Quando o amor humano é contemplado em sua profundidade, ele ganha dimensões divinas. Afinal, é para elevar-nos ao grau da divindade que Deus semeou no coração da humanidade a capacidade de amar.
"O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida ,é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se não o experimenta, se não o torna algo seu próprio, se nele não participa vivamente" (Papa João Paulo II, Encíclica Re-demptor Hominis).
E uma das formas de viver com densidade o amor é a vida matrimonial. Mesmo que os jovens encontrem milhares de argumentos para fugirem da responsabilidade de constituírem uma família, mais cedo ou mais tarde, o amor clamará pela estabilidade de um relacionamento afetivo, pela busca de urna aliança duradoura. Esse desejo de encontrar o complemento afetivo, "a outra metade", move o coração humano, com um poder que encontra suas origens na criação da humanidade.
O livro do Gênesis descreve de maneira tão bonita a criação do homem e da mulher. A descrição do gesto de Deus, ao retirar uma costela de Adão para formar a mulher, foi uma linguagem bíblica para dizer que ela foi tirada do lado do coração, para ser sua companheira. Se fosse tirada da cabeça, estaria dizendo que ela iria dominar o homem. Se fosse tirada do pé, estaria dizendo que ela seria eternamente submissa. Não! Ela foi tirada do lado do coração. Companheira em igualdade de condições, complemento afetivo, solidária na vida e co-herdeira do espírito divino.
Que os namorados, encontrem no exemplo de Maria, mãe do puro amor, uma inspiração para o cuidado com a pessoa amada. Com este título, Nossa Senhora é saudada nas litanias marianas, exaltando em sua grandeza, a pureza do seu amor, a profundidade de sua comunhão com Deus e a sua fidelidade ao esposo São José, com quem partilhou a vida na santidade e no compromisso com Jesus.
PE. VICENTE ANDRÉ, C.SS.R.
REVISTA DE APARECIDA