RESUMO
Pe. José Renato Vendrusculo, cs
CAMINHO DE FÉ
Itinerário de preparação
para o batismo de adultos
e para a confirmação e
eucaristia de adultos batizados
Leomar Antônio Brustolin
Antonio Francisco Lelo
INTRODUÇÃO
Hoje a Igreja
retoma e renova sua consciência missionária: ela existe para evangelizar.
O mundo mudou,
o Evangelho já não permeia toda a sociedade. Cresce o número de adultos que procuram
conhecer fé cristã. Em tempo de tantas ofertas religiosas, é preciso saber dar
razões da esperança em Cristo (cf. 1Pd 3,15).
A catequese com
adultos é um desafio. Faz-se necessária uma proposta de iniciação cristã.
Igualmente, um itinerário para os adultos não batizados. Não devem batizar
adultos após a uma rápida preparação catequética. A partir da idade da razão,
há que aplicar o RICA que possui uma metodologia própria.
A proposta do Caminho
de fé supõe uma nova postura. Ao tratar da iniciação cristã, caminhar
que envolva anúncio, liturgia, serviço, comunhão e testemunho. O primeiro
objetivo é a adesão à pessoa e mensagem de Jesus. Os frutos da evangelização
são a conversão e o seguimento de Jesus Cristo.
Por conversão
não se confunde como o modelo pastoral de conversão em celebrar os sacramentos
às presas. Os sacramentos não podem ser colocados apenas como ponto de chegada,
conclusão do caminho, mas sim, como continuidade e aprofundamento da vida
litúrgica.
O modelo,
remota aos primeiros séculos do cristianismo, fase recepção dos três
sacramentos chamada de catecumenato, aprofundamento, a mistagogia.
A iniciação
cristã acontece quando a pessoa recebe os três sacramentos – batismo,
confirmação e eucaristia – por um processo adequado de fé. Na falta desses
elementos, é necessária uma complementação.
Cada etapa é
concluída com uma celebração de passagem. É algo envolvente, requer mentalidade
nova e compromisso de toda a comunidade paroquial e quem sabe diocesana.
1. A
INICIAÇÃO CRISTÃ
O processo
apresenta as seguintes características: preparação gradual com a revelação dos
mistérios; adesão pessoal; passagem pela morte mística do indicado;
participação da comunidade; começo da vida nova; relevância da mediação dos
iniciadores.
MODELO PASTORAL
O modelo de
iniciação mais antigo da Igreja é aquele no qual a recepção dos três
sacramentos que conferem a identidade cristã é preparada pelo catecumenato.
Catecumenato é uma palavra de origem grega que quer dizer “lugar onde ressoa alguma mensagem”. É a fase em que os candidatos
se preparam pra receber os sacramentos do batismo, da confirmação e da
eucaristia. conhecimento das responsabilidades advinhas do ser cristão.
Desde o
Concílio Vaticano II, a Igreja recuperou o catecumenato antigo para criar um
processo de amadurecimento da fé. Recomenda que tanto a catequese com adultos
como todas devem inspirar-se no processo de iniciação cristã que contempla a
fase catecumenal.
RITUAL DA INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS
Em 6 de janeiro
de 1972, foi promulgado Ritual da
iniciação cristã de adultos (RICA).
A formação
catecumenal, mais do que ser doutrinária, é enfocada como discipulado, cuja
característica principal consiste em adquirir um modo de ser e de viver
consoante ao de Jesus. É preciso escutá-lo, viver em comunidade e cumprir o
mandamento fundamental: amar a Deus e ao próximo. Escutar Cristo significa,
primordialmente, compreender o Evangelho e acolhê-lo na fé, confiando em sua
sabedoria e aderindo a ele inteiramente.
O método
catecumenal proporciona a formação integral a partir da interação
catequese-liturgia-conversão dos costumes, ou seja, do aprofundamento da
reflexão da Palavra com a celebração do mistério durante o ano litúrgico e da
conversão de vida. Os catecúmenos alcançam a maturidade cristã que combina três
componentes:
·
Ano litúrgico;
·
Maturidade
espiritual;
·
Anúncio do
mistério-ação celebrativa-vida que se dá entre celebração da fé e vivência
cristã;
O catecumenato
não é uma supérflua introdução na fé, nem um verniz ou um cursinho de admissão
à Igreja. É um itinerário prolongado de preparação, de acolhimento e
participação no mistério da fé, da vida nova revelada em Cristo Jesus e
celebrada na liturgia.
Esse processo
ocorre devido ao discipulado, à intervenção da graça própria das celebrações de
passagem, dos ritos catecumenais e do tempo da iluminação. Estes irão moldando
o coração do cristão. Igualmente, a convivência comunitária influenciará seu
crescimento e o estimulará a testemunhar as boas obras.
O Ritual da iniciação cristã dos adultos
foi restaurado com o objetivo de manifestar o íntimo laço existente entre a
ação de Deus, significada pelos ritos, e o progresso do catecúmeno rumo ao
batismo.
OS SACRAMENTOSDA INICIAÇÃO CRISTÃ
O ritual tem a
tríplice finalidade: significar de maneira nova a unidade da iniciação, marcar
ritualmente os tempos do catecumenato e sublinhar o caráter pascal do batismo.
O eixo é dado pela celebração sacramental.
Os sacramentos
são um ponto de chegada da preparação do cristão. A índole pascal, a Vigília
Pascal, centro da liturgia Cristã, com sua espiritualidade batismal, será o
ápice desde processo, preparada com seus quarenta dias de teor penitencial. O
processo ainda contempla o caminho de aprofundamento da experiência sacramental
e da progressiva inserção em Cristo e na Igreja nos cinquenta dias de gozo
pascal.
PADRONIZAÇÃO DA LINGUAGEM
O batismo,
mesmo sem um processo de fé, inicia a criança. Ao ser batizada na infância, a
pessoa já foi iniciada.
Aqui
consideramos os termos “não batizado” e “eleito” como sinônimos de catecúmenos.
Para os batizados utilizamos como seus equivalentes “fiéis”, “batizados não
evangelizados”, “crismandos”. Referindo-se a ambos como “catequizando” ou
“candidato”.
2. VISÃO
SACRAMENTAL
SACRAMENTOS E SEGUIMENTO DE CRISTO
Os sacramentos
não nascem apenas de algum mandamento prescrito exteriormente; têm sua fonte na
caridade de Cristo para com a humanidade.
Os efeitos de
graça simbolizados pelo sacramento colocam-se em continuidade aos gestos
libertadores de Cristo.
SACRAMENTO E REALIZAÇÃO SALVÍFICA
O sacramento
tem seu eixo de sentido na páscoa de Cristo e está em continuidade com seus
atos salvadores que acontecem no tempo da Igreja, encarregada por ele de
continuar sua missão no mundo, porque nela atua a força do Espírito do
ressuscitado.
No Brasil, os
textos catequéticos trazem os temas da história da salvação: criação, êxodo,
profetas, Jesus Cristo, Espírito Santo, Igreja, sacramentos. Muitos desses
livros apresentam o conteúdo de forma inadequada, não ressaltam suficientemente
o nexo fundamental entre história da salvação e acontecimento salvífico
celebrado no sacramento.
Por exemplo, um
deslize muito comum é não encontrar ligação entre êxodo, morte e ressurreição
de Cristo e última ceia. A eucaristia passa a ser tratada em continuidade à
última ceia, chegando-se a afirmar que é sacramento da ceia do Senhor. O
sacrifício de Cristo ficou esquecido lá atrás quando se estudou a crucifixão de
Jesus. Prefere-se continuar com a dicotomia entre sacramento e sacrifício.
Deixa-se de lado o esforço atual de apresentar a eucaristia como memorial
pascal, sacramental da morte e ressurreição do Senhor.
MÉTODO MISTAGÓGICO
Para os padres,
a mistagogia é: “um ensinamento
organizado para fazer entender aquilo que os sacramentos significam para a
vida, mas que supõe a iluminação da fé que brota dos sacramentos; aquilo que se
aprende na celebração ritual dos sacramentos e aquilo que se aprende vivendo de
acordo com o que os sacramentos significam para a vida”.
O
método mistagógico identifica três elementos:
·
A interpretação
dos ritos sacramentais celebrados à luz da história da salvação;
·
A valorização
dos sinais sacramentais (água, óleo, pão...);
·
A abertura que
o fiel deve manifestar para as tarefas eclesiais e de transformação do mundo
como expressão da nova vida em Cristo.
O método
mistagógico parece pouco explorado e consequentemente a interação anúncio do
mistério-celebração-vivência dá-se por subentendida. Os sacramentos e a
liturgia não recebem seus devidos lugares.
Vale voltarmos
para uma catequese que privilegie o uso de símbolos. Do contrário todo sinal ou
simbologia indiscriminadamente terá lugar na catequese, fazendo com que o
catequizando não encontre elementos para associá-lo ao gesto propriamente
litúrgico e a celebração continue enigmática, algo especializado e fastidioso.
O compromisso cristão, celebra para suscitar a fé vivida. O neófito foi
transformado para viver em Cristo e no Espírito.
3. O “CAMINHO
DE FÉ”
Este itinerário
de formação da fé utiliza a pedagogia catecumenal.
FINALIDADE
A catequese com
adultos tem como missão:
a)
Reforçar a
opção por Jesus Cristo;
b)
Promover uma
sólida formação dos leigos levando em consideração o amadurecimento da vida no
Espírito do Cristo Ressuscitado;
c)
Estimular e
educar para a prática da caridade na solidariedade e na transformação da
realidade;
d)
Experienciar a
vida da graça, alimentada pelos sacramentos;
e)
Formar cada
pessoa para cumprir os deveres do próprio estado de vida, buscando a santidade;
f)
Dar respostas
às dúvidas religiosas e morais de hoje;
g)
Desenvolver os
fundamentos da fé, que permitam dar razão à esperança;
h)
Educar para
viver em comunidade;
i)
Educar para o
diálogo ecumênico e inter-religioso;
j)
Ajudar na
animação missionária além-fronteira;
PROCESSO
ETAPAS
|
Encontrei
O
Senhor
|
|
A estrada
da fé
|
|
As luzes
Na caminhada
|
|
Viver
a
Páscoa
|
Duração de 1 ano
Conteúdos
Finalidade
Celebrações
Funções
Não-batizados
Batizados
|
Iniciara
logo após
pentecostes
3 catequeses
Querigma
Despertar a fé em Jesus Cristo
Encontros
Acolhida
Pré-catecumenos
Crismados
|
18
catequeses
sobre creio e
a historia da salvação
Aprofundar
A fé
Celebração da
Palavra
Exorcismos
menores
Bênçãos
Entrega do
símbolo e do pai-nosso
Conversão
Catecume-
Nos ouvintes
Crismados
|
Quaresma
Tempo de
conversão
4
Catequeses
Revisão de
vida
Estágio
pastoral
Fortalecimentos
Escrutínios
Celebração da
penitência
Purificação
Eleitos
Crismados
|
Tempo pascal:
encerra em
pentecostes
4
catequeses
sacramentais
Integra-se na
comunidade
Eucaristias
comunitárias
Vivência
neófitos
crismados
|
DURAÇÃO
Um ano. Começar
logo depois do tempo pascal e encerrar na solenidade de pentecostes do ano
seguinte.
ORIENTAÇÕES PRÉVIAS
1.
Importante é
respeitar a progressividade da conversão, ser um processo de caráter eclesial,
integrar liturgia, catequese e vivencia dos candidatos;
2.
Reunir uma
equipe disponível para essa missão, que tenha aptidão para trabalhar com
adultos e aprofundar essa metodologia, a que chamamos equipe catecumenal;
3.
Importante
haver uma preparação previa da equipe catecumenal, juntamente com o pároco,
para:
a)
Aprofundar as
características próprias do processo catecumenal;
b)
Estudar o
conteúdo das catequeses, a doutrina apresentada, ampliara o conhecimento com a
leitura dos outros livros sugeridos;
c)
Conhecer a
pedagogia batismal;
d)
Analisar o que
se espera de mudança na vida e na mentalidade dos participantes;
4.
Ter presente
que o método contempla a interação fé e vida, nos encontros catequéticos e
sempre haverá a participação e intervenção do candidato, que contribuirá com
sua experiência de vida e ajuda profissional de acordo com sua capacidade;
5.
Com liberdade,
a equipe cuidará de adaptaras atividades de
Caminho de fé e às necessidades do grupo;
6.
O RICA
apresenta uma proposta, mas a equipe conforme a familiarização do método
catecumenal, poderá recriar o esquema com adaptações;
7.
Caminho de fé inova
ao começar os encontros depois da solenidade de Pentecostes, iniciara a III
etapa na Quaresma do ano seguinte e vivenciar a IV etapa no tempo pascal;
8.
A freqüência
dos participantes à missa dominical é fundamental para o desenvolvimento do catecumenato
e condição de admissão do candidato. O Catecúmeno (não batizado) poderá sair
da celebração após a oração dos fiéis;
9.
É aconselhável ,
solicitar que os participantes leiam antes os textos a serem tratados no
encontro.
10.
O fato de
contemplar catecúmenos e batizados, leva-nos a adaptar as orações do Ritual da
iniciação cristã de adultos;
ENCONTREI O SENHOR
Período de
busca e de conversão inicial. Tempo de acolhida e verificação das motivações.
Consolidação e de coesão para o grupo.
Visa acolher
quem procura conhecer melhor o cristianismo, através de um membro da comunidade
que se torna padrinho ou introdutor.
ITINERÁRIO DA CATEQUESE
·
Apresentamos os
quatro temos:
Formamos um grupo
Encontrar Jesus
Jesus Cristo ontem, hoje e sempre
Caminhar com Jesus
·
Encerra-se esta
etapa com a celebração do Rito de entrada no catecumenato.
A ESTRADA FÉ
O catecumenato
é o período de catequese sistemática e
de ampla convivência com a comunidade; etapa de amadurecimento global na fé e
na vida de uma catequese integral.
Tempo se
encerra no primeiro domingo da quaresma com a celebração da inscrição dos nomes
na igreja daqueles que se candidatam a receber os sacramentos na Vigília
Pascal.
A fase do
catecumenato, portanto, pretende integrar a palavra de Deus, a celebração da
Igreja e a moral dos seguidores de Jesus.
Esta etapa do
caminho é necessariamente comunitária. O itinerário supõe que os conteúdos
trabalhados na reunião catecumenal sejam reconhecidos e experimentados na vida
comunitária da Igreja.
RITUALIDADE
Caminho de fé insiste
que o grupo catecumenal não falte na celebração dominical da comunidade. “Seja-lhes
facultada a participação gradativa na primeira parte da missa dominical.
Far-se-á a despedida dos catecúmenos (entendemos os não batizados) depois
da liturgia da palavra e se acrescerá uma prece em seu favor na oração dos fiéis”.
Os crismandos (Por crismandos entendemos os batizados) não deverão ser
despedidos antes da liturgia eucarística, porque tem direito de participar
dela.
CELEBRAÇÃO DA PALAVRA
A pedagogia
catecumenal se apóia na celebração da Palavra de Deus, que terão como
finalidade:
a)
Gravar nos
corações, o ensinamento proposto pelo Novo testamento, o perdão das injustiças
e das injurias, o sentido do pecado e da conversão, os deveres que os cristãos
precisarão exercer no mundo;
b)
Levá-los a
saborear as formas e as vias da oração;
c)
Introduzi-los
pouco a pouco na liturgia da toda a comunidade;
·
Canto: No
início da celebração;
·
Liturgia e salmos responsoriais: proclamados por um membro batizado da comunidade;
·
Homilia: breve,
ex, plique e aplique as leituras;
·
Ritos conclusivos: a celebração da Palavra pode ser concluída com um exorcismo menor
[RICA, n. 113, PP. 45-46]. Quando houver um exorcismo menor ele pode ser
seguido de uma bênção ou, se for oportuno, pelo rito da unção (n. 127).
É importante
que se crie um ambiente de interação entre os membros da assembleia, que se
provoque o conforto entre a Palavra anunciada e as situações que vive a
comunidade.
RITO DA UNÇÃO
A unção dos
catecúmenos, situada entre a renúncia e a profissão de fé, prevê a repetição do
rito. A unção é um símbolo polivalente, tem caráter preparativo para o batismo.
CATEQUESE
Nesta etapa
ocorre o aprofundamento do mistério da salvação. Os temas bíblicos aparecem
relacionados aos pontos da fé cristã. Apresentar as verdades da nossa fé
[dogmas] e os princípios d prática cristã [preceitos]. O objetivo não é apenas
oferecer conhecimentos teóricos, mas os temas relevantes e fundamentais para
alguém ser membro da Igreja. Os estudos visam uma passagem do velho homem ao
homem novo, como diz Paulo.
Os conteúdos
trabalham a história da salvação, revelando a forma com a qual Deus foi tecendo
um caminho no qual a humanidade percebeu sua ação no mundo.
METODOLOGIA
O encontro de
catequese precisa seguir alguns passos fundamentais. Desenvolver uma pedagogia
já indicada por São Paulo quando escreveu aos coríntios : “Quando vocês estão
reunidos, cada um pode entoar um canto, ar um ensinamento ou relação, falar em
línguas ou interpretá-las. Porém, que tudo seja para a edificação d todos (1
Cor 14,26).
·
Oração:
facilitar ao grupo para rezar a vida (LOB);
·
Ensino:
destacar o que a Bíblia revela para os seguidores de Jesus. Acolher o
ensinamento da Igreja
·
Revelação;
aprender o que Deu revela ao ser humano de hoje a partir da Palavra e do
ensinamento da Igreja. Atualizar e expressar o significado da fé para os dias
de hoje. Como outrora aos discípulos,
hoje também Deus quer consolar, anunciar e devolver a vida; ele quer salvar;
·
Interpretação das línguas: cada comunidade pode haver muitas linguagens. Catequese deve cuidar da comunicação da fé,
que deve ser compreendida por todos;
·
Fazer ecoar; A
formação deve fazer eco na vida do cristã, calar o coração, provocar a mente e
estimular a ação. Não se trata de passar conteúdos que não tenham consequências
no dia-a-dia da pessoa.não podemos reduzir a catequese às palestras, cursos ou
encontros em vínculo com a comunidade. A catequese se dá mediante a participação ativa na comunidade-Igreja.
Pode-e usar o método ver-julgar-agir
·
Ver: elementos
da vida, das notícias, dos acontecimentos da semana: no mundo, na localidade e
na vida de cada um.
·
Julgar:
iluminação com Palavra de Deus e o
ensinamento da Igreja, em busca das razões da fé (cf. 1 Pd 3,15);
·
Agir: propostas
de ação, postura e posicionamento no encontro entre fé e vida;
·
Celebrar:
entrega, às mãos de Deus, da vida, da alegrias, das tristezas e de tudo o que
foi decidido no encontro. Um canto,uma oração, um gesto ou um salmo. O silêncio
também é oração.
É aconselhável,
a leitura prévia do texto a ser tratado. A reunião catecumenal não deve ser
rígida e estática.
ITINERÁRIO DA CATEQUESE
·
A Palavra de
Deus
·
Celebração da
Palavra n missa
·
Eu creio
·
Deus, a
Trindade santa
·
O Pai, Criador
do céu e da terra
·
Deus liberta
seu povo
·
Profetas m nome
de Deus
·
O nascimento de
Jesus
·
Pai-nosso
·
Entrega do
Símbolo da Oração do pai-nosso
·
O Reino em
parábolas
·
Estágio
pastoral
·
O memorial da
Páscoa
·
Cruz e morte de
Jesus
·
A ressurreição
de Jesus
·
Creio no
Espírito Santo
·
Creio na Igreja
·
Sacramentos: sinais
de amor
ESTÁGIO PASTORAL
Este estágio
quer concretizar a dimensão prática da fé.
·
Ampliar a visão
dos catecúmenos e crismandos ao dimensionar a extensão do problema social da
exclusão;
·
Mobilizá-los
para as lutas sociais;
·
Envolvê-los com
pessoas e com trabalhos sem fins lucrativos;
·
Despertá-los
para o trabalho solidário, desinteressado, voluntários, em favor dos excluídos
e da sociedade em geral;
Esses objetivos
são cumpridos segundo uma mentalidade evangelizadora. “Os cegos recuperam a
vista, paralíticos andam, leprosos são curados, surdos ouvem, mortos
ressuscitam e os pobres se anuncia a Boa Nova” (Mt 11,5).
O estágio
pastoral pode ser deslocado para outro per[iodo do tempo do catecumenato. É
importante que os animadores catecumenais façam contato prévios com as diversas
pastorais e os organismos sociais poderão receber os catecúmenos e crismandos
para o estágio de observação e pesquisa. Oferecem as datas das reuniões, o
horários e o local e os nomes contatados para a dupla de estagiários.
Os animadores
preparem um roteiro. Nesse roteiro conste o que cada dupla deverá pesquisar no
organismo governamental, civil ou pastoral:
Nesse roteiro
não poderá falta a data da partilha para que a dupla exponha sua experiência
aos demais companheiros.
AS LUZES NA CAMINHADA
É um tempo de
maior oração e meditação, realizado com os eleitos e catequistas. Dura o tempo
de uma quaresma e termina com a celebração do batismo, crisma e eucaristia no
sábado Santo. Na quaresma, o pároco, em horários diferentes, apresenta os candidatos
à comunidade e reza sobre eles.
4. VISÃO
SACRAMENTAL
A Igreja, que
se manifesta pelo povo e por seus ministros como comunidade servidora e mãe, pois está
preocupada com a formação dos novos filhos de Deus. A iniciação dos adultos é
algo de seu e interessa a todos os batizados.
Toda comunidade
colabora na avaliação da caminhada individual e está convocada a participar das
celebrações de entrada no catecumenato, de inscrição do nome para o batismo,
como também dos escrutínios quaresmais.
Os candidatos ,
por sua vez, participam da vida da comunidade: encontros fraternos, vida
litúrgica de oração, celebração da Palavra de Deus e da eucaristia, reuniões de
decisão e encaminhamentos. Visitam as equipes e tomam conhecimento do trabalho
realizado pelas pastorais específicas.
MINITÉRIOS E FUNÇÕES
Por isso a
equipe coordenadora do processo catecumenal levará em conta as situações e
circunstâncias em que vivem os adultos. Muitos deles são portadores de
vivências de fé que ultrapassam nossas próprias experiências. O método do
encontro valoriza as intervenções de cada um. O catequista, ao evangelizar, é
evangelizado.
Bispo
O RICA indica, de modo particular, a
responsabilidade do bispo que celebra a iniciação sacramental.
Presbítero e diácono
Prestam
assistência pastoral aos catecúmenos, organizam e formam os catequistas, e
acompanham o desenvolvimentos do catecumenato.
Catequistas
O catequista
promove o diálogo entre fé e cultura, não se fecha no estreito círculo de
relações, mas recria na comunidade o lugar de aprofundamento da interação dos
acontecimentos com a fé. Tem como metas:
·
Crescer como
pessoa capaz de conviver, dialogar, tomar iniciativas e colaborar;
·
Acolher a
proposta de Deus em Jesus Cristo;
·
Sentir-se
integrado na comunidade eclesial;
Cada um será
melhor catequista à medida que conhecer e for sensível à vida, aos sofrimentos
e {as lutas do povo. Assim, vai comunicar e transmitir o Evangelho com
convicção e autenticidade, como também crescer de forma permanente na
maturidade da fé, com clareza da fé, da identidade cristã e eclesial e de uma
profunda sensibilidade social.
A catequese é
um ato educativo. Comporta mudança de valores e de visão do mundo por parte do
educando e do educador. Requer do catequista: acolhida incondicional, partilha de experiência de vida de fé,
bondade no relacionamento, diálogo convincente, racional; relação democrática;
planejamento de todo o percurso catequético, metodologia no desenvolvimento de
cada encontro.
Somente boa
vontade e conhecimentos fragmentados não se sustentarão diante do desafio a ser
enfrentado com os adultos. Há que pleitear a formação sistemática dos
catequistas.
Nenhum
catequista nasce pronto. Todos somos aprendizes, a vida inteira. É preciso
formação continuada, através de encontros, cursos, reuniões, revisões, leituras
variadas de periódicos, de livros e da Palavra de Deus, congressos, jornadas,
grupos de estudo, escolas,
Os catequistas
devem ter:
·
O conhecimento
das etapas fundamentais da história bíblica;
·
A capacidade de
ler, interpretar e ligar com a vida os temas fundamentais da Sagrada Escritura;
·
A compreensão
da Igreja como sinal de salvação e comunidade de servidores;
·
A capacidade de
dar razões do essencial da fé, símbolo apostólico;
·
A aptidão para
entender e explicar os conteúdos salvíficos libertadores dos símbolos
litúrgicos e sacramentais;
Introdutores
É preciso
personificar a formação, caso contrário o resultado dificilmente será a
inserção na Igreja. Por isso a função do
padrinho da comunidade (ou introdutor) é fundamental. Em algumas comunidades o
grupo de adultos pode ter o próprio catequista como padrinho.
Na celebração,
quem preside pergunta aos introdutores e à comunidade se estão dispostos a
ajudá-los a encontrar e a seguir o Cristo. Depois de se comprometerem, fazem o
sinal da cruz sobre eles.
Trata-se de um
ministério que se parece ao do orientador espiritual. Os critérios para a
escolha de introdutores são:
·
Serem pessoas
de fé;
·
Constantes na
vida litúrgica da comunidade;
·
Participantes
da comunhão eucarística;
·
Orantes;
·
Solidários com os
mais pobres;
·
Respeitosos
para com todas as religiões, inclusive o catolicismo popular;
·
Simples no
relacionamento pessoal;
Os temas dos
encontros de preparação dos introdutores poderão ser os seguintes:
·
Meta da
iniciação cristã, suas raízes neo testamentárias e sua necessidade pastoral;
·
O que é
catecumenato;
·
O
acompanhamento espiritual e a atitude da introdutora (or);
·
Partilha da
própria caminhada de fé (quem o ajudou e como o ajudou);
·
Levantamento de
dicas para estabelecer uma relação de confiança e amizade;
·
Sugestões para
o acompanhamento espiritual no inicio da caminhada da fé;
GLOSSÁRIO
Catecumenato: palavra grega que quer dizer “lugar onde ressoa
alguma mensagem”. É a fase em que os candidatos se preparam para receber os
sacramentos do batismo, da confirmação e da eucaristia. Termina com a
celebração da inscrição do nome, normalmente no inicio da Quaresma que precede
a recepção dos sacramentos. O método catecumenal baseia-se, fundamentalmente,
na interação catequese-liturgia-conversão dos costumes.
Catecúmeno: fé aquele que foi admitido oficialmente para iniciar
a preparação para receber os sacramentos do batismo, da confirmação e da
eucaristia.
Conversão: atitude permanente de quem se dispõe a seguir
Cristo.
Eleito:
é assim chamado aquele que se inscreveu, após o período do catecumenato, para
receber o batismo e foi aceito pela comunidade.
Entrega: durante o período da iluminação, a Igreja confia aos
eleitos os documentos de sua fé presentes na oração do Creio.
Epiclese: refere-se a invocação do Espírito Santo, na liturgia,
sobre cosias ou pessoas, para que produza um efeito determinado. As orações de
exorcismos, as bênçãos e as fórmulas sacramentais contêm a invocação explicita
do Espírito Santo.
Escrutínio: São celebrações próprias do tempo da iluminação que
ocorrem preferentemente no 3º, 4º e 5º domingos da Quaresma que antecedem
imediatamente a celebração dos sacramentos de iniciação. Nesses domingos são
proclamados os evangelhos: da samaritana, com o tema água viva (Jo 4,5-42); do
cego de nascimento e a luz da vida (Jo 9, 1-41); da ressurreição de Lázaro e a
plenitude da vida (Jo 11, 1-45). O escrutínio é realizado após a homilia desses
evangelhos e consta de orações pelos eleitos e de um exorcismo. Ele tem o
objetivo de preparar o eleito para receber os sacramentos, afastando-o
progressivamente das ciladas do inimigo.
Exorcismos: São orações que estão dirigidas a Deus, ou a Cristo,
e de forma positiva, com o objetivo de rogar que Deus dê forças para o
crescimento da fé, da conversão e de todas a s virtudes cristãs.
Iniciação
cristã: itinerário de
fé que começa no catecumenato e culmina na participação do mistério da fé
celebrado nos sacramentos do batismo, confirmação a eucaristia na Vigília
Pascal.
Mistagogia: refere-se a tudo o que ajuda a conduzir ao mistério.
A Igreja dedica os 50 dias do tempo pascal para o aprofundamento, a
inteligência do mistério experienciado na Vigília Pascal, que culmina em
Pentecostes. Esta etapa tem a finalidade
de engajar, na comunidade dos fiéis, os padrinhos dos neófitos, aqueles que vêm
acompanhar, com afeto e amizade, seus primeiros passos. Neófito: aquele que foi
recém-iluminado com a luz da fé recebida no sacramento do batismo.
Purificação: Última etapa de preparação dos candidatos para
receber os sacramentos de iniciação cristã. É o tempo da mais intensa
preparação espiritual, quando se realizam os três escrutínios, a entrega do
Símbolo da fé (Creio) e da oração do Pai–Nosso.
Regeneração: Ser regenerado significa participar na imagem da
ressurreição de Cristo, que nos da vida.
Renúncia: Ato de renegar o pecado e suas manifestações, ou
então, o demônio, autor e princípio do pecado, suas obras e seduções.
RICA - RITUAL DE INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS: Promulgado em 6 de janeiro de 1972.