Dom Vilson Dias de Oliveira
DIOCESE DE LIMEIRA
DIOCESE
DE LIMEIRA
17
de abril de 2016 – DOMINGO DO BOM PASTOR
“O
Bom Pastor, é a manifestação do cuidado misericordioso do Pai!”
Leituras:
Atos 13, 14.43-52; Salmo 99 (100), 2.3.5 (R/ 3ac); Apocalipse 7,
9.14b-17; e João 10, 27-30.
COR
LITÚRGICA: BRANCA
OU DOURADA
Animador:
O Senhor ressuscitou! Aleluia! Neste quarto Domingo da Páscoa, Jesus
se apresenta como o Bom Pastor. O Bom Pastor cuida do rebanho e não
permite que ele se disperse nem sofra com a ação malvada dos
opressores. Ama e conhece a cada ovelha na confiança de que elas
também conhecem sua voz. Celebremos na certeza de sermos o rebanho
do Senhor, reunidos para escutar sua voz e testemunhá-lo na missão
cotidiana. Rezemos, hoje, de um modo especial pelos Meios de
Comunicação Social.
1.
Situando-nos
O
quarto Domingo da Páscoa é tradicionalmente chamado de domingo do
“Bom Pastor”. O título tem razão de ser, pois as leituras e as
orações nos levam a contemplar Jesus como o Bom Pastor, aquele que
dá a sua vida pelas ovelhas.
Na
Páscoa, esse mistério é ainda mais acentuado quando se considera a
morte e ressurreição do Senhor como a suprema doação da vida do
Filho de Deus para a salvação do mundo.
Mas,
a oferta que Jesus faz de sua vida se prolonga na vida de muitos
homens e mulheres que se entregam pela vida dos outros, doando-se
abnegada e gratuitamente por causas das quais poderiam se eximir.
Entretanto,
por decisão livre, por solidariedade, por reconhecimento de tudo o
que são e possuem, movidos pelos impulsos do Espírito, religiosos
ou não, fazem da sua existência um serviço de amor capaz de gerar
vida nova e, em muitos casos, salvação.
A
eucaristia é lugar privilegiado de reconhecer esses sinais do
Ressuscitado espalhados na sociedade e no mundo. Ela nos abre os
olhos e os ouvidos para contemplar a misteriosa ação de Deus na
história, projetando a luz da fé sobre as coisas bonitas que a
televisão, os jornais, e a cultura atual não querem mostrar.
O
cristão, que vive da vida nova do Ressuscitado, rompe com os
esquemas que aprisionam a vida que Deus ofereceu para todos em seu
Filho. Com a força e a coragem do Pastor, lutam pela universalidade
da salvação que não ficou aprisionada nem à cruz e nem ao
sepulcro.
Neste
domingo a Igreja reza pelas vocações sacerdotais. Na mensagem para
esse dia, “A Igreja, mãe de vocações”, O Papa Francisco
afirma: “A Igreja é a casa da misericórdia e também a ‘terra’
onde a vocação germina, cresce e dá fruto”.
2.
Recordando a Palavra
O
brevíssimo evangelho traz riquezas imensuráveis, sobretudo, se
confrontadas com as demais leituras da liturgia desse dia. Jesus não
se declara o Bom Pastor. Porém o capítulo, de onde o texto foi
extraído, oferece essa auto declaração de Jesus, como tal (cf. Jo
10, 11-14), aqui prolongada em contexto de conflito.
O
episódio do Bom Pastor se desenrola no templo, na festa da sua
consagração (Cf. BORTOLINI, José. Op. Cit., p.560). Aqui Jesus
estava sendo pressionado pelos seus opositores a declarar abertamente
se era ou não o Messias. A ideia do Messias no tempo de Jesus era um
tanto ambígua e, por isso, Jesus se recusara a afirmar publicamente
a sua messianidade.
O
Evangelho ressalta a estreita relação entre Jesus, pastor, e suas
ovelhas. Faz-nos entender quem são as ovelhas de Jesus. Por certo,
não são aqueles que O pressionam, pois esses não escutam a sua
voz, rejeitam a sua Palavra e as obras que lhe dão corpo. Eles
ainda, não reconhecem a estreita ligação de Jesus com o Pai. As
afirmações de Jesus no Evangelho, na verdade, fazem contaste com a
rejeição dos seus adversários que, ao final do diálogo, apanham
pedras para apedrejar Jesus.
No
entanto, o contexto litúrgico explicita e amplia a visão a outros
aspectos não tão claros e oferece novas relações, pois as ovelhas
são dadas a Jesus pelo Pai. Ele, na verdade, é o Pastor de Israel
(Cf. Sl 79 (80)), assim reconhecido pelos judeus, conforme entoou o
Salmo de Resposta: “nós somos seu povo e seu rebanho”.
De
outro lado, a liturgia aponta para as ovelhas como aquelas que
escutam a voz do Filho de Deus. Essa é sua marca distintiva: elas
não se distinguem mais por uma raça ou nação, mas pela adesão ao
Messias, o Filho de Deus (cf. Rm 6,4), e a sua Palavra. Assim narra
os Atos, quando mostra a oposição dos judeus ao anúncio do
Evangelho e a adesão dos pagãos.
Do
mesmo modo, o livro do Apocalipse fala de “uma multidão imensa de
gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém
podia contar”. Jesus é o pastor da humanidade inteira. A mudança
de perfil das ovelhas assinala aquilo que verdadeiramente importa: a
escuta da voz de Cristo, que significa a adesão a Ele. Essas são
dadas pelo Pai ao Filho.
A
pertença a Jesus é assegurada pela mão do Pai e igualmente pela
mão do Filho, visto que ambos são um só. As ovelhas também se
perdem, pois são participantes da vida eterna que lhes foi dada por
Jesus. Mas o Filho que com o Pai é um, e igual ao Pai, tem firme na
mão suas ovelhas, e tem também alguma identificação com elas.
No
livro do Apocalipse, Ele é o Cordeiro. Com seu sangue, as ovelhas
lavaram e alvejaram as suas vestes. O texto, retomando a mesma
temática do Salmo 23 (22) diz que o Cordeiro é o pastor que
conduzirá as ovelhas para as fontes da água da vida. Cristo é, a
um só tempo, Pastor e Cordeiro, um com o Pai e um com o rebanho.
3.
Atualizando a Palavra
Dois
aspectos enriquecem a vida cristã neste domingo: a comunhão e a
doação de si. Jesus entra em comunhão com o seu rebanho e se doa
voluntariamente pela salvação dos seus. Essa comunhão e autodoação
têm sua fonte no amor entre o Pai e o Filho. Comunhão e autodoação
é o modo de ser de Deus. Por meio de Jesus passa a ser o modo de ser
dos cristãos.
Por
isso, a vida cristã não se afirma na indiferença, na distância ou
na separação, mas no amor. Aquilo que para os outros é sem
importância, porque bebemos de uma fonte de nossa vida, passa a ser
importante, porque bebemos de uma fonte de amor. Assuntos e
realidades como a fome, o cuidado da casa comum (a natureza), o
saneamento básico, a violência, a dependência química, a
injustiça que arranca os direitos essenciais à vida, as doenças, a
corrupção, que criminosamente se propagam entre nós, são do nosso
interesse e exigem ações da nossa parte em vista da vida e da
salvação de todos.
A
experiência da ressurreição não pode ser entendida como graça
particular, porém como missão, norma de uma vida aberta e devotada
aos outros.
A
vida exige que trabalhemos, cumpramos nossas obrigações, façamos
nossos deveres, como cuidar da casa, da família, da própria saúde,
até mesmo do lazer e do descanso. Contudo, é preciso encontrar
lugar para o amor abnegado, gratuito e desinteressado.
Encontrar
tempo para sair de si e encontrar o outro que necessita. Encontrar um
tempinho para o exercício de ser membros de uma “Igreja em saída”.
Basta abraçar uma causa, dedicar-se a uma meta em prol de uma
situação, associar-se a um grupo, dar sua contribuição para uma
sociedade melhor. Quem sabe, assim, o amor de Deus se torna mais
evidente a um mundo tão fechado e ensimesmado?
A
propósito disto, neste dia dedicado à oração pelas vocações, o
Papa Francisco expressa seu desejo: “exorto a todos os fiéis a
assumirem as suas responsabilidades no cuidado e discernimento
vocacional” (...) “O caminho vocacional é feito juntamente com
os irmãos e as irmãs que o Senhor nos dá: é uma convocação”
(...) “o dinamismo eclesial da vocação é um antídoto contra a
indiferença e o individualismo”.
Segue
o Santo Padre: “depois do compromisso definitivo, o caminho
vocacional na Igreja não termina, mas continua na disponibilidade
para o serviço, na perseverança e na formação permanente. Quem
consagrou a própria vida ao Senhor, está pronto a servir a Igreja
onde esta tiver necessidade”.
Após
citar Paulo e Barnabé como exemplos dessa disponibilidade eclesial,
Francisco acrescenta que “os missionários são acompanhados e
sustentados pela comunidade cristã que permanece uma referência
vital, como a pátria visível onde encontram segurança aqueles que
realizam a peregrinação para a vida eterna” (FRANCISCO, Mensagem
do Papa: 53º Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Disponível
em:.Em: 29/11/2015).
4.
Ligando a Palavra com ação litúrgica
A
Oração do Dia suplica a Deus que os fiéis sejam conduzidos “à
comunhão das alegrias celestes, para que o rebanho possa atingir a
fortaleza do Pastor”.
A
liturgia coloca os fiéis em jogo de identidade com o Bom Pastor:
pela reunião, pela Palavra, pela Eucaristia, pela missão, todos vão
se configurando a Cristo e deixando que ele imprima na comunidade,
pela força do Espírito, as feições que lhe são próprias.
Na
reunião da comunidade, todos fortalecem sua identidade de povo
escolhido e reunido no amor de Cristo. Na escuta da Palavra, segundo
o que ensina o Evangelho de hoje, todos se afirmam como rebanho
atento à voz do Senhor na Eucaristia, todos participam de sua vida
entregue voluntariamente para a salvação do mundo, nos ritos de
envio, todos são dispersos na força do Espírito para levar a Paz
de Cristo ao mundo.
Mas
nada disso é feito sem que provenha do próprio Cristo a iniciativa:
de reunir seu rebanho, de lhes falar ao coração, de nutrir sua fé
à mesa da Eucaristia, de fortalecê-los no envio. É a fortaleza do:
“Banhados em Cristo, somos uma nova criatura” do Pastor que
configura o rebanho.
Essa
fortaleza é o outro nome do Espírito que conduziu Jesus e que agora
age sobre o eu Corpo, a Igreja, distribuindo para todos os membros as
riquezas da Cabeça. A celebração nos faz rebanho do Cristo.
Todavia um rebanho para os outros, em vista da salvação do mundo.
Preces
dos Fiéis
Presidente:
Com a confiança de quem ouve a voz do Bom Pastor, elevemos nossas
preces ao Pai, suplicando pelas nossas necessidades.
1.
Senhor, que a Igreja possa sempre ser dócil ao Espírito Santo e
assim continue sendo um sinal do amor misericordioso de Cristo no
meio de todos os povos. Peçamos:
Todos:
Jesus, Bom Pastor, ouvi nossa prece!
2.
Senhor, Bom Pastor, oriente nossos governantes, para que iluminados
pela fé proporcionem vida digna aos que mais precisam. Peçamos:
3.
Senhor, Bom Pastor, enxugue as lágrimas dos que sofrem e os conduzam
ao seu Reino. Peçamos:
4.
Senhor, Bom Pastor, que nossa comunidade saiba seguir seus
ensinamentos, reconhecendo-O em cada rosto dos irmãos. Peçamos:
5.
Senhor, Bom Pastor, que os jovens se sintam atraídos ao seu chamado
e respondam com generosidade. Peçamos:
6.
Senhor, Bom Pastor, que os profissionais dos meios de comunicação
social possam dar testemunho sincero do Evangelho através da
alegria, correspondendo autenticamente ao que ensina Jesus. Peçamos:
(Outras
intenções)
Presidente:
Nós te agradecemos, Senhor, pela mensagem de vida que ouvimos no
Evangelho de teu Filho Jesus, e pedimos que nos concedeis a graça de
acolher e viver de acordo com o seu ensinamento. Por Cristo, nosso
Senhor.
Todos:
Amém.
III.
LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO
SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente:
Concedei,
ó Deus, que sempre nos alegremos por estes mistérios pascais, para
que nos renovem constantemente e sejam fonte de eterna alegria. Por
Cristo, nosso Senhor.
Todos:
Amém.
Oração
pelas vocações
Presidente:
Rezemos pelas vocações sacerdotais.
Senhor
da Messe e Pastor do Rebanho, faze ressoar em nossos ouvidos teu
forte e suave convite: "Vem e segue-me!" Derrama sobre nós
o teu Espírito, que Ele nos dê sabedoria para ver o caminho e
generosidade para seguir tua voz. Senhor, que a Messe não se perca
por falta de operários. Desperta nossas comunidades para a Missão.
Ensina nossa vida a ser serviço. Fortalece os que querem dedicar-se
ao Reino, na vida consagrada e religiosa. Senhor, que o rebanho não
pereça por falta de Pastores. Sustenta a fidelidade de nossos
bispos, padres e ministros. Dá perseverança a nossos seminaristas.
Desperta o coração de nossos jovens para o ministério pastoral da
Igreja. Senhor da Messe e Pastor do Rebanho, chama-nos para o serviço
de teu povo. Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores do
Evangelho, ajuda-nos a responder SIM. Amém.
ORAÇÃO
APÓS A COMUNHÃO
Presidente:
Velai
com solicitude, ó Bom Pastor, sobre o vosso rebanho e concedei que
vivam nos prados eternos as ovelhas que remistes pelo sangue do vosso
Filho. Que vive e reina para sempre.
Todos:
Amém
AVISOS
Benção
Final
Presidente:
O Senhor esteja convosco. Aleluia. Aleluia.
Todos:
Ele está no meio de nós. Aleluia. Aleluia.
Presidente:
Abençoe-vos
o Deus todo-poderoso Pai, Filho e Espírito Santo.
Todos:
Amém. Aleluia. Aleluia.
Presidente:
Vamos em paz e que o Senhor vos acompanhe.
Todos:
Graças a Deus, Aleluia, Aleluia!