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quarta-feira, 30 de julho de 2014

COMO INICIAR À ORAÇÃO NO ENCONTRO CATEQUÉTICO

 O Ato ou itinerário Catequético, acontecimento fundamental da transmissão da fé, deve estar impregnado dum "clima de oração", isto é, deve favorecer e realizar, no seu desenvolvimento, o diálogo com Deus.

Catecismo da Igreja Católica 2688

A catequese das crianças, dos jovens e dos adultos visa a que a Palavra de Deus seja meditada na oração pessoal, atualizada na oração litúrgica e interiorizada em todo o tempo, para que dê fruto numa vida nova. A catequese é também o momento em que se pode purificar e educar a piedade popular. A memorização das orações fundamentais oferece um suporte indispensável à vida de oração, mas é importante que se faça saborear o seu sentido”.

Habitualmente, todas as catequeses supõem, apresentam e propõem uma oração no momento da Expressão de Fé. Todavia, em ordem a descobrir a necessidade absoluta da oração na catequese, vamos apresentar algumas propostas concretas para tratar da oração em todos os passos próprios do itinerário catequético:

1. Ao iniciar o encontro de catequese:

Ao olhar a vida com os olhos da fé O primeiro passo de todo o encontro de catequese é o da experiência de vida próxima de cada um dos destinatários da catequese. Desde o princípio que se pode ajudar a que cada um tome consciência de que Deus fala através da própria vida e da vida dos outros, do mundo e da história.

O olhar atento à experiência da vida, crua e difícil, pode suscitar no grupo a oração de petição, de intercessão e de súplica. As experiências de bondade e de beleza das coisas criadas podem gerar a ação de graças, a bênção, adoração e o louvor. Na verdade, para aquele que crê, tudo lhe fala de Deus e o conduz a Deus. Para quem ama a Deus, tudo, na sua vida, é motivo para a bênção e adoração, a petição, a intercessão, a ação de graças e o louvor.

O modo como se propõe ou faz descobrir ou lê os acontecimentos da experiência quotidiana da vida pode ser motivadora e suscitadora de "comunhão e intimidade com Deus".

2. Ao proclamar a Palavra

A oração é diálogo e encontro entre Deus e o homem. Por isso, quando, na catequese, proclamamos a Palavra de Deus, inicia-se um momento de especial intimidade. Deus fala ao coração de cada um e comunica-se, ofertando não só a mensagem salvadora mas a sua própria vida.

Quando proclamamos, escutamos, interiorizamos e nos convertemos à Palavra, estamos a fazer oração. Esta é, aliás, a oração por excelência, dado que esta Palavra é o Verbo Encarnado, em quem tudo nos foi revelado e por quem temos o único acesso ao mistério de Deus.

O coração da catequese é o encontro com a Palavra de Deus. Iniciado o diálogo por parte de Deus, a porta está aberta para que lhe respondamos cheios de confiança e para que entremos em comunhão com Ele. Há que favorecer este momento de intimidade e saber aproveitá-lo.
Uma Palavra bem proclamada, acolhida e meditada é fonte inesgotável de oração viva.

Propostas para cuidar este momento:

•             Fazer um momento de silêncio para proporcionar a escuta atenta e serena da Palavra;
•             Tomar consciência de que Deus nos fala na Palavra que se proclama;
•             Antes de ler a Palavra, podia dizer-se como o jovem Samuel: "Falai, Senhor, que o vosso servo escuta" (I Sam 6, 10);
•             Destacar a presença da Sagrada Escritura, colocando-a em lugar visível e adequado;
•             Acender uma vela ou círio antes de proclamar a Palavra, recordando que "A vossa Palavra, Senhor, é luz para os meus caminhos";
•             Ler devagar a passagem indicada;
•             Terminada a proclamação, beijar com respeito e veneração a Bíblia (só o leitor e/ou mesmo todo o grupo);
•             Fazer a interiorização da Palavra a modo de "lectio divina".

3.  Ao expressar a fé

O momento da Expressão de Fé inclui e implica a oração como resposta vital à Palavra proclamada. É um momento absolutamente crucial, no sentido de que, deve despertar e gerar o desejo duma resposta de comunhão e intimidade ao Senhor que falou e se comunicou na Palavra. Procure-se que a oração deste momento se faça e desenvolva segunda as várias formas e expressões (já enunciadas).

O guia do catequista apresenta habitualmente propostas e indicações para viver este momento como um verdadeiro momento de oração. Podemos enriquecê-lo com alguns elementos e materiais.

4. Ao ir para a vida (compromisso)

O compromisso, significativamente incluído na 'Expressão de Fé', pode ser também um passo oportuno para trabalhar a oração. De facto não pode deixar-se que a oração seja apenas uma conclusão da catequese, mas que seja sobretudo momento de entrega confiada à vontade de Deus.

A catequese é um diálogo ininterrupto com Deus que se inicia orando a partir da vida (Experiência Humana), se alimenta e desenvolve na Palavra e se expressa com todas as suas formas e riqueza na oração, celebração e compromisso.

Propostas para cuidar este momento:

•             Tomar consciência de que o encontro de catequese é um encontro e diálogo com Deus; é uma oração;
•             Indicar que para a luta e combate diário contra o mal necessitamos da força da oração;
•             Criar disponibilidade interior para a oração familiar e comunitária;
•             Utilizar na oração a linguagem do corpo (orar de pé; de joelhos; com as mãos erguidas, postas, estendidas; com os olhos abertos, fechados, olhando o céu, etc. ...).
•             Cantar muito (sempre que possível);
•             Fazer passar a oração da catequese para a vida toda.

5.  A importância de um oracional, nos materiais da Catequese

O clima de oração deve estar criado, desde o momento em que se inicia a catequese, até que termina. Não obstante, dedicar um apartado  exclusivamente à oração , um «oracional» parece-nos importante para uma verdadeira iniciação  à vida de oração, tão própria e tão necessária na iniciação  à vida cristã.

6. O catequista, mestre de oração

A oração é como "uma forma de respiração necessária para viver" (K. Barth); é a respiração da alma. Ninguém duvida da necessidade de respirar. Quem não ora, como quem não respira, asfixia e morre. A oração é fruto espontâneo do amor: quem reza é porque ama. E "aquele que não ama está morto" (I Jo. 3, 15). Quem não reza é porque não vê. Porque rezar não é só pedir, mas descobrir e saber estar na presença de Deus, olhar e deixar-se olhar, tratar de amar. Orar é admirar, louvar, agradecer e também é pedir ou interceder.

É, por isso, muito importante abordar esta perspetiva da iniciação à oração em catequese, para que esta não se reduza a um puro ensinamento doutrinal. Dizia João Paulo II:

Novo Millennium Ineunte 16

“Como aqueles peregrinos de há dois mil anos (cf. Jo.12.21) os homens do nosso tempo, talvez sem se darem conta, pedem aos crentes de hoje não só que lhes «falem» de Cristo, mas também que de certa forma lh'O façam «ver». E não é porventura a missão da Igreja refletir a luz de Cristo em cada época da história, e por conseguinte fazer resplandecer o seu rosto também diante das gerações do novo milénio? Mas, o nosso testemunho seria excessivamente pobre, se não fôssemos primeiro contemplativos do seu rosto”…

Os catequistas chamados por Deus e enviados pela Igreja para educar a outros irmãos na fé hão de ser homens e mulheres com profunda experiência de Deus. Os meios mais eficazes que encontram para o seu apostolado são a palavra, o exemplo e a oração. Mas, das três, a que tem mais importância para o cultivo da sua vocação de catequista é a oração.

A eles ensina-os a rezar, antes de mais com o seu exemplo. Antes de falar de Deus, deve falar a Deus e com Deus. Além do mais o catequista não deve deixar de rezar pelos seus catequizandos, confiando-os a Deus e à palavra da sua graça. 

O catequista sabe que fazer catequese é mais do que ensinar uma doutrina: é pôr os outros em contacto e em comunhão com a pessoa de Jesus Cristo. Bem dizia Paulo VI:



Evangelii Nuntiandi 76

“O mundo que, apesar dos inumeráveis sinais de rejeição de Deus, paradoxalmente, o procura entretanto por caminhos insuspeitados e que dele sente bem dolorosamente a necessidade, o mundo reclama evangelizadores que lhe falem de um Deus que eles conheçam e lhes seja familiar como se eles vissem o invisível. O mundo reclama e espera de nós simplicidade de vida, espírito de oração, caridade para com todos, especialmente para com os pequeninos e os pobres, obediência e humildade, desapego de nós mesmos e renúncia. Sem esta marca de santidade, dificilmente a nossa palavra fará a sua caminhada até atingir o coração do homem dos nossos tempos; ela corre o risco de permanecer vã e infecunda”.

Como viver todas essas realidades na experiência quotidiana?

Po­deríamos ter a impressão de que se trata de verdades grandiosas, que nos abrem novos horizontes, mas são difíceis de reduzir à prá­tica de cada dia. Não obstante, só o refletir um pouco sobre o assunto já representa um primeiro passo. Convém, antes de tudo, esclarecer a meta.

É importante evitar um certo "extrinsecismo": apresentar a ora­ção como algo a ser feito ao lado das outras ocupações, sem com­preender a sua coexistência com a vida global do cristão e do homem:

É importante evitar um certo "eficientismo" (a ilusão de obter resultados imediatos e quase automáticos em virtude de certos instrumentos postos à disposição).

As metas devem ser mais modestas e ao mesmo tempo mais radi­cais. Elas podem ser indicadas assim:

- A consciência do valor cristão da oração: é preciso dar-se conta intimamente de que a oração silenciosa e contemplativa é inseparável da existência cristã autêntica;

- A educação progressiva: trata-se de começar a dar os primeiros passos: o importante é fazê-lo na direção certa, provocando e pedindo a vontade de dar mais outros passos;

O cardeal Lustiger, publicou um livro[1] onde recolhe as palestras semanais dadas pelo arcebispo de Paris na Rádio Notre-Damem em 1984. E enuncia os seguintes passos na aprendizagem da oração:

1. Rezar cada dia, rezar em segredo. Rezar ao menos, pela manhã e pela noite
2. Fazer bem o sinal da Cruz (cf. texto de Guardini), pronunciando a fórmula trinitária;
3. Abrir a Bíblia, rezar os salmos, aprender algum deles de memória;
4. Pela manhã, oferecimento da vida;
5. Rezar durante o dia; marcar sítios e momentos próprios para rezar; pequenas pausas;
6. Rezar à mesa antes de comer: vida e comunhão;
7. Rezar à mesa, depois de comer
8. À noite fazer o exame de consciência;
9. De noite, permanecer sob o olhar de Deus;
10. À noite, rezar pelos outros: vivos e defuntos;
11. Não passar sem a Missa, ao domingo;
12. Ao Domingo, viver a alegria do repouso, da contemplação, da gratuidade
13. Ao Domingo, rezar com a Igreja
14. Preparar e prolongar a meditação dos textos da missa dominical
15. Viver a espiritualidade de cada tempo litúrgico: vigilância (advento), contemplação (natal), ascese (quaresma), alegria (páscoa), perseverança (tempo comum).
16. Pedir a Maria, que rogue por nós

- A experiência inicial: é preciso prever as formas e modos que já introduzam as pessoas, segundo os diversos graus de matu­ridade espiritual, no mundo maravilhoso da oração contempla­tiva.

A nossa pobre oração pessoal, as nossas singelas leituras da Bíblia e os momentos de adoração e silêncio, que conseguimos furtar à corrida dos compromissos quotidianos, são na verdade um "tesouro escondido" que devemos descobrir no campo da nossa vida. Trata-se de começar por aquilo que já nos é dado compreender, de viver e de pôr-se resolutamente a caminho nesta estrada, com coragem e espírito de sacrifício, tendo bem claro na mente as metas, os instrumentos e os ambientes da educação para a oração. Temos formas simples de rezar, aproveitemo-las:

a)      Recitar, repetir as orações conhecidas; são uma ajuda, uma espécie de «ponto de partida»…
b)      Fixar-se numa imagem, numa pagela, numa frase, escutar uma música…
c)       Leitura rezada: um salmo, uma oração escrita, uma poesia… para ajudar a ter ponto de conversa…
d)      Meditação de um salmo, para sair de si ao encontro de Deus e dos outros…
e)      Leitura meditada (Santa Teresa fê-la 14 anos seguidos: «não ousava começar a orar sem um livro»); trata-se de uma oração mental, destinada a disciplinar a imaginação…
f)       Oração de elevação: oração do coração: presença e silêncio, quando o “discurso” não conta

Da qualidade da oração, brotará a profundidade da fé e da esperança, a ousadia da caridade, o ardor da evangelização, a solidez das nossas famílias, a radicalidade da entrega em vocações de especial consagração. É preciso rezar muito. É urgente rezar bem. De facto, é rezando que se aprende a rezar!

O próprio Catecismo da Igreja Católica se refere à importância dos guias para a oração (artigo 3), lembrando uma nuvem de testemunhas, as grandes espiritualidades que se desenvolveram ao longo da história e apontando como servos da oração a família cristã, os ministros ordenados, os religiosos e os catequistas (cf. CIC 2688).

É preciso ser acompanhado espiritualmente?[2]

«Em certos momentos, o acompanhamento espiritual pode ser necessário para verificar que não estamos no caminho errado, para desconstruir as armadilhas da ilusão e da omnipotência», afirma a Ir. Véronique Fabre.

«Por exemplo, quando só ouvimos aquilo que temos desejo de ouvir, deixando de lado certas passagens da Bíblia com o pretexto de que não as compreendemos. O acompanhamento pode também ajudar a não avaliar a nossa oração apenas à luz da emoção».

Um conselho: o acompanhamento não é o único meio de ser ajudado a caminhar na oração. O mais importante é não ficar só. Pode ser suficiente participar num grupo para se alimentar da Palavra de Deus, aceitando ser interrogado por ela.

7. Algumas propostas, para a vida de oração do catequista

- Considerar que iniciar na vida de oração é uma das tarefas fundamentais da Catequese, que tem que realizar com competência e experiência;
- Dedicar tempo a contemplar o rosto de Cristo, na oração pessoal e litúrgica, já que a comunhão com Jesus Cristo leva o catequista a assumir o caráter orante e contemplativo que teve o Mestre, e poder assim ser guia para ensinar outros a rezar;
 - Aprender a orar, com os mesmos sentimentos com que Jesus se dirigia ao Pai: adoração, louvor, ação de graças, confiança filial, súplica, admiração. Tendo percorrido os diversos caminhos de oração, pode iniciar outros nesses caminhos;
- Saber, pelo ensinamento recebido e pela própria experiência, que o Pai-Nosso é o modelo de toda a oração cristã;
- Realizar a aprendizagem da vida quotidiana no âmbito da catequese, num clima de oração;
- Invocar a todo o momento a ajuda do Espírito Santo, para realizar o seu trabalho na catequese e unir-se estreitamente, pela oração e pela imitação á Virgem Maria.

Fonte: http://www.abcdacatequese.com/index.php/partilha/recursos/cat_view/36-catequese/216-formacao-de-catequistas/395-retiro-de-catequistas





[1] Cf. JEAN-MARIE LUSTIGER, Primeiros pasos em la oración, Ed. Paulinas, Madrid 1988.
[2] MARTINE DE SAUTO, In La Croix, Trad.: rm  © SNPC (trad.) | 19.11.10

"A catequese não prepara simplesmente para este ou aquele sacramento. O sacramento é uma consequência de uma adesão a proposta do Reino, vivida na Igreja (DNC 50)."

Documento Necessário para o Batismo e Crisma

Certidão de Nascimento ou Casamento do Batizando;

Comprovante de Casamento Civil e Religioso dos padrinhos;

Comprovante de Residência,

Cartões de encontro de Batismo dos padrinhos;

Documentos Necessários para Crisma:

RG do Crismando e Padrinho, Declaração de batismo do Crismando, Certidão ou declaração do Crisma do Padrinho, Certidão de Casamento Civil e Religioso do Padrinho/Madrinha e Crismando se casados.

Fonte: Catedral São Dimas

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Reflexão

REFLEXÃO

A porta larga que o mundo oferece para as pessoas é a busca da felicidade a partir do acúmulo de bens e de riquezas. A porta estreita é aquela dos que colocam somente em Deus a causa da própria felicidade e procuram encontrar em Deus o sentido para a sua vida. De fato, muitas pessoas falam de Deus e praticam atos religiosos, porém suas vidas são marcadas pelo interesse material, sendo que até mesmo a religião se torna um meio para o maior crescimento material, seja através da busca da projeção da própria pessoa através da instituição religiosa, seja por meio de orações que são muito mais petições relacionadas com o mundo da matéria do que um encontro pessoal com o Deus vivo e verdadeiro. Passar pela porta estreita significa assumir que Deus é o centro da nossa vida.

reflexão sobre o Dízimo

A espiritualidade do Dízimo

O dízimo carrega uma surpreendente alegria no contribuinte. Aqueles que se devotam a esta causa se sentem mais animados, confortados e motivados para viver a comunhão. O dízimo, certamente, não é uma questão de dinheiro contrariando o que muitos podem pensar. Ele só tem sentido quando nasce de uma proposta para se fazer a experiência de Deus na vida cristã. Somos chamados e convocados a este desafio.

Em caso contrario, ele se torna frio e distante; por vezes indiferente. A espiritualidade reequilibra os desafios que o dízimo carrega em si. "Honra o Senhor com tua riqueza. Com as primícias de teus rendimentos. Os teus celeiros se encherão de trigo. Teus lagares transbordarão de vinho" (Pr 3,9-10). Contribuir quando se tem de sobra, de certa forma, não é muito dispendioso e difícil. Participar da comunhão alinha o desafio do dízimo cristão.

Se desejar ler, aceno: Gn 28, 20-22; Lv 27, 30-32; Nm 18, 25-26 e Ml 3, 6-10.

Fonte : Pe. Jerônimo Gasques

http://www.portalnexo.com.br/Conteudo/?p=conteudo&CodConteudo=12

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