DIOCESE DE LIMEIRA –
29º DOMINGO DO TEMPO COMUM
ANO B – 21 DE OUTUBRO DE 2018 – Dia Mundial das missões
“O Filho do Homem veio
para dar a vida em resgate de muitos” (Mc
10,45)
Leituras: Isaías 53,
2a.3a.10-11; Salmo 32 (33); Hebreus 4, 14-16; Marcos 10, 35-45 (mais longo) ou
Marcos 10, 42-54 (Mais breve).
COR LITÚRGICA: VERDE
Animador: Ser
discípulo de Jesus é diferente da lógica deste mundo e do poder político, que
só pensam em si mesmos e não voltam os olhares para os outros. Neste sentido,
tornar-se um discípulo de Cristo é colocar-se a serviço dos outros,
principalmente dos mais necessitados. É pelo serviço em favor da vida que o
cristão realiza fielmente a vontade do Senhor. Como nos diz o Evangelho: “Entre
vós não seja assim” (Mc 10, 43), é uma máxima que sai da boca de Jesus e nos
mostra que, entre aqueles que seguem os ensinamentos de Jesus Cristo, não deve
haver competição. Portanto, o relacionamento entre os irmãos e irmãs de uma
comunidade deve ser marcado pelo serviço em favor da vida. Tudo o que somos e
tudo o que temos vem das mãos de Deus. Estamos reunidos para agradecer seus
dons e para nos comprometer com seu projeto e viver como filhos e filhas dele.
Celebrando hoje o Dia Mundial das
Missões, iniciemos nossa celebração, cantando.
P – Oremos. (Pausa
para oração) - Deus eterno e todo-poderoso,
dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o
coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo. T – Amém.
1. Situando-nos
brevemente
Na Liturgia deste 29º domingo, vemos novamente um
anúncio da Paixão e celebramos o verdadeiro significado do poder e do reinado
de Cristo, que se traduz em serviço. Jesus inverte a lógica humana e explicita
a lógica de Deus, pela qual os últimos são os primeiros; os que se elevam são
humilhados; quem se humilha é exaltado; os que querem ser grandes devem se
tornar servidores de todos.
Contrário à lógica do Evangelho, vivemos num mundo
enlouquecido pela ambição do poder, da grandeza e dos privilégios. Confrontamo-nos
com a competividade estressante, levando a resultados calamitosos: as
agressividades, as brigas, a guerra, a opressão, a tirania dos mais fortes, o
sofrimento e a morte. E quem leva a pior são os pobres e excluídos e, pior
ainda, quando, iludidos e adestrados pela iniquidade do sistema, também, estes
acabam entrando no mesmo jogo insano e degradante.
2. Recordando a
Palavra
No tempo de Jesus, também, era marcado por um sistema de
dominação dos mais fortes, exploração e ambição pelo poder terreno. Nesta
perspectiva, podemos entender, pois, a atitude dos dois discípulos, Tiago e
João, irmãos entre si. Com jeitinho educado de político interesseiro, fizeram a
Jesus um pedido: sentar-se um à sua direita e outro à sua esquerda quando ele
estiver no auge de sal glória (cf. Mc 10,35-45). Sonho de marajás! Ambição por
altos escalões no Reino! Totalmente, equivocados no que pedem!
O caminho de Jesus, que deverá ser também o deles, é outro. Por
isso ele os inicia à reflexão com uma pergunta: “por acaso podem vocês beber do
cálice que eu vou beber, e serem batizados com o batismo com que devo ser
batizado?” (v.38). Jesus falava de sua paixão e morte: Cálice do seu sofrimento
e mergulho (batismo) no abismo da morte. Esse é o caminho, o destino do Mestre
e, consequentemente, do discípulo.
Mas a ambição deles era tamanha que, de imediato e
espontaneamente, meio sem muito pensar, responderam: “Podemos, sim”. E Jesus
então avança na reflexão um pouco mais: “Está bem, já que vocês estão a fim,
também desistam do que vocês me pediram. Isso não depende de mim. É para quem
já foi reservado. Apenas me sigam entregues comigo nas mãos do Pai. Quanto ao
futuro, portanto, desapeguem-se, deixem acontecer” (cf. v.39-40).
Os outros “dez discípulos”, ao ouvirem isso, indignaram-se com
Tiago e João. Jesus, por sua vez, aproveita a situação para avançar ainda mais
na reflexão: “Vocês sabem muito bem como os chefes das nações as oprimem e os
grandes as tiranizam. Entre vocês, que são meus discípulos, no entanto, não
deve ser assim: quem quiser ser grande, seja o servo entre vocês; e quem quiser
ser o primeiro, seja o escravo de todos” (v. 41-44). E a resposta a esta
pergunta vem em seguida: “Porque o Filho do Homem não veio para ser servido,
mas para servir e dar a vida em resgate de muitos” (v.45).
Nesta perspectiva, percebemos a percepção do profeta Isaías (cf.
Is 53, 10-11), como ouvimos na primeira leitura, especialmente quando afirma a
respeito do “justo Servo”, reflexo do próprio mestre Jesus: “oferecendo sua
vida em expiação, ele terá descendência duradoura” (v.10). Em outras palavras,
o projeto do Reino de Deus tem futuro e acontece no meio de nós! E, nesta
liturgia da palavra, aprendemos do próprio Servo, Jesus de Nazaré, a só confiar
em Deus, inclusive no sofrimento e na dor causada pelo mundo. Por isso cantamos
o Salmo 33, cujo refrão soa assim: “Senhor, esteja sobre nós a tua graça, do
modo como em ti esperamos” (v.22).
Sendo assim, porque temos na pessoa do Servo Jesus, o Filho de
Deus, um sumo-sacerdote eminente que entrou na glória do céu provado em tudo
como nós, como ouvimos na segunda leitura, podemos, então, nos aproximar com
toda a confiança do trono da graça (cf. Hb 4,14-16). Sim, podemos confiar:
neste Messias a confiança não se frustra!
3. Atualizando a
Palavra
A Santa Palavra deste domingo questiona a lógica humana
do poder e reprova, tenazmente, toda forma de soberba, opressão ou carreirismo
discriminatório. Prova as instâncias que exercem poder sobre o significado de
sua existência: neste sentido, devem se perguntar: existimos para estar a
serviço dos irmãos e irmãs ou para nós mesmos? Num sentido cristão, ser
“grande” significa colocar-se a serviço, trabalhando em prol da vinha do
Senhor. Por isso, a autoridade provém da humildade.
Diante de toda concepção mundana de poder, a Liturgia
nos propõe pelo menos duas dimensões do exemplo de Jesus. A primeira: a do
Servo de Javé, que carrega a culpa dos outros para torná-los justos diante de
Deus. Isso reporta ao Evangelho, quando Jesus afirma que o “Filho do Homem não
veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos“
(cf. v.45). E, a segunda: o que motiva a atitude desse servo. Ela aparece na
segunda leitura, na qual Cristo é o sumo sacerdote que se compadece das
fraquezas dos seres humanos e permite ser um de nós, provado como nós.
Não são, portanto, o poder e o destaque que tornam
alguém grande aos olhos de Deus, mas o quanto cada um é capaz de compadecer-se
pela dor do outro e colocar-se a serviço dele, fazendo acontecer uma “nova”
sociedade, livre da discriminação e da opressão.
4. Ligando a Palavra
com a Ação Eucarística
Toda a celebração deste domingo está envolta pelo tema
do serviço e da entrega ao outro. A exemplo de Jesus Cristo, somos vocacionados
a servir, como reza a oração inicial: “dai-nos a graça de estar sempre ao vosso
dispor, e vos servir de todo o coração”.
As leituras também remetem à maior obra de serviço
realizada por Jesus: sua oblação ao Pai, no altar da cruz, que se faz presente
na Eucaristia, sob as espécies do pão e do vinho oferecidos. Por isso, rezamos
na oração sobre as oferendas: “dai-nos, ó Deus, usar os vossos dons
servindo-vos com liberdade, para que, purificados pela vossa graça, sejamos
renovados pelos mistérios que celebramos em vossa honra”.
De fato, os dons de Deus nos foram concedidos não para
nosso egoísmo ou vaidade, mas para o serviço e partilha fraterna, reflexo de
uma comunidade de batizados, que são irmãos e irmãs no Cristo. O gesto de
servir com liberdade concede a verdadeira felicidade, pois, na doação de si, o
ser humano encontra a realização.
Igualmente, a oração depois da comunhão nos educa a
respeito de nossa relação com o poder e os bens temporais: diferentemente da
lógica do mundo do ter mais, para poder mais, para gozar mais, ela nos ensina
que os bens terrenos devem ser auxílio para conhecermos os valores eternos. Que
esta Santa Eucaristia nos ajude a cumprir o mandato de Jesus e faça de nós
verdadeiras oferendas para a honra e glória de Deus Pai. Amém.
Oração dos fiéis:
Presidente: Oremos ao Senhor pela Igreja, por todos os povos do mundo, e de
um modo especial pelos missionários e missionárias.
Todos: Senhor,
ajude-nos na missão.
1. Lembrai-vos, Senhor, da vossa Igreja, e fazei que
possamos assumir nossa missão de missionários, que recebemos no batismo, tendo
consciência de nossa pequenez e do chamado ao serviço aos irmãos. Rezemos:
2. Amparai, Senhor, todos nós que somos missionários e
missionárias dentro da nossa comunidade, e fazei que possamos viver cada vez
mais a graça do Batismo que nos faz teus mensageiros. Rezemos:
3. Ajudai, Senhor, os missionários e missionárias que
trabalham no Brasil e no exterior, para que sejam testemunhas vivas do
Evangelho e através do serviço conduzam as pessoas e os povos a Jesus Cristo, o
sumo e eterno sacerdote. Rezemos:
4. Senhor, cumulai de bênçãos todos os nossos dizimistas
que partilham dos seus dons com nossa comunidade paroquial. Que cresça, em seus
filhos e filhas, a graça da doação e da partilha fraterna. Rezemos.
(Outras intenções)
Presidente: Escuta, Senhor, nossas orações, fazendo com que perseveremos
na fé e a manifestemos em nossa vida. Que todos os povos Te conheçam e possamos
chegar, todos juntos, ao Reino que anunciastes. Tu que vives e reinas pelos
séculos dos séculos.
Todos: Amém.
LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS
OFERENDAS:
Presidente: Dai-nos, ó Deus, usar os vossos dons servindo-vos com liberdade,
para que, purificados pela vossa graça, sejamos renovados pelos mistérios que
celebramos em vossa honra. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO
Presidente: Dai-nos, ó Deus, colher os frutos da nossa participação na
Eucaristia para que, auxiliados pelos bens terrenos, possamos conhecer os
valores eternos. Por Cristo, nosso Senhor. Todos:
Amém.
BÊNÇÃO E DESPEDIDA
Presidente: (Dá a bênção e despede a todos)
Canto final.