Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira, SP
“Santíssima
Trindade – Comunidade de amor e misericórdia”
,
Leituras:
Provérbios 8, 22-31; Salmo 8, 4-5.6-7.8-9 (R/2a); Carta de São
Paulo aos Romanos 5, 1-5; João 16, 12-15.
COR
LITÚRGICA: BRANCA
OU DOURADA
Animador:
A
solenidade da Santíssima Trindade, localizada logo depois do Tempo
Pascal, como que sintetiza o que celebramos em toda a extensão da
Páscoa, a começar da Quaresma, passando pelo Tríduo Pascal e pelos
Domingos da Páscoa. Trata-se de uma celebração essencialmente
laudativa; louvar a Deus Trindade pela sua misericórdia infinita,
principalmente neste Ano Santo da Misericórdia, porque ao contemplar
a glória e a grandeza de Deus, cada um de nós é levado a se
perguntar; “quem sou eu para merecer tanta consideração da parte
de Deus?” (Sl 8,5).
1.
Situando-nos brevemente
Depois
do domingo de Pentecostes, celebramos a solenidade da Santíssima
Trindade com um agradecido olhar retrospectivo sobre o cumprimento da
salvação, mistério que, segundo a antiga olhar teologia dos Santos
Padres, é realizado pelo Pai, através do Filho, no Espírito Santo.
Celebrar
o mistério da Trindade desperta em nós, povo reunido em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo, o desejo de nos abrirmos a tão
grande mistério. A iniciativa é sempre d’Ele, que se manifesta,
se revela e se dá a conhecer. O Deus comunhão (Pai e Filho e
Espírito Santo) nos reúne em clima de fé e amor, formando um só
corpo.
2.
Recordando a Palavra
O
texto proposto pelo Evangelho de hoje, que pertence aos discursos de
despedida (13 e 17), ressalta o mistério da comunhão de
Deus-Trindade. Durante a vida na terra, Jesus ensinou muitas coisas
aos (às) discípulos (as). Após sua morte e glorificação junto ao
Pai, o “Espírito da Verdade” (16,13) ajuda a compreender o
sentido e a importância de suas palavras.
O
Espírito vem de Deus, a fonte de toda a verdade, e ilumina aqueles
que continuam seu projeto de salvação. Ele revela a verdade de
Jesus Cristo, sua encarnação, vida e ações solidárias em favor
da humanidade. Sendo Ele mesmo Deus, o Espírito é a verdade e
permanece nas comunidades, orientando-as a seguir os ensinamentos e o
caminhado trilhado por Jesus.
O
Espírito “guia em toda a verdade” ensinando a agir com
sabedoria, despertando no coração a memória da vida de Jesus,
doada por amor aios seus até o fim (cf. 13,1). Ele ilumina as
pessoas para que acolham com profundidade as palavras de Jesus de
Nazaré e compreendam o sentido de sua morte redentora na cruz e
glorificação junto ao Pai.
Ao
longo de sua trajetória, Jesus referia-se sem cessar ao Pai que O
tinha enviado, ouvindo e comunicando suas palavras, glorificando-O
com sua vida e missão. O Espírito retoma a atitude do Filho e O
glorifica mediante sua ação de conduzir os discípulos no caminho
da verdade plena. “Ele me glorificará, porque receberá do que é
meu e vo-lo anunciará” (16,14).
O
Espírito de Deus guia a o conhecimento vivo de Jesus Cristo, como
Salvador e Senhor. À medida que o Espírito glorifica a Cristo,
completa sua obra, que era glorificar ou revelar o Pai. Assim,
manifesta-se a unidade inquebrantável da revelação, que
possibilita ao ser humano conhecer e viver em comunhão de amor com
Deus, “participantes da natureza divina” (2Pd 1,4).
A
fonte da revelação está no Pai, realiza-se no Filho (cf. Hb 1,2) e
se completa através da ação do Espírito nos que creem no projeto
de verdade e vida plena anunciado por Jesus. “Quem acredita em mim
fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois
eu vou para o Pai” (14,12).
Trata-se
de continuar anunciando, em tempos e circunstâncias diferentes, a
Boa Notícia de Jesus, suas ações libertadoras em prol de uma vida
melhor para todas as pessoas e comunidades. “Tudo o que o Pai
possui é meu” (16,15), isto é, foi revelado através da vida e do
ministério de Jesus. Entre Jesus e o Pai há uma perfeita unidade
(10,30), comunhão de amor, partilha do ser e agir.
O
Espírito comunica e atualiza, nas comunidades dos (as) discípulos
(as), a mensagem que ouve do Pai e do Filho. Ele, que conduziu Jesus
em todos os momentos da vida, sustenta a caminhada dos que seguem o
projeto do amor de Deus, ajudando-os a superar as dificuldades. O
Espírito liberta do medo e ensina a assumir os desafios proféticos
da missão com fé, esperança e amor.
Como
membros da grande família de Deus, todos são chamados a crescer na
unidade até formar um templo santo no Senhor, uma morada de Deus no
Espírito (cf. Ef 2, 19-22). A forma de vida da Trindade, na qual a
três pessoas vivem a comunhão, o amor, a partilha, a fidelidade,
sem perda da própria identidade, é referência para todos os que
seguem e permanecem em Jesus.
A
primeira leitura, tirada do livro dos Provérbios, destaca que todo o
universo é obra das mãos de um Deus e providente. Antes de qualquer
outra coisa Deus criou a sabedoria. “O Senhor me possui como
primícias de seus caminhos” (8,22). Essa criatura sublime
acompanha toda a obra da criação ao lado de Deus (8,27-30),
“alegrando-se em estar com os filhos dos homens” (8,31).
Assim,
a sabedoria aparece como a manifestação animadora e alegre da
solicitude de Deus para com o ser humano. Paulo identifica o Cristo
crucificado com a “força e sabedoria de Deus” (1Cor 1,24). Jesus
é a “Palavra que se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,
1-18), revelando plenamente a sabedoria de Deus, que permanece junto
dos homens, no sofrimento e na doação. A sabedoria é relacionada
coma permanência do Espírito na humanidade. A sabedoria de Deus
manifesta, portanto, o projeto de amor do Pai, que deseja a vida e a
felicidade de toda a humanidade. O que procura a sabedoria encontra a
vida e também o favor divino, e “gozará das delícias do Senhor”
(Pr 8, 35).
O
Salmo 8 é um hino em louvor a Deus pela criação e por ter dado
responsabilidade e dignidade aos seres humanos. Diante da grandeza de
Deus, revelada em suas obras, nos sentimos como crianças agradecidas
por tanta bondade manifestada em nosso favor.
A
segunda leitura é tirada da Carta aos Romanos. Paulo escreve essa
carta no final da década de cinquenta, após a formação de
diversas comunidades na Ásia Menor (atual Turquia) e na Grécia.
Assim, ele apresenta os principais elementos de sua mensagem. O texto
de hoje pertence a uma seção maior, composta pelos capítulos 5 a
8. Essa parte destaca que, pela fé, as pessoas participam da vida
nova no Espírito, obra do Senhor ressuscitado.
A
experiência da fé possibilita viver a graça da salvação, o amor
e o dom do Espírito. O amor e a graça de Deus, revelados em Cristo
pelo Espírito, nos conduzem a viver na paz e na esperança. A
esperança fundamentada no amor e na graça de Deus se fortalece para
enfrentar e superar as dificuldades e tribulações. “A esperança
não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos
corações pelo Espírito Santo” (5,5).
3.
Atualizando a Palavra
As
leituras da festa da Trindade nos fazem experimentar um Deus amor,
comunhão. Ele se revela criando o universo com sabedoria e amor,
pondo em ação seu projeto de liberdade e vida plena para todas as
pessoas. Com a encarnação de Jesus Cristo, Deus manifesta
especialmente seu jeito de ser – terno, compassivo, misericordioso,
capaz de ir ao encontro das pessoas, enfim, um Des que ama e quer
salvar. Esse Deus continua agindo através do “Espírito da
Verdade”, que guia os cristãos à verdade plena de Jesus, o Filho
de Deus.
Mediante
a ação do Espírito no ser humano, assegura-se a realização do
projeto do amor de Deus, completando assim a obra do Pai e do Filho.
Por meio e Cristo conhecemos o Pai. “Quem me viu, viu o Pai” (Jo
14,9). Depois da morte e glorificação de Jesus, o “Espírito da
Verdade” recebe a missão de conduzir as pessoas à verdade plena.
À
medida que nos colocamos no caminho de Jesus pela ação do Espírito,
encontramos a Deus, estamos em comunhão com Ele. Por isso
reconhecemos que o Espírito Santo é Deus, já que nos impele a
encontrarmos o Pai, seguindo os passos de Jesus. O sentido da
existência de Jesus não se apaga com sua morte, mas se prolonga na
vida das comunidades cristas, em todas as circunstâncias, também
nas horas mais difíceis, como a perseguição.
Aí
se experimenta o Espírito e esta experiência é substancialmente
igual à que os discípulos tiveram durante a vida de Jesus Cristo. É
a mesma realidade que se revela no tempo do Espírito o rosto do Pai,
a revelação que foi e é confiada ao Filho.
Pelo
Batismo vivemos uma relação filial com Deus, manifestando sua
comunhão através do amor fraterno e solidário. Batizados em nome
da Trindade, assumimos o compromisso de anunciar a Boa-Nova da
salvação a todos os povos (cf. Mt 28,19). O Deus Trindade vem ao
encontro das pessoas movido pela compaixão. Ele se doa sem medida e
pede de nós uma verdadeira entrega, por amor.
Celebrar
um mistério tão grande e ao mesmo tempo tão próximo de nós nos
impulsiona a o tomar decisões, diante de um mundo tão conturbado,
no qual as relações humanas são frágeis e quebram-se facilmente.
Muitas vezes, por causa da falta de capacidade de conviver, de amar,
de se doar, de viver em comunhão perdemos o rumo, a direção certa
e colocarmos projetos valiosos em risco. Sem essa dimensão maior de
amor podemos perder de vista o sentido do ser cristão de verdade, ou
seja, seguidor ou seguidora de Jesus Cristo.
Que
o jeito misericordioso de amar das pessoas divinas no ensine a forma
famílias e comunidades fundamentadas no respeito e na compreensão
das diferenças, na disposição de trabalhar em prol da fraternidade
universal.
4.
Ligando a Palavra com a ação litúrgica
Toda
a nossa celebração é um louvor ao Pai, pelo Filho, no Espírito
Santo. Em comunhão profunda e verdadeira bendizemos o Deus Uno e
Trino por sua imensa misericórdia para conosco.
Neste
dia, nós, o povo de Deus, reunido e unido pela unidade do Pai, do
Filho e do Espírito Santo, somos convocados a entrar, de maneira
particular, na dinâmica salvífica do mistério trinitário, como
propõem as leituras de hoje e nos é revelado em toda a ação
litúrgica. Deixemo-nos conduzir pela graça divina.
Percebemos
esta dinâmica na oração do dia.: “Ó Deus, nosso Pai, enviando
ao mundo a Palavra da verdade e o Espírito santificador, revelastes
o vosso inefável mistério. Fazei que professando a verdadeira fé,
reconheçamos a glória da Trindade e adoremos e unidade onipotente”.
A
prece eucarística, a grande oração que a Igreja eleva ao Pai, por
Cristo na unidade do Espírito Santo, é um grande exemplo da
dimensão trinitária da nossa oração. O prefácio da Santíssima
Trindade, que é uma síntese breve e precisa da teologia clássica
sobre a Trindade, pode a Trindade, pode também ajudar a rezar o
mistério: “(...) é nosso dever e salvação dar-vos graças,
sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e
todo-poderoso.
Com
vosso Filho único e o Espírito Santo sois um só Deus e um só
Senhor. Não uma única pessoa, mas três pessoas num só Deus. Tudo
o que revelastes e nós cremos a respeito de vossa glória,
atribuímos igualmente ao Filho e ao Espírito Santo. E, proclamando
que sois o Deus eterno e verdadeiro, adoramos cada uma das pessoas,
na mesma natureza e igual majestade”.
Preces
dos fiéis:
Presidente:
Na Santíssima Trindade podemos perceber toda a ternura que Deus tem
por nós, por isso peçamos, em sua bondade, que possa ouvir a nossa
prece.
1.
Deus Trindade, criastes este mundo maravilhoso para que, contemplando
tua obra, pudéssemos encontrá-Lo. Fazei com que a Igreja possa ser
sempre anunciadora desta maravilha e concedei-nos o Espírito da
Unidade. Peçamos:
Todos:
Trindade
Santa, atendei-nos!
2.
Deus Trindade, na riqueza das raças e dos povos que povoam este
mundo comtemplamos o teu grande amor por todos nós. Fazei que os
nossos governantes ajudem a todos, principalmente os mais
necessitados e concedei-nos o Espírito da Verdade. Peçamos:
3.
Deus Trindade, que viveis na comunhão perfeita, olhai para os que
sofrem necessidades, tanto materiais como espirituais. Fazei que os
seus corações se encham de esperança e concedei-nos o Espírito da
Paz. Peçamos:
4.
Deus Trindade, olhai a nossa comunidade reunida nesta assembleia,
para Te louvar e professar a fé em Ti. Fazei com que aumente em nós
a fé e concedei-nos o Espirito da Comunhão. Peçamos:
(Outras
intenções)
Presidente:
Trindade Santa, que és fonte de amor e bondade, ouvi as nossas
preces e concedei-nos a graça de sempre te louvar. Por Cristo, nosso
Senhor.
Todos:
Amém.
III.
LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO
SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente:
Senhor
nosso Deus, pela invocação do vosso nome, santificai as oferendas
de vossos servos e servas, fazendo de nós uma oferenda eterna. Por
Cristo, nosso Senhor.
Todos:
Amém.
ORAÇÃO
APÓS A COMUNHÃO:
Presidente:
Possa
valer-nos, Senhor nosso Deus, a comunhão no vosso sacramento, ao
proclamarmos nossa fé na Trindade eterna e santa, e na sua
indivisível Unidade. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos:
Amém.
AVISOS:
Dia
18/05-10/05 – quarta-feira:
Assunto:
Missa
– 75 anos Comunidade Santa Rita de Cássia – Conchal – Padre
Júlio – 19h30min.
Dia
19/05 – quinta-feira
Assunto:
Reunião
– Sub-Região – (Pastoral Familiar e assessores) – 09h00 –
Americana
Dia
20/05 – sexta-feira
Assunto:
- Crisma – Santo Antônio – Pirassununga – Padre Thiago –
19h30min
Dia
21/05 – sábado
Assunto:
Reunião Pastoral Familiar - São Benedito – Americana – 09h00;
Assunto:
Curso de aperfeiçoamento CDL – 08h00.
Dia
22/05 – domingo:
Assunto:
Missa e Crisma na Paróquia Santa Rita de Cássia, Arthur Nogueira,
Pe. José Antônio (Toninho), às 09h30.
Assunto:
Missa e Crisma na Paróquia São Sebastião, Limeira, Pe. Nilson
Freire, às 19h00.
Dia
24/05 – terça-feira
Assunto:
Crisma
– São Jorge – Nova Odessa – Padre Itamar – 19h30min.
Dia
26/05-10/05 – quinta-feira:
Assunto:
Missa
– Corpus Christi – Basílica Nossa Senhora do Patrocínio –
08h00 – Araras.
Assunto:
Missa – Corpus Christi – Basílica Santo Antônio – 16h00 –
Americana.
Dia
27/05 – sexta-feira
Assunto:
Missa
– Basílica Santo Antônio - Com Dom Raymundo Damasceno – 19h00.
Benção
Final:
Presidente:
O Senhor esteja convosco.
Todos:
Ele está no meio de nós.
Presidente:
Abençoe-vos
o Deus todo-poderoso Pai, Filho e Espírito Santo.
Todos:
Amém.
Presidente:
Vamos em paz e que o Senhor vos acompanhe.
Todos:
Graças a Deus!