Liturgia Diária
Comentada 01/04/2013
SEGUNDA-FEIRA – OITAVA DA PÁSCOA
Tempo da Páscoa - 1ª Semana do Saltério
Prefácio pascal I - Ofício solene próprio - Glória
Cor: Branco - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Êxodo 13,5.9 O Senhor vos introduziu na terra onde correm
leite e mel; que sua lei esteja sempre em vossos lábios, aleluia!
Oração do Dia: Ó Deus, que fazei crescer a vossa Igreja, dando-lhe sempre novos
filhos e filhas, concedei que, por toda a sua vida, estes vossos servos e
servas sejam fieis ao sacramento do batismo que receberam professando a fé. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: At 2,14.22-33
Não era possível que a morte o dominasse.
No dia de Pentecostes, Pedro de pé, junto com os onze apóstolos,
levantou a voz e falou à multidão: “Homens de Israel, escutai estas palavras:
Jesus de Nazaré foi um homem aprovado por Deus, junto de vós, pelos milagres,
prodígios e sinais que Deus realizou, por meio dele, entre vós. Tudo isto vós
bem o sabeis. Deus, em seu desígnio e previsão, determinou que Jesus fosse
entregue pelas mãos dos ímpios, e vós o matastes, pregando-o numa cruz. Mas
Deus ressuscitou a Jesus, libertando-o das angústias da morte, porque não era
possível que ela o dominasse.
Pois Davi dele diz: ‘Eu via sempre o Senhor diante de mim, pois está à
minha direita para eu não vacilar. Alegrou-se por isso meu coração e exultou
minha língua e até minha carne repousará na esperança. Porque não deixarás
minha alma na região dos mortos nem permitirás que teu Santo experimente
corrupção. Deste-me a conhecer os caminhos da vida e a tua presença me encherá
de alegria’.
Irmãos, seja-me permitido dizer com franqueza que o patriarca Davi
morreu e foi sepultado e seu sepulcro está entre nós até hoje. Mas, sendo
profeta, sabia que Deus lhe jurara solenemente que um de seus descendentes
ocuparia o trono. É, portanto, a ressurreição de Cristo que previu e anunciou
com as palavras: ‘Ele não foi abandonado na região dos mortos e sua carne não
conheceu a corrupção’. Com efeito, Deus ressuscitou este mesmo Jesus e disto
todos nós somos testemunhas”.- Palavra do Senhor.
Comentando a Liturgia: O trecho litúrgico oferece-nos uma parte do
sermão de Pedro no dia de Pentecostes. A interpretação teológica que ele dá do
fato pentecostal tem uma parte central que é decididamente cristológica.
Por que o Pentecostes? Porque Cristo ressuscitou! O homem Jesus que
todos viram e conheceram, sua vida miraculosa e sua morte ignominiosa
(vergonhosa), não foram tragadas pela história. A morte e ressurreição de Jesus
é o acontecimento definitivo que completou os tempos. Para o homem a salvação é
a proposta de Deus no Senhor ressuscitado. Não há que procurar em outra parte,
nem que esperar do futuro.
O Cristo ressuscitado é a salvação do homem. Na origem da Igreja está,
pois, a experiência do Ressuscitado. Sem ressurreição, os discípulos teriam
sido absorvidos pelas vicissitudes da vida, fechando às pessoas o parêntese do
convívio com o rabi de Nazaré. Sem ressurreição, nada teriam os apóstolos para
anunciar. O apóstolo define-se como testemunha da ressurreição.
Salmo: 15, 1-2a.5. 7-8. 9-10.
11 (R. 1)
Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! Digo ao Senhor: “Somente
vós sois meu Senhor; Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino
está seguro em vossas mãos!
Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, e até de noite me adverte o
coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não
vacilo.
Eis por que meu coração está em festa, minha alma rejubila de alegria, e
até meu corpo no repouso está tranquilo; pois não haveis de me deixar entregue
à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção.
Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem
limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado!
Evangelho: Mt 28,8-15
Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galiléia. Lá eles me
verão.
Naquele tempo, as mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com
medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos. De
repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: “Alegrai-vos!” As mulheres
aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés. Então
Jesus disse a elas: “Não tenhais medo. Ide anunciar a meus irmãos que se
dirijam para a Galiléia. Lá eles me verão”.
Quando as mulheres partiram, alguns guardas do túmulo foram à cidade, e
comunicaram aos sumos sacerdotes tudo o que havia acontecido. Os sumos
sacerdotes reuniram-se com os anciãos, e deram uma grande soma de dinheiro aos
soldados, dizendo-lhes: “Dizei que os discípulos dele foram durante a noite e
roubaram o corpo, enquanto vós dormíeis. Se o governador ficar sabendo disso,
nós o convenceremos. Não vos preocupeis”. Os soldados pegaram o dinheiro, e
agiram de acordo com as instruções recebidas. E assim, o boato espalhou-se
entre os judeus, até o dia de hoje. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho: Antônio Carlos Santini / Com Católica Nova
Aliança
O Evangelho da liturgia de hoje mostra que as mulheres foram as
primeiras missionárias do Ressuscitado. Do Anjo, elas recebem uma tarefa
urgente: “Ide depressa dizer a seus discípulos!” Não há tempo a perder! Cristo
ressuscitou e já precede os discípulos na Galiléia! Dois milênios depois, os
seguidores de Jesus continuam ainda às carreiras, tentando alcançar esse Mestre
incansável...
Mas o Evangelista anota com extremo realismo a dose de confusão e
ambiguidade que envolve as mensageiras femininas: elas partem às pressas, “com
medo e grande alegria”. A alma humana é assim: consegue sobrepor às impressões,
emoções e sentimentos mais disparatados como essa mescla de temor e de júbilo.
O fato da Ressurreição de Cristo – prova cabal e definitiva de sua divindade –
reacende a alegria, mas ao mesmo tempo, infunde nelas o temor reverente de quem
se aproxima do divino. É com temor e tremor que nos rejubilamos em Deus.
Precisamos aceitar com realismo e humildade que nossos sentimentos e
reações também continuem um tanto “misturados” depois de tantos anos de
caminhada com o Senhor. Seria orgulho e presunção sonhar com uma fé
“quimicamente pura”, sem as marcas de nossa limitada humanidade.
Diante da mesma tarefa, experimentamos entusiasmo e inquietação. A mesma
missão encontra em nós a impulsão do entusiasmo e o freio do cansaço. A alma
quer e o corpo hesita. O espírito se inflama e a razão argumenta. Os fracassos
de ontem amortecem a esperança de hoje.
Mesmo os grandes santos chegaram a experimentar essas contradições em
sua caminhada. Todos eles viveram fases de desânimo, de apreensões. Um profeta,
como Jeremias, pode chegar a maldizer o dia em que se deixou “seduzir” por
Deus. (Cf. Jr 20, 7ss.) O próprio Senhor permite tais estados de alma para
purificar nossas intenções mais profundas.
Assim mesmo, as mulheres se põem a caminho. Pôr-se a caminho é seguir o
Cristo. “Caminho” foi o primeiro nome do cristianismo. Parece que nunca se
chega, mas sempre teremos passos a dar...
Com que disposição estou cumprindo a missão que Deus me confiou? Já
comecei a caminhar?
INTENÇÕES PARA O MÊS DE ABRIL:
Geral – Celebração da Fé: Que a celebração pública e orante
da Fé seja fonte de vida para os que creem.
Missionária – Igrejas locais e território de missão: Que as Igrejas
locais e territórios de missão sejam sinais e instrumentos de esperança e
ressurreição.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo Pascal: Os cinquenta dias entre o Domingo da Ressurreição e o Domingo de
Pentecostes sejam celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia
de festa, ou melhor, “como um grande Domingo” (Santo Atanásio; conforme NALC
22).
Os Domingos deste tempo sejam tidos como Domingos da Páscoa e, depois do
Domingo da Ressurreição, sejam chamados 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º Domingos da
Páscoa. Os oito primeiros dias do Tempo Pascal formam a Oitava da Páscoa e são
celebrados como solenidades do Senhor (NALC 24). O oitavo dia é constituído
pelo domingo seguinte a Páscoa. A oitava da Páscoa tem precedência sobre
quaisquer outras celebrações.
Qualquer solenidade que coincida com um dos domingos da Páscoa tem sua
celebração antecipada para o sábado; se, porém, ocorrer durante a oitava da
Páscoa, fica transferida para o primeiro dia livre que se seguir a oitava. As
festas celebram-se segundo a data do calendário; quando ocorrerem em domingo do
Tempo Pascal, omitem-se nesse ano.
Diz-se o Glória durante a Oitava da Páscoa, nas solenidades e festas, já
o Credo só nas solenidades. O Círio Pascal permanece junto ao altar por todo o
Tempo Pascal, isto é, da noite de Páscoa ao Domingo de Pentecostes, e acende-se
em todas as Missas dominicais.
O Domingo de Pentecostes encerra este tempo sagrado de cinquenta dias
(NALC 23). No Brasil, celebra-se no 7º Domingo da Páscoa e solenidade da Ascensão
do Senhor.
Cor Litúrgica: BRANCO - Simboliza a alegria cristã e o
Cristo vivo. Usada nas missas de Natal, Páscoa, etc... Nas grandes solenidades,
pode ser substituída pelo amarelo ou, mais especificamente, o dourado.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo