Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira, SP
“Com sua ascensão o ressuscitado nos garante a
Glória da Imortalidade”
Leituras: Atos 1, 1-11; Salmo 46 (47), 2-3. 6-7. 8-9 (R/6); Carta
de São Paulo aos Efésios 1, 17-23; Lucas 24, 46-53.
COR
LITÚRGICA: BRANCA OU
DOURADA
Animador:
O Senhor ressuscitou! Aleluia! Nesta Eucaristia,
damos graças a Deus pela ascensão do Senhor ao céu, por esta elevação de todo o
universo com Jesus e por esta certeza de que todas as pessoas são com Ele, elevadas
e introduzidas na intimidade plena e definitiva de Deus. Lembremos com carinho
de todas as mães que são para nós a personificação do amor carinhoso de Deus
para com o seu povo.
Neste Dia Mundial das Comunicações o Papa Francisco convida: “todas as pessoas de boa
vontade a redescobrirem o poder que a misericórdia tem de curar as relações
dilaceradas e restaurar a paz e a harmonia entre as famílias e nas comunidades.
Todos nós sabemos como velhas feridas e prolongados ressentimentos podem
aprisionar as pessoas, impedindo-as de comunicar e reconciliar-se. E isto
aplica-se também às relações entre os povos. Em todos estes casos, a
misericórdia é capaz de implementar um novo modo de falar e dialogar, como se
exprimiu muito eloquentemente Shakespeare: ‘A misericórdia não é uma obrigação.
Desce do céu como o refrigério da chuva sobre a terra. É uma dupla bênção:
abençoa quem a dá e quem a recebe’”.
Que esta celebração nos ajude a experimentar a misericórdia de
Deus e que sejamos comunicadores da Verdade que liberta.
1. Situando-nos
brevemente
Neste domingo fazemos
memória da subida de Jesus aos céus, vivendo o sentido mais profundo da sua
ressurreição e da missão que Ele nos confiou. Nele todo o universo encontra seu
sentido e sua referência.
Damos graças a Deus por
esse “erguimento”, por esta divina elevação de todo o universo com Jesus e por
esta certeza de que todas as pessoas são, com Ele, elevadas na intimidade plena
e definitiva de Deus.
Prossigamos nosso
itinerário de fé nesta certeza: Ele estará conosco todos os dias, até o fim dos
tempos. Enquanto aguardamos sua vinda final, na força do seu Espírito,
assumimos nossa missão, começando da Galileia.
2. Recordando a Palavra
No Evangelho, ouvimos
que Jesus mandou os discípulos, como suas testemunhas, pregar a todos as nações
a conversão para a remissão dos pecados. E Ele ordenou que ficassem em
Jerusalém até serem revestidos da força do Alto, o Espírito Santo. Jesus levou
os discípulos até Betânia onde foi elevado ao céu. Os discípulos voltaram a
Jerusalém onde frequentavam o Tempo louvando a Deus.
A narrativa dos Atos dos
Apóstolos nos traz a questão apresentada pelos discípulos: “Senhor, será agora
que vais restaurar a realeza em Israel? ”. Para entender melhor esta questão,
precisamos saber que os primeiros cristãos esperavam a volta do Senhor
Ressuscitado para breve. Entretanto, Jesus lhes diz: “Não lhes compete conhecer
a hora do Senhor”. Isso porque agora começa o tempo da Igreja em que os
discípulos terão de dar testemunho de Jesus.
O primeiro tempo de seu
trabalho junto aos discípulos e suas discípulas está concluído. Com a ascensão
de Jesus aos céus, inicia o tempo de Igreja, no qual os discípulos continuarão
com a mesma missão de Jesus. “Homens da Galileia, por que ficais aqui, parados,
olhando para o céu? Esse Jesus que vos foi levado para o céu, vira do mesmo
modo como o vistes partir para o céu”.
Isto não quer dizer
somente que os discípulos não devem ficar olhando para cima, entretanto, devem
por mãos à obra na certeza de que Jesus subiu aos céus. Mais que isso: recordar
que, por meio da ação da Igreja no mundo, vivificada pelo Espírito, o Senhor
poderá ser visto regressar de junto de Deus. Promessa garantida de cumprimento
por duas testemunhas celestes. O tempo da Igreja começou e por meio dela,
sacramentalmente, o Senhor sempre se faz presente.
Na segunda leitura de
hoje, ouvimos as palavras de São Paulo falando sobre as grandezas que o Pai fez
em Cristo, ressuscitando-o de entre os mortos e fazendo-o assentar a sua
direita nos céus.
A ascensão do Senhor
significa a elevação de Cristo à glória eterna, assim como dizemos no Credo:
“Subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de
vir julgar os vivos e os mortos”. Pela ressurreição, Jesus foi estabelecido
Senhor do Universo. Ele participa do poder de Deus.
São Paulo diz que, no
fim dos tempos, Cristo entregará o Reino a seu Pai, para que Deus seja tudo em
todos. Aquele julgamento, a volta de Cristo, nós chamamos de “parusia”.O
Ressuscitado está com o Pai, mas está também conosco, na sua Igreja. Assim como
ele foi visto subir aos céus, será visto também ao retornar ao seio dos seus –
não somente no fim dos tempos – mas como antecipação por meio de cada gesto
dele que a Igreja realizar.
3. Atualizando a Palavra
A Ascensão do Senhor é a
festa que marca o fim do tempo de Jesus. Ele cumpriu tudo o que o Pai lhe
determinou. Jesus passa para os discípulos a missão que Ele encerrou. Essa
missão continua conosco, hoje: testemunhar sua palavra. A Ascensão não indica a
ausência de Jesus, mas diz-nos que Ele está vivo no meio de nós de um modo
novo.
De agora em diante,
começa a missão de testemunharmos aquilo que Jesus veio revelar: o projeto do
Pai (Lc. 24,48; At 1,8). O conteúdo central do testemunho dos seguidores é o
anúncio, em nome de Cristo, da conversão para a remissão dos pecados a todas as
nações (Lc 24,47).
Este evangelho da graça
de Deus foi anunciado e vivido por Jesus, em toda a vida. Agora deve ser
assumido igualmente por seus seguidores. Este anúncio, contudo, significa
também enfrentamento com as estruturas de morte. “Isso produz o julgamento, a
manifestação da verdade e, consequentemente, a possibilidade da conversão e do perdão
que abrem as portas para participar do novo mundo e da nova história. O cerne
de toda missão será sempre o anúncio e a prática da passagem pascal que leva da
morte à vida, da escravidão à liberdade”. Eis nossa missão.
O alerta dos homens
vestidos de branco, em Atos dos Apóstolos, torna-se um permanente desafio para
o cristão: não ficar parado olhando para o céu. Com a vinda de Jesus já se
inaugura o tempo da realização das promessas (cf. Mc 1,15). Cumpriu-se o tempo,
já não se pode mais esperar. Deve-se agir. Esse alerta é retomado na ascensão
de Jesus, mostrando que o cristão não pode esperar. Deve-se agir. Esse alerta é
retomado na Ascensão de Jesus, mostrando que o cristão não pode esperar
passivamente a vinda do Reino. Ele deve tornar-se sujeito dela.
Apesar de a missão
cristã ser marcada pela cruz (Mt 16,24), ela deve ser encarada e assumida com
alegria (Lc 24,52). Isso porque, além de ser uma causa nobre, conta com a
garantia da força e ação do Espírito Santo, que nos acompanha e advoga em nosso
favor. Proclamamos no prefácio: “Ele, após a Ressurreição, apareceu aos
discípulos e, à vista deles, subiu ao céu, afim de nos tornar participantes da
sua divindade”.
Ascensão de Jesus ao céu
leva-nos a conhecer esta realidade tão consoladora, para o nosso caminho: em
Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, a nossa humanidade foi levada e
elevada, para junto de Deus. Ele abriu-nos a passagem! Ele é como um chefe de
grupo, quando se escala uma montanha, que chega ao cimo, e nos puxa a atrai
para junto de si, conduzindo-nos para o alto, para Deus. Se lhe confiarmos a
nossa vida, se nos deixarmos guiar por Ele, temos a certeza de estar em mãos
seguras, nas mãos do nosso Salvador, do nosso advogado!
4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
Na ação litúrgica damos
graças ao Pai, porque seu Filho Jesus se fez um de nós e se constituiu como
cabeça da sua Igreja. Damos graças a Deus, porque somos chamados a continuar
sua obra de salvação no mundo, como sinais de libertação. Nossa voz profética
procura denunciar as injustiças a anunciar Jesus Cristo como vida para todos,
como Senhor que nos une como irmãos, como Salvador que nos conduz à vida plena.
A liturgia nos torna
participantes da verdade, da vida, do Espírito de Cristo. Abre também nossos
horizontes para dirigir nossos passos na direção do Cristo ressuscitado que nos
aguarda. A ascensão de Jesus e, sobretudo, as palavras finais de Jesus, que
convocam os discípulos para a missão, sugerem nossa responsabilidade na
construção desse mundo novo em que habita a justiça e a paz.
Sugerem que a proposta
libertadora que Jesus fez a todos os homens está agora em nossas mãos; que é
nossa responsabilidade torná-la realidade; sugerem que nós, os seguidores de
Jesus, temos de construir, com nosso esforço diário, o novo céu e a nova terra.
Na celebração da festa
da Ascensão somos convidados a não ficar com o olhar perdido no alto, porque o
Senhor voltará (antífona de entrada) a ficará conosco todos os dias, até o
final dos tempos (antífona de comunhão). A vitória de Cristo é também nossa
Vitória, pois nós também participamos em Cristo das realidades do céu (oração
depois da comunhão). Pela ascensão, Jesus torna-se para nós mediador, juiz do
mundo, Senhor do universo, cabeça e princípio. Com sua ascensão ele nos garante
a glória da imortalidade.
Preces dos fiéis:
Presidente: Ficamos admirados com a glória divina que aconteceu na
Ascensão do Senhor. Entreguemos nossas preces ao Pai pedindo que nos revista com
a força do alto.
1. Senhor, purificai a vida dos nossos governantes, para que
possam levar a esperança para tantos irmãos sofredores. Peçamos:
Todos:
(cantado) Ó Senhor, Senhor neste, neste dia, escutai nossa prece!
2. Senhor, abençoai as nossas comunidades com a criatividade
para evangelizar melhor aqueles que fazem parte dela, e também os afastados. Peçamos:
3. Senhor, ajudai-nos a viver esta semana de oração pela unidade
dos cristãos, num sincero desejo de lutar para que haja um só rebanho e um só Pastor.
Peçamos:
4. Senhor, infundi em nossas mães a coragem de continuar esta
missão tão bela que é educar sua família na fé e na esperança da vida eterna.
Peçamos:
5. O Ano Santo da Misericórdia convida-nos a refletir sobre a
relação entre a comunicação e a misericórdia. Com efeito a Igreja unida a
Cristo, encarnação viva de Deus Misericordioso, é chamada a viver a
misericórdia como traço característico de todo o seu ser e agir. Para que cada
palavra e cada gesto possa expressar a compaixão, a ternura e o perdão de Deus
para todos, peçamos.
(Outras intenções)
6. O amor, é comunicação: leva a abrir-se, não se isolando. E,
se o nosso coração e os nossos gestos forem animados pela caridade, pelo amor
divino, a nossa comunicação será portadora da força de Deus, que é mais forte
do que nossos pecados e suas consequências. Que possamos proclamar o amor
misericordioso do Pai, que nos reúne para nos comunicar sua vida, peçamos.
Presidente: Senhor, enviai o teu Espírito Santo e nos transforme em
testemunhas do Evangelho do teu Filho Jesus, para que a mensagem da Boa-nova
possa chegar a todos os homens e mulheres. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Ó Deus, nós vos apresentamos este
sacrifício para celebrar a admirável ascensão do vosso Filho. Concedei, por
esta comunhão de dons entre o céu e a terra, que nos elevemos com ele até a
pátria celeste. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:
Presidente: Deus eterno e todo-poderoso, que nos
concedeis conviver na terra com as realidades do céu, fazei que nossos corações
se voltem para o alto, onde está junto de vós a nossa humanidade. Por Cristo,
nosso Senhor.
Todos: Amém.
AVISOS:
1. Dia
06 de Maio, Sexta-feira, Crisma na Paróquia São Benedito, Araras, SP, às 19h30,
Pe. João Luís Vieira das Neves.
2. Dia
07 de Maio Sábado: Ordenação Episcopal do Mons. Luís Carlos Dias, em Caconde,
SP, às 10h00; e Crisma na Paróquia São Cristóvão, Limeira, SP, às 19h00, Pe.
Osmar Mendes Athayde.
3. Dia
08 de Maio, Dia Mundial das Comunicações: 10h00 missa na Catedral Nossa Senhora
das Dores, Limeira, SP, Pe. Benedito Tadeu Rosa; e Missa e Jubileu de Ouro,
Paróquia Santa Rita de Cássia, às 18h30, Pirassununga, SP, Pe. Mauro F.
Ferreira, MSC.
4. Dia
11 de Maio, quarta-feira, Missa na Rede Vida de Televisão a partir das 18h00
(São José do Rio Preto, SP).
5. Dia
12 de Maio, quinta-feira, Reunião do Conselho de Presbíteros, às 08h30, local: Santuário
São Sebastião de Porto Ferreira – SP; e Crisma na Quase-Paróquia São Benedito,
Leme, SP, 19h30, Pe. Paulo Henrique Manhe.
6. Dia
13 de Maio, sexta-feira, na Comunidade N. Sra. de Fátima, Americana, SP, às
19h00, Pe. Cássio R. Rossette.
7. Dia
14 de Maio, sábado, Crisma na Basílica Santuário Santo Antônio, Americana, SP,
às 17h00, Pe. Pedro Leandro Ricardo.
8. Dia
15 de Maio, domingo, Crisma na Basílica Nossa Senhora do Patrocínio, Araras,
SP, às 10h00, cidade de Limeira, às 19h30, Pe. Carlos A. da Rocha; e Crisma na
Paróquia São José Operário, Leme, SP, às 19h00, Pe. Arlindo José Vicente Júnior.
Benção Final:
Presidente: O Senhor esteja convosco. Aleluia.
Aleluia.
Todos: Ele está no meio de nós. Aleluia. Aleluia.
Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso Pai,
Filho e Espírito Santo.
Todos: Amém. Aleluia. Aleluia.
Presidente: Vamos em paz e que o Senhor vos
acompanhe.
Todos: Graças a Deus, Aleluia, Aleluia!