A pesquisa procurou levantar a quantidade de fatalidades ocorridas em 2014 em todos os grandes conflitos em andamento no planeta. A partir destes números, tais conflitos foram então classificados de acordo com a sua mortalidade.
Peter Apps, um dos diretores da entidade, disse: “vemos um aumento nestes números. E isto é muito preocupante”, constatou. Para ele, na maioria dos casos, a “matança” está ligada a extremistas como o Estado Islâmico (EI), no Oriente Médio, e o Boko Haram, na Nigéria. Os conflitos mais mortais (Conflito árabe-israelense, EI, Estado Islâmico, EIIL, Guerras, Violência política, Boko Haram) acontecem nesses países: Afeganistão, Ásia, Argélia, África, Palestina, Cisjordânia, Índia, Filipinas, Iraque, Israel, Iêmen, Líbia, Mali, Nigéria, Paquistão, Somália, Sudão, Sudão do Sul, Síria, Tailândia, Ucrânia.
É muito importante notar que nesta longa lista não aparece nenhum país do Ocidente. Nenhum país da Europa, América do Norte, Central e Latina. Fica então uma pergunta: Por que será que isso acontece?
A resposta me parece clara. O Ocidente foi moldado em sua cultura pela Igreja Católica, com base no Sermão da Montanha, onde Jesus enfatizou o perdão, até ao inimigo. Com base nisso a Igreja moldou a Civilização Ocidental buscando a paz, a concórdia entre os povos, o diálogo entre as nações. Todo fanatismo religioso e toda intolerância religiosa foi abolida. No Ocidente todas as religiões podem conviver livremente; há respeito pela liberdade religiosa. No conturbado século X, onde as guerras eram inúmeras por conta do feudalismo e das incursões bárbaras dos normandos e magiares, a Igreja pregava a “Paz de Deus” e a “Trégua de Deus”, buscando a paz.
Foi a Igreja que moldou a Civilização Ocidental da qual nos orgulhamos, onde se preza a liberdade, os direitos humanos, o respeito pela mulher e por cada pessoa. Sem o trabalho lento e paciente da Igreja, durante seis longos séculos para vencer a barbárie, o Ocidente não seria o mesmo.
Foi esta Civilização moderna, gerada no bojo do Cristianismo que nos deu o milagre das ciências modernas, a saudável economia de livre mercado, a segurança das leis, a caridade como uma virtude, o esplendor da Arte e da Música, uma filosofia assentada na razão, a agricultura, e muitos outros dons que nos fazem reconhecer em nossa civilização a mais bela e poderosa civilização da História. A responsável por tudo isto é a Igreja Católica, diz o historiador americano Dr. Thomas Woods, PhD de Harvard nos EUA. No seu livro “Como a Igreja construiu a Civilização Ocidental, ele afirma que:
“Bem mais do que o povo hoje tem consciência, a Igreja Católica moldou o tipo de civilização em que vivemos e o tipo de pessoas que somos. Embora os livros textos típicos das faculdades não digam isto, a Igreja Católica foi a indispensável construtora da Civilização Ocidental. A Igreja Católica não só eliminou os costumes repugnantes do mundo antigo, como o infanticídio e os combates de gladiadores, mas, depois da queda de Roma, ela restaurou e construiu a civilização”.
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A Igreja fundou as primeiras Universidades do mundo, como a de Paris (Sorbonne), Oxford, Bolonha, etc., e foi ela que humanizou o Ocidente insistindo na sociabilidade de cada pessoa humana. Nenhuma outra Instituição contribuiu tanto para moldar a nossa civilização ocidental. Muitos não sabem disso; por isso, é essencial mostrar essa verdade e as suas consequências hoje. Na verdade a Igreja soube aproveitar o que há de bom na civilização greco-romana, pré-cristã, não os desprezou, e soube com os valores cristãos moldar a nossa Civilização.
A Civilização Ocidental tem uma enorme dívida com a Igreja pelo sistema universitário, pelo trabalho de caridade realizado pela Igreja, pelo advento da lei internacional, as ciências, as artes, a música e muito mais.
Reginald Grégoire afirma que os monges deram “a toda a Europa… uma rede de fábricas, centros de criação de gado, centros de educação, fervor espiritual, … uma avançada civilização emergiu da onda caótica dos bárbaros. Sem dúvida alguma S. Bento (o mais importante arquiteto do monaquismo ocidental) foi o Pai da Europa. Os Beneditinos e seus filhos, foram os Pais da civilização Europeia”.
O desenvolvimento do conceito de “lei internacional”, surgiu no séc. XVI nas universidades espanholas; foi Francisco de Vitória, um padre e professor que ganhou o título de “pai da lei internacional”. Analisando os maus tratos dos nativos do América recém descoberta, o padre Vitória e outros filósofos católicos e teólogos começaram a discutir os direitos humanos e as relações que deveria haver entre as nações.
A lei ocidental é uma dádiva da Igreja; a lei canônica foi o primeiro sistema legal na Europa, o que deu início ao primeiro corpo coerente de leis. Segundo Harold Berman “foi a Igreja que primeiro ensinou o homem ocidental um sistema moderno de lei. A Igreja primeiro ensinou que conflitos, estatutos, casos, e doutrina podem ser reconciliadas por análises e sínteses”. A formulação dos direitos, que surgiu da civilização ocidental, não veio de John Looke e Thomas Jefferson, mas muito antes, das leis canônicas da Igreja Católica.
Even Lecky, um historiador do séc. XIX, crítico contra a Igreja, admitiu que, tanto no campo espiritual como no compromisso da Igreja com os pobres, foi feito algo novo no mundo ocidental e que representou um grande crescimento em relação à Antiguidade. (Essas referências estão em meu livro “Uma história que não é contada”).
A Igreja católica, sem dúvida, é a Instituição que mais caridade fez e faz; 25% de todas as entidades que tratam de aidéticos no mundo, são da Igreja. Foi a Igreja quem fundou as “Santas Casas de Misericórdia”, e tantas outras instituições de caridade. Os nossos papas têm sido no mundo todo os “mensageiros da paz”.
Mas algo muito preocupante acontece hoje no Ocidente; uma cultura sem Deus, laicista, embalada pelo ateísmo e materialismo, começa a destruir tudo isso que a Igreja construiu com muita luta, sangue e trabalho. Muitas universidades fundadas pela Igreja, se voltam hoje contra ela.
O Papa Bento XVI assim definiu a situação do mundo Ocidental hoje: “[…] no mundo ocidental de hoje vivemos uma nova onda de iluminismo drástico, ou laicismo, como se queira chamá-lo. Tornou-se mais difícil ter fé, pois o mundo no qual estamos é completamente feito por nós mesmos, e nele Deus, por assim dizer, já não comparece diretamente. Não se bebe mais diretamente da fonte, mas sim do recipiente em que a água nos é oferecida. Os homens reconstruíram o mundo por si mesmos, e tornou-se mais difícil encontrar Deus neste mundo” (Entrevista em Castel Gandolfo, 5 de agosto de 2006 ).
Se esta onda vencer, se os cristãos não se mobilizarem contra ela, poderemos perder a Paz e tudo mais que a Igreja construiu em nosso chão, a custa de muitos mártires.
Prof. Felipe Aquino
http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2015/11/09/ja-parou-para-pensar-onde-ha-guerras-hoje/