Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira, SP
“O Senhor encheu-se de compaixão por ela e disse: “Não chores!”
Leituras: Primeiro Livro dos Reis 17,
17-24; Salmo 29 (30), 2.4.5-6.11.12a.13b; Gálatas 1, 11-19; e Lucas 7, 11-17.
COR
LITÚRGICA: VERDE
Animador: Nesta celebração em que o Evangelho
de Lucas nos fala da ressurreição do filho da viúva de Naim, vemos que o tempo
da Salvação trazido por Jesus já chegou. Na verdade, um grande profeta surgiu
“entre nós” e Deus visitou o seu o povo sofrido. A palavra narrada nos coloca
no caminho com Jesus, seus discípulos e uma multidão. Mais uma vez, juntamente
com a viúva de Naim, vemos Jesus cheio de compaixão diante da dor humana.
1. Situando-nos
Neste domingo, em que lemos no Evangelho a história da
ressurreição do filho da viúva de Naim, Lucas quer mostrar com este relato a
chegada dos tempos messiânicos da salvação. Na verdade, um grande profeta
surgiu “entre nós” e Deus visitou o seu povo sofrido. A palavra evangélica
narrada por Lucas nos coloca no caminho com Jesus, seus discípulos e uma
multidão. E mais uma vez, juntamente com a viúva de Naim, vemos Jesus cheio de
compaixão diante da dor humana.
2. Recordando a Palavra
O Evangelho apresenta o episódio da ressurreição do filho da
viúva de Naim, encontrado somente em Lucas. Em Naim, aldeia situada a uns dez
quilômetros a sudeste de Nazaré, morre o filho único de uma viúva. Juntamente
com os órfãos e estrangeiros, as viúvas está entre os grupos mais desprotegido,
necessitados de gestos solidários (cf. Dt 10,18).
Como não tinham direito de herdar a propriedade de seus maridos
falecidos, elas dependiam dos filhos homens ou dos parentes mais próximo de
seus maridos. Por isso, a situação dessa viúva, após a morte de seu filho
único, é digna de compaixão. Ela se encontra indefesa, sem recursos nem
esperança.
Jesus chega, acompanhado por discípulos e uma grande multidão e
encontra a procissão levando um morto. Aparecem duas realidades opostas: um
cortejo conduzido por Jesus Cristo, o doador da vida e o outro, pela morte.
Como Filho de Deus, portador da vida, Jesus toma a iniciativa e ressuscita o
filho da viúva. Jesus vê a situação da viúva e a consola com sua ternura e
compaixão, com sua esperança de salvação, dizendo: “Não chores!” (7,13). O Deus
da vida ouve o lamento dos que choram e os socorre com seu amor misericordioso,
com a esperança da ressurreição.
Prosseguindo sua ação salvadora, Jesus toca o falecido,
quebrando um preceito da Lei, que declarava impuro quem tocasse um cadáver (cf.
Nm 19,16). Seguindo o costume dos hebreus, o corpo não está fechado num caixão,
mas é transportado numa maca, envolvido em panos com sudário no rosto.
Quando Jesus se aproxima, os carregadores param e Ele
incisivamente fiz ao jovem morto, como se estivesse vivo: “Jovem, eu te ordeno,
levanta-te!” (7,14). O jovem senta-se e começa a falar. A ação de Jesus de
fazer reviver o filho da viúva, juntamente com a expressão: “o entregou à sua
mãe” (7,15), lembra o gesto solidário realizado pelo profeta Elias (cf. 1Rs
17,23).
Esta ação de Jesus de transformar a morte em vida, leva o povo a
reconhecê-lo como Deus Salvador. Então, as pessoas professam sua fé,
glorificando a Deus, que socorre os mais abandonados. “Um grande profeta
apareceu entre nós e Deus veio visitar o seu povo” (7,16). O modo de agir de
Jesus vai além dos profetas conhecidos, pois Ele é o Messias e Filho de Deus, o
Senhor da vida, que se compadece das pessoas necessitadas e as liberta.
Por meio de Jesus, Deus visita seu povo (cf. 1,68), manifestando
seu amor compassivo e misericordioso. Como na ressurreição do filho da viúva,
Jesus torna presente, na história, a salvação de Deus. Ele é o Senhor da vida,
vencedor da morte, que inaugura um tempo novo de esperança.
A primeira leitura é tirada do primeiro livro dos Reis. Deus
ouve o clamor das pessoas pobres e excluídas, como a viúva de Sarepta, pequeno
povoado na Fenícia. Elias solidariza-se com as pessoas que estavam passando por
situações difíceis de sofrimento, de falta de condições dignas de vida. Como
“homem de Deus”, ele é enviado para socorrer as necessidades de uma pobre viúva
estrangeira. O Deus da vida move o profeta. Elias a manifestar a força da
salvação que transforma a dor e a morte. A queixa apresentada pela mulher a
Elias (cf. 17,18), reflete a mentalidade da época, que associava a morte
prematura à punição por causa dos pecados.
Cheio de confiança, Elias intercede junto ao doador da vida,
suplicando que revele seu poder sobre a morte. O Deus misericordioso e
compassivo atende a súplica e devolve a vida e a esperança ao povo. Ele
manifesta a salvação através de palavras e ações proféticas em favor da vida.
Elias é reconhecido como verdadeiro profeta, porque age em nome de Deus, e que
a palavra do Senhor é verdadeira em tua boa” (17,24).
O Salmo 29 (30) é uma oração de louvor e ação de graças a Deus
pela libertação de uma doença grave. O salmista exalta aquele que o levantou do
Xeol ou abismo, restaurando-o na vida plena. Agradecemos ao Senhor, que no s
liberta das situações difíceis, fazendo-nos experimentar sua força de vida e
salvação.
A segunda leitura é extraída da Carta aos Gálatas. O texto
destaca que o ministério de Paulo está fundamentado no Evangelho de Jesus
Cristo. A revelação do caminho de Damasco ensinou ao apóstolo das gentes quem é
Jesus Cristo, crucificado e ressuscitado, e o que Ele significa para toda a
humanidade. O chamado ou conversão foi uma experiência marcante na vida de
Paulo. No passado, a defesa intransigente da lei o levou a perseguir cristãos.
Agora, nas comunidades cristãs da região da Galácia, Paulo
enfrenta conflitos com os judaizantes ou cristãos conservadores, procedentes do
judaísmo. Os judaizantes pretendiam impor a circuncisão e outros preceitos da
Torá aos pagãos convertidos ao cristianismo. Essa era a condição necessária
para ser bons cristãos e assim alcançar a salvação.
Paulo mostra que Deus oferece a salvação gratuitamente a todas
as pessoas por meio de Jesus Cristo. A vocação missionária do grande apóstolo de
Cristo é descrita como um chamado profético. Semelhante a Jeremias, Paulo
sente-se chamado por Deus desde o ventre materno (cf. Gl 1,15; Jr 1, 4-10). Sua
missão apostólica apoia-se no Evangelho da graça, na salvação pela fé em Jesus
Cristo e não pelas obras da lei.
3. Atualizando a Palavra
As leituras bíblicas de hoje nos mostram o rosto misericordioso
e compassivo de Deus, que se manifesta nas ações de Elias, de Jesus, de Paulo.
O Deus da vida vai ao encontro das viúvas de Sarepta e de Naim, do salmista,
tirando-o do abismo, de Paulo, que sofre incompreensão por parte de membros da
comunidade. Esse nosso Deus continua presente em nossas vidas através do
Espírito do Ressuscitado, consolando e enxugando as lágrimas das pessoas que
choram e se encontram desamparadas, infundindo-lhes a esperança.
Deus revela seu amor e ternura de modo especial às pessoas
marginalizadas, resgatando-lhes a dignidade, a confiança, a força de viver. Ao
longo da história, Deus suscita profetas para defender a causa das pessoas
indefesas, como as viúvas. Ele envia o seu próprio Filho para manifestar a
bondade e a salvação. Jesus tem compaixão das pessoas que são abandonadas pelas
outras.
Assume a dor e a tristeza dos que sofrem, como no caso da mulher
viúva e agora sem filhos. A compaixão de Jesus se traduz em ação. Ele lidera a
procissão que leva vida plena ao jovem, à viúva, enchendo de esperança toda a
multidão.
As duas viúvas, que perdem seus filhos únicos, representam
também a toda a humanidade necessitada do amparo de Deus na luta em favor da
vida. Jesus veio nos visitar, trazendo o consolo, o sustento, a vida divina que
permanece para sempre.
Seguindo o caminho trilhado por Cristo, somos chamados a viver a
compaixão, a bondade, a misericórdia, acolhendo e ajudando as pessoas que vivem
situações de morte por causa de desemprego, drogas, violência, fome, doenças,
morte prematura dos filhos. O trabalho persistente e solidário, comprometido
com a defesa da vida, liberta da morte gerada pelo egoísmo exploração e
opressão.
Como Paulo, somos chamados a anunciar A Boa Notícia de Jesus
Cristo, enfrentando desafios e incompreensões, para permanecermos fiéis ao
projeto de vida e salvação. O Senhor da vida nos chama, desde o ventre materno,
para proclamarmos o Evangelho, que liberta de todas as formas de exclusão. Com
o salmista de hoje, glorifiquemos o Senhor, que conserva nossa vida, a fim de
podermos colaborar na construção de um mundo melhor, de igualdade e
fraternidade.
4. Ligando a Palavra com a ação eucarística
A celebração é um sinal da consolação de Deus que não fica
indiferente diante do choro dos pobres. “Ele é luz e salvação, a quem temer?”
(Antífona de Entrada). Somos chamados a celebrar em atitude de abertura ao
Senhor que é capaz de preservar a vida da morte (Salmos Responsorial). É
preciso deixar que Ele, fonte de todo bem, nos faça pensar o que é certo e
realizá-lo com a ajuda d’Ele (cf. Oração do Dia).
Sobretudo ser capaz de decidir pela vida, contra todas as forças
da morte. Diante de nossa disposição em servi-lo, que Ele acolha nossas
oferendas, fruto da terra e do trabalho de homens e mulheres, de forma que o
sacrifício o agrade (cf. Oração sobre as Oferendas). A Eucaristia é a
celebração por excelência da páscoa do Senhor.
Celebrando a páscoa do Senhor também somos ressuscitados. Na
celebração, professamos nossa fé na ressurreição e aclamamos unanimemente o
memorial de sua vida: “Anunciamos Senhor a vossa morte, proclamamos a vossa
ressurreição, vinde Senhor Jesus”.
O mesmo Senhor, na mesa eucarística se faz comida e bebida para
a vida do mundo. Que o Senhor, refúgio e Salvador, abrigo e protetor, faça de
nós fonte de vida como Cristo nosso Senhor. Ele é o grande revelador da bondade
infinita de Deus, como reza a Oração Pós- comunhão: “Ó Deus, que curais nossos
males, agi em nós por esta Eucaristia, libertando-nos das más inclinações e
orientando para o bem a nossa vida”.
PRECES DOS FIÉIS
Presidente:
Ao Deus da vida que manifesta seu
amor no quotidiano dos pobres e sofredores vamos elevar nossas preces.
1.Vinde Senhor, auxiliar dos
anunciadores do Evangelho: Bispos, Padres, Diáconos, Religiosos, Religiosas e
Leigos, para que nunca se cansem de anunciar o Evangelho de Cristo. Peçamos:
Todos: Senhor, vinde em nosso auxílio.
2. Vinde Senhor, inspirar os
responsáveis pela segurança e bem-estar das pessoas, para que tratem a vida
como o bem maior. Peçamos:
3. Vinde Senhor, iluminar os
profissionais da saúde na luta contra as doenças do corpo e do espírito.
Peçamos:
4. Vinde Senhor, consolar todas as
mães que sofrem com a perda de seus filhos, vítimas das drogas e da violência.
Peçamos:
5. Vinde Senhor, animar as
comunidades que encontram dificuldades para testemunhar a fé. Peçamos:
(Outras intenções)
Presidente: Deus de bondade cuide sempre de cada um de nós e que teu
olhar misericordioso seja para nós seguimento e missão. Por Cristo, nosso
Senhor.
Todos: Amém.
III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Senhor nosso Deus, vede nossa disposição em vos servir e
acolhei nossa oferenda, para que este sacrifício vos seja agradável e nos faça
crescer na caridade. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
ORAÇÃO PÓS-COMUNHÃO:
Presidente: Ó Deus, que curais nossos males, agi em nós por esta
Eucaristia, libertando-nos das más inclinações e orientando para o bem a nossa
vida. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
V. RITOS FINAIS
AGENDA DO BISPO DIOCESANO:
DIA 03 – sexta-feira: Reunião – Pascom do Regional
Sul1 – na residência episcopal em Limeira, às 09h00 com almoço.
DIA 04 – sábado: Encontro da Pascom – sub-região
– Campinas das 08h00 até 16h00 – comunidade Bom Jesus – Limeira; e Conferência
Laudato Si – Campus PUC I – Campinas – 09h00; Assunto: Crisma – Santo Antonio - Cordeirópolis – padre Valdinei –
19h00.
DIA 05 – domingo: Crisma na paróquia São
Luís Gonzaga, Americana; e Encontro
Pascom SP1 Ribeirão Preto, SP.
DIA 07/08/09 – Assembleia dos Bispos
Sul1 - Aparecida
DIA 10 – sexta-feira: Missa – São Vito –
Americana – 19h30min – Pe. Alexandre Lucente.
Dia 11 – Sábado – Crisma na paróquia
São Francisco de Assis, Pirassununga, SP, Pe. Luís Casimiro Jr. Às 18h00.
Dia 12 – Domingo: Crisma na Paróquia N.
Sra. da Assunção, Porto Ferreira, Pe. Felipe Negro, às 09h00; e Crisma na
paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, Pirassununga, Pe. Vinícius Alves, às16h00.
BÊNÇÃO E DESPEDIDA:
Presidente: (Dá a bênção e despede todos).