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sábado, 10 de setembro de 2016

Homilia do 24º Domingo do Tempo Comum - 11 de setembro de 2016

Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira, SP
DIOCESE DE LIMEIRA



Seu Pai o avistou e foi tomado de compaixão”


Leituras: Êxodo 32, 7-11.13-14; Salmo 50 (51); Primeira Carta a Timóteo 1, 12-17; Lucas 15, 1-32.

COR LITÚRGICA: VERDE

Animador: Jesus é acusado de dar comida e atenção aos marginalizados, pobres e pecadores de seu tempo. Sua resposta vai mostrar como Deus age em nossa vida. Em Deus, que é misericórdia, encontramos o convite para nossa conversão. Somos chamados a imitar Jesus, fazendo-nos irmãos acolhedores e misericordiosos.

1. Situando-nos brevemente
Jesus exerce uma incrível força de atração. No domingo passado ouvíamos que grandes multidões o seguiam. Hoje, Lucas nos narra que os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus. Jesus continua atraindo multidões. O ensinamento de Jesus, porém, não agradará a todos. As três parábolas do Evangelho, bem como as leituras e o salmo nos farão encontrar com um Deus misericordioso, que ama além dos limites humanos. Porque ama, Ele perdoa a quem se arrepende e quer mudar de vida.

Que o Ano Santo da Misericórdia ajude as comunidades cristãs, Igreja do Senhor, a ser esse lugar da acolhida misericordiosa para os que estão feridos, empobrecidos, machucados pelo pecado e que querem retomar o caminho de Cristo.

As três parábolas que ouvimos complementam o chamado incondicional ao seguimento: deixar tudo por amor e criar um coração misericordioso como aquele do Pai que acolhe seu Filho sem nada cobrar dele. “A Misericórdia não está parada, vai a procura da ovelha perdida e quando a encontra, irradia uma alegria contagiosa. A Misericórdia sabe olhar cada pessoa nos olhos, cada uma delas é preciosa. Porque cada uma é única” (FRANCISCO. Homilia no sábado,2 de abril de 2016).

2. Recordando a Palavra
Depois de ter confeccionado uma estátua de ouro e prestado culto diante dela, o povo encontra-se frente à ira de Deus, que fala a Moisés. Assim inicia a cena da leitura do Êxodo. Deus ameaça destruir o povo idólatra, mas Moisés lembra a possibilidade de constituir uma grande nação, sem o povo idólatra.

Moisés, então, intercede usando três argumentos diante de Deus para conseguir o perdão: 1. Lembra a história da libertação do povo da escravidão, que não pode terminar em um massacre geral; 2. Altera para as consequências desastrosas que a morte do povo provocaria: que Deus é este que liberta para matar? 3. A promessa feita a Abraão, Isaac e Jacó deve ser cumprida. De certa forma Moisés ajuda o próprio Deus a exercitar sua misericórdia com um povo ainda em processo de formação. A eficácia de sua intercessão está na solidariedade que manifesta ao seu povo, apesar do pecado gravíssimo da idolatria.

O Salmo 50 canta o arrependimento e a vontade de conversão. Os versículos 3 e 4 cantam como Moisés: a razão para o perdão é a bondade de Deus, a obra por Ele criada e amada. Os v. 12 e 13 pedem que Deus crie um coração novo. Perdoar é equiparado a criar e criar é verbo reservado para Deus. Só Ele é criador. Os versos finais ensinam que o sacrifício agradável a Deus é um coração arrependido.

A segunda leitura tem ligação direta com o Evangelho: Jesus veio salvar os pecadores. Paulo deixou de ser pecador por graça. Unicamente por graça de Deus, por dom não merecido. Ele não pede que admiremos nele seu comportamento e virtudes, mas a misericórdia de Deus manifesta nele.

As parábolas narradas no Evangelho deste domingo têm como principais destinatários os fariseus e os escribas, que não admitiam que publicanos e pecadores se aproximassem de Jesus para escutá-lo. Pior ainda era o fato de Jesus acolhê-lo e até comer com eles. Nesse contexto Jesus conta as três parábolas.

A primeira nos fala da ovelha perdida. Noventa e nove são deixadas no deserto para que o dono procure a perdida, até achá-la. Quando a encontra alegra-se muito por isso. A segunda parábola fala da mulher que perdeu uma de suas dez moedas de prata. Procura-se até encontra-la e é grande sua alegria por tê-la recuperado. Ambas terminal dizendo que será grande a alegria de Deus pelo pecador que se converte, maior até do que a alegria pelos justos que não precisam de conversão.

A intenção de Jesus não é dizer que Deus ama mais o pecador que o justo. Jesus quer dizer que o pecador também é amado e procurado por Deus. Entendiam os escribas e fariseus que os pecadores eram alvo da ira de Deus, pois estariam afastados dele. Jesus vem anunciar que Deus não os odeia, mas os ama e os perdoa! É de notar que, nos dois casos, o dono procura o que está perdido. Assim Deus vem ao nosso encontro, antes de nós nos dirigirmos a Ele. O perdido representa o pecador. Se a alegria humana por reencontrar um bem é tão grande, imagina a Deus por ter um filho seu de volta!

A terceira parábola que completa a tríade da misericórdia, contém os mesmos elementos das duas anteriores: algo que se perdeu, uma busca, um encontro, festa e alegria. Mas vai ainda além das outras: mostra, na figura do filho mais velho, o abismo que há entre a gratuidade do amor divino representada na figura do Pai Misericordioso e a mesquinhez do amor humano. O filho mais velho que não aceita que o pai acolha de volta o irmão pecador. Podemos ver nele os escribas e fariseus que não aceitam os pecadores ao redor do mesmo Jesus que eles acompanham. Eles consideram o perdão ao pecador injustiça contra o considerado justo.

Nas parábolas dedicadas à misericórdia, Jesus revela a natureza de Deus como a de um Pai que nunca se dá por vencido enquanto não tiver dissolvido o pecado e superada a recusa com a compaixão e a misericórdia”. Nestas parábolas, Deus é apresentado, sobretudo quando perdoa. “Nelas encontramos o núcleo do Evangelho e da nossa fé, porque a misericórdia é apresentada como a força que tudo vence, enche o coração de amor e consola com o perdão” (MV, n.9).

3. Atualizando a Palavra
A Liturgia da Palavra deste domingo parte do pecado humano para manifestar a misericórdia divina, que tem sua expressão máxima em Jesus. Afastar-se de Deus e converter-se às criaturas é o grande pecado. Assim fez o povo no deserto: trocou o Deus Libertador pela estátua de um animal, feita por mãos humanas.

Paulo diz que seu pecado era blasfemar, perseguir e agir com violência. O pecado do filho mais novo, no Evangelho, é afastar-se do pai e gastar seus bens com o intuito de alcançar uma falsa felicidade, caindo no vazio, distante do pai e sem dignidade.

Hoje não é diferente quando idolatramos cosias feitas pelos seres humanos, bens de consumo, achando que ao possuí-lo nos realizamos. Pecando, esvaziamos a dignidade de nossa vida, pois nos separamos de Deus, realização plena da vida humana. Moisés é um autêntico líder. Vê o pecado do povo, denuncia este pecado ao próprio povo e exige conversão, fidelidade à Aliança.

Sua autenticidade revela-se também em outra direção: ele compartilha da mesma sorte que o povo. Ele poderia aceitar a proposta de Deus: destruição do povo e ser ele, sozinho, o pai de uma grande nação. Contudo, ele é fiel intercessor, que ama o povo e também conhece o coração de Deus e, por isso, consegue o perdão para o povo.

Olhando para a atitude de Moisés, podemos nos perguntar: que tipo de líderes tem o povo de hoje? Que tipo de líderes somos nós, como cristãos? Somos como Moisés ou exigimos tratamento diferenciado, regalias, imunidades? Nós precisamos do perdão de Deus, mas não o merecemos. É graça!

O salmo de hoje nos mostra que é por causa da bondade e do amor de Deus que somos perdoados. Ao perdoar-nos, Deus nos recria, faz um novo início conosco, renovamos a aliança. A condição para receber o perdão é que o coração – todo o ser – esteja arrependido. São belíssimas as imagens do dono que procura a ovelha incansavelmente, da dona de casa que varre insistentemente até encontrar a moeda, do pai que corre ao encontro do filho.

Quando nos arrendemos e queremos voltar, Deus vem ao nosso encontro com o seu perdão. Ele vem ao nosso encontro, alegra-se com nosso retorno, cobre-nos de beijos. O filho mais velho da terceira parábola parece tocar numa estrutura profunda de todos nós: normalmente achamos que os maus são os outros, os pecadores são os outros, os errados são os outros. Nós estamos certos, somos justos e bons. Cuidado! Podemos estar nos excluindo da festa do perdão.

Jesus não era aceito por muitos, pelo fato de amar incondicionalmente. Nós temos muita facilidade em limitar o amor, a acolhida, o perdão. Nunca podemos perder a coerência com as exigências cristãs, é verdade, mas também não cabe julgar-nos, melhores que ninguém.

Este é um dia propício para apresentar a salvação cristã como encontro com Deus, e um encontro alegre. Longe de Deus não pode haver alegria, porque longe dele estamos longe de nós mesmos. Santo Agostinho afirmava: “Fizeste-nos para vós, Senhor! E inquieto está o nosso coração enquanto não repousar em vós” (Santo Agostinho, Confissões, n.11) Deus nos oferece a salvação. Se a aceitarmos, sua alegria será imensa e a nossa realização será plena.

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
A ressurreição de Jesus é a máxima manifestação da misericórdia divina, posto que nela manifesta-se a nós o amor que é mais forte que a morte. Por este caminho, a Eucaristia segue pondo ao nosso alcance este testemunho supremo e nos convida a dele participar.

Entra na dinâmica da homilia deste dia destacar o caráter de festa pelo perdão, que é próprio da Eucaristia. Também se pode explicar qual o sentido que tem implorar a misericórdia de Deus na celebração eucarística. A Eucaristia deve levar-nos a assumir a mesma atitude de Deus: ir ao encontro dos que estão afastados, perdidos.

Neste sentido o Documento 100 da CNBB, “Comunidade de Comunidades: Uma nova paróquia”, nos fala: “Na Palavra e na Eucaristia, o cristão, nova criatura pelo Batismo, vive numa nova dimensão, a relação com Deus e com o próximo: a dimensão do amor como ágape. O próprio Senhor disse que ‘ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos’ (Jo 15, 13). A amizade torna-se, então, expressão de ágape, centro da caridade cristã. Essa amizade se traduz em compaixão pelos que sofrem” (CNBB. Comunidade das Comunidades: Uma nova paróquia. Documentos da CNBB 100, 2. ed. Brasília: Edições CNBB, 2015, n.183).

Preces dos fiéis
Presidente: É com o desejo sincero de nos colocar no seguimento de Jesus que fazemos nossos pedidos ao Pai, confiantes que Ele nos concederá sua sabedoria divina.
1. Ó Pai, que a Igreja seja sinal do teu amor e conduza as pessoas à misericórdia. Peçamos:
Todos: Pai, lembrai-vos de nós em teu infinito amor.

2. Ó Pai, que os nossos governantes busquem a justiça, investigando todo tipo de corrupção e inverdades. Peçamos:

3. Ó Pai, que os jovens, desde cedo, aprendam que só seu amor e misericórdia salvam, e que combatam a corrupção e as injustiças. Peçamos:
4. Ó Pai, que nossa comunidade saiba viver em comunhão, sabendo perdoar uns aos outros. Peçamos:
(Outras intenções)

Presidente: Senhor, professamos que sois nosso único Deus e Senhor, nós prometemos que caminharemos em teus caminhos e sempre nos alimentaremos em tua mesa. Ajudai-nos a realizar estes propósitos acolhendo nossas preces. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém

III. LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Sede propício, ó Deus, às nossas súplicas, e acolhei com bondade as oferendas dos vossos servos e servas, para que aproveite à salvação de todos o que cada um trouxe em vossa honra. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém!

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:
Presidente: Ó Deus, que a ação da vossa Eucaristia penetre todo o nosso ser para que não sejamos movidos por nossos impulsos, mas pela graça do vosso sacramento. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém!

AGENDA DO BISPO DIOCESANO...
Dia 10 de setembro (sábado): Encontro Diocesano de Pastoral da Comunicação, início às 08h30 e termino às 16h0. Mais informações com o padre Edson Pianca, da Par. Santa Rita de Limeira, SP; e Missa no Setenário de Nossa Senhora das Dores, às 18h00.

Dia 11 de setembro (domingo): Crisma no Santuário São Sebastião, às 08h00, Porto Ferreira, SP; ; e Missa no Setenário de Nossa Senhora das Dores, às 19h00, Arthur Nogueira, SP.

Dia 14 de setembro (quarta-feira): Reunião da Sub-Região Pastoral Campinas, a partir das 09h00, na Paróquia São Benedito, Americana, SP, e Missa no Setenário de Nossa Senhora das Dores, às 19h30, Nova Odessa, SP.

Dia 15 de setembro (quinta-feira): Missa da Padroeira de Limeira, na Catedral N. Senhora das Dores, e celebração do 9º. Aniversário de Posse de Dom Vilson (5º. Bispo Diocesano de Limeira).

Dia 17 de setembro (sábado): Missa e Crisma na Paróquia N. Senhora Aparecida, às 18h30, Conchal, SP.

Dia 18 de setembro (domingo): Missa e Crisma na Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, às 08h30, Santa Cruz da Conceição, SP; e Missa e Ordenação Diaconal, às 15h00, Catedral Nossa Senhora das Dores, Limeira, SP.

BÊNÇÃO E DESPEDIDA
Presid.: O Senhor esteja convosco.
T. Ele está no meio de nós.


Presid.: Senhor, nosso Deus, enriquecei teus filhos e filhas com os tesouros da tua misericórdia.
Todos: Amém.


Presid.: Concedei ao teu povo a paz e a segurança para que todos possamos viver no respeito mútuo.
Todos: Amém.


Presid.: E assim, dedicando-nos a construir a civilização do amor, onde os pobres são respeitados e acolhidos, possamos fazer de nossas vidas uma ação de graças em teu Nome.
Todos: Amém.


Presid.: E a bênção de Deus todo-poderoso + Pai, Filho e Espírito Santo.
Todos: Amém.


Presid.: Ide em paz e o Senhor vos acompanhe para sempre.

Todos: Demos graças a Deus.

"A catequese não prepara simplesmente para este ou aquele sacramento. O sacramento é uma consequência de uma adesão a proposta do Reino, vivida na Igreja (DNC 50)."

Documento Necessário para o Batismo e Crisma

Certidão de Nascimento ou Casamento do Batizando;

Comprovante de Casamento Civil e Religioso dos padrinhos;

Comprovante de Residência,

Cartões de encontro de Batismo dos padrinhos;

Documentos Necessários para Crisma:

RG do Crismando e Padrinho, Declaração de batismo do Crismando, Certidão ou declaração do Crisma do Padrinho, Certidão de Casamento Civil e Religioso do Padrinho/Madrinha e Crismando se casados.

Fonte: Catedral São Dimas

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Reflexão

REFLEXÃO

A porta larga que o mundo oferece para as pessoas é a busca da felicidade a partir do acúmulo de bens e de riquezas. A porta estreita é aquela dos que colocam somente em Deus a causa da própria felicidade e procuram encontrar em Deus o sentido para a sua vida. De fato, muitas pessoas falam de Deus e praticam atos religiosos, porém suas vidas são marcadas pelo interesse material, sendo que até mesmo a religião se torna um meio para o maior crescimento material, seja através da busca da projeção da própria pessoa através da instituição religiosa, seja por meio de orações que são muito mais petições relacionadas com o mundo da matéria do que um encontro pessoal com o Deus vivo e verdadeiro. Passar pela porta estreita significa assumir que Deus é o centro da nossa vida.

reflexão sobre o Dízimo

A espiritualidade do Dízimo

O dízimo carrega uma surpreendente alegria no contribuinte. Aqueles que se devotam a esta causa se sentem mais animados, confortados e motivados para viver a comunhão. O dízimo, certamente, não é uma questão de dinheiro contrariando o que muitos podem pensar. Ele só tem sentido quando nasce de uma proposta para se fazer a experiência de Deus na vida cristã. Somos chamados e convocados a este desafio.

Em caso contrario, ele se torna frio e distante; por vezes indiferente. A espiritualidade reequilibra os desafios que o dízimo carrega em si. "Honra o Senhor com tua riqueza. Com as primícias de teus rendimentos. Os teus celeiros se encherão de trigo. Teus lagares transbordarão de vinho" (Pr 3,9-10). Contribuir quando se tem de sobra, de certa forma, não é muito dispendioso e difícil. Participar da comunhão alinha o desafio do dízimo cristão.

Se desejar ler, aceno: Gn 28, 20-22; Lv 27, 30-32; Nm 18, 25-26 e Ml 3, 6-10.

Fonte : Pe. Jerônimo Gasques

http://www.portalnexo.com.br/Conteudo/?p=conteudo&CodConteudo=12

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