Liturgia Diária Comentada 05/01/2013
Tempo do Natal antes da Epifania - 1ª
Semana do Saltério
Prefácio do Natal - Ofício da II Semana
Cor: Branco - Ano Litúrgico “C” – São
Lucas
Antífona: Gálatas 4,4-5 Deus
enviou o seu Filho, nascido de mulher, para que nos tornássemos filhos
adotivos.
Oração do Dia: Deus eterno e
todo-poderoso, pela vinda do vosso Filho, vos manifestastes em nova luz. Assim
como ele quis participar da nossa humanidade, nascendo da Virgem, dai-nos
participar de sua vida no reino. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo. Amém.
LEITURAS:
Primeira Leitura: 1Jo 3,11-21
Passamos da morte para a vida, porque
amamos os irmãos.
Caríssimos, esta é a mensagem que
ouvistes desde o início: que nos amemos uns aos outros, não como Caim, que,
sendo do Maligno, matou o seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras
eram más, ao passo que as do seu irmão eram justas.
Não vos admireis, irmãos, se o mundo
vos odeia. Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os
irmãos. Quem não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia o seu irmão é um
homicida. E vós sabeis que nenhum homicida conserva a vida eterna dentro de si.
Nisto conhecemos o amor: Jesus deu a sua vida por nós. Portanto, também nós
devemos dar a vida pelos irmãos.
Se alguém possui riquezas neste mundo e
vê o seu irmão passar necessidade, mas, diante dele fecha o seu coração, como
pode o amor de Deus permanecer nele? Filhinhos, não amemos só com palavras e de
boca, mas com ações e de verdade!
Aí está o critério para saber que somos
da verdade e para sossegar diante dele o nosso coração, pois, se o nosso
coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas.
Caríssimos, se o nosso coração não nos acusa, temos confiança diante de Deus -
Palavra do Senhor.
Comentando o Evangelho (Católicos
com Jesus / Ricardo Ferreira): O ensinamento maior deixado por Jesus é que
fomos criados para amar, e viver em Cristo é reconhecer Sua presença no irmão,
usar os dons recebidos de Deus em prol da comunidade. Conseguir enxergar na dor
e na miséria do carente, o calvário de Jesus.
Como Verônica que correu ao encontro
da dor de Jesus e enxugou-lhe o rosto cansado, devemos nós fazer o mesmo pelo
irmão necessitado. Não estender a mão a aquele que se encontra no chão, não
confortar aquele que está em situação de desespero, é partilhar com Caim da
morte do irmão.
Como na oração de São Francisco: “É
dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive
para vida eterna”. Jesus dedicou sua vida e deu a sua vida, pelo amor. O mesmo
devemos fazer, melhor que juntar tesouros na terra é fazer felizes os nossos
irmãos aqui na terra. Os maiores tesouros que devemos querer aqui na terra é o
dom da partilha, o amor fraterno e a paz que só é concedida aos verdadeiros
seguidores de Jesus.
Amar como Jesus amou, é compartilhar da
dor e do sofrimento do irmão, é aceitá-lo da maneira que ele é, com seus erros,
pecados e imperfeições.
Salmo: 99 (100), 2..3. 4.5 (R.2a)
Aclamai o Senhor, ó terra inteira!
Aclamai o Senhor, ó terra inteira,
servi ao Senhor com alegria, ide a ele cantando jubilosos!
Sabei que o Senhor, só ele, é Deus. Ele
mesmo nos fez, e somos seus, nós somos seu povo e seu rebanho.
Entrai por suas portas dando graças, e
em seus átrios com hinos de louvor; dai-lhe graças, seu nome bendizei!
Sim, é bom o Senhor e nosso Deus, sua
bondade perdura para sempre, seu amor é fiel eternamente!
Evangelho: Jo 1,43-51
Tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de
Israel.
Naquele tempo, Jesus decidiu partir
para a Galiléia. Encontrou Filipe e disse: “Segue-me”.
Filipe era de Betsaida, cidade de André
e de Pedro. Filipe encontrou-se com Natanael e lhe disse: “Encontramos aquele
de quem Moisés escreveu na Lei, e também os profetas: Jesus de Nazaré, o filho
de José”. Natanael disse: “De Nazaré pode sair coisa boa?” Filipe respondeu:
“Vem ver!”
Jesus viu Natanael que vinha para ele e
comentou: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade”. Natanael
perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe te
chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. Natanael respondeu:
“Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”.
Jesus disse: “Tu crês porque te disse:
Eu te vi debaixo da figueira? Coisas maiores que esta verás!” E Jesus
continuou: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos
de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho (Antônio
Carlos Santini / Com. Católica Nova Aliança): Natanael manifesta seu espanto
quando Jesus revela um detalhe íntimo de sua vida. Era um modo de conhecer que
ia além das possibilidades humanas. Por isso, faz uma profissão de fé. É quando
Jesus promete: “Verás o céu aberto e os Anjos de Deus subir e descer sobre o
Filho do homem.”
Jesus de Nazaré declarava sua
divindade e sua origem “celeste”. Afinal, o “céu” é, na Bíblia, o lugar de
Deus, sua sublime morada. Uma esfera vedada ao humano, já que o Éden – o
“Paraíso” – estava fechado desde Gênesis 3, com seus portões guardados por um
querubim armado por uma espada fulminante.
Quando os céus se abrem, Deus se
manifesta. Foi o que aconteceu no “sonho” de Jacó (cf. Gn 28,12ss), quando o
patriarca via uma escada que se apoiava na terra e tocava o alto do céu; anjos
de Deus subiam e desciam pela escada. No alto, Deus se dirigia a Jacó-Israel
com bênçãos e promessas. No Novo Testamento, foi a vez de Pedro ver “os céus
abertos”, com a visão da toalha e a voz do Senhor (cf. At 10,11ss). Também
Estevão, o protomártir, fora apedrejado sob a acusação de blasfêmia, exatamente
ao dizer que via “os céus abertos e Jesus à direita de Deus” (cf. At 7,56).
Percebe-se nesta maneira de ver e
pensar, uma visão em que céus e terra são “esferas” independentes e separadas:
o mundo de Deus e o mundo dos homens. Aqui e ali, em situações especiais, os
céus se abriam e descia um anjo de Deus ou o próprio Senhor se manifestava em
uma teofania, como na sarça ardente, com Moisés (Ex 3), ou na visão de Daniel (Dn
7,13ss).
Até então, era impensável a hipótese
de uma verdadeira “invasão” do divino na história dos homens. E foi isto que
ocorreu com a Encarnação do Verbo de Deus. Ao nascer de Mulher, gerado pela
ação do Espírito Santo na Virgem Maria, o Filho de Deus estende uma ponte
permanente entre o céu e a terra. Nele, diz a Carta aos Hebreus, temos um
“caminho novo” para Deus (Hb 10,20). Não só é um canal de mediação, mas é
presença viva entre os homens, o autêntico Deus-conosco, que se dá como
alimento em cada Eucaristia.
Assim, na celebração eucarística, ao
som do coral angélico que canta “Santo, Santo, Santo”, novamente se abrem os
céus e o Deus vivo se faz nosso conviva, divinizando nossa frágil humanidade.
Razão suficiente para o fiel tornar-se adorador.
INTENÇÕES PARA O MÊS DE JANEIRO:
Geral – Conhecimento do Mistério de
Cristo: Que neste "Ano da Fé" os cristãos possam aprofundar no
conhecimento do mistério de Cristo e testemunhar nossa fé com alegria.
Missionária – Comunidades cristãs do
Oriente Próximo e Médio: Que as comunidades cristãs do Oriente Próximo
e Médio, recebam a força da fidelidade e a perseverança, em particular quando
são discriminadas.
TEMPO LITÚRGICO:
Cor Litúrgica: BRANCO - Simboliza a
alegria cristã e o Cristo vivo. Usada nas missas de Natal, Páscoa, etc... Nas
grandes solenidades, pode ser substituída pelo amarelo ou, mais
especificamente, o dourado.
Tempo do Natal: A salvação prometida
por Deus aos homens em suas mensagens aos patriarcas e profetas, torna-se
realidade concreta na vinda de Jesus o salvador. O eterno Filho de Deus, feito
homem, é a mensagem conclusiva de Deus aos homens: ele é aquele que salva.
O nascimento histórico de Jesus em
Belém é o sinal de nosso misterioso nascimento à vida divina. O Filho de Deus
se fez homem para que os homens se pudessem tornar filhos de
Deus. Este nascimento é o início de nossa salvação, que se completará pela
morte e ressurreição de Jesus. No pano de fundo do Natal já se entrevê o
mistério da Páscoa. Os dias que vão do Natal à Epifania e ao Batismo do Senhor
devem ajudar-nos a descobrir em Jesus Cristo a divindade de nosso irmão e a
humanidade de nosso Deus. Os textos litúrgicos deste tempo convidam à alegria,
mas apresentam também riqueza de doutrina. Convidam-nos constantemente a dar
graças pelo misterioso intercâmbio pelo qual participamos da vida divina de
Cristo. Enquanto nos faz participantes do amor infinito de Deus, que se
manifestou em Jesus, a celebração do Natal abre-nos à solidariedade profunda
com todos os homens.
Para a celebração
Tempo de Natal começa com as primeiras
Vésperas de Natal e termina no domingo depois da Epifania, ou seja, o domingo
que cai após o dia 6 de janeiro.
A liturgia do Natal do Senhor
caracterizada pela celebração das três Missas natalinas (meia-noite, de manhã.
durante o dia), inicia-se com a Missa vespertina "na vigília", que
faz parte da solenidade.
A solenidade do Natal prolonga sua
celebração por oito dias contínuos, que são indicados como Oitava de Natal.
Esta é assim ordenada:
· No domingo
imediatamente após o Natal celebra-se a festa da sagrada Família; nos anos em
que falta esse domingo, celebra-se esta festa a 30 de dezembro;
· 26 de dezembro é a
festa de santo Estevão, protomártir;
· 27 de dezembro é o
dia da festa de são João, apóstolo e evangelista;
· 28 de dezembro
celebra-se a festa dos Santos Inocentes;
· os dias 29, 30 e 31
de dezembro são dias durante a oitava, nos quais ocorrem também memórias
facultativas;
· no dia 1º de janeiro,
oitava de Natal, celebra-se a solenidade de Maria, Mãe de Deus, na qual também
se comemora a imposição do santo nome de Jesus.
As festas acima enumeradas, quando caem
em domingo, deixam o lugar à celebração do domingo; se, porém, em algum lugar
forem celebradas como "solenidades", neste caso têm precedência sobre
o domingo. Fazem exceção as festas da sagrada Família e do Batismo do Senhor;
que tomam o lugar do domingo.
Os dias de 2 de janeiro ao sábado que
precede a festa do Batismo do Senhor (domingo depois da Epifania) são
considerados dias do Tempo de Natal. Entre 2 e 5 de janeiro cai, habitualmente,
o II domingo depois de Natal; a 6 de janeiro celebra-se a solenidade da
Epifania do Senhor. Nas regiões em que esta solenidade não é de preceito, sua
celebração é transferida para 2 e 8 de janeiro, conforme normas particulares
anexas a essa transferência.
Com a festa do Batismo do Senhor
(domingo depois da Epifania) termina o Tempo natalino e principia o Tempo comum
(segunda-feira da 1ª semana); portanto, omitem-se as férias que naquele ano não
podem ter celebração.
Para a celebração da Eucaristia nas
férias do Tempo natalino:
· os dias 29, 30 e 31
de dezembro (que fazem parte da oitava de Natal) tem formulário próprio para
cada dia (Oracional + Lecionário). A memória designada para esses dias (29 e
31) no calendário perpétuo pode achar lugar na Missa da oitava, substituindo a
coleta dessa Missa pela do santo (ver n. 3);
· os dias de 2 de
janeiro ao sábado que precede a festa do Batismo do Senhor têm um Oracional
próprio (Missal), disposto segundo os dias da semana (isto é da segunda-feira
ao sábado), com um ciclo fixo de leituras (Lecionário) que segue os dias do
calendário; a "coleta" muda conforme a indicação lá referida.
Diz-se o Glória nas Missas durante a
oitava de Natal. O Prefácio que dá início à Oração eucarística (I,II, III) é
próprio do Tempo do Natal-Epifania:
· o de Natal (com três
textos à escolha) é rezado durante a oitava e nos outros dias do Tempo
natalino;
· o da Epifania diz-se
nos dias que vão da solenidade da Epifania ao sábado que precede a festa do
Batismo do Senhor (domingo depois da Epifania).
A cor das vestes litúrgicas nas Missas
feriais do Tempo natalino é a branca.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo
Apóstolo