: Ó Deus, que pela vossa graça inefável nos enriqueceis de todos os
bens, concedei-nos passar da antiga à nova vida, preparando-nos assim para o
reino da glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: Dn 13,1-9.15-17.19-30.33-62
Estou condenada a morrer, quando nada fiz.
Naqueles dias, a assembleia condenou Susana à morte. Susana, porém,
chorando, disse em voz alta: “Ó Deus eterno, que conheces as coisas escondidas
e sabes tudo de antemão, antes que aconteça! Tu sabes que é falso o testemunho
que levantaram contra mim! Estou condenada a morrer, quando nada fiz do que estes
maldosamente inventaram a meu respeito!
O Senhor escutou sua voz. Enquanto a levavam para a execução, Deus
suscitou o santo espírito de um adolescente, de nome Daniel. E ele clamou em
alta voz: “Sou inocente do sangue desta mulher!” Todo povo então voltou-se para
ele e perguntou: “Que palavra é esta, que acabas de dizer?” De pé, no meio
deles, Daniel respondeu: “Sois tão insensatos, filhos de Israel? Sem julgamento
e sem conhecimento da causa verdadeira, condenais uma filha de Israel? Voltai a
repetir o julgamento, pois é falso o testemunho que levantaram contra ela!”
Todo o povo voltou apressadamente, e outros anciãos disseram ao jovem:
“Senta-te no meio de nós e dá-nos o teu parecer, pois Deus te deu a honra da
velhice”. Falou então Daniel: “Mantende os dois separados, longe um do outro, e
eu os julgarei”. Tendo sido separados, Daniel chamou um deles e lhe disse:
“Velho encarquilhado no mal! Agora aparecem os pecados que estavas habituado a
praticar. Fazias julgamentos injustos, condenando inocentes e absolvendo
culpados, quando o Senhor ordena: ‘Não farás morrer o inocente e o justo!’ Pois
bem, se é que viste, dize-me à sombra de que árvore os viste abraçados?” Ele
respondeu: “À sombra de uma aroeira”.
Daniel replicou: “Mentiste com perfeição, contra a tua própria cabeça.
Por isso o anjo de Deus, tendo recebido já a sentença divina, vai rachar-te
pelo meio!” Mandando sair este, ordenou que trouxessem o outro: “Raça de Canaã,
e não de Judá, a beleza fascinou-te e a paixão perverteu o teu coração. Era
assim que procedíeis com as filhas de Israel, e elas por medo sujeitavam-se a
vós. Mas uma filha de Judá não se submeteu a essa iniquidade. Agora, pois,
dize-me debaixo de que árvore os surpreendeste juntos?” Ele respondeu: “Debaixo
de uma azinheira”. Daniel retrucou: “Também tu mentiste com perfeição, contra
tua própria cabeça. Por isso o anjo de Deus já está à espera, com a espada na
mão, para cortar-te ao meio e para te exterminar!”
Toda a assistência pôs-se a gritar com força, bendizendo a Deus, que
salva os que nele esperam. E voltaram-se contra os dois velhos, pois Daniel os
tinha convencido, por suas próprias palavras, de que eram falsas testemunhas.
E, agindo segundo a lei de Moisés, fizeram com eles aquilo que haviam tramado
perversamente contra o próximo. E assim os mataram, enquanto, naquele dia, era
salva uma vida inocente. - Palavra do Senhor.
Salmo: 22, 1-3a. 3b-4. 5. 6 (R.
4a)
Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei, estais
comigo.
O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma. Pelos
prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar. Para as águas
repousantes me encaminha, e restaura as minhas forças.
Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome. Mesmo que eu
passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei. Estais comigo com bastão e
com cajado, eles me dão a segurança!
Preparais à minha frente uma mesa, bem à vista do meu inimigo, com óleo
vós ungis minha cabeça, e meu cálice transborda.
Felicidade e todo bem hão de seguir-me, por toda a minha vida; e, na
casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos.
Evangelho: Jo 8,1-11
'Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma
pedra.’
Naquele tempo, Jesus foi para o monte das Oliveiras. De madrugada,
voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se,
começou a ensiná-los. Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma
mulher surpreendida em adultério. Levando-a para o meio deles, disseram a Jesus:
“Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Moisés na Lei
mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?”
Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o
acusar. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. Como
persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: “Quem dentre vós não
tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”. E tornando a
inclinar-se, continuou a escrever no chão.
E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos
mais velhos; e Jesus ficou sozinho, com a mulher que estava lá, no meio, em pé.
Então Jesus se levantou e disse: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te
condenou?” Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Então Jesus lhe disse: “Eu,
também, não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais”. -
Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho (Padre Jaldemir Vitório / Jesuíta): O episódio do
julgamento frustrado da mulher flagrada em adultério chama a atenção para o
tipo de juízo a que Jesus será submetido, chegando até ser condenado à morte. A
malícia e a hipocrisia que condenaram a mulher haveriam de recair também sobre
Jesus.
Os mestres da Lei e os fariseus, ao surpreenderem a mulher em adultério,
conheciam perfeitamente a providência a ser tomada. Aliás, eles mesmos se
confessaram conhecedores da Lei, a qual ordenava a lapidação imediata das
adúlteras. Portanto, não tinha sentido interrogar Jesus a este respeito. O que
os adversários visavam era colher provas contra ele, saídas de sua própria
boca. De fato, quem estava sendo julgado era Jesus, não a mulher adúltera.
O gesto sereno do Mestre, apesar da insistência de seus inquisidores,
foi uma clara demonstração de que ele não os temia. Continuou a escrever no
chão. Depois, ergueu-se para confrontá-los com uma pergunta fulminante:
"Quem de vocês não tiver pecado, seja o primeiro a apedrejar esta
mulher!". Então, toda a malícia de seus adversários ficou patente, pois
foram se retirando, um por um, a começar pelos mais velhos. É porque não tinham
moral para julgar a adúltera, e muito menos para julgar Jesus. Que tratassem de
se corrigir, antes de se arvorarem em juízes do próximo!
A mulher teve Jesus para defendê-la da malícia e da hipocrisia dos seus
acusadores. Quanto a Jesus, haveria de ser condenado por pecados que não
cometeu.
INTENÇÕES PARA O MÊS DE MARÇO:
Geral – Respeito à natureza: Que cresça, o respeito à
natureza, obra de Deus confiada a nossa responsabilidade.
Missionária – Bispos, Sacerdotes e Diáconos: que os Bispos,
Padres e Diáconos sejam incansáveis anunciadores do Evangelho até os confins da
Terra.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo da Quaresma (CNBB-DL/2011): Vai da quarta-feira de Cinzas até
a missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a celebração da
Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a
dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou
preparação do Batismo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais
frequência a Palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração
do mistério pascal” (SC 109).
· Durante este tempo, é
proibido ornar o altar com flores, o toque de instrumentos musicais só é
permitido para sustentar o canto. Excetuam-se o Domingo Laetare (4º
Domingo da Quaresma), bem como as solenidades e festas.
· A cor do tempo é
roxa. No Domingo Laetare, pode-se usar cor-de-rosa. (IGMR nº308f)
· Em todas as Missas e
Ofícios (onde se encontrar), omite-se o Aleluia.
· Nas solenidades e
festas somente, como ainda em celebrações especiais, diz-se o Te Deume o
Glória.
· As memórias
obrigatórias que ocorrem neste dia podem ser celebradas como memórias
facultativas. Não são permitidas missas votivas (devoção particular).
· Na celebração do
Matrimônio, seja dentro ou fora da Missa, deve-se sempre dar a bênção nupcial;
mas admoestem-se os esposos que se abstenham de demasia pompa.
Cor Litúrgica: ROXO - Simboliza a preparação, penitência ou
conversão. Usada nas missas da Quaresma e do Advento.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo