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sábado, 9 de abril de 2016

3º DOMINGO DA PÁSCOA – ANO C 10 de abril de 2016

Dom Vilson Dias de Oliveira
DIOCESE DE LIMEIRA




O Ressuscitado nos pede amor incondicional

Leituras: Atos 5, 27b-32.40b-41; Salmo 29 (30), 2 e 4.5.6.11 e 12a e 13b (R/2a); Apocalipse 5, 11-41; João 21, 1-19 ou mais breve 1-14.

COR LITÚRGICA: BRANCA OU DOURADA
(O Círio Pascal será o grande sinal deste Tempo Pascal. Ele entra aceso e alguém com uma vela apagada ao lado, durante o refrão orante, acende a vela no Círio Pascal e acendem as velas do altar. O Círio Pascal é colocado, com destaque, ao lado da Mesa da Palavra – Ambão.)

Refrão orante: Luz da luz, infinito sol. Luz da luz, fogo abrasador. Luz da luz, Cristo Jesus, abrasai-nos no vosso amor!

Animador: O Senhor ressuscitou! Aleluia! Nesta páscoa semanal de Jesus, o Evangelho vai mostrar que os apóstolos fizeram a experiência de Cristo Ressuscitado e que nós cristãos ao celebrarmos semanalmente a Páscoa do Senhor, fazemos esta mesma experiência, crescendo na fé e na escuta da Palavra. Jesus convida Pedro a apascentar o seu rebanho, a cuidar de sua Igreja. É uma contínua profissão de fé passada pelos séculos, onde a autoridade do Papa germina no amor que se faz serviço, pois Cristo não está morto, mas vivo e ressuscitado.

1. Situando-nos brevemente
O terceiro domingo da Páscoa, domingo da pesca milagrosa, orienta-se à experiência da companhia do Ressuscitado que s manifesta em meio aos discípulos.

O Tempo da Páscoa integra o Grande Dia Pascal, o Dia que o Senhor fez para nós. Neste período, a Igreja se deixa encontrar por seu Senhor e busca contemplá-lo e reconhece-lo mediante os mesmos gestos que Ele já realizava enquanto estava na sua companhia. A liturgia celebrada nos dá acesso a estes gestos de maneira que permaneçamos unidos a Jesus corporalmente, assumindo na história humana o posto de sacramento daquele que é Morto-Ressuscitado.

Supliquemos ao Senhor que abra nossos olhos para percebermos sua presença em meio às nossas labutas e nos firme na missão evangelizadora, apesar de tantos percalços e traumas.

2. Recordando a Palavra
A cena do Evangelho de hoje mostra o ressuscitado aparecendo mais uma vez a seus discípulos, às margens do mar Tiberíades (Galileia). Tiberíades era uma cidade que havia sido construída em homenagem ao imperador Tibério (Cf. BORTOLINI, José. Roteiros Homiléticos. Ano A.B.C., Festas e Solenidades. São Paulo: Paulus Editora, 2006, p.555).

Neste relato, aparece a atividade de sete discípulos (v.2), o que simbolicamente representa a totalidade. Pedro é o seu líder. Ele é quem toma a decisão de ir lago adentro para pescar. Os outros o seguem. É de noite, tempo propício para a pesca. Mas, eles nada apanham. Ao que tudo indica, encontravam-se numa situação de desânimo, tristeza, frustração e ausência de perspectivas (Ibidem. P.556)

Ao amanhecer, na beira do lago, veem um homem, que eles ainda não reconhecem como Jesus. Ele pede de comer. Como os discípulos nada têm, a ordem é que voltem a pescar. O resultado foi surpreendente: as redes se enchem, a fartura acontece, todos matam a fome e o mestre é reconhecido. A palavra de Jesus os reanima. Ele prepara e faz com ele a partilha do pão e do peixe. Chegando à praia, os discípulos veem em primeiro lugar os sinais do amor de Jesus para com eles. Pedro se enche de tamanha energia que, sozinho arrasta a rede para a praia com centro e cinquenta e três grandes peixes. Quer dizer: “a comunidade, sob o mandato de Jesus, é capaz de reunir todos os povos em torno de si, sem sofrer rupturas” (Ibidem, p.557)

Terminada a celebração, começa um diálogo entre Jesus e o líder Pedro. O Texto parece indicar que, nas comunidades joaninas dos anos 90, a autoridade de Pedro estava abalada. Jesus quer que Pedro fundamente essa autoridade (serviço às comunidades) no amor doação (ágape): total, gratuito, com reciprocidade. Jesus não quer de Pedro apenas uma amizade de bem querer ou coleguismo, que fraqueja facilmente. Por isso, repete três vezes a pergunta.

Das lideranças das comunidades Jesus exige amor até as últimas consequências. Esse amor fiel ao projeto de Jesus deve ser construído nas relações comunitárias, no serviço realizado pelo Apóstolo. O texto sintomaticamente faz uma alusão à tríplice negação de Pedro.

Observemos a mesma intenção no livro dos Atos dos Apóstolos. Os apóstolos, liderados por Pedro, dão testemunho do Mestre até o sofrimento e a tortura. Pedro, que já fora pedra de tropeço, agora aprendeu o sentido do amor. Com intrepidez, diante do sumo sacerdote, proclama: “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens” (v.29), aconteça o que acontecer. Para os discípulos, essa foi, com certeza, uma profunda experiência do ressuscitado. O Espírito de Jesus lhes deu essa compreensão que não haviam captado durante a vida pública de Jesus. Agora eles se identificam com o Senhor, a ponto de vibrarem com os sofrimentos e a cruz (todos eles fizeram essa experiência pós-pascal).

O texto do Apocalipse (anos 90 d.C.) também quer reanimar a fé das comunidades joaninas no Cordeiro imolado, que passou pela humilhação da cruz e da morte, agora vivo e ressuscitado junto ao trono de Deus. Apesar da situação de morte que as comunidades estão vivendo, a visão de João aponta para uma grande liturgia no céu: miríades de anjos entoam um hino ao Cordeiro.

Ele recebe sete atribuições: poder, riqueza, sabedoria, força honra, glória e louvor. É a superação de todo tipo de dor, sofrimentos, tristeza, morte. Isto é incontestável, verdade pura. Por isso se proclama solenemente: amém! Lembremos que essas honras, que o Cordeiro recebeu, eram atribuídas somente a reis e imperadores, que se autoproclamavam deuses.

3. Atualizando a Palavra
Muitas vezes nosso modo de agir neste mundo se parece com o dos discípulos: vamos peregrinando nas escuridões sem contar com a luz do ressuscitado, nos perdemos na ótica do capitalismo globalização (consumismo, individualismo, competição, guerras, violência, depressão). É preciso reencontrar Jesus Ressuscitado, lembrar o Evangelho no qual Ele partilha conosco e nos pede amor incondicional (cf. BORTOLINI, J. op. Cit., p.557).

A comunidade só se mantém unida, quando o centro é Jesus. Pedro é o primeiro que toma a iniciativa de ir mar adentro pescar. A cena parece sugerir que os discípulos estão na missão em terras de gentios, de pagãos. Daí o símbolo do mar, cheio de desafios. Quais são os desafios de nossa ação evangelizadora hoje? Em que ambientes evangelizamos? (CNBB. Comunidade de comunidades: uma nova paróquia. A conversão pastoral de paróquia. Doc. CNBB, 100, Brasília: Edições CNBB, n. 11-27).

A cena mostra os discípulos agindo em conjunto, em grupo. No erro, nas escuridões da vida, a presença do companheiro é muito importante. Nosso serviço evangelizador deve ser partilhado, feito em mutirão. Assim clareia mais, fica mais fácil enxergar Jesus. Muitas vezes é o individualismo e a insensibilidade que não nos deixam ver Jesus. Ele está no meio de nós na partilha, ressuscitado, e a gente não percebe (v.5).

Olhos e ouvidos bem abertos para a escuta da Palavra reanima o evangelizador e possibilita que as redes se encham de peixes. A comunidade que obedece a Jesus será certamente uma comunidade fecunda, cheia de vida e exemplar nos gestos de misericórdia.

Quem reconhece por primeiro Jesus é o discípulo amado (João). O amor de Jesus por João certamente deixará marcas profundas em sua vida. Cabe agora essa pergunta: temos intimidade com Jesus?

Pedro, que estava nu, vestiu a roupa e pulou dentro da agua. Talvez se tenha lembrado do manto que Jesus colocou, quando se pôs a servir no lava-pés. Quando temos fé no ressuscitado, nosso entusiasmo pelo serviço é facilitado: entramos no mar da vida e servimos com alegria e facilidade.

O grande sinal de Jesus é a comunhão, a partilha do pão e do peixe. “Venham comer”! Quando encontramos estes gestos de solidariedade em nosso dia a dia, sabemos que são sinais do Reino. Neles reconhecemos Jesus, sem precisar perguntar “aquém e aquele homem que está lá na praia”.

O diálogo de Jesus e Pedro revela que nenhum agente de pastoral pode apascentar o rebanho de Deus, se não se aceita ser conduzido pela vontade de Deus mesmo para onde não queremos, se não estamos prontos a testemunhar Cristo com o dom de nós mesmos, sem reservas nem cálculos, por vezes à custa da nossa própria vida. Cada um deveria interrogar-se? Como testemunho Cristo com a minha fé? Tenho a coragem de Pedro e dos outros apóstolos para pensar, decidir e viver como cristão, obedecendo em primeiro lugar a Deus? (Cf. FRANCISCO. Homilia do 3º Domingo de Páscoa. Basílica de São Paulo Fora dos muros, 14 de abril e 2013).

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
Hoje, Jesus nos convida, uma vez mais, “venham e comam”. Somos uma comunidade eucarística com a missão de ter uma vida conforme a vontade do Pai.

A oração do dia reza a exultação do povo em ser renovado pela Páscoa de Cristo e lança aos fiéis o desafio de permanecerem na esperança da ressurreição. Santo Atanásio afirmava: “Jesus ressuscitado, converte a vida do ser humano em uma festa contínua” (URTASUN, Cornelio. Las oraciones del Misal. Escuela de espitiruallidad cristian. Barcelona: Centro de Pastoral Litúrgica, 1995, p. 263).

E acrescentou: “a Páscoa rejuvenesce a vida dos fiéis” (Idem). De fato, somos “novas criaturas” que entoam o “canto novo” que consiste na “glória de seu nome” (Cf. Antífona de Entrada: “Aclamai a Deus, toda terra, cantai a glória de seu nome, rendei-lhe glória e louvor, aleluia”!).

A celebração litúrgica ao realizar a vida de Cristo, no coração da assembleia, lhe permite irradiar a glória do Senhor que não significa outra coisa que torná-lo manifesto ao mundo por meio da fidelidade ao seu mandato e à sua herança: o amor. Amar os irmãos, arriscar-se pela fraternidade universal que torna forma nos pequenos gestos de carinho e solidariedade locais, revela o Nome de Deus em nós, Este nome é “Cristo”: Cristo em nós, fazendo-nos partícipes de sua ressurreição por causa de sua compaixão para com o gênero humano (Cf. Canto: ”Senhor vencestes a morte, fizeste trilhar a vida para sempre” (Hinário Litúrgico da CNBB, fascículo II, Paulus Editora).

A vida nova que abraçamos se exprime pelos gestos típicos que dão forma à celebração litúrgica. Gestos humanos que se tornam divinos, porque Cristo os assume. E uma vez que os gestos são expressão de quem somos, nós mesmos tomamos parte na eternidade, cujas portas foram abertas a nós por Cristo uma vez por todas.

Lembrando que a eternidade não tem a ver com “duração” da vida, mas com a sua qualidade. Ao darmos corpo ao amor de Cristo, tornando-nos memória perigosa d’Ele, permitimos que Ele em nós se manifeste e – arriscando-nos uns pelos outros – adentramos no céu.

Preces dos fiéis
Presidente: Ao Pai que é bondade e misericórdia elevemos nossas preces, por meio de seu Filho Jesus Cristo Ressuscitado.

1. Pai, que os pastores da Igreja sempre possam dar seu testemunho de serviço e sejam sempre sinal de teu amor por nós. Peçamos:
Todos: Senhor, atendei-nos.

2. Pai, que os governantes implantem políticas justas, favorecendo os que mais necessitam. Peçamos:

3. Pai, que o esplendor de tua luz brilhe sobre os que semeiam a Palavra e lançam suas redes. Peçamos:

4. Pai, que nossa comunidade, seguindo o exemplo de Cristo, saiba partilhar a vida com os irmãos. Peçamos:
(Outras intenções)

Presidente: Ó Pai, nós agradecemos tua bondade infinita que nos concede viver e não permite que a morte nos vença. Te louvamos com o coração agradecido porque nos concedeis a vida nova da ressurreição e atendeis os pedidos que em nossas necessidades suplicamos. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Acolhei, ó Deus, as oferendas da vossa igreja em festa. Vós que sois a causa de tão grande júbilo, concedei-lhe também a eterna alegria. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:
Presidente: Ó Deus, olhai com bondade o vosso povo e concedei aos que renovastes pelos vossos sacramentos a graça de chegar um dia à glória da ressurreição da carne. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

AVISOS - Benção Final
Presidente: O Senhor esteja convosco. Aleluia. Aleluia.
Todos: Ele está no meio de nós. Aleluia. Aleluia.

Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso + Pai, Filho e Espírito Santo.
Todos: Amém. Aleluia. Aleluia.

Presidente: Vamos em paz e que o Senhor vos acompanhe.

Todos: graças a Deus, Aleluia, Aleluia!

"A catequese não prepara simplesmente para este ou aquele sacramento. O sacramento é uma consequência de uma adesão a proposta do Reino, vivida na Igreja (DNC 50)."

Documento Necessário para o Batismo e Crisma

Certidão de Nascimento ou Casamento do Batizando;

Comprovante de Casamento Civil e Religioso dos padrinhos;

Comprovante de Residência,

Cartões de encontro de Batismo dos padrinhos;

Documentos Necessários para Crisma:

RG do Crismando e Padrinho, Declaração de batismo do Crismando, Certidão ou declaração do Crisma do Padrinho, Certidão de Casamento Civil e Religioso do Padrinho/Madrinha e Crismando se casados.

Fonte: Catedral São Dimas

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Reflexão

REFLEXÃO

A porta larga que o mundo oferece para as pessoas é a busca da felicidade a partir do acúmulo de bens e de riquezas. A porta estreita é aquela dos que colocam somente em Deus a causa da própria felicidade e procuram encontrar em Deus o sentido para a sua vida. De fato, muitas pessoas falam de Deus e praticam atos religiosos, porém suas vidas são marcadas pelo interesse material, sendo que até mesmo a religião se torna um meio para o maior crescimento material, seja através da busca da projeção da própria pessoa através da instituição religiosa, seja por meio de orações que são muito mais petições relacionadas com o mundo da matéria do que um encontro pessoal com o Deus vivo e verdadeiro. Passar pela porta estreita significa assumir que Deus é o centro da nossa vida.

reflexão sobre o Dízimo

A espiritualidade do Dízimo

O dízimo carrega uma surpreendente alegria no contribuinte. Aqueles que se devotam a esta causa se sentem mais animados, confortados e motivados para viver a comunhão. O dízimo, certamente, não é uma questão de dinheiro contrariando o que muitos podem pensar. Ele só tem sentido quando nasce de uma proposta para se fazer a experiência de Deus na vida cristã. Somos chamados e convocados a este desafio.

Em caso contrario, ele se torna frio e distante; por vezes indiferente. A espiritualidade reequilibra os desafios que o dízimo carrega em si. "Honra o Senhor com tua riqueza. Com as primícias de teus rendimentos. Os teus celeiros se encherão de trigo. Teus lagares transbordarão de vinho" (Pr 3,9-10). Contribuir quando se tem de sobra, de certa forma, não é muito dispendioso e difícil. Participar da comunhão alinha o desafio do dízimo cristão.

Se desejar ler, aceno: Gn 28, 20-22; Lv 27, 30-32; Nm 18, 25-26 e Ml 3, 6-10.

Fonte : Pe. Jerônimo Gasques

http://www.portalnexo.com.br/Conteudo/?p=conteudo&CodConteudo=12

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