Jesus
Cristo redimiu o mundo com a Sua Morte e Ressurreição, e instituiu
a Santa Igreja, Seu Corpo Místico, para levar a salvação por Ele
conquistada, a todos os homens de todos os tempos e lugares, até que
Ele volte para encerrar a História, na Parusia, e julgar a
humanidade. Ele deu a seus Apóstolos, hoje os nossos Bispos, a
missão de levar a salvação a toda a humanidade, pela pregação do
Evangelho e celebração dos Sacramentos.
Por
isso o Concílio Vaticano II chamou a Igreja de “Sacramento
universal da salvação” (LG 4). Ela é o braço estendido do
Cristo na História dos homens. Quando a Igreja nos alcança, é
Cristo que nos alcança; quando a Igreja nos batiza, é Cristo mesmo
que nos batiza; quando a Igreja nos perdoa pela Confissão, é Cristo
mesmo que nos perdoa…; isto é, a Igreja é a portadora e
administradora da salvação, através dos Sete Sacramentos que ela
ministra em nome de Jesus.
Os Sacramentos são os
canais por onde flui a salvação de todos os homens, que Cristo
conquistou com a Sua Morte e Ressurreição. Eles se relacionam
intimamente com Cristo, com a Igreja e com toda a Liturgia. Há em
todos eles um denominador comum, que é o conceito de sinal (seméion,
em grego) eficiente ou sinal que realiza o que ele
assinala. A santíssima humanidade de Cristo é o grande sinal
eficiente, transmissor da graça; também a Igreja, como Corpo de
Cristo prolongado na história dos homens (cf. Cl 1, 24) e a
Liturgia, com seus ritos sagrados, continuam essa função. Cristo
toca o cristão pelos Sacramentos não apenas de maneira psicológica
ou afetiva, mas de uma forma concreta.
Os
Sacramentos são esses sinais comunicadores da graça divina. Por
isso o cristão não pode ficar sem os Sacramentos.
O Cristianismo não é apenas uma filosofia religiosa, mas é uma
comunhão de vida com o próprio Deus da maneira que Ele estabeleceu,
especialmente pelos Sacramentos.Todo Sacramento é um sinal, que não
apenas assinala, mas que realiza o que assinala; assim, a água
do Batismo indica a purificação da criança e a realiza. Os
Sacramentos dão continuidade à santíssima humanidade de Cristo,
que assinalava e realizava a salvação dos homens. Por isso a Igreja
(Corpo de Cristo prolongado) com os sete Sacramentos formam como que
“o Grande Sacramento – a ordem sacramental através do qual a
vida eterna do Pai flui até cada indivíduo em particular” (E.
Bettencourt).
Cada
Sacramento consta de matéria (água, pão, vinho, gestos…) e
forma, que são as palavras proferidas sobre a matéria, declarando o
sentido da mesma: “Eu te batizo…; Isto é o meu Corpo…” Os
Sacramentos são sinais visíveis porque o ser humano é formado de
corpo e alma; ele passa do visível ao invisível. Aristóteles (†
322 a.C.) dizia que:“Nada há no intelecto que não tenha passado
pelos sentidos”. É pelos sentidos que ele aprende.Tertuliano (†220
) dizia que: “A carne (o corpo) é o eixo da salvação. Lava-se o
corpo a fim de que a alma seja purificada; unge-se o corpo a fim de
que a alma seja consagrada… O corpo é nutrido pelo Corpo e Sangue
de Cristo, a fim de que a alma se alimente de Deus… Não podem,
pois, ser separados na recompensa, já que estão unidos nas obras da
salvação”(Sobre a Ressurreição da Carne 8 PL 2, 852).
Os
Sacramentos agem “ex opere operato”, quer dizer, pela força do
próprio rito, independente da santidade do ministro; em outras
palavras, é Cristo quem ministra todo e qualquer Sacramento, pois
Ele é o único sacerdote do Novo Testamento; os demais ordenados são
seus ministros, como disse S. Tomás de Aquino. Se tiverem sido
validamente ordenados pela Igreja e ministrarem os sacramentos com a
mesma intenção que Cristo fez, então, participam do único
Sacerdócio de Cristo e
sua ação é eficaz.
Todo
sacramento produz dois efeitos: o caráter e a
graça santificante. O
caráter é uma marca, um selo espiritualque é impresso na alma
do cristão pelos três Sacramentos que não podem ser repetidos:
Batismo, Crisma e Ordem. Os demais sacramentos imprimem um
“quase-caráter”; por exemplo, o vínculo conjugal para os
validamente casados. [cpa_os_sete_sacramentos_1]
Esta
marca significa uma pertença a Cristo, e não depende das
disposições morais da pessoa que recebe o sacramento. Santo
Agostinho comparava esta marca com aquela que era impressa nas
ovelhas, no gado, e até nos escravos pelos seus donos. Mesmo
desertado o escravo continuava com a marca para sempre. A graça
santificante comunicada pelo Sacramento é a “participação na
vida divina” de que falou S. Pedro (1Pe 1, 4), que a pessoa pode
não receber se põe obstáculo a ela. Por exemplo, se alguém
comunga em pecado grave, ou se não crê na Eucaristia, mesmo assim
recebe o verdadeiro Corpo de Cristo, mas não recebe a graça. Por
isso os frutos dos Sacramentos dependem do esforço de conversão da
pessoa; das suas disposições interiores.
“Toda
a vida litúrgica da Igreja gravita em torno do sacrifício
eucarístico e dos sacramentos” (SC,6), disse o último
Concílio. Há na Igreja sete sacramentos: o Batismo, a Confirmação
ou Crisma, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos Enfermos, a
Ordem, o Matrimônio (cf. DS 860;1310;1601). (CIC.
§1113)
Os Sacramentos encerram
em si todas as graças que precisamos durante a vida para que a
imagem de Cristo seja formada em nós. Nascemos de nossos pais para
uma vida de sofrimentos herdada de Adão; o Batismo nos faz
renascer, dando-nos uma vida nova, de filhos de Deus, herdeiros do
Céu, passando pela morte e ressurreição de Cristo (Rm 6,
1-11).
Aos
poucos a criança atinge a adolescência e se robustece; na vida
espiritual recebe o Sacramento da Crisma que lhe dá pelo
dom do Espírito Santo, a maturidade espiritual e a força para viver
e testemunhar a fé. A cada dia a vida precisa ser alimentada com o
pão, mas ele não impede que a morte aconteça; então, Cristo nos
dá, pela Igreja, o Pão do Céu, a Eucaristia, que é remédio
e sustento para a caminhada, e que nos garante a vida
eterna.
As
doenças ameaçam o nosso corpo e a nossa vida terrena, também os
pecados ameaçam nossa vida espiritual. Temos os remédios para a
vida do corpo e Cristo nos dá, pelo Sacramento da Penitência, o
remédio que cura a alma. Quando chegamos à vida adulta escolhemos a
profissão e o trabalho, e nos preparamos para ele; na vida
espiritual seguimos a nossa vocação, para o casamento ou para a
vida religiosa. Para realizar bem esta missão Deus nos dá o
Sacramento do Matrimônio e da Ordem.
No
final da vida, ou na doença grave, quando o sofrimento e até a
morte se aproxima, novamente Cristo nos acolhe e prepara para nos
curar ou para nos preparar para o desenlace final, acompanhando-nos
pelo Sacramento da Unção dos Enfermos.
Assim,
os Sacramentos nos
acompanham em toda a vida, a fim de que a vida espiritual não
pereça, e sejamos felizes sempre na companhia de Cristo, para que
possamos chegar “ao estado de homem perfeito, à medida da
estatura da plenitude de Cristo” (cf. Ef 4, 13; 1Cor 2,6).
Do
Livro: OS SETE SACRAMENTOS
Prof. Felipe Aquino
– www.cleofas.com.br
http://www.aleteia.org/pt/religiao/conteudo-agregado/voce-sabe-o-que-sao-os-sacramentos-5839749356978176?page=2