33º
DOMINGO DO TEMPO COMUM - 15
de novembro de 2015
Dom Vilson
DIOCESE DE LIMEIRA
“Ele enviará os anjos para reunir os seus eleitos, da extremidade da terra à extremidade do céu”
(Mc 13,27
Leituras:
Daniel 12, 1-3; Salmo 16 (15), 5.8.9-10.11 (R/. 1a); Carta aos
Hebreus 10,11-14.18; Marcos 13, 24-32
COR
LITÚRGICA: VERDE
Animador:
A
celebração de hoje nos motiva a assumir a condição de peregrinos
nesta terra, onde tudo é passageiro e provisório. O céu e a terra
passarão, mas a Palavra de Deus não passará. Ele nos pede
vigilância e discernimento ativo dos sinais dos tempos, em atitude
de esperança pela manifestação gloriosa da majestade do Senhor.
1.
Situando-nos
Penúltimo
domingo do ano litúrgico. Já estamos em meados de novembro; e o ano
civil de 2015 também já vai se aprontando para dar lugar ao novo. E
as pessoas a toda hora comentam: “O tempo passa tão rápido, cada
vez mais rápido”. É o tempo cronológico da nossa cultura
consumista assustando nossos corpos cada vez mais afoitos com tanas
coisas a fazer. Afoitos e distraídos. Tao distraídos que deixamos
de perceber e curtir o natural fluir da vida e do tempo; temos
dificuldades de perceber que o tempo traz sempre, dentro dele, uma
mensagem.
Ao
mesmo tempo, pela instantaneidade das comunicações na mídia, somos
também “distraídos” por enxurradas de notícia internacionais
referentes a sangrentos conflitos ente etnias, povos, países,
religiões, culturas. Guerras e guerrilhas brutais, desespero e fome,
migrações em massa, naufrágios, muita morte, tudo é notícia.
Terremotos, tsunamis, tufões e tornados devastadores, secas
enchentes, milhares de vidas ceifadas ou desabrigadas. Também isso
“entretém”. Parece o fim do mundo a engolir o tempo até dos
vivos. Sem precisar ir muito longe: “Mensalões” e “petrolões”,
corrupções e insanas” “camuflagens” (também midiáticas!),
de longa data e todo tipo, sugando o sangue dos pobres. Um mundo sem
fim de “notícias negativas” atropelando o tempo e nos fazendo
cegos e insensíveis ao seu verdadeiro sentido.
Dentro
deste contexto, reunimo-nos hoje para ouvir a Palavra e celebrar um
outro Tempo: o Tempo do Deus de Jesus Cristo a relativizar nosso
tempo fugas para nos fazer mergulhar no eterno Tempo sem males.
2.
Recordando a Palavra
Jesus
se dirige hoje aos seus discípulos comum discurso à primeira vista
apavorante (cf. Mt 13, 24-32). Fala de grande tribulação seguida do
sol escurecendo, da lua perdendo seu brilho, das estrelas caindo do
céu, das forças do céu sendo abaladas. Verdadeira sensação de
fim de mundo! E diz que “então vocês verão o Filho do Homem
vindo nas nuvens com grande poder e glória” (v.26); e os anjos
serão por ele enviados para reunir de todos os cantos da terra todos
os “eleitos de Deus” (v.27).
Já
observaram o que se sente quando os ramos da figueira ficam verdes e
as suas folhas começam a brotar? Sente-se que o verão está as
portas. Mesma coisa – conclui Jesus – “quando vocês virem
essas coisas acontecendo, fiquem sabendo que o Filho do Homem está
próximo” (v.28-29). “E digo mais” – afirma Jesus -, “tudo
isto vai acontecer” ainda nesta geração. O céu e a terra vão
passar, “mas as minhas palavras não passarão” (v.30-31). E em
que dia e hora isso vai acontecer? “Ninguém sabe” – afirma o
Mestre -, “nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai”
(v.32).
Realiza-se,
pois, a profecia de Daniel, como ouvimos na primeira leitura (Dn 12,
1-3), que anuncia “um tempo de angústia como nunca houve” (v.1),
mas dentro do qual os justos serão salvos, despertarão para avida
eterna; os sábios brilharão como as estrelas, por toda a
eternidade” (v.2-3). Logo, o justo que se refugia totalmente em
Deus pode se sentir sempre seguro, confiante, inabalável, tranquilo,
eternamente feliz e alegre. Por isso que em meio às angústias da
vida podemos confiantes cantar o Salmo 16, em cujo refrão pedimos:
“Protege-me, ó Deus em ti me refúgio” (1a).
Ora,
se Cristo, tendo passado pela angústia mais atroz, ofereceu-se
inteiramente ao Pai por nós e nos santificou, como ouvimos na
segunda leitura (cf. Hb 10,11-14.18), com muito mais razão podemos
também nós confiantes em Deus quando somos rodeados de tormentos,
por piores que sejam.
3.
Atualizando a Palavra
Pelo
fato de vivermos neste mundo, estamos sujeitos a passar por
assustadoras situações de todo tipo, até com cheiro de “fim do
mundo”. Foi a experiência vivida pelas comunidades cristãs
primitivas. Elas viviam em contextos sociais de tremendos conflitos
políticos e culturais, guerras e guerrilhas, massacres e, pior
ainda, de cruéis perseguições contra os próprios cristãos. Sem
contar os contextos amedrontadores de acidentes naturais, certamente
conhecidos e até vividos por muitos. E é dentro desse contexto que
o Espírito faz ver – também pelo evangelho de Marcos – uma
mensagem de fé cristã.
Esta
mensagem é passada pelo evangelista mediante um gênero literário
típico, herdado da tradição judaica, com a intenção de
“fortalecer” a esperança do povo em tempos de crise”.
Chamam-no de gênero
apocalíptico.
Com
certeza, as situações conhecidas e vividas pelas primitivas
comunidades cristãs eram às vezes tão cruéis que muitos chegavam
a se questionar: será que, com tudo isso, vale a pena ser cristão,
discípulo e discípula de Jesus Cristo? Tem algum sentido? Era a
tentação do desânimo total no caminho cristão, pessoal e
comunitário.
E
é ai que entra o evangelista com a mensagem de fé: usando o gênero
apocalíptico, imagina a possibilidade real até dos mais
assustadores acontecimento cósmicos, inclusive o fim de tudo. Como
que para dizer: mesmo assim, não se intimidem, não desanimem,
tenham coragem, pois o Filho do Homem que já passou pela tragédia
do sofrimento, da cruz e da morte, venceu e, ressuscitado, se faz
presente “com grande poder e glória” também em nossas tragédias
e sofrimentos (v.26). Este será o grande e permanente fator que nos
une a todos como “eleitos de Deus” (v.27) e nos estimula a fé no
Ressuscitado presente na história humana, a fé e confiança no
Reino acontecendo no “hoje” de todos os tempos.
“’Aprendam
com figueira’ (v.28): precisamos ter uma atitude de vigilância.
Trata-se de descobrir no fundo de cada pessoa e de cada acontecimento
que o Reino está presente e cresce (cf. Mc 4,26-29). A leitura
cristã da realidade não fica só na superfície. Se não formos
mais fundo, corremos o risco de sermos infiéis, de tomar outros
caminhos, que não são o do Reino assumido por Jesus, cujo cume foi
a ressurreição passando pela cruz” (ROMAGUERRA,
J. M. El evangelioen médio a la vida. Domingos y fiestas del ciclo
B.Op. cit., p. 175).
Vale
lembrar que as palavras de Jesus, da Liturgia de hoje, foram ditas
precisamente em Jerusalém; as portas da paixão, portanto). Tudo é
passageiro, “mas as minhas palavras não passarão” – afirma
Jesus – (v 31). Acreditem, portanto, e, crendo, vocês não vão
esmorecer no compromisso com o Reino, mesmo enfrentando as piores
tragédias.
Mas
quando vai acontecer tudo isso? Aí ouvimos Jesus dizendo: “Ninguém
sabe! Nem o Filho o sabe, mas somente o Pai” (v.32). Isso é tudo,
e pronto! Cultivando esta consciência, vivam então o Amor!
“As
catástrofes e perseguições não pressagiam a vitória do mal.
Jesus convida (v.31) a aproveitar essa oportunidade para nos
convertermos e passar o medo – experiência humana natural -
`confiança de que o Espírito atua. Ocasião de sermos fiéis ao
Amor. Assim podemos ter uma visão positiva da história, como lugar
da ação amorosa de Deus, como lugar em que podemos amar”
(Ibidem). Não esmoreçam, portanto, no seguimento do Mestre Jesus
presente e atuante por seu Espírito na história da humanidade.
4.
Ligando a Palavra com ação litúrgica
Por
isso, dentro desta perspectiva, no início desta celebração fizemos
este pedido: “Senhor, nosso Deus, fazei que a nossa alegria
consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos
felicidades completa, servindo a Vós, o criador de todas as coisas”.
Em outras palavras, que, conscientes do Filho de Deus fazendo parte
de nossa história, tenhamos imenso prazer, alegria e felicidade, em
servir o projeto do Reino de Deus.
“Anunciamos,
Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde,
Senhor!”: é a Páscoa acontecendo e sempre se fazendo presente,
que celebramos. E, enfim, depois de participar desta Ceia pascal do
Senhor neste domingo, fazemos a Deus estre significativo pedido:
“Tendo recebido em comunhão o Corpo e Sangue de vosso Filho,
concedei, ó Deus, possa esta Eucaristia que ele mandou celebrar em
sua memória fazer-nos crescer em caridade”. Em outras palavras,
que essa Eucaristia, memorial da Páscoa de Jesus, nos eduque e nos
fortaleça na prática do projeto salvador do Reino de Deus por ele
inaugurado, passando pelo sofrimento, a cruz e a morte, e culminando
na ressurreição. Amém!
Oração
dos fiéis:
Presidente:
Como caminheiros que se dirigem à casa do Pai, façamos nossas
preces e peçamos a graça de caminhar nos caminhos que conduzem à
eternidade.
1.
Senhor, fazei que a Igreja com a prática da justiça brilhe no
coração da sociedade. Peçamos:
Todos:
Caminha conosco, Senhor.
2.
Senhor, fazei que os nossos governantes e aqueles que têm maior
posse saibam partilhar, e que a riqueza tenha justo destino e não
fique acumulada. Peçamos:
3.
Senhor, ajudai-nos a promover o respeito a todas as pessoas,
especialmente às que sofrem algum tipo de preconceito. Peçamos:
4.
Senhor, fortalecei os cristãos, para que não se abalem diante das
dificuldades e contrariedades da vida. Peçamos:
(Outras
intenções)
Presidente:
Pai de bondade, olhai para teus filhos e filhas que caminham
confiantes na esperança de viverem numa aurora sem fim. Por Cristo,
nosso Senhor.
Todos:
Amém.
III.
LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO
SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente:
Concedei, Senhor nosso Deus, que a oferenda colocada sob o vosso
olhar nos alcance a graça de vos servir
e
a recompensa de uma eternidade feliz. Por Cristo nosso Senhor.
Todos:
Amém.
ORAÇÃO
APÓS A COMUNHÃO:
Presid.:
Tendo recebido em comunhão o Corpo e o Sangue de vosso Filho,
concedei, ó Deus, possa esta Eucaristia que ele mandou celebrar em
sua memória fazer-nos crescer em caridade. Por Cristo, nosso Senhor.
T.:
Amém.
ATIVIDADES
DA SEMANA
Dia
14 de novembro- sábado:
Missa – CDL – Limeira – 09h00; Crisma Nossa Senhora Aparecida
Padre Reynaldo – 18h30min – Americana.
Dia
15 de novembro – domingo:
Missa – aniversario ordenação Padre Ricardo – São Domingos
Savio – 10h00 – Americana; Crisma – Nossa Senhora das Graças
– araras – 19h
Dia
18 de novembro – quarta-feira: Atendimento
– 09h00 ate 10h00; Assinar – certificação digital na ACIL –
11h00 –Limeira; Crisma – São Manoel – Leme – 19h30.
Dia
19 de novembro – quinta-feira:
Atendimento 10h00; gravar milícia – 14h00
Dia
20 de novembro – sexta-feira:
– São Benedito – Cosmópolis – 19h30min
Dia
22 de novembro – domingo: Missa
– Basílica Santo Antônio – 10h00 – Americana; Instalação da
paróquia Nossa Senhora das Graças – Araras – 19h00.
BÊNÇÃO
E DESPEDIDA:
Presid.:
O Senhor esteja convosco. T.:
Ele está no meio de nós.
Presid.:
Conceda,
ó Deus, a teus fiéis a bênção desejada, para que nunca se
afastem do caminho e da verdade anunciadas por teu Filho Jesus
Cristo, Senhor Rei do Universo.
T.:
Amém.
Presid.:
Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, +
Pai e Filho e Espírito Santo.
T.: Amém.
Presid.:
Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe. T.:
Graças a Deus.