Liturgia Diária Comentada 20/03/2013
5ª Semana da Quaresma - 1ª Semana do Saltério
Prefácio da Paixão I - Ofício do dia do Tempo da Quaresma
Cor: Roxo - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Salmo 17,48-49 Vós me livrais, Senhor, de meus inimigos; vós
me fazeis suplantar o agressor e do homem violento salvais!
Oração do Dia: Ó Deus de misericórdia, iluminai nossos corações
purificados pela penitência. E ouvi com paternal bondade aqueles a quem dais o
afeto. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: Dn 3,14-20.24.49a.91-92.95
Enviou seu anjo e libertou seus servos.
Naqueles dias, o rei Nabucodonosor tomou a palavra e disse: “É verdade,
Sidrac, Misac e Abdênago, que não prestais culto a meus deuses e não adorais a
estátua de ouro que mandei erguer? E agora, quando ouvirdes tocar trombeta,
flauta, cítara, harpa, saltério e gaitas, e toda espécie de instrumentos,
estais prontos a prostrar-vos e adorar a estátua que mandei fazer? Mas, se não
fizerdes adoração, no mesmo instante sereis atirados na fornalha de fogo
ardente; e qual é o deus que poderá libertar-vos de minhas mãos?”
Sidrac, Misac e Abdênago responderam ao rei Nabucodonosor: “Não há
necessidade de respondermos sobre isto: se o nosso Deus, a quem rendemos culto,
pode livrar-nos da fornalha de fogo ardente, ele também poderá libertar-nos de
tuas mãos, ó rei. Mas, se ele não quiser libertar-nos, fica sabendo, ó rei, que
não prestaremos culto a teus deuses e tampouco adoraremos a estátua de ouro que
mandaste fazer”.
A estas palavras, Nabucodonosor encheu-se de cólera contra Sidrac, Misac
e Abdênago, a ponto de se alterar a expressão do rosto; deu ordem para acender
a fornalha com sete vezes mais fogo que de costume; e encarregou os soldados
mais fortes do exército para amarrarem Sidrac, Misac e Abdênago e os lançarem
na fornalha de fogo ardente.
Os três jovens andavam de cá para lá no meio das chamas, entoando hinos
a Deus e bendizendo ao Senhor. Mas o anjo do Senhor tinha descido
simultaneamente na fornalha para junto de Azarias e seus companheiros.
O rei Nabucodonosor, tomado de pasmo, levantou-se apressadamente, e
perguntou a seus ministros: “Porventura, não lançamos três homens bem amarrados
no meio do fogo?” Responderam ao rei: “É verdade, ó rei”. Disse este: “Mas eu
estou vendo quatro homens andando livremente no meio do fogo, sem sofrerem
nenhum mal, e o aspecto do quarto homem é semelhante ao de um filho de Deus”.
Exclamou Nabucodonosor: “Bendito seja o Deus de Sidrac, Misac e Abdênago
que enviou seu anjo e libertou seus servos, que puseram nele sua confiança e
transgrediram o decreto do rei, preferindo entregar suas vidas a servir e
adorar qualquer outro Deus que não fosse o seu Deus. - Palavra do Senhor.
Comentando a Liturgia: Nesta narração, como aliás, em
todas as outras do livro de Daniel a intenção do autor sagrado é oferecer
encorajamento e auxílio a seus compatriotas oprimidos pela perseguição.
A proteção de Deus não é sempre visivelmente maravilhosa e magnífica
como na história dos três jovens, mas é necessário dar tempo ao desígnio de
Deus, a fim de poder vê-lo em seu conjunto, quer com relação a nós
pessoalmente, quer na vida da Igreja.
Então, também de nossos corações pode prorromper, sincero e festivo, o
cântico de louvor a Deus. Às vezes Deus “manda seu anjo”, ou seja, faz perceber
exteriormente sua intervenção, mas sempre e em toda parte os acontecimentos, em
seu impulso fundamental, procedem Dele e a Ele conduzem por caminhos
misteriosos. Esta foi a fé dos três jovens e de todos os mártires. Esta deve
ser a nossa fé. - Palavra do Senhor.
Salmo: Dn 3, 52. 53. 54. 55. 56
(R. 52b)
A vós louvor, honra e glória eternamente!
Sede bendito, Senhor Deus de nossos pais. A vós louvor, honra e glória
eternamente! Sede bendito, nome santo e glorioso. A vós louvor, honra e glória
eternamente!
No templo santo onde refulge a vossa glória. A vós louvor, honra e
glória eternamente! E em vosso trono de poder vitorioso. A vós louvor, honra e
glória eternamente!
Sede bendito, que sondais as profundezas. A vós louvor, honra e glória
eternamente! E superior aos querubins vos assentais. A vós louvor, honra e
glória eternamente!
Sede bendito no celeste firmamento. A vós louvor, honra e glória
eternamente.
Evangelho: Jo 8,31-42
Se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres.
Naquele tempo, Jesus disse aos judeus que nele tinham acreditado: “Se
permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Responderam eles: “Somos
descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer:
‘Vós vos tornareis livres’?”
Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele que
comete pecado é escravo do pecado. O escravo não permanece para sempre numa
família, mas o filho permanece nela para sempre. Se, pois, o Filho vos
libertar, sereis verdadeiramente livres. Bem sei que sois descendentes de
Abraão; no entanto, procurais matar-me, porque a minha palavra não é acolhida por
vós. Eu falo o que vi junto do Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai”.
Eles responderam então: “Nosso pai é Abraão”. Disse-lhes Jesus: “Se sois
filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão! Mas agora, vós procurais
matar-me, a mim, que vos falei a verdade que ouvi de Deus. Isto, Abraão não o
fez. Vós fazeis as obras do vosso pai”.
Disseram-lhe, então: “Nós não nascemos do adultério, temos um só pai:
Deus”. Respondeu-lhes Jesus: “Se Deus fosse vosso Pai, certamente me amaríeis,
porque de Deus é que eu saí, e vim. Não vim por mim mesmo, mas foi ele que me
enviou”. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho (Antonio Carlos Santini / Com. Católica Nova
Aliança): Este é um tempo de mentiras. Juramentos rompidos, contratos
fraudados, relações simuladas... Como num baile de máscaras, os homens se
desafiam um ao outro: “Adivinhe quem sou!”
Este é um mundo de escravos. Vivemos na gaiola dos instintos, nas grades
do ódio, nos grilhões do pecado. Falamos tanto em liberdade, fazemos beicinho
de admiração porque nossos bisavós tinham escravos e... vivemos como os
remadores das galeras, acorrentados aos nossos remos...
Aí, vem Jesus Cristo e se apresenta candidamente: “Eu sou a Verdade!”
(Jo 14, 6) Prontamente, os escravos o prendem e cravam em uma cruz. Parece que
eles se sentiram ameaçados com a súbita e inesperada promessa de libertação.
“Deixe-nos em paz! Gostamos tanto de nossa escravidão! Por que não podemos
continuar acumulando mais e mais riquezas para garantir nosso futuro? Por que
não podemos passar o dia imaginando os prazeres – lícitos ou não – que
experimentaremos nesta noite? Por que não posso buscar com avidez mais e mais
poder, para puxar os cordéis da vida política e econômica?”
Falando assim, não percebem que o possuidor é possuído. O dono serve a
seus bens. O luxurioso é marionete de sua sexualidade. A simples alusão a uma
possível libertação soa a seus ouvidos como terrível perda: “Eu gosto de ser
escravo!”
Desde Pentecostes, iluminada pelo Espírito Santo, a Igreja se reconhece
como depositária de uma Verdade que se manifestou em Jesus Cristo e precisa ser
revelada aos homens e mulheres de cada geração, para que tenham acesso à vida
em Deus. Esta consciência de sua missão explica que, ao longo dos séculos,
tantos homens e mulheres da Igreja tenham sacrificado voluntariamente a
própria vida para dar testemunho da luz, como João Batista (Jo 1, 7).
Quem aderiu ao anúncio do Evangelho e abraçou a Verdade, em Jesus
Cristo, experimenta a mais indizível libertação. Mas sempre estaremos sujeitos
à tentação de voltar à velha vida. Algo em nossa carne ainda guarda as
seqüelas da Queda das origens (Gn 3). O homem carnal experimenta um tropismo
pela escravidão. E Paulo precisará alertar: “É para que sejamos livres que
Cristo nos libertou. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao
jugo da escravidão.” (Gl 5, 1)
Escravos não amam. Jesus nos liberta para que o Amor seja possível em
nós...
INTENÇÕES PARA O MÊS DE MARÇO:
Geral – Respeito à natureza: Que cresça, o respeito à
natureza, obra de Deus confiada a nossa responsabilidade.
Missionária – Bispos, Sacerdotes e Diáconos: que os Bispos,
Padres e Diáconos sejam incansáveis anunciadores do Evangelho até os confins da
Terra.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo da Quaresma (CNBB-DL/2011): Vai da quarta-feira de Cinzas até
a missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a celebração da
Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a
dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou
preparação do Batismo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais
frequência a Palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração
do mistério pascal” (SC 109).
· Durante este tempo, é
proibido ornar o altar com flores, o toque de instrumentos musicais só é
permitido para sustentar o canto. Excetuam-se o Domingo Laetare (4º
Domingo da Quaresma), bem como as solenidades e festas.
· A cor do tempo é
roxa. No Domingo Laetare, pode-se usar cor-de-rosa. (IGMR nº308f)
· Em todas as Missas e
Ofícios (onde se encontrar), omite-se o Aleluia.
· Nas solenidades e
festas somente, como ainda em celebrações especiais, diz-se o Te Deume o
Glória.
· As memórias
obrigatórias que ocorrem neste dia podem ser celebradas como memórias
facultativas. Não são permitidas missas votivas (devoção particular).
· Na celebração do
Matrimônio, seja dentro ou fora da Missa, deve-se sempre dar a bênção nupcial;
mas admoestem-se os esposos que se abstenham de demasia pompa.
Cor Litúrgica: ROXO - Simboliza a preparação, penitência ou
conversão. Usada nas missas da Quaresma e do Advento.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo