Liturgia Diária
Comentada 02/04/2013
TERÇA-FEIRA – OITAVA DA PÁSCOA
Tempo da Páscoa - 1ª Semana do Saltério
Prefácio pascal I - Ofício solene próprio - Glória
Cor: Branco - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Eclesiástico 15,3-4 Deu-lhes a água da sabedoria, tornou-se
a sua força, e não vacilaram; vai exaltá-los para sempre, aleluia.
Oração do Dia: Ó Deus, que nos concedestes a salvação pascal, acompanhai o vosso
povo com vossos dons celestes, para que, tendo conseguido a verdadeira
liberdade, possa um dia alegrar-se no céu, como exulta agora na terra. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: At 2,36-41
Convertei-vos; e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo.
No dia de Pentecostes, Pedro disse aos judeus: “Que todo povo de Israel
reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que
vós crucificastes”. Quando ouviram isso, eles ficaram com o coração aflito, e
perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: “Irmãos, que devemos fazer?”
Pedro respondeu: “Convertei-vos e cada um de vós seja batizado em nome
de Jesus Cristo, para o perdão dos vossos pecados. E vós recebereis o dom do
Espírito Santo. Pois a promessa é para vós e vossos filhos, e para todos
aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar para si”.
Com muitas outras palavras, Pedro lhes dava testemunho, e os exortava,
dizendo: “Salvai-vos dessa gente corrompida!” Os que aceitaram as palavras de
Pedro receberam o batismo. Naquele dia, mais ou menos três mil pessoas se
uniram a eles. - Palavra do Senhor.
Comentando a Liturgia: A salvação está na aparição histórica de
Jesus, em sua mensagem provocadora, em suas palavras benéficas e críticas, em
seu estilo de vida fiel até a morte. Sob um aspecto puramente histórico, Jesus
malogrou em seu projeto de vida. Por isso, sua mensagem e estilo de vida não
podem ser por si sós a última palavra, ao menos para ser fundamento de nossa
salvação e esperança real.
Na ressurreição é que o Crucificado se torna Senhor e Messias, nosso
Salvador. Esta é a mensagem explosiva de Pedro na manhã de Pentecostes. O
Crucificado, aquele que foi rejeitado pelo povo, foi constituído “Senhor” com a
ressurreição. Cristo é o Messias, é o rei davídico, esperado que restaura o
povo, dá cumprimento a todo desejo de vida e amor do coração do homem,
ressuscitando da morte.
Eis a profissão de fé do novo povo de Deus: a história de Israel
consumou-se no Cristo. É um acontecimento que revoluciona a vida; uma verdade
“concreta”, não abstrata, que faz cada um de nós perguntar: “Que devemos
fazer?”
Salmo: 32, 4-5. 18-19. 20.22
(R. 5b)
Transborda em toda a terra a bondade do Senhor.
Pois reta é a palavra do Senhor, / e tudo o que ele faz merece fé. /
Deus ama o direito e a justiça, / transborda em toda a terra a sua graça.
Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, / e que confiam
esperando em seu amor, / para da morte libertar as suas vidas / e alimentá-los
quando é tempo de penúria.
No Senhor nós esperamos confiantes, / porque ele é nosso auxílio e
proteção! / Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, / da mesma forma que em vós
nós esperamos!
Evangelho: Jo 20,11-18
'Eu vi o Senhor!'; e eis o que ele me disse.
Naquele tempo, Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando.
Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. Viu, então, dois
anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à
cabeceira e outro aos pés.
Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: ”Levaram
o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. Tendo dito isto, Maria voltou-se para
trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus.
Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando
que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me
onde o colocaste, e eu o irei buscar”. Então Jesus disse: “Maria!” Ela
voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabuni” (que quer dizer: Mestre).
Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai
dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso
Deus”. Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e
contou o que Jesus lhe tinha dito. - Palavra da
Salvação.
Comentando o Evangelho (Antônio Carlos Santini / Com.
Católica Nova Aliança)
A figura de Maria de Mágdala a chorar junto ao sepulcro de Jesus traz à
nossa mente a imagem da amada do Cântico dos Cânticos, que buscava insone pelo
Amado: “Sobre meu leito, ao longo da noite, procuro aquele que eu amo. Eu
procuro, não o encontro. Tenho de levantar-me, dar a volta pela cidade; nas
ruas, nas praças, procurar aquele que eu amo”. (Ct 3, 1-2.)
Só que, no caso de Maria, já não há razões para chorar... Jesus
ressuscitou! Mas ela está olhando na direção errada: tem os olhos fixos no
túmulo abandonado, enquanto o Mestre amado está bem próximo, logo às suas
costas. E quando Jesus lhe dirige a palavra, Maria imagina falar com o
jardineiro.
Até que Jesus a chama pelo nome: “Mariâm”, em hebraico. E também em
hebraico ela responde: “Rabbúni”, uma forma afetiva de Rabi, indicando uma
espécie de posse: meu Mestre... Teria ela identificado, ao mesmo tempo, a voz
de Jesus. Inconfundível, e certa entonação personalizada de seu próprio nome:
“Ninguém me chama desse jeito, a não ser Jesus!”
Feliz, bem-aventurada Maria de Mágdala, outrora pasto dos demônios, hoje
discípula predileta! Feliz daquele que ouve seu nome pronunciado amorosamente
por Jesus! Feliz daquele que chorava pelo Senhor e acabou consolado! Feliz
daquele que testemunha a Ressurreição!
O movimento natural de Maria Madalena é agarrar-se a Jesus, retê-lo
junto a si, como posse pessoal. Gozar da incomparável alegria de sua
intimidade. Mas Jesus a surpreende com uma missão, ainda nos albores de um novo
amanhecer: “Vai ter com os meus irmãos...” E ela parte para anunciar: “Eu vi o
Senhor, e eis o que ele me disse”.
A mulher que chorava sua perda pessoal é, agora, uma voz que testemunha
a vitória de Cristo sobre a morte. Ainda que o testemunho de uma mulher não
convença de imediato os discípulos medrosos e desanimados, Madalena é a imagem
da nova Mulher, remida e projetada na estrada do Evangelho.
Como tenho vivido a minha vida pessoal? Continuo chorando rios de
lágrimas, fechado em minhas próprias dores, quando o Senhor tem uma missão
pessoal para mim?
INTENÇÕES PARA O MÊS DE ABRIL:
Geral – Celebração da Fé: Que a celebração pública e orante
da Fé seja fonte de vida para os que creem.
Missionária – Igrejas locais e território de missão: Que as Igrejas
locais e territórios de missão sejam sinais e instrumentos de esperança e
ressurreição.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo Pascal: Os cinquenta dias entre o Domingo da Ressurreição e o Domingo de
Pentecostes sejam celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia
de festa, ou melhor, “como um grande Domingo” (Santo Atanásio; conforme NALC
22).
Os Domingos deste tempo sejam tidos como Domingos da Páscoa e, depois do
Domingo da Ressurreição, sejam chamados 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º Domingos da
Páscoa. Os oito primeiros dias do Tempo Pascal formam a Oitava da Páscoa e são
celebrados como solenidades do Senhor (NALC 24). O oitavo dia é constituído
pelo domingo seguinte a Páscoa. A oitava da Páscoa tem precedência sobre
quaisquer outras celebrações.
Qualquer solenidade que coincida com um dos domingos da Páscoa tem sua
celebração antecipada para o sábado; se, porém, ocorrer durante a oitava da
Páscoa, fica transferida para o primeiro dia livre que se seguir a oitava. As
festas celebram-se segundo a data do calendário; quando ocorrerem em domingo do
Tempo Pascal, omitem-se nesse ano.
Diz-se o Glória durante a Oitava da Páscoa, nas solenidades e festas, já
o Credo só nas solenidades. O Círio Pascal permanece junto ao altar por todo o
Tempo Pascal, isto é, da noite de Páscoa ao Domingo de Pentecostes, e acende-se
em todas as Missas dominicais.
O Domingo de Pentecostes encerra este tempo sagrado de cinquenta dias
(NALC 23). No Brasil, celebra-se no 7º Domingo da Páscoa e solenidade da Ascensão
do Senhor.
Cor Litúrgica: BRANCO - Simboliza a alegria cristã e o
Cristo vivo. Usada nas missas de Natal, Páscoa, etc... Nas grandes solenidades,
pode ser substituída pelo amarelo ou, mais especificamente, o dourado.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo