Dom José Maria Maimone
Salmo da Organização da Criação
- SEGUNDA, 18 MAIO 2015 13:33
- CNBB
Dom José Maria Maimone
Bispo emérito de Umuarama (PR)
Hoje meditei sobre o salmo 103, que se encontra no Ofício das Leituras do 7º Domingo da Páscoa, usando o meu livro “Os Salmos dos Cristãos”.
Como é bonito e confortante a gente observar o carinho e cuidado com que Deus criou todas as coisas e determinou como elas deveriam permanecer para glorificar o Criador. Pena que muitas coisas, principalmente os humanos, se transviaram tomando atitudes contrárias às desejadas por Deus.
Aqui pude compreender porque se diz que o pecado é a raiz de todos os males do mundo.
Vou tomar alguns versículos do salmo que poderão nos ajudar a degustar a harmonia desejada por Deus em toda a criação:
“Senhor, eu vos louvo e bendigo com todo o meu ser. Ó meu Deus, como sois grande. De beleza e majestade estais vestido e a luz vos envolve como um manto” (vv. 1 e 2).
Deus é grande e belo. Não fosse assim não podia ter criado tanta coisa e tão lindas. O v. 2 nos coloca no clima do tempo litúrgico: Páscoa e Ascensão. Jesus se revestiu da glória divina.
Os v. 4 nos mostra, de maneira figurada, como Deus usa suas criaturas de maneira que a gente nem poderia imaginar: “Usais os ventos como mensageiros e as labaredas do fogo como vossas servidoras”. Para nós, geralmente, as ventanias e o fogo só causam estragos.
Muitas vezes escutamos os incrédulos dizerem que Deus se esqueceu de nós. Este salmo nos mostra como Deus cuida com muito carinho, não apenas das pessoas, mas também de todos os animais, plantas e minerais.
O salmo diz: “Do céu enviais as chuvas para os montes e não deixais faltar à terra a água necessária” (13).
“Fazeis nascer o capim para os animais e dais crescimento às verduras e cereais que o homem cultiva. Assim a terra lhe dá o necessário para viver: vinho para torná-lo alegre, óleo para ungir seu corpo, pão para lhe dar vigor” (14-15).
“Vós cuidais das árvores... Ali as aves fazem seus ninhos, as cegonhas fazem sua casa no topo dos pinheiros; os cabritos selvagens vivem nas altas montanhas, e as ratazanas se escondem nas frestas dos rochedos” (16-18).
Tudo isso nos faz lembrar as palavras de Jesus: “Quanto valem dois passarinhos? Uma ninharia, não é verdade? No entanto nenhum deles cai no chão sem a permissão do Pai do céu... Não tenhais medo, pois valeis bem mais que muitos pássaros” (Mt 10, 29-31).
E para terminar, uma alusão maravilhosa ao Espírito Santo: “Quando enviais o vosso espírito tudo é criado e, assim renovais a face da terra” (30).
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