Para um sacerdote que leva a sério sua vida interior e o respeito ao sacramento do Matrimônio, presidir tal ato, torna-se grande sacrifício e peso de consciência.
Mas o estrago que vem sendo provocado, em muitos casamentos, é a desvalorização do ato como bênção de Deus. A estrutura e a valorização da beleza externa rouba a cena e acaba desvalorizando o sagrado. A Palavra de Deus é lançada para segundo plano.
Para começar, muitos são os casais que querem celebrar o ato sagrado em casas de evento, porque lá é o local da festa social e é mais cômodo para seus convidados. Aqui, a bênção em um local sacro que leva à interiorização do ato, não conta. Conta sim, a beleza do local que foi preparado para a festa, as despesas que são reduzidas e a comodidade. Sutilmente o ato social está ganhando do ato sagrado... Verdade!
Em noites de casamento, muitas igrejas “são transformadas” em passarelas para desfiles de moda. Uma roupa nova tem de ser comprada para cada evento. A noiva tem que atrasar porque é tradição, fica chique e chama mais a atenção. A funcionária da casa de evento tem que levar um lencinho para enxugar o suor do rosto da noiva, ainda que tire a atenção do ato divino que precisa concentração. O cinegrafista circula livremente, não importando se toma a frente dos noivos ou do padre, pois, o mais importante é que a filmagem capte todos os detalhes...
Estamos chegando à beira da banalização do ato divino que é a bênção de uma nova família. O que mais assusta é que muitos desses casamentos são de familiares de pessoas que fazem parte da caminhada de Igreja. Isso angustia. Para um sacerdote que leva a sério sua vida interior e o respeito ao sacramento do Matrimônio, presidir tal ato, torna-se grande sacrifício e peso de consciência.
(Publicado no blog do Pe. Rosivaldo Motta, CCsR)