É a linguagem unificadora do amor autêntico, aquele que vem de Deus. Com o Pentecostes, nasce propriamente a Igreja fundada por Cristo. O Senhor já havia previsto isto aos discípulos, quando, ressuscitado, sentou-se com eles à mesa mais uma vez e disse: recebereis o Espírito Santo, que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judéia e na Samaria e até as extremidades da terra. (At.1,8)
Hoje, após dois mil anos, contudo, os cristãos experimentam desunião, organizados em várias igrejas e seitas. A realidade provoca preocupação a todos. Porém, há um consolo.
Atualmente, os esforços em busca da unidade perdida são cada vez maiores, o diálogo entre os grupos abertos à compreensão é um fato. A semana que precede a festa de Pentecostes é celebrada com orações pela unificação dos cristãos, liturgias são realizadas em igrejas de diferentes tradições por católicos e não católicos.
O Conselho Mundial das Igrejas Cristãs e os Conselhos Nacionais, fundados por não católicos, conta com a participação efetiva da Igreja Católica e de várias outras Igrejas, num clima de serena fraternidade.
Movimentos como Comunidade de Tezé, Focolares, Mofic e outros espalham o ideal da unidade desejada por Cristo, sempre com a humildade de reconhecer falhas humanas, mas muito mais voltados para aspectos comuns que mantém, ao menos parcialmente unidos, os atuais discípulos do Senhor. Continuam celebrando Pentecostes na fé e na esperança.
A força do Espírito também garante aos cristãos que as adversidades provocadas pela iniqüidade não serão capazes de ameaçar a Igreja e muito menos a pessoa de Cristo, Filho de Deus, vencedor da morte. Ele já havia dito ao chefe dos Apóstolos: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
(Mt.16,18) Vez por outra, surgem na história vozes contrárias com objetivo de agredir, desvirtuar, confundir e não raro com o desejo de desconstruir o ideal do amor projetado pelo Pai, comunicado por Jesus. Ultimamente, faz sucesso, sobretudo entre os incrédulos e pouco conhecedores da história, o Código da Vinci, obra de ficção com afirmações infundadas, com o vil interesse de ganhar fortuna com as armas da polêmica.
Felizmente, estudos sérios têm sido publicados por leais historiadores que podem ajudar a quem, séria e desarmadamente, quiser saber a verdade sobre os fatos e conhecer a desinformação cientifica do autor. Poucos serão os que, ingenuamente, pensam que esta obra vá dar novos rumos à humanidade. Seria uma lástima, se a humanidade se deixasse conduzir por informações tão frágeis e inverídicas.
Um dos títulos do Espírito Santo é iluminador das mentes, luz dos corações. Seja ele, neste Pentecostes, a claridade para todos, a fim que unidos propaguemos o bem e seja o mal vencido para sempre.
Dom Gil Antônio Moreira - Bispo de Jundiaí-SP