Liturgia
Diária Comentada 04/02/2014 Terça-feira
4ª
Semana do Tempo Comum - 4ª Semana do Saltério
Prefácio
próprio - Ofício do dia
Cor:
Verde - Ano Litúrgico “A” - São Mateus
Antífona:
Salmo 105,47 - Salvai-nos, Senhor nosso Deus, reuni vossos
filhos dispersos pelo mundo, para que celebremos o vosso santo nome e
nos gloriemos em vosso louvor.
Oração
do Dia: Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o
coração e amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Amém!
LEITURAS:
Primeira
Leitura: 2Sm 18,9-10.14b.24-25a.30-19,3
Naqueles
dias, Absalão encontrou-se por acaso na presença dos homens de
Davi. Ia montado numa mula e esta meteu-se sob a folhagem espessa de
um grande carvalho. A cabeça de Absalão ficou presa nos galhos da
árvore, de modo que ele ficou suspenso entre o céu e a terra,
enquanto a mula em que ia montado passou adiante. Alguém viu isto e
informou Joab, dizendo: “Vi Absalão suspenso num carvalho”. Joab
tomou então três dardos e cravou-os no peito de Absalão.
Davi
estava sentado entre duas portas da cidade. A sentinela que tinha
subido ao terraço da porta, sobre a muralha, levantou os olhos e
divisou um homem que vinha correndo, sozinho. Pôs-se a gritar e
avisou o rei, que disse: “Se ele vem só, traz alguma boa nova”.
O rei disse-lhe: “Passa e espera aqui”. Tendo ele passado e
estando no seu lugar, apareceu o etíope e disse: “Trago-te, senhor
meu rei, a boa nova: O Senhor te fez justiça contra todos os que se
tinham revoltado contra ti”.
O
rei perguntou ao etíope: “Vai tudo bem para o jovem Absalão?” E
o etíope disse: “Tenham a sorte deste jovem os inimigos do rei,
meu senhor, e todos os que se levantam contra ti para te fazer o
mal!” Então o rei estremeceu, subiu para a sala que está acima da
porta e caiu em pranto. Dizia entre soluços: “Meu filho Absalão!
Meu filho, meu filho Absalão! Por que não morri eu em teu lugar?
Absalão, meu filho, meu filho!”
Anunciaram
a Joab que o rei estava chorando e lamentando-se por causa do filho.
Assim, a vitória converteu-se em luto, naquele dia, para todo o
povo, porque o povo soubera que o rei estava acabrunhado de dor por
causa de seu filho. - Palavra do Senhor.
Comentário:
A guerra tinha chegado a tal ponto que já não era possível impedir
um combate frente a frente com o exército de Absalão (filho de
Davi). Davi que o amava ternamente, dá ordens rigorosas no sentido
de que ele seja poupado de qualquer maneira, porem Joab não
partilhava do mesmo pensamento. Joab estava mais interessado no bem
do rei e da cidade.
Em
face da morte, Absalão não é mais o rebelde, mas somente o filho.
Considerações decorrentes de razão de estado estimulam os
colaboradores de Davi a soluções radicais. Em Davi prevalece a
piedade, a dor e o amor. É uma imagem tocante de Deus Pai, cuja
maior alegria está em perdoar o filho prodigo e readmiti-lo,
arrependido e renovado, na intimidade de sua casa.
Salmo: 85(86),
1-2. 3-4. 5-6 (R. 1a)
Inclinai
vosso ouvido, ó Senhor, e respondei-me!
Inclinai,
ó Senhor, vosso ouvido, escutai, pois sou pobre e infeliz!
Protegei-me, que sou vosso amigo, e salvai vosso servo, meu Deus, que
espera e confia em vós!
Piedade
de mim, ó Senhor, porque clamo por vós todo o dia! Animai e alegrai
vosso servo, pois a vós eu elevo a minh’alma.
Ó
Senhor, vós sois bom e clemente, sois perdão para quem vos invoca.
Escutai, ó Senhor, minha prece, o lamento da minha oração.
Evangelho:
Mc 5,21-43
Naquele
tempo, Jesus atravessou de novo, numa barca, para a outra margem. Uma
numerosa multidão se reuniu junto dele, e Jesus ficou na praia.
Aproximou-se, então, um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo.
Quando viu Jesus, caiu a seus pés, e pediu com insistência: “Minha
filhinha está nas últimas. Vem e põe as mãos sobre ela, para que
ela sare e viva!” Jesus então o acompanhou.
Numerosa
multidão o seguia e comprimia. Ora, achava-se ali uma mulher que, há
doze anos, estava com hemorragia; tinha sofrido nas mãos de muitos
médicos, gastou tudo o que possuía, e, em vez de melhorar, piorava
cada vez mais. Tendo ouvido falar de Jesus, aproximou-se dele por
detrás, no meio da multidão, e tocou na sua roupa. Ela pensava: “Se
eu ao menos tocar na roupa dele, ficarei curada”. A hemorragia
parou imediatamente, e a mulher sentiu dentro de si que estava curada
da doença.
Jesus
logo percebeu que uma força tinha saído dele. E, voltando-se no
meio da multidão, perguntou: “Quem tocou na minha roupa?” Os
discípulos disseram: “Estás vendo a multidão que te comprime e
ainda perguntas: ‘Quem me tocou’?” Ele, porém, olhava ao redor
para ver quem havia feito aquilo. A mulher, cheia de medo e tremendo,
percebendo o que lhe havia acontecido, veio e caiu aos pés de Jesus,
e contou-lhe toda a verdade. Ele lhe disse: “Filha, a tua fé te
curou. Vai em paz e fica curada dessa doença”.
Ele
estava ainda falando, quando chegaram alguns da casa do chefe da
sinagoga, e disseram a Jairo: “Tua filha morreu. Por que ainda
incomodar o mestre?” Jesus ouviu a notícia e disse ao chefe da
sinagoga: “Não tenhas medo. Basta ter fé!” E não deixou que
ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e seu irmão João.
Quando
chegaram à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu a confusão e como
estavam chorando e gritando. Então, ele entrou e disse: “Por que
essa confusão e esse choro? A criança não morreu, mas está
dormindo”. Começaram então a caçoar dele. Mas, ele mandou que
todos saíssem, menos o pai e a mãe da menina, e os três discípulos
que o acompanhavam.
Depois
entraram no quarto onde estava a criança. Jesus pegou na mão da
menina e disse: “Talitá cum” - que quer dizer: “Menina,
levanta-te!” Ela levantou-se imediatamente e começou a andar, pois
tinha doze anos. E todos ficaram admirados. Ele recomendou com
insistência que ninguém ficasse sabendo daquilo. E mandou dar de
comer à menina. - Palavra da Salvação.
Comentário:
Marcos apresenta dois episódios que se encerram na mesma conclusão:
“Fé”. Vamos analisar primeiro o caso da mulher que sofria de
hemorragias há doze anos.
Partimos
do ponto onde uma numerosa multidão espremia Jesus. Realmente é de
causar espanto a pergunta “Quem tocou minhas vestes?” Sem sombra
de dúvidas as pessoas que ali se encontravam desejavam ter um
contato com Jesus, cada um com certeza tinha o seu pedido a fazer,
temos por experiência o que acontece nos nossos dias quando alguém
famoso é colocado no meio do povo. Muitas pessoas seguravam o braço
de Jesus dizendo: “Senhor cura-me!”, então vem a pergunta que
não quer calar: O que realmente fez com que Jesus parasse? O que
diferenciou está mulher dos outros?
Vejamos,
traçando um paralelo entre ela e leproso (Mc 1,40), ambos foram
movidos pela mesma fé que rompe barreiras, agiram de forma audaciosa
ao se colocar na presença de Jesus, enfrentaram o preconceito, a
humilhação e a rejeição.
Diante
da pergunta de Jesus a mulher temerosa lança-se a seus pés. Aqui
cabe uma observação, o temor não era da pessoa de Jesus, pois pela
cura operada ela tinha agora a certeza do amor misericordioso do
enviado de Deus. O medo certamente era em função da “Lei da
Pureza” que excluía a pessoa do convívio social não dando a
oportunidade de ser curada. Jesus contrariando a Lei que oprime e
exclui, acolhe a filha amada e expressa que pela fé na Boa Nova
alcançou a salvação.
Agora
na historia de Jairo a atitude dele diante de Jesus (“ao ver Jesus
ele se prostra a seus pés e suplica-lhe com insistência”),
assemelha-se a do possuído da Decápole, porque o gesto de Jesus foi
diferente? É lógico que Jesus reconheceu em Jairo a mesma
preocupação que Deus tem para com seus filhos que se encontram em
pecado.
Jairo
como responsável pela sinagoga, ser visto na companhia de Jesus que
era tido como impuro e descumpridor das leis, era um risco muito
grande que só alguém desejoso por mudança poderia realizar. A sua
profissão de fé, “impõe-lhe as mãos para que seja salva e viva”
(v.23), já sinaliza para alguém que acredita que a profecia
tornou-se realidade.
É
interessante a atitude de Jesus para com Jairo ao ser informado da
morte da filha. “Não tenhas medo; somente fé” (v.36). Quantas
vezes Jesus já falou a mesma frase para nós? Diante das
dificuldades não podemos nos entregar ao conformismo e a lamuria, e
sim acreditar que o Deus da vida, através de Jesus, faz parte da
nossa história.
Marcos
apresenta um relato bem interessante nos versículos finais. Vamos
primeiro recordar as “Bodas de Caná” (Jo 2,6), era uma festa e
lá precisava ocorrer um milagre, tinham eles seis talhas, (seis um
número incompleto), mas para o milagre acontecer era preciso mais um
componente (sete a perfeição). No caso de Jairo, um momento de
tristeza, aqui também há a necessidade de um milagre, quantas
pessoas estavam no quarto, a menina, o pai, a mãe, Pedro, Tiago e
João, (seis). Não importa a quantas anda nossa vida, seja jubilosa
ou amargurada, sem a presença de Jesus nunca alcançaremos a
perfeição e a plenitude. - (Ricardo e Marta)
INTENÇÕES
PARA O MÊS DE FEVEREIRO:
Geral
– Idosos na Igreja e na sociedade: Para que a sabedoria e
experiência de vida dos idosos sejam reconhecidas na Igreja e na
sociedade.
Missionária
– Colaboração na missão: Para que os sacerdotes,
religiosos e leigos colaborem com generosidade na missão de
evangelizar.
TEMPO
LITÚRGICO:
Tempo
Comum: O Tempo Comum começa no dia seguinte à Celebração
da Festa do Batismo do Senhor e se estende até a terça-feira antes
da Quaresma. Recomeça na segunda-feira depois do domingo de
Pentecostes e termina antes das Primeiras Vésperas do 1º Domingo do
Advento NALC 44.
Cor
Litúrgica: VERDE - Simboliza a esperança que todo
cristão deve professar. Usada nas missas do Tempo Comum.
Fique
com Deus e sob a proteção da Sagrada Família
Ricardo
Feitosa e Marta Lúcia
Fonte:
CNBB / Missal Cotidiano