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SEGUNDA,
06 OUTUBRO 2014 18:12
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CNBB
A
3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos foi
iniciada, ontem, dia 5, com a missa celebrada na Basílica de São
Pedro, no Vaticano. Na ocasião, o papa Francisco comentou a liturgia
do dia, que recorda a imagem da vinha do Senhor, “projeto de Deus
para a humanidade”. Ao relacionar com o acontecimento do Sínodo, o
pontífice afirmou que os participantes são “chamados a trabalhar
na vinha do Senhor”.
De
acordo com Francisco, as assembleias sinodais não servem para “para
discutir ideias bonitas e originais, nem para ver quem é mais
inteligente”, por outro lado tem a função de “cultivar e
guardar melhor a vinha do Senhor, para cooperar no seu sonho, no seu
projeto de amor a respeito do seu povo”. O cuidado com a família,
considerada parte integrante do desígnio de amor para a
humanidade, será debatido no encontro a partir do tema “Os
desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização”.
Em
sua homilia, o papa afirmou que “o sonho do Senhor é o seu povo”
e que, assim como as videiras, Ele plantou e cultivou com amor
paciente e fiel “para se tornar um povo santo, um povo que produza
muitos e bons frutos de justiça”. A vinha inculta e com frutos
selvagens encontra sua causa na “ganância de poder e de dinheiro”
dos agricultores.
Para
Francisco, os vinhateiros “arruínam o projeto do Senhor pois não
trabalham para Ele, mas só para os seus interesses, carregando sobre
os ombros do povo pesos insuportáveis. Quando, na verdade, a tarefa
dos líderes do povo é cultivar a vinha com liberdade, criatividade
e diligência”.
A
formação de um povo santo que pertença a Deus e produza bons
frutos é, segundo Francisco, o desejo do Senhor, e os 191 padres
sinodais, que até o dia 19 de outubro discutirão sobre a família,
devem ter seus pensamentos e projetos apontados para esta indicação.
“Para cultivar e guardar bem a vinha, é preciso que os nossos
corações e as nossas mentes sejam guardados em Cristo Jesus pela
‘paz de Deus que ultrapassa toda a inteligência’, como diz São
Paulo”, lembrou o bispo de Roma.
Clareza
Hoje,
dia 6, as atividades tiveram início às 9h, com debate sobre
“matrimônio e família”. Num breve discurso de introdução, o
papa Francisco deu orientações aos padres sinodais sobre seus
posicionamentos. “Falar claro é condição básica”, exortou.
“Que ninguém diga ‘isso não se pode dizer, fulano pensará isso
ou aquilo de mim’. É preciso dizer tudo o que se sente, a verdade
sem temores”, afirmou.
Francisco
contou que, em fevereiro, durante o último consistório, um cardeal
escreveu para ele lamentando que nem todos os presentes tiveram
coragem de dizer algumas coisas “por respeito ao papa, pensando que
ele pensasse de forma diferente”.
“Isto
não é certo, não é sinodalidade, porque os padres sinodais devem
dizer tudo o que, no Senhor, sentem que têm que dizer, sem
pavor. Ao mesmo, deve-se escutar com humildade e acolher, de coração
aberto, o que dizem os irmãos. Com estas duas atitudes, se exerce a
sinodalidade”, explicou o papa.
Em
entrevista à Rádio Vaticano, o arcebispo de São Paulo (SP),
cardeal Odilo Pedro Scherer, reiterou o desejo de conhecer as
realidades enfrentadas pela família no mundo todo. “O sínodo é
convocado para que faça aparecer a voz e o pensamento da Igreja, ou
seja, das igrejas nos diversos lugares, como nas dioceses, as
conferências episcopais que os bispos representam. Sobretudo, o papa
quer ouvir para depois ter uma palavra da Igreja a respeito desse
assunto”, explicou dom Odilo.
O
arcebispo de Budapeste, na Hungria, e presidente-delegado do Sínodo,
cardeal Peter Erdo, apresentou o relatio
ante disceptationem (relatório
precedente ao debate). Ele recordou o papa Paulo VI, quando afirmou
que “a família não é só sujeito de evangelização, mas sujeito
primário no anúncio da Boa Nova de Cristo”. Diante disso,
considera ser necessária “a incessante compreensão e atualização
do Evangelho da Família, e os problemas familiares mais graves devem
ser considerados como ‘sinal dos tempos’”.
Divorciados
recasados, preparação de sacerdotes para trabalhar com
aconselhamento de casais sobre a validez de sua união e dificuldades
sociais e culturais que pesam na vida matrimonial e familiar foram
elementos apresentados no relatório. O documento sugeriu “dar
respostas reais e impregnadas de caridade aos problemas que,
especialmente hoje, tocam a existência da Família”.
Com
informações da Rádio Vaticano
Com
fotografia da Rádio Vaticano e agência AFP
http://www.cnbb.org.br/imprensa-1/internacional/417-sinodo-dos-bispos-sobre-a-familia/15108-no-sinodo-dos-bispos-somos-chamados-a-trabalhar-para-a-vinha-do-senhor-afirma-o-papa