Liturgia Diária
Comentada 09/04/2013
2ª Semana da Páscoa - 2ª Semana do Saltério
Prefácio próprio - Ofício do dia
Cor: Branco - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Apocalipse 19,7.6 - Alegremo-nos, exultemos e demos glória a Deus,
porque o Senhor todo-poderoso tomou posse de seu reino, aleluia.
Oração do Dia: Fazei-nos, ó Deus todo-poderoso, proclamar o poder do Cristo
ressuscitado, e, tendo recebido as primícias dos seus dons, consigamos
possuí-los em plenitude. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade
do Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: At 4,32-37
Um só coração e uma só alma.
A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava
como próprias as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum.
Com grandes sinais de poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do
Senhor Jesus. E os fiéis eram estimados por todos.
Entre eles ninguém passava necessidade, pois aqueles que possuíam terras
ou casas vendiam-nas, levavam o dinheiro, e o colocavam aos pés dos apóstolos.
Depois, era distribuído conforme a necessidade de cada um. José, chamado pelos
apóstolos de Barnabé, que significa filho da consolação, levita e natural de
Chipre, possuía um campo. Vendeu e foi depositar o dinheiro aos pés dos
apóstolos - Palavra do Senhor.
Comentando a Liturgia: Lucas nos deu, mais que a fotografia
da situação real, o projeto divino, o modelo ideal em que a Igreja se deve
mirar e ao qual referir-se de contínuo. A Igreja que nasce da escuta da Palavra
é a comunhão, a prece, a catequese apostólica, o partir do pão.
Na passagem de hoje, Lucas nos apresenta sobretudo, a comunhão fraternal
(que vai até a partilha dos bens) e a importância dos apóstolos nessa
comunidade: eles é que exercem o ofício da pregação e presidem à atividade
caritativa. A Igreja não é uma organização burocrática governada pelo princípio
da eficiência, em que vigoram relações meramente funcionais. É uma comum idade
de pessoas, que não nasce da carne e do sangue, mas do Espírito, e tende a
exprimir-se no sinal da comunhão dos bens. Realiza-se este sinal de modo
diverso segundo os tempos e as vocações; sem este sinal, porém, não existe
Igreja.
Salmo: Sl 92, 1ab. 1c-2. 5
(R.1a)
Reina o Senhor, revestiu-se de esplendor.
Deus é Rei e se vestiu de majestade, revestiu-se de poder e de
esplendor!
Vós firmastes o universo inabalável, vós firmastes vosso trono desde a
origem, desde sempre, ó Senhor, vós existis!
Verdadeiros são os vossos testemunhos, refulge a santidade em vossa
casa, pelos séculos dos séculos, Senhor!
Evangelho: Jo 3,7b-15
Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do
Homem.
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: "Vós deveis nascer do alto.
O vento sopra onde quer e tu podes ouvir o seu ruído, mas não sabes de onde
vem, nem para onde vai. Assim acontece a todo aquele que nasceu do
Espírito".
Nicodemos perguntou: "Como é que isso pode acontecer?"
Respondeu-lhe Jesus: Tu és mestre em Israel, mas não sabes estas coisas?
Em verdade, em verdade te digo, nós falamos daquilo que sabemos e damos
testemunho daquilo que temos visto, mas vós não aceitais o nosso testemunho. Se
não acreditais, quando vos falo das coisas da terra, como acreditareis se vos
falar das coisas do céu?
E ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do
homem. Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é
necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todos os que nele
crerem tenham a vida eterna. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho (Padre Jaldemir Vitório / Jesuíta):
Ao exortar Nicodemos sobre a necessidade de nascer de novo, Jesus
apontou o ação do Espírito como dinamismo deste renascimento. É o Espírito quem
leva a pessoa a superar os esquemas da vida, segundo a carne, e a assumir um
projeto de vida centrado na vontade de Deus. Arranca-a das malhas do egoísmo, e
a coloca no terreno firme do amor. Abre-lhe os horizontes, apresentando-lhe a
carência dos pobres e sofredores como campo de serviço. Liberta-a dos
interesses mesquinhos, levando-a a confrontar-se com ideais elevados, realmente
capazes de trazer felicidade e realização pessoal.
O sopro incontrolável do vento serviu de comparação para revelar a
liberdade de ação de quem é movido pelo Espírito. Como não se pode segurar
determinar o rumo, exercer controle sobre o vento, o mesmo se dá com a pessoa
que nasce do Espírito. Sua capacidade de fazer o bem se torna ilimitada. Nada a
detém quando se trata de demonstrar, com gestos concretos, o amor ao
semelhante. O amor que traz dentro de si permite-lhe expressar, de maneira
criativa, sua solidariedade. Tudo, em sua vida, torna-se novo, pois o Espírito
não lhe permite cair na rotina e na inatividade, características de quem perdeu
a razão de viver.
A ressurreição de Jesus é um convite a nascer de novo. O Ressuscitado é
quem nos concede o Espírito necessário para este renascer.
INTENÇÕES PARA O MÊS DE ABRIL:
Geral – Celebração da Fé: Que a celebração pública e orante
da Fé seja fonte de vida para os que creem.
Missionária – Igrejas locais e território de missão: Que as Igrejas
locais e territórios de missão sejam sinais e instrumentos de esperança e
ressurreição.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo Pascal: Os cinquenta dias entre o Domingo da Ressurreição e o Domingo de
Pentecostes sejam celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia
de festa, ou melhor, “como um grande Domingo” (Santo Atanásio; conforme NALC
22).
Os Domingos deste tempo sejam tidos como Domingos da Páscoa e, depois do
Domingo da Ressurreição, sejam chamados 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º Domingos da
Páscoa. Os oito primeiros dias do Tempo Pascal formam a Oitava da Páscoa e são
celebrados como solenidades do Senhor (NALC 24). O oitavo dia é constituído
pelo domingo seguinte a Páscoa. A oitava da Páscoa tem precedência sobre
quaisquer outras celebrações.
Qualquer solenidade que coincida com um dos domingos da Páscoa tem sua
celebração antecipada para o sábado; se, porém, ocorrer durante a oitava da
Páscoa, fica transferida para o primeiro dia livre que se seguir a oitava. As
festas celebram-se segundo a data do calendário; quando ocorrerem em domingo do
Tempo Pascal, omitem-se nesse ano.
Diz-se o Glória durante a Oitava da Páscoa, nas solenidades e festas, já
o Credo só nas solenidades. O Círio Pascal permanece junto ao altar por todo o
Tempo Pascal, isto é, da noite de Páscoa ao Domingo de Pentecostes, e acende-se
em todas as Missas dominicais.
O Domingo de Pentecostes encerra este tempo sagrado de cinquenta dias
(NALC 23). No Brasil, celebra-se no 7º Domingo da Páscoa e solenidade da Ascensão
do Senhor.
Cor Litúrgica: BRANCO - Simboliza a alegria cristã e o
Cristo vivo. Usada nas missas de Natal, Páscoa, etc... Nas grandes solenidades,
pode ser substituída pelo amarelo ou, mais especificamente, o dourado.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo