Depois de dois Sínodos sobre a Família (o que já foi uma novidade; em geral, temos um sínodo sobre cada tema), o Papa Francisco surpreende o mundo com sua Exortação Apostólica
Amoris Laetitia (A Alegria do Amor), sobre o Amor na Família.
De verdade, a leitura nos encanta. O estilo de Francisco é simples, direto, concreto, atual,sem deixar de ser realista e profundo. Não temos um idealismo ou angelismo em suas palavras, mas algo que nos insere num processo humanizante do amor e da sexualidade.
Somos colocados diante do homem de hoje e de sempre, com suas fragilidades e limitações, com seus anseios de acerto e sonhos de realização. Não somos homens e mulheres da lei pura e simplesmente, mas da misericórdia, da acolhida, do aconchego, da inclusão e da integração.
Chamam-nos a atenção a caridade e a humanidade colocadas em cada linha, em cada palavra, em cada ideia. O respeito a cada pessoa e em cada situação, dentro das culturas, raças e religiões presentes no mundo, salta aos olhos.
Como é agradável ver um líder de uma grande instituição tratar as demais dessa maneira e ser um sinal para a unidade e a paz no mundo!
O documento deixa claro que devemos, como Igreja Católica, dialogar com o mundo; nossas normas devem estar relacionadas com a realidade completa. Aliás, sublinha que temos que ter consciência dessa realidade, numa atitude de respeito e sem cair num relativismo em que tudo parece valer. Existem situações e realidades degradantes e desumanizantes, que jamais enriquecerão a pessoa humana.
O caminho é mesmo o da caridade, do amor! E três são os pilares apontados para o caminho da Igreja no mundo: a misericórdia, não é à toa que a exortação sai exatamente neste Ano Santo da Misericórdia; a alegria, pois o amor no matrimônio e na família não pode ser visto apenas como peso e responsabilidades, mas como um caminho de realização e júbilo; o cuidado com o casamento e a família, bases para a sociedade e para o bem-comum.
Sobre a misericórdia, o documento deixa claro que ela é a origem e fim da justiça, exatamente porque vai além da justiça. Por isso é o caminho da Igreja e deve ser o caminho das pessoas, dos casais e das famílias.
Francisco ainda afirma, com todas as letras, que os casais em segunda união e em situações irregulares estão na comunhão eclesial. Devem ser acolhidos e pastoralmente atendidos, o que, graças a Deus, já tem acontecido em nossas comunidades, mas pode melhorar. Ele equilibra o diálogo pastoral-jurídico. Facilita o caminho de acesso à lei e apela também para a consciência de cada pessoa, e também de cada caso.
O Papa Francisco é filho do Concílio Vaticano II, um concílio que promoveu a comunhão e a participação dos fiéis. Apela para uma Igreja com os pés na História, numa linha existencial. Pede uma Igreja humilde e realista, que se coloca a serviço da humanidade, uma Igreja inclusiva e não excludente, num serviço às famílias e às pessoas.
Como é bom olhar para a família e para o mundo, resgatando esperança, resgatando a alegria. Nada de medo!
À luz da Palavra de Deus, queremos estar com cada casal, com cada família e com todas as famílias! Isso é muito bom! O casamento e a família são projetos de Deus, confirmados por Jesus Cristo.
O Papa comenta ainda o hino à caridade, presente em 1 Coríntios 13. Vale a pena conferir! Convida os casais a crescerem no amor, na caridade conjugal. Um amor que pede licença, que sabe agradecer, que tudo desculpa!
Diz que amar não é questão de sentimento puramente, mas de vontade e decisão. Isso faz pensar! O caminho do ser humano é a comunhão, e a família é expressão pura disso!
As comunidades são convidadas a prepararem melhor os noivos. O acompanhamento dos casais nos primeiros anos de vida conjugal se torna primordial, visto que o amor é artesanal. Assim se tornará obra-prima!
Gostou das ideias expostas acima? Leia na íntegra a exortação de Francisco; você vai se surpreender! Decida-se pelo amor, pela alegria do amor!
Pe. Rinaldo Roberto de Rezende,pároco da Catedral de São Dimas
http://www.diocese-sjc.org.br/o-papa-francisco-e-seus-ensinamentos-para-as-familias/