Dom Vilson Dias de Oliveira
DIOCESE
DE LIMEIRA
19 de novembro de 2017 - Dia Mundial dos Pobres
“Venha
participar da minha alegria”
Leituras:
Provérbios 31, 10-13.19-20.30-31; Salmo 127 (128), 1-2.3.4-5ab;
Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses 5,1-6; Mateus 25,
14-30.
COR
LITÚRGICA: VERDE
Animador:
Nesta
páscoa semanal de Jesus, somos convidados a fazer render nossos
talentos, pois Deus não quer de volta o que nos deu. O talento que
recebemos deve ser aplicado, e o campo onde isso acontece é a
família, a comunidade, a sociedade... Trabalhar e fazer render os
talentos, não é investir em si próprio para ser bem sucedido na
vida, mas para enriquecer a comunidade com valores do Reino de Deus.
1.
Situando-nos brevemente:
O
final do Ano Litúrgico se aproxima. A liturgia procura manter-nos
sintonizados com o evento fundante da nossa fé: o Senhor
ressuscitado e presente no meio dos seus.
O
Senhor aparece na parábola da figura de um homem que ia viajar para
o estrangeiro, confia aos empregados um patrimônio de grande valor.
A nós são confiados os talentos para a missão de cada um no mundo,
na Igreja, na comunidade e na família.
Com
a proximidade do fim do Ano Litúrgico, este 33º Domingo nos sugere
uma avaliação ou uma certa prestação de contas.
Na
Oração do dia está a resposta feita oração: “fazei que a nossa
alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos
felicidade completa servindo a vós (...)”.
O
Senhor nos pergunta pelo sentido que damos para a nossa vida e o que
dela fazemos na perspectiva da chegada do Reino de Deus. Essa
avaliação acontece no encontro pessoal com ele. Não devemos ter
medo dele nem considerá-lo um homem severo. O fato dele nos ter
confiado uma grande missão, revela que ele confia em nós.
Entramos
na celebração, confiantes para ouvir e receber uma palavra de
encorajamento: “Muito bem, servo bom e fiel”. Como servos bons e
fiéis nos aproximamos da escuta da palavra e trazemos para o altar o
pão e o vinho, símbolos de tudo o que somos e fazemos na construção
do bem, da concórdia e do Reino de Deus. No fim, retomemos nossas
atividades renovados e confirmados na missão de servos bons e fiéis.
2.
Recordando a Palavra
O
capítulo 25 de Mateus ressalta a justiça do Reino de Deus. É
chamado discurso escatológico, tendo no centro a preocupação com o
fim dos tempos. Sendo vigilantes não precisamos temer o fim dos
tempos, fazendo eco e continuando a reflexão sobre a parábola das
dez virgens. O evangelista pretende estender até nós o sentido do
óleo que alimenta a chama das lâmpadas, que significa o compromisso
permanente com a justiça. Ou seja, “e a vossa justiça não for
maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós
entrareis no Reino dos Céus (Mt 5,20).
Confiados
os talentos a cada empregado, “aquele rico senhor” parte para a
planejada viagem. Na sua ausência os servos deverão fazer
frutificar ou aumentar seu patrimônio. Observemos os dois primeiros
duplicaram as quantias iniciais. O terceiro, tomado pelo medo de
perder tudo, enterra o talento. No regresso e no acerto de contas,
“aquele rico senhor”, recompensa os dois servos que duplicaram o
capital que lhes havia confiado. São chamados de empregos bons e
fiéis, sem outros qualificativos. Enquanto o terceiro, que lhe
restitui apenas a moeda recebida, é censurado e punido. O medo
gerado pela falsa imagem do patrão, paralisou e anulou a
criatividade do empregado (v. 24b-25).
A
espera do “senhor” se dá no serviço, no dinamismo, na
fidelidade ativa, e não no comodismo. A parábola dos talentos fala
não da parusia, mas sim do prazo que nos é dado para fazer
frutificar o que recebemos de Deus em favor do bem comum. Ela se
refere ao tempo que se chama “hoje” em vista do dia de amanhã. O
que fazer enquanto o patrão não chegar? Nossos dias devem ser de
esperar ativa. O Reino acontece todas às vezes que a justiça
permeia a vida das pessoas e da sociedade.
A
primeira leitura faz o elogio de uma mulher ideal, exemplo de pessoa
sábia: sua administração e sabedoria são completas. É a
sabedoria em ação; o homem depende dela; tem capacidade para os
negócios; ela é o contrário da pessoa medrosa de que o Evangelho
nos fala.
O
Salmo 127 (128), um texto sapiencial, traz uma proposta concreta de
felicidade e de bênção. Construir a casa na Bíblia significa
constituir família, mas quem dá fecundidade é Deus. A construção
da casa é simbólica e revela um modo de vida apoiado nas
Escrituras. O Senhor é apresentado como construtor da casa (autor da
fecundidade humana) e guarda forte da cidade. Casa e cidade
significam e abrangem a vida familiar e social. Mas sem a presença
do Senhor, tudo isso se torna inútil. Com ele, tudo é bênção e
vida. O Salmo ajuda na compreensão do Evangelho dos talentos, deixa
claro que a sabedoria é dom de Deus.
Na
Carta aos Tessalonicenses transparece a preocupação com o “Dia da
Vinda do Senhor”. Fala que o dia do Senhor virá como um ladrão,
de noite, de repente, como as dores doe parto, e ninguém poderá
escapar dele. Mas os cristãos não estão nas trevas e não serão
surpreendidos pelo dia do Senhor. Não devemos dormir, mas permanecer
vigilantes e sóbrios. Isso significa vigiar, e vigiar é abandonar
os ídolos que envolvem a sociedade na noite da injustiça e entrar
no coração do Reino que comporta uma prática de serviço no culto
ao Deus verdadeiro.
3.
Atualizando a Palavra
A
parábola de hoje nos quer mostrar como devem agir os que receberam a
responsabilidade do Reino da justiça, trazida por Jesus.
O
senhor que distribui os talentos e empreendeu uma longa viagem é o
próprio Deus. Ele nos confiou seus bens, a cada um conforme sua
capacidade. A um deu cinco, a outro dois e ao outro, um talento.
Quais são os talentos que Deus nos confiou? O grande tesouro a nós
confiado foi seu Reino para que façamos frutificar. Quem fizer o
Reino frutificar, será elogiado e convidado à sua plena
participação? “Muito bem, servo bom e fiel! (...) Vem participar
da minha alegria!” Quem luta pela justiça do Reino é servo bom e
fiel!
Há
servos que, por uma falsa imagem ou experiência, temem seu senhor. O
medo de arriscar nos paralisa e bloqueia a fecundidade do amor:
“Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não
plantaste e ceifas onde não semeaste. Por isso, fiquei com medo e
escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence”. Esse
medroso fez uma imagem de Deus como patrão cruel e justiceiro. A
resposta do “patrão” a esse servo foi: “Servo mau e
preguiçoso!”.
Os
dois primeiros enfrentaram o risco de este último que tornou inútil
os bens de Deus. “Deus é amor! Arrisquemos viver por amor! Deus é
amor, ele afasta o medo!” Enfim, o servo infiel produz fruto por
medo e pela ideia errada que ele tem de Deus leva ao fatalismo e à
omissão.
A
parábola mostra a grandeza e a fragilidade de Deus. Sua grandeza
está em nos entregar seus bens. Nada retém para si. Tudo é
entregue. Sua fragilidade é confiar em nós, que podemos desperdiçar
toda a sua riqueza. Deus arrisca perder confiando em nós. Sua
fragilidade ressalta sua grandeza e bondade.
Observemos
ainda, que o rico senhor, não distribui os dons na mesma quantia. O
importante não é ter muitos ou poucos dons, mas fazê-los
frutificar. Que dizer, Deus nos conhece singularmente e nos confia
aquilo que é bom para nós. Deus confia em nós. Ele espera em nós.
Isso é igual para todos. Não nos deixemos paralisar pelo medo, mas
retribuamos a confiança com a confiança” (FRANCISCO.
Alocução do Angelus, domingo, 16 de novembro de 2014).
4.
Ligando a Palavra com ação litúrgica
Como
assembleia litúrgica, acolhemos o convite do Senhor para “participar
de sua alegria”, da vitória da vida que vence a morte.
O
Senhor vem nos sacudir da apatia, da preguiça e do desânimo,
levantar nossas cabeças e renovar nossa capacidade de entrega, de
doação. Ele nos convida a retomar o ânimo e a esperança que
brotam da ressurreição: “Todos somos filhos da luz, do dia (...);
não somos da noite, das trevas”.
Por
isso, suplicamos que nosso trabalho, realizado com “a diligência
da mulher virtuosa”, seja para nós instrumento de libertação e
de encontro, não de opressão e de sofrimento.
O
pão e o vinho, frutos da natureza e do trabalho humano, apresentados
em ação de graças ao Pai, tornam-se sacramentos de seu incansável
amor por nós. A Eucaristia nos renova no compromisso de frutificar,
em nosso dia-a-dia, como fiéis, diligentes e dedicados trabalhadores
de seu Reino, aplicando, com amorosa responsabilidade, os talentos
recebidos, na edificação de um futuro mais sorridente, mesmo entre
oposições e aflições, como “dores de parto”.
Em
cada celebração litúrgica, ao mesmo tempo, em que desejamos e
suplicamos a proximidade da vinda do Senhor e do seu Reino (“Vem,
Senhor Jesus”, “Venha a nós o vosso Reino”), já,
antecipadamente, a experimentamos no encontro com os irmãos, com sua
Palavra e na Ceia Eucarística.
Mensagem
do trecho do Papa Francisco para o 1º Dia Mundial dos Pobres, 33º
Domingo do Tempo Comum – 19 de novembro de 2017
-
“Meus
filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e
verdade” (1Jo 3,18). Estas palavras do apóstolo João exprimem um
imperativo de que nenhum cristão pode prescindir. A importância do
mandamento de Jesus, transmitido pelo “discípulo amado” até os
nossos dias, aparece ainda mais acentuada ao contrapor as palavras
vazias, que frequentemente se encontram em nossa boca, às obras
concretas, as únicas capazes de medir verdadeiramente o que
valemos. O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus
amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a
amar os pobres. Aliás, é bem conhecida a forma de amar do Filho de
Deus, e João recorda-a com clareza. Assenta sobre duas colunas
mestras, o primeiro aa amar foi Deus (1Jo 4, 10.190), e amou dando-o
totalmente, incluindo a própria vida (1Jo 3, 16).
Um
amor assim não pode ficar sem resposta. Apesar de ser dado de
maneira unilateral, isto é, sem pedir nada em troca, ele abrasa de
tal forma o coração, que toda e qualquer pessoa se sente levada a
retribuí-lo, não obstante suas limitações e seus pecados. Isso é
possível se a graça de Deus, a sua caridade misericordiosa, for
acolhida no nosso coração a ponto de mover a nossa vontade e os
nossos afetos para o amor ao próprio Deus e ao próximo. Desse modo,
a misericórdia, que brota por assim dizer do coração da Trindade
pode chegar a pôr em movimento a nossa vida e gerar compaixão e
obras de misericórdia em prol dos irmãos e das irmãs que se
encontram em necessidade.
-
“Quando
um pobre invoca o Senhor, Ele atende-o” (Sl 34/33,7). A Igreja
compreendeu, desde sempre, a importância de tal invocação.
Possuímos um grande testemunho já nas primeiras páginas do Atos
dos Apóstolos, quando Pedro pede para se escolher sete homens
“cheios do Espírito e de sabedoria” (6,3), que assumam o
serviço de assistência aos pobres. Este é, sem dúvida, um dos
primeiros sinais com que a comunidade cristã se apresentou no palco
do mundo: o serviço aos mais pobres. Tudo isto foi possível, por
ela ter compreendido que a vida dos discípulos de Jesus se devia
exprimir em uma fraternidade e em uma solidariedade tais, que
correspondesse ao ensinamento principal do Mestre que tinha
proclamado os pobres bem-aventurados e herdeiros do Reino dos Céus
(Mt 5,3).
“Venham
terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo
com as necessidades de cada um” (At 2,45). Esta frase mostra, com
clareza, como estava viva nos primeiros cristãos tal preocupação.
O Evangelista Lucas – o amor sagrado que deu mais espaço à
misericórdia do que qualquer outro - não faz retórica quando
descreve a prática da partilha na primeira comunidade. Antes, pelo
contrário, com a sua narração, pretende falar aos fiéis de todas
as gerações (e, por conseguinte, também à nossa), procurando
sustentá-los em seu testemunho e incentivá-los à ação concreta a
favor dos mais necessitados. E o mesmo ensinamento é dado, com igual
convicção, pelo apóstolo. Tiago, usando expressões fortes e
incisivas em sua carta: “Ouvi, meus amados irmãos: porventura não
escolheu Deus os pobres segundo o mundo para serem ricos na fé e
herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam? Mas vós desonrais o
pobre. Porventura não são os ricos que vos oprimem e vos arrastam
aos tribunais?
(...)
De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não
tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou
uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento cotidiano, e um de
vós lhes disser: ‘Ide em paz, tratai de vos aquecer e matar a
fome’, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que
lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está
completamente morta” (2, 5-6.14-17). Que este novo Dia Mundial se
torne, pois, um forte apelo à nossa consciência crente, para
ficarmos cada vez mais convictos de que partilhar com os pobres
permite-nos compreender o Evangelho em sua verdade mais profunda. Os
pobres não são um problema: são um recurso de que lançar a mão
para acolher e viver a essência do evangelho. (FRANCISCO.
Trecho da Mensagem para o 1º Dia Mundial dos Pobres: 33º Domingo do
Tempo Comum – 19 de novembro de 2017).
Oração
dos fiéis:
Presidente:
Peçamos a Deus, que nossa vida seja uma constante doação em favor
da vida de nossos irmãos e irmãs.
1.
Senhor, que a Igreja seja no mundo sinal de teu amor, que nunca se
omita em investir os tesouros a ela confiados em favor da humanidade.
Peçamos:
Todos:
Senhor, que cresça em nós a sua graça.
2.
Senhor, que nossos governantes tenham a prudência de escolher
caminhos que possam tirar tantas pessoas da miséria e marginalidade.
Peçamos:
3.
Senhor, ajude nossa comunidade a ser local onde os talentos sejam
sempre mais investidos para o bem de todos e para o crescimento dos
valores do Reino de Deus. Peçamos:
4.
Senhor, por todos nós aqui reunidos para que possamos investir nossa
vida para fazer lucrar novos talentos a fim de que os valores do
reino cresçam entre nós. Peçamos:
(Outras
intenções)
Presidente:
Deus, criador do mundo, atenda as preces que teus filhos e filhas
apresentam, para que possam trabalhar com satisfação para a
realização do Reino. Por Cristo, nosso Senhor.
T.:
Amém.
III.
LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO
SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente:
Concedei, Senhor nosso Deus, que a oferenda colocada sob o vosso
olhar nos alcance a graça de vos servir e a recompensa de uma
eternidade feliz. Por Cristo, nosso Senhor.
T.:
Amém.
ORAÇÃO
APÓS A COMUNHÃO:
Presidente:
Tendo recebido em comunhão o Corpo e o Sangue de vosso Filho,
concedei, ó Deus, possa esta Eucaristia que ele mandou celebrar em
sua memória fazer-nos crescer em caridade. Por Cristo, nosso Senhor.
T.:
Amém.
BÊNÇÃO
E DESPEDIDA:
Presid.:
O Senhor esteja convosco.
T.:
Ele está no meio de nós.
Presid.:
Que o Senhor os abençoe e dê a todos nós a coragem para
multiplicar os talentos recebidos. Por Cristo, nosso Senhor.
T.:
Amém.
Presid.:
Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, +
Pai e Filho e Espírito Santo.
T.:
Amém.
Presid.:
Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
T.:
Graças a Deus.
ATIVIDADES
DO BISPO DIOCESANO
Dias
17 / 18 e 19 novembro: Encontro
Estadual da Pascom - Comissão da Pastoral da Comunicação Regional
Sul 1, em Agudos, SP.
Dia
18 de novembro, sábado: Crisma
– São Benedito, presidida pelo Vigário Episcopal – Padre
Jeferson – 18h00, em Americana.
Dia
19 de novembro, domingo:
Dom Vilson presidirá a Missa do
Crisma
na Paróquia Jesus Cristo Bom Pastor, Padre Júlio, às 18h00, em
Limeira.
Dia
22 de novembro – quarta-feira: Dom
Vilson presidirá a Missa do
Crisma
na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, às 19h30min, em Limeira.
Dia
23 de novembro – quinta-feira: Reunião
dos bispos – CDL – 09h00; Almoço Aniversário antecipado de Dom
Vilson – 12h00 no CDL; Missa – Investidura de Ministros –
19h30min – Santuário Senhor Bom Jesus dos Aflitos, às 19h30min,
em Pirassununga.
Dia
24 de novembro – sexta-feira: Missa
– Novena na Comunidade Nossa Senhora das Graças, às 20h00, Padre
Diego, em Limeira.
Dia
25 de novembro – sábado: Dom
Vilson presidirá a Missa do Crisma na Paróquia Sagado Coração de
Jesus, às 1900, em Cosmópolis.
Dia
26 de novembro – domingo: Crisma
Nossa Senhora Aparecida, às 10h00, em Americana; e à tardinha Dom
Vilson presidirá a Missa de Dedicação da Igreja São Manoel, às
18h00, em Leme.