Como vimos a criança com menos de seis anos é
naturalmente atraída pelo que é grande,
tem o sentido do mistério, e uma
grande faculdade de encantamento e de
contemplação.
Estas disposições naturais passarão, em boa parte,
depois da idade da razão; mas se forem desenvolvidas no tempo adequado, a
criança guardará para toda a sua vida a riqueza profunda que desenvolveu.
Alguns meios para desenvolver a vida interior da
criança:
O
Cantinho da Oração
É um espaço cuidado para rezar que favorece a
intimidade. Podemos tê-lo na família, na paróquia, na Instituição educativa. A
criança vive com os adultos uma experiência afetiva e de relação com Deus,
através da oração espontânea, do canto, de pequenas fórmulas como modo de
louvar, agradecer e de pedir a Deus.
Antes
de adormecer
Acompanhar a criança, que termina o seu dia, na
presença de Deus é uma experiência que aprofunda a relação de afeto no seio da família
e a relação com o Senhor.
A
adoração do Santíssimo Sacramento
Visitar o Senhor no Sacrário ou na exposição do Santíssimo,
permanecer em adoração por algum tempo é possível com crianças a partir dos 4
anos de idade. Há experiências que nos mostram como este modo de rezar é um bom
início à vida de oração. A partir de um primeiro encontro as crianças vão por
vezes sozinhas visitar Jesus na Eucaristia tal como fazia o Francisco em
Fátima.
Os terços com
crianças Pode-se
começar com algumas Ave Maria, depois com a dezena. Não podemos esquecer que
Nossa Senhora pediu a oração do Terço a crianças em Fátima.
Conclusão
As crianças são capazes de relação com Deus. Educar a
criança para a oração é também educar para a fé, a esperança e amor, é educar para
a paz e para a profunda harmonia interior, ajudando a que cresça nela a
confiança no AMOR que não passa.
Fonte
Bibliográfica: prierenfamille.com
DESPERTAR
DA FÉ
Catequese
do Patriarcado de Lisboa
EDUCAR PARA A ORAÇÃO
Antes de ser um ensinamento, a formação religiosa é
antes de mais uma formação para a oração.
Como formar para a oração as crianças a partir dos
dois - três meses? Principalmente pela oração: a oração não é primeiramente uma
“formulação” uma recitação de formulas, mas é essencialmente uma vida de relação pessoal com Deus.
A criança pequenina que não sabe ainda falar, não vai
pronunciar orações, mas ela é capaz de captar o “divino”.
“Ao ensinar à criança a arte da oração, estais a
dar-lhe as primeiras noções religiosas fundamentais. Trata-se de a ensinar a
rezar, não de a fazer recitar orações. É a oração que cria os primeiros contatos
da criança com Deus, e a dispõe a acolher a ação do Espírito Santo. Ensiná-la a
rezar é iniciá-la numa fé viva” (Mgr Chevrot).
É necessário que se crie um clima favorável que
conduza ao silêncio, num quadro de calma e de recolhimento. A atitude orante do
adulto educa para a oração.
É
rezando que ensinamos as crianças a rezar
É a nossa própria vida de oração que envolve a
criança, como que por osmose. Quanto mais esta vida for profunda, mais a
criança se poderá impregnar do divino.
Daí a importância para o despertar da fé das nossas
crianças, de termos nós mesmos uma vida real de oração. Será o motor da ação
educativa na via da espiritualidade cristã.
Nesta fase etária, não é importante “explicar”,
“ensinar-lhe” a religião, trata-se antes de lhe ensinar a viver sob o olhar de
Deus, de se saber amada por Ele e de O amar como resposta.
É a oração que vai habituar a criança a viver na
presença de Deus, a partir de algumas ideias muito simples, mas fundamentais.
Deus é grande, Deus é bom: Ele gosta de mim, ama-me.
Em resposta: Eu adoro-o, e para O amar, eu
obedeço-lhe.
A criança pequenina é capaz de ir entendendo.
São estas as bases da vida interior para a
criança e que podem ficar para sempre.
Dois
aspectos importantes:
1 – Um elemento indispensável da oração é o silêncio e
o recolhimento:
É no silêncio que a pessoa se pode encontrar com Deus.
Esta formação para o silêncio com os pequeninos a
partir dos 3-4 anos é não somente possível mas muito favorável, para que criança
cresça na profundidade do seu ser em relação.
2. Quanto mais
pequenina for a criança, mais breve
deve ser a oração. Curta, mas bela: sobretudo evitemos a linguagem de bebé…
mesmo com os mais pequeninos! Diante de Deus não usemos infantilismos.
Não hesitemos em usar uma oração tirada dos salmos… O
sentido de sagrado que o adulto dá à oração ajuda a criança a saborear o gosto
do profundo e do essencial.
Particularidades
psicológicas da criança pequenina no plano espiritual
- A criança sabe que é pequenina, mas é atraída
pelo que é GRANDE.
- Ela possui uma faculdade de se maravilhar: a
oração da criança é de natureza CONTEMPLATIVA. Podemos encaminhá-la para a
dimensão de adoração.
- O sentido do MISTÉRIO – a criança vive a dimensão
do mistério, ela tem realmente uma intuição profunda, por vezes
surpreendente, das realidades invisíveis.
Mas há outros dados, de ordem física, que é necessário
ter em conta para a oração dela:
- a criança tem um ritmo lento: é necessário respeitá-lo.
- a criança necessidade de se mexer de se movimentar:
Associar o corpo à oração é indispensável para educar
a criança pequenina para a oração.
Temos de associar duas atitudes complementares: a
imobilidade e o movimento.
A
imobilidade: A oração pede uma disciplina; permanecer tranquilo para chegar ao
silêncio indispensável à oração, em sinal de respeito, de adoração. Não se
chega lá num instante, adquire-se pacientemente.
O
movimento: A criança compreende agindo.
- Os gestos
litúrgicos: o sinal da cruz, a genuflexão, bater no peito, levantar as
mãos…
- Ou ainda, os
gestos para acompanhar a oração, etapa provisória, que passará com o tempo,
mas que ajuda a criança de 3-4 anos a memorizar as palavras da oração.
As
etapas da vida espiritual da criança
Antes dos quinze meses: é tempo de osmose, é a oração dos pais que
envolve a criança.
15 meses: a criança já é capaz de uma oração
formulada, mas curta.
2 anos: a criança progride, já é capaz
de sentir a presença de Deus, desperta para a adoração – reza-se com ela por
todos os que amamos – diz obrigado.
3
anos: desenvolvem-se as faculdades de admiração, que conduzem naturalmente à
adoração.
4-5
anos: a criança desta idade é facilmente contemplativa. É necessário, ainda,
criar à volta dela as condições que favoreçam esta disposição fundamental, é
necessário o enquadramento, silêncio e encorajamento a um início de oração
silenciosa…
Alguns
exemplos de santos crianças: Jacinta e Francisco, João Maria Vianet…
Nesta idade desenvolvem-se as grandes atitudes de
oração: presença de Deus, adoração, atos de amor, ação de graças, confiança,
louvor, pedido.
Estas grandes atitudes interiores da oração estão
maravilhosamente presentes nos salmos, é por isso que não hesitaremos em
introduzir as crianças na oração dos salmos mais simples e adequados à idade
delas.
Simultaneamente, a partir dos 3-4 anos, a oração da noite pode comportar o exame do
dia, base do exame de consciência.
- pelo que fizemos de bem, agradecer a Deus;
- pelo que foi mal, pede-se perdão de ter sido “mau”
(por este termo engloba-se também a desobediência ou todo o tipo de capricho…)
Por volta dos 7
anos, a faculdade da contemplação vai dar lugar, progressivamente, a uma
oração mais “pensada”, mais “construída”. Mas a oração da criança ficará ainda
por algum tempo, meditativa, numa atitude de confiança e de admiração.
Será bom então variar a oração, de serem as crianças a prepará-la, cada um por sua
vez. O importante será de evitar a monotonia e a rotina.
http://www.abcdacatequese.com/index.php/partilha/recursos/catequese/despertar-religioso-pre-catequese/5075-despertar-da-fe-educar-para-a-oracao